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quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

2008-2009.

Dizer adeus é dar boas vindas ao recomeço.



Para todos ,um final feliz e um ano novo cheio de amor ,paz e felecidade.

Angie-The Rolingg Stones.

Ao tempo .





Tempo, vais para trás ou para diante?
O passado carrega a minha vida
Para trás e eu de mim fiquei distante,
Ou existir é uma contínua ida
E eu me persigo nunca me alcançando?
A hora da despedida é a da partida


A um tempo aproximando e distanciando...
Sem saber de onde vens e aonde irás,
Andando andando andando andando andando


Tempo, vais para diante ou para trás?

(Dante Milano)

Boas Festas.

terça-feira, 30 de dezembro de 2008

31 de Dezembro de 1968




40º aniversário.

Sociedade.


O Mirante - diário online - Jovem de Constância premiado pela IBM em Bruxelas

Tempo de silêncio.






Era o tempo do silêncio.
Com toda a paciência
a hora amadureceu
a ausência dos pássaros
a serenidade das árvores.
Crianças desataram
os nós dos ventos.
Crisântemos choraram
sob as crinas do tempo.
Era a hora da despedida.
Com todo o cuidado
ele acariciou-lhe o rosto
beijou-lhe os olhos.
Ele a abraçou
como quem acalanta
nos braços
um recém-nascido.
Era o tempo do ocaso.
Namorados colheram
os sorrisos da tarde.
Frutos tombaram
sobre as lágrimas da terra.
Era a hora do amadurecimento.
Com toda a ternura
ele desprendeu-se
daqueles cabelos de jasmim
desatou-se
daquele corpo de orvalho.
Ele despediu-se
de sua própria face
disse adeus ao próprio nome
e desnudo de si mesmo
afastou-se em direção ao outono
perdeu-se na amplidão
sem sequer voltar-lhe o rosto.
Era o tempo do silêncio.


(Alexandre Bonafim)

Humanidade.


A humanidade não é um estado a que se ascenda. É uma dignidade que se conquista !

Diamonds and rust.



Joan Baez.

segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

O amor antigo.



O amor antigo vive de si mesmo,
não de cultivo alheio ou de presença.
Nada exige nem pede. Nada espera,
mas do destino vão nega a sentença.

O amor antigo tem raízes fundas,
feitas de sofrimento e de beleza.
Por aquelas mergulha no infinito,
e por estas suplanta a natureza.

Se em toda parte o tempo desmorona
aquilo que foi grande e deslumbrante,
o antigo amor, porém, nunca fenece
e a cada dia surge mais amante.

Mais ardente, mais pobre de esperança.
Mais triste? Não. Ele venceu a dor,
e resplandece no seu canto obscuro,
tanto mais velho quanto mais amor.



Carlos Drummond de Andrade

Pessoas são um presente!





Vamos falar de gente, de pessoas...
Existe, acaso, algo mais espetacular do que gente?
Pessoas são um presente.
Algumas tem um embrulho bonito,
como os presentes de Natal, Páscoa ou festa de aniversário.
Outras vêm em embalagem comum.
E há as que ficaram machucadas no correio...
De vez em quando uma registada.
São os presentes valiosos.
Algumas pessoas trazem invólucros fáceis.
De outras, é dificílimo, quase impossível, tirar a embalagem.
É fita durex que não acaba mais...
Mas... a embalagem não é o presente.
E tantas pessoas se enganam, confundindo a embalagem com o presente.....
Por que será que alguns presentes são complicados para se abrirem ?
Talvez porque dentro da bonita embalagem haja muito pouco valor.
Vazia, bastante solidão,a decepção seria grande.
Também você. Também eu.
Somos um presente para os outros.
Você para mim, eu para você.
Triste se formos apenas um presente-embalagem:
muito bem empacotado e quase nada, lá dentro!
Quando existe verdadeiro encontro com alguém,
no diálogo, na abertura, na fraternidade,
deixamos de ser mera embalagem e passamos à categoria de reais presentes.
Nos verdadeiros encontros humanos,
acontecem coisas muito comoventes e essenciais:
mutuamente nós vamos desembrulhando, desempacotando, revelando...
Já experimentou essa imensa alegria da vida?
A alegria profunda que nasce da alma,
quando duas pessoas se comunicam virando um presente uma para outra?
Conteúdo interno é segredo para quem deseja tornar-se Presente aos irmãos de cada estrada
e não apenas embalagem...
Um presente assim não necessita de embalagem.
É a verdadeira alegria que a gente sente e não consegue descrever,
só nasce no verdadeiro encontro com alguém.
A gente abre, sente e agradece a Deus
Pessoas são um presente, não acha?

Dust in the Wind - KANSAS

Horizontes.

O Horizonte está nos olhos e não na realidade...

domingo, 28 de dezembro de 2008

Última semana do 2008.


