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sábado, 31 de março de 2012

Acasos

"A nossa vida é toda ela feita de acasos. Mas é o que em nós há de necessário que lhes há-de dar um sentido."

sexta-feira, 30 de março de 2012

sábado, 24 de março de 2012

"O amor não resolve nada."


O amor é uma coisa pessoal, e alimenta-se do respeito mútuo. Mas isto não transcende para o colectivo. Já andamos há dois mil anos a dizer isso de nos amarmos uns aos outros. E serviu de alguma coisa? Poderíamos mudar isso por respeitarmo-nos uns aos outros, para ver se assim tem maior eficácia. Porque o amor não é suficiente."

(José Saramago)

quarta-feira, 21 de março de 2012

Literatura

O filho de mil homens.


esta é a história de crisóstomo que, chegando aos quarenta anos, lida com a tristeza de não ter tido um filho. do sonho de encontrar uma criança que o prolongue e de outros inesperados encontros, nasce uma família inventada, mas tão pura e fundamental como qualquer outra.
as histórias do crisóstomo e do camilo, da isaura, do antonino e da matilde mostram que para se ser feliz é preciso aceitar ser o que se pode, nunca deixando contudo de acreditar que é possível estar e ser sempre melhor. as suas vidas ilustram igualmente que o amor, sendo uma pacificação com a nossa natureza, tem o poder de a transformar.
tocando em temas tão basilares à vida humana como o amor, a paternidade e a família, o filho de mil homens exibe, como sempre, a apurada sensibilidade e o esplendor criativo de valter hugo mãe.

domingo, 18 de março de 2012

É tempo, de não deixar passar o tempo...





"É tempo
que o mundo cinzento
se transforme num jardim de amor
que o céu de um Azul claro
raiado pelo Sol
suprima a minha dor...

É tempo
que esta máscara
corroída pelo tempo
volte a sorrir
num sorriso constante
para que te possa amar
e possuir...

É tempo
de não deixar passar o tempo
semear o teu jardim
germinar uma flor
suspirar no teu perfume
Abraçar o teu amor..."

sábado, 10 de março de 2012

Ilusão...




Deixo-me levar pela ilusão
engano os sentidos
a vida é um sonho
um derrame uma efusão
um desejo intenso vivo...

Sinto-te
nas minhas entranhas
o sonho é uma constante
faz parte de mim
do meu mundo imaginário
surreal distante...

Sem ti
fico mais triste
o meu espaço despovoa-se
a tua falta
priva-me abandona-me
Não, não é solidão
é saudade que já existe...

Solidão não é apenas
espaço físico
é também a ausência do perfume
das tuas palavras
da leveza da tua pena
o sentir das tuas mágoas...

quinta-feira, 8 de março de 2012

Literatura.


Sinopse

Um livro fundamental para os que nasceram em 1961! Poderia fazer-se tal afirmação. Mas 1961 ,o Ano que Mudou Portugal é também fundamental para os que viveram esse ano e para aqueles, mais novos, que querem hoje compreender o que representou esse momento irrepetível da história portuguesa.

1961 foi um ano surpreendente por várias razões: o desvio, com fins políticos, do paquete Santa Maria e de um avião da TAP; a oposição das Nações Unidas à política colonial de Salazar e a descoberta de que o governo de John Kennedy financiava os movimentos independentistas do Ultramar; o massacre de brancos em Angola, que deu início a treze anos de guerra que afetaram diretamente mais de um milhão de portugueses. Um ano que terminaria ainda com a invasão de Goa pela União Indiana, que deixou no terreno 3500 prisioneiros.

Para esclarecer as dúvidas que ainda permanecem sobre o período mais crítico da governação de Salazar, este relato do dia a dia de 1961 conta com uma série de depoimentos de protagonistas políticos importantes, como Adriano Moreira, Domingos Abrantes ou Jorge Sampaio; dos generais Carlos Azeredo e Chito Rodrigues; dos historiadores Irene Flunser Pimentel e Rui Ramos; dos que foram militares em África, como Jorge Jardim Gonçalves ou Otelo Saraiva de Carvalho; ou daqueles que sobre esse continente escreveram, como Lídia Jorge.

domingo, 4 de março de 2012

Porto de abrigo




Constância
refúgio das minhas recordações
onde embarco e desembarco
minhas ilusões...
Ancoradouro dos meus sentidos
onde fundeio meus sonhos
miragens
paixões
num desfilar de lembranças
e afeições...

quinta-feira, 1 de março de 2012

Literatura.


Há catorze anos, numa noite de Verão, no Passeio Público, em frente de duas chávenas de café, penetrados pela tristeza da grande cidade que em torno de nós cabeceava de sono ao som de um soluçante pot-pourri dos Dois Foscaris, deliberámos reagir sobre nós mesmos e acordar tudo aquilo a berros, num romance tremendo, buzinando à Baixa das alturas do Diário de Notícias. (...)

O primeiro livro deste género em Portugal - mistério e suspense, data de 1871. Surge da ideia de Eça e Ramalho de "abanarem" a cidade de Lisboa com um dos Mistérios mais incríveis de sempre. A população acreditou quando leu a primeira carta do Doutor*** no Diário de Notícias, muitos ficaram receosos de andar pelas estradas de Sintra... durante dois meses Lisboa viveu na ânsia de saber mais sobre este mistério que se inicia com um morto deitado num sofá de uma casa desconhecida.

A história cativa-nos como cativou os leitores há dois séculos atrás, se bem que nós partimos da desvantagem de saber que é um romance e não uma situação verídica, a adrenalina seria muito maior se, como outros, acreditássemos na veracidade daquelas palavras. Ainda assim, deliciamo-nos com a história de amor entre Rytmel e a Condessa W. - em certos aspectos lembrei-me várias vezes de Anna Karenina e Vronsky (embora este só tenha sido publicado em 1873, portanto, nada de confusões plagiadas!). Carmén Puebla, também ela fortemente apaixonada por Rytmel, capitão inglês que parece quebrar os corações de todas as mulheres, surge como a personagem ciumenta e é um pouco a antecipação daquilo em que a Condessa W. se virá a transformar, também ela delicerada pelos ciúmes. Uma mulher despeitada é sempre um perigo.

Mas como disse, tudo começa com um morto - razão pela qual o doutor*** e Z. são raptados por um grupo de mascarados enquanto passeiam na estrada de Sintra, pois pretendem que o doutor*** confirme a morte e as suas causas. Chegados à casa misteriosa, pois é de localização desconhecida, é-nos apresentada outra personagem que primeiro se declara o assassino e que depois nega - falamos de A.M.C. um jovem médico de Viseu que entra neste enredo de forma suspeita mas com boas intenções. É pelo Mascarado Alto que conhecemos a história entre Rytmel e a Condessa. O culpado será julgado no fim, por este grupo de homens que, afinal de contas, circulam todos no mesmo meio.

Classificação: 5/7 (Muito Bom)