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quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Vazio...



Ausente
olho o universo
nada vejo...

Sinto um vazio
fecho os olhos
imagino
teu corpo
envolto numa áurea
luminosa...

Flutua no espaço
que me limita
circunda
e controla...

Grito a tua ausência
não te vejo
não te sinto
espaço sideral
universo vazio
vácuo total.

domingo, 27 de janeiro de 2013

A neve cai lá fora...



Ao acordar
tua pele de veludo
roça ma minha
olho a janela
vidros baços...

Há neve lá fora
aconchego-me no teu corpo
quente
suave
ardente...

Debaixo dos lençóis
de linho macios
cheirando a rosas
teu corpo esguio
esfuma-se...

fico só
no vazio do meu quarto
olhando os vidros baços
vendo a neve cair
escondendo os teus passos...

quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

Literatura

Sinopse

Tido como autobiográfico, Jane Eyre é um marco da emancipação feminina. Uma menina infeliz, órfã de pai e mãe, obrigada pela força das circunstâncias a viver com uma tia que a odeia, é enviada para um colégio interno, onde se destaca como uma das melhores alunas da instituição e, mais tarde, como professora. Sem nada que a prenda ao colégio e ávida de independência, Jane torna-se preceptora de Adéle, pupila de Mr. Rochester, o proprietário de um imponente castelo, por quem se apaixona e com quem decide casar-se.

domingo, 20 de janeiro de 2013

20-01-1955

Aniversário
No tempo em que festejavam o dia dos meus anos, 
Eu era feliz e ninguém estava morto. 
Na casa antiga, até eu fazer anos era uma tradição de há séculos, 
E a alegria de todos, e a minha, estava certa com uma religião qualquer. 

No tempo em que festejavam o dia dos meus anos, 
Eu tinha a grande saúde de não perceber coisa nenhuma, 
De ser inteligente para entre a família, 
E de não ter as esperanças que os outros tinham por mim. 
Quando vim a ter esperanças, já não sabia ter esperanças. 
Quando vim a.olhar para a vida, perdera o sentido da vida. 

Sim, o que fui de suposto a mim-mesmo, 
O que fui de coração e parentesco. 
O que fui de serões de meia-província, 
O que fui de amarem-me e eu ser menino, 
O que fui — ai, meu Deus!, o que só hoje sei que fui... 
A que distância!... 
(Nem o acho... ) 
O tempo em que festejavam o dia dos meus anos! 

O que eu sou hoje é como a umidade no corredor do fim da casa, 
Pondo grelado nas paredes... 
O que eu sou hoje (e a casa dos que me amaram treme através das minhas lágrimas), 
O que eu sou hoje é terem vendido a casa, 
É terem morrido todos, 
É estar eu sobrevivente a mim-mesmo como um fósforo frio... 

No tempo em que festejavam o dia dos meus anos ... 
Que meu amor, como uma pessoa, esse tempo! 
Desejo físico da alma de se encontrar ali outra vez, 
Por uma viagem metafísica e carnal, 
Com uma dualidade de eu para mim... 
Comer o passado como pão de fome, sem tempo de manteiga nos dentes! 

Vejo tudo outra vez com uma nitidez que me cega para o que há aqui... 
A mesa posta com mais lugares, com melhores desenhos na loiça, com mais copos, 
O aparador com muitas coisas — doces, frutas, o resto na sombra debaixo do alçado, 
As tias velhas, os primos diferentes, e tudo era por minha causa, 
No tempo em que festejavam o dia dos meus anos... 

Pára, meu coração! 
Não penses! Deixa o pensar na cabeça! 
Ó meu Deus, meu Deus, meu Deus! 
Hoje já não faço anos. 
Duro. 
Somam-se-me dias. 
Serei velho quando o for. 
Mais nada. 
Raiva de não ter trazido o passado roubado na algibeira! ... 

O tempo em que festejavam o dia dos meus anos!... 

Álvaro de Campos, in "Poemas" 
Heterónimo de Fernando Pessoa

quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Literatura.



Ilusões Perdidas -Honoré de Balzac.

Por volta de 1830, aos trinta e poucos anos de idade, Honoré de Balzac elegeu seu projeto de vida: escrever uma série de romances, novelas e contos que retratasse a sociedade de sua época em todos os seus aspectos, um retrato abrangente da vida francesa que, segundo o autor, realizaria pela pena o que “Napoleão não conseguiu concluir pela espada”. E, caso esse ambicioso panorama tenha um centro, este necessariamente deve ser Ilusões perdidas, o mais extenso dos romances escritos por Balzac.
Publicado em três partes entre 1837 e 1843, Ilusões perdidas explora com maestria três aspectos fundamentais para compreender a sociedade francesa do século XIX: os jogos de poder e intriga das classes aristocráticas, o contraste entre a vida na capital e na província e o lado sujo - cínico e politiqueiro - da atividade jornalística. Tudo isso através da história do poeta Lucien de Rubempré, que sai da pequena cidade de Angoulême para buscar fortuna e consagração literária em Paris apenas para ver, um a um, seus sonhos caírem por terra.

sábado, 12 de janeiro de 2013

Ha!!! como te espero em cada sonho...


Num tempo vago,vago
somos instantes
intensos
sonhados...

A vida é feita de momentos
recrio sonhos
sonho instantes
simplesmente momentos...


Ha!!! como te espero em cada sonho...

sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

Vem!


Anda
vem percorrer
o meu caminho
não me deixes
andar
aqui sozinho...

quero que o teu passo
tenha a forma do meu
para que sinta
num abraço
a forma do corpo teu...

Vem!
não me deixes andar
por aqui sozinho...

quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

Corremos Dentro dos Corpos.



Como o sangue, corremos dentro dos corpos no momento em que abismos os puxam e devoram. Atravessamos cada ramo das árvores interiores que crescem do peito e se estendem pelos braços, pelas pernas, pelos olhares. As raízes agarram-se ao coração e nós cobrimos cada dedo fino dessas raízes que se fecham e apertam e esmagam essa pedra de fogo.
Como sangue, somos lágrimas. Como sangue, existimos dentro dos gestos. As palavras são, tantas vezes, feitas daquilo que significamos. E somos o vento, os caminhos do vento sobre os rostos. O vento dentro da escuridão como o único objecto que pode ser tocado. Debaixo da pele, envolvemos as memórias, as ideias, a esperança e o desencanto.

José Luís Peixoto, in 'Antídoto'

sábado, 5 de janeiro de 2013

Queda de água...




O amor
é como uma queda de água
cristalino
puro
transparente
corrente de um rio
que inunda meu interior...

Como uma cascata
impetuosa
violenta
de uma beleza sem medida
que me sacia
alimenta
dá vida...

O amor!
São lágrimas que caiem
queda de água
que desgasta
cava
corrói
espelho da minha alma
amor que dói...

terça-feira, 1 de janeiro de 2013

Vida


Dedicado ao meu neto Rafael no dia em que nasceu.


Vejo-te tão pequenino
mas sei que serás grande
no amor
na humildade
no respeito
a vida é um circo
serás mais um actor
sentirás tristeza
alegria e amor
dentro do teu peito...

Quero para ti
uma nova vida
um novo sentir
sempre que precisares de mim
eu estarei aqui
para te guiar pela verdade
mostrar como é simples
a sinceridade
que nem sempre o mundo
é cor de rosa
também há falsidade...

Quero que cresças em paz
com carinho
e que todas as crianças
tenham o seu ninho
que vais á escola
que jogues á bola
que respeites o teu professor
para que sejas um homem
seja aonde for...