"Pensamento à Solta"


A meditação sem objecto, é a seta que se dispara sem que o arco a solte

Agostinho da Silva.

Preciosidade.



The house of the rising...

(a casa do sol nascente)

Animals.

Ser somente o que sou.




Sou criança
e não quero deixar de ser...
Quero viver todo meu viver,
assim como sou e como estou:
rindo, chorando e brincando na calçada do tempo;
fazendo do meu pensamento o instante
mais puro da felicidade,
indo ao encontro do que se chama amor.
Não me importo com a idade, minha companheira.
Não me importo com o que pode ser e o que não é.
Quero ser somente o que sou.
Com o que posso sentir;
Com o que quero sorrir;
Com o vestido da noite a me servir
e o véu do dia a me cobrir.
Não tenho referência de tempo ou de lugar.
Traço o caminho e nele cavalgo na beira do mar.
Durmo na relva da estrada do contentamento,
onde o encantamento proclama a chama de um instante duradouro;
onde a voz da paz é o tesouro a ser descoberto;
onde bem perto a poesia ensina o segredo de um querer a se querer;
que nasce bem dentro, sem parar,
embora já esteja ali bem guardado.
Mesmo assim vou até o fim
para me encontrar e ser
encontrado.


(de José Ventura Filho)

sábado, 27 de dezembro de 2008

Para Elise-Beethoven.

Futuro.(2009)


Conhecerás o futuro quando ele chegar; antes disso, esquece-o .

Poema de fim de ano .



Lá bem no alto do décimo segundo andar do Ano
Vive uma louca chamada Esperança
E ela pensa que quando todas as sirenas
Todas as buzinas
Todos os reco-recos tocarem
Atira-se
E — ó delicioso vôo!
Ela será encontrada miraculosamente incólume na calçada,
Outra vez criança...
E em torno dela indagará o povo:
— Como é teu nome, meninazinha de olhos verdes?
E ela lhes dirá
(É preciso dizer-lhes tudo de novo!)
Ela lhes dirá bem devagarinho, para que não esqueçam:
— O meu nome é ES-PE-RAN-ÇA...

(Mário Quintana)

Floreados!


Assim como há flores em todas as estações, também há loucuras em todas as idades...

sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

Receita de Ano Novo.





Para você ganhar belíssimo Ano Novo
cor de arco-íris, ou da cor da sua paz,
Ano Novo sem comparação como todo o tempo já vivido
(mal vivido ou talvez sem sentido)
para você ganhar um ano
não apenas pintado de novo, remendado às carreiras,
mas novo nas sementinhas do vir-a-ser,
novo
até no coração das coisas menos percebidas
(a começar pelo seu interior)
novo espontâneo, que de tão perfeito nem se nota,
mas com ele se come, se passeia,
se ama, se compreende, se trabalha,
você não precisa beber champanha ou qualquer outra birita,
não precisa expedir nem receber mensagens
(planta recebe mensagens?
passa telegramas?).
Não precisa fazer lista de boas intenções
para arquivá-las na gaveta.
Não precisa chorar de arrependido
pelas besteiras consumadas
nem parvamente acreditar
que por decreto da esperança
a partir de janeiro as coisas mudem
e seja tudo claridade, recompensa,
justiça entre os homens e as nações,
liberdade com cheiro e gosto de pão matinal,
direitos respeitados, começando
pelo direito augusto de viver.
Para ganhar um ano-novo
que mereça este nome,
você, meu caro, tem de merecê-lo,
tem de fazê-lo de novo, eu sei que não é fácil,
mas tente, experimente, consciente.
É dentro de você que o Ano Novo
cochila e espera desde sempre.

Carlos Drummond de Andrade.
Texto extraído do "Jornal do Brasil", Dezembro/1997.

Grandes Opções do Plano e Orçamento para 2009



A Câmara Municipal de Constância, aprovou as Grandes Opções do Plano e o Orçamento para 2009.
A Câmara Municipal de Constância, em reunião ordinária de 26 de Novembro, aprovou as Grandes Opções do Plano e o Orçamento para 2009, o qual prevê um movimento financeiro de 9.190.935 euros.

De acordo com os documentos aprovados, a estratégia de desenvolvimento do município prevê a continuidade de investimentos ao nível da educação, formação e modernização, no incremento de actividades que reforçam o tecido económico e o emprego, no estímulo ao investimento, na inovação e competitividade das empresas e serviços, na promoção do saber e do conhecimento e no desenvolvimento do turismo activo, cultural e científico.

Analisando as Grandes Opções do Plano, verifica-se que existe um forte investimento nas funções sociais, seguindo-se as funções económicas e as gerais. No que concerne à área social, que engloba a educação, destaca-se um avultado investimento na requalificação do Parque Escolar do Concelho, na qual se inserem os Centros Escolares.

A reabilitação de imóveis degradados, a construção ou recuperação do Posto Médico de Montalvo, o apoio às instituições de carácter social que operam no concelho, a protecção civil e a luta contra incêndios são outras áreas que contarão com a intervenção municipal.

No que respeita ao saneamento e ao abastecimento de água, há que destacar a construção do emissário de esgotos da zona de expansão de Constância / ETAR do Caima e a substituição da conduta de água de Vale de Mestre / Pereira.

A cultura, o desporto, o ambiente e o turismo são outras áreas onde se desenvolverão diversas acções e projectos.

Após a aprovação no órgão executivo municipal, as Grandes Opções do Plano e o Orçamento para 2009 serão submetidos à apreciação da Assembleia Municipal que reúne no final do mês de Dezembro. Por CMC

Constância vai ter o maior telescópio público do país .




A Fundação EDP assinou recentemente um Protocolo de Apoio Mecenático com o Centro Ciência Viva de Constância – Parque de Astronomia (CCV), tendo como principal objectivo a promoção da ciência e da cultura e que permitirá adquirir e colocar em funcionamento o maior telescópio público do país.

Considerando que a Fundação EDP, criada pela EDP – Energias de Portugal, S.A., tem por fins gerais a promoção, o desenvolvimento e o apoio a iniciativas de natureza social, cultural, científica, tecnológica, educativa e ambiental e que tanto esta instituição como o CCV visam contribuir para superar as insuficiências que existem em Portugal no que respeita ao conhecimento científico e aos meios técnicos para formar os jovens na área da Astronomia, decidiram ambas as entidades estabelecer um protocolo de parceria.

Assim, com a assinatura do Protocolo de Apoio Mecenático, a Fundação EDP vai apoiar financeiramente o CCV com uma verba de 56 mil euros (dividida pelos anos de 2008 e 2009) com vista à aquisição de um moderno telescópio. Com este equipamento o CCV fica apetrechado para dinamizar múltiplas iniciativas, disponibilizando ao público, em particular a jovens estudantes, o acesso a recursos tecnológicos que, para além de simples curiosidades, permitem estabelecer uma relação muito próxima com os métodos modernos de aplicações tecnológicas, nomeadamente na área da Astronomia.

Para além da aquisição do equipamento acima mencionado, a Fundação EDP ajudará a promover as actividades dinamizadas pelo CCV e cederá as instalações do Museu da Electricidade para que ocasionalmente o Centro Ciência Viva lá realize conferências e exposições.

No que concerne ao papel do CCV, esta entidade colaborará na dinamização e organização de eventos de carácter científico e pedagógico no Museu da Electricidade, com o intuito de aumentar a divulgação do tema da sustentabilidade e da biodiversidade.
Por CMC

Ser poeta.

er

quinta-feira, 25 de dezembro de 2008

Presépio.


Duas tábuas...
E era um berço!


Tudo escuro...
E alumiava!


Estaria Deus lá dentro?
Fomos a ver...


E lá estava!


Pedro Homem de Mello .

Os Presépios em Portugal





Os presépios portugueses constituem importantes obras de arte, grandes barristas portugueses ocuparam-se com esta arte. Nestes presépios existe uma conciliação perfeita do folclore português com as correntes estéticas.

O Livro da Fundação do Mosteiro do Salvador da Cidade de Lisboa, de 1618, de autoria de Maria Baptista, refere-se à existência de um presépio ali, antes dos meados de Quinhentos, presépio esse muito venerado.

Há notícia de, pelo menos, outro presépio em Lisboa no século XVI, este foi encomendado a Bastião d’Artiaga em 1558 pela irmandade dos Livreiros de Lisboa, para a Igreja de Santa Catarina do Monte Sinai.

No século XVII, os presépios começam a espalhar-se pelo país.

O presépio barroco, no século XVIII, desenvolveu-se em Portugal no reinado de D. João V, recebendo talvez sugestão dos seus congéneres do Sul de Itália.

É neste século que se notabiliza, em Portugal, a produção de presépios pelas mãos de grandes barristas, em especial, Machado de Castro e António Ferreira.

Machado de Castro, em defesa perante as opiniões de um crítico, refere-se a António Ferreira, esclarecendo “que [se] não operou senão em barro, ou cera, não deixa por isso de ser Escultor”. Ora, tanto Machado Ferreira como António Ferreira, e de um modo geral todos os escultores da época, praticaram uma escultura de pequeno formato, em barro, onde a modelação impera.

Dos mais conhecidos presépios de Machado de Castro, destacam-se o da Igreja da Sé Patriarcal de Lisboa e o da Basílica da Estrela, também em Lisboa.

António Ferreira criou, também, importantes presépios, entre outros foi ele o escultor do enorme presépio da Igreja Madre de Deus, situada em Lisboa.

Nesta época, os presépios têm uma presença constante em igrejas, conventos e lares particulares. Infelizmente, muitos desses presépios foram desmantelados, como é o caso do famoso exemplar da Cartuxa de Laveiras, mesmo assim subsistem montados bons exemplares como é o caso do da Sé (1776), o da Basílica da Estrela (1782), o da Igreja de S. José, o da Capela da Senhora do Monte e o da Igreja dos Mártires; desmontados ou apenas com figuras avulsas estão em vários museus, como o Museu da Arte Antiga e do Azulejo.

Os presépios são largas narrativas que contam com a participação de pequenas figuras. Contudo, também existem em pequeno formato, com menor número de figuras e com uma narrativa mais sintética, como o do Palácio de Mafra, este é um pequeno presépio em madeira atribuído a José de Almeida.

De entres os presépios de maiores dimensões, temos como exemplos: o da Estela com cerca de 500 figuras e o da Madre de Deus com cerca de 200. Um outro presépio de grande dimensão encontra-se no coro alto do Mosteiro de Santo André de Ponta Delgada, nos Açores, e integrado no Museu Carlos Machado.

No século XIX, o presépio começou a ser objecto da arte popular, caindo em desuso a criação de presépios de monumentais.

Com introdução, em Portugal, do costume da árvore de Natal no século XX, o presépio, infelizmente, passou para segundo plano.

Um menino chamado Jesus.


Um pequeno conto de Natal.

Numa fria noite de Natal saí para dar um passeio pela cidade. Transeuntes apressados, embuçados nos seus abafos, dirigiam-se para casa ou para as igrejas para assistirem à Missa do Galo. As suas expressões eram felizes e alegres. Os grupos tagarelavam com vivacidade.

Naquela noite um suave milagre tornava toda a gente boa. Todos deviam ter a sua festa de Natal, todos os homens pareciam de facto de boa vontade.

Num portal de um cinema uma mulher tinha montado uma venda de jornais e revistas. Num caixote forrado de jornais, uma criança de tenra idade dormia serenamente. Aquela família não devia ter Natal.

Àquela hora já não havia fregueses para os jornais e a pobre mulher certamente aguardava que a sessão de cinema acabasse, na esperança de, à saída, alguns espectadores ainda lhe comprassem qualquer jornal da noite ou uma revista.

De longe observei aquela mãe transida de frio que não se resolvia a regressar a casa naquela noite dedicada à família. Mas teria ela verdadeiramente uma casa ou mesmo uma família? Pelo menos alguma família tinha, pois a criança que dormia no caixote forrado de jornais devia ser sua filha, a avaliar pelos cuidados com que ela a protegia do frio com uns farrapos e lhe afagava os cabelos.

Observei também a criança que era robusta e perfeita, de faces coradas e feições muito correctas.

Devia ter menos de um ano, dez ou onze meses, e já a tinha visto noutras ocasiões, de dia, acordada, pôr-se de pé, apoiada nos bordos do caixote, lambuzando-se com as gulodices que lhe davam.

A criança era com efeito linda e eu pensava quantos casais abastados ou mesmo remediados, gostariam de ter um bébé assim.

Havia, na verdade, coisas extraordinárias - quantos casais que podiam proporcionar todas as comodidades, tratamentos e boa alimentação aos filhos, os tinham franzinos e doentes e aquela criança criada sem cuidados, sem higiene, no meio do pó das ruas e tendo como agasalho jornais velhos, era de uma perfeição invulgar e respirava saúde.

De súbito, um casal passou e reparou no bébé. A senhora, comovida com a cena, baixou-se, disse qualquer coisa à mãe que sorria desvanecida e afagou a cabecita da criança. Esta abriu os olhos, uns grandes olhos, de mansinho, e o rosto abriu-se-lhe num luminoso sorriso. Depois a senhora pegou na criança ao colo, acariciou-a mais e voltou a pousá-la no improvisado berço. Trocou breves palavras com o marido e entregou à mãe, discretamente, algumas notas enroladas na mão.

Entretanto o cinema tinha acabado, os espectadores começaram a sair e alguns compravam àquela pobre mulher jornais ou revistas. Misturei-me com eles e quando passei perto dela parei, fiz uma pequena festa na cabecita linda do petiz, comprei também um jornal e deixei esquecida uma nota nas mãos daquela mãe, perguntando-lhe curioso:

- Como se chama o menino?

Respondeu-me a pobre mulher, parecendo admirada com a pergunta:

- Como se chama o menino?...

E depois de uma hesitação:

- Ora, como havia de se chamar?! O menino chama-se Jesus!

Troquei um último sorriso com o menino, apressei-me para a consoada que esperava por mim e continuei a sorrir-me sozinho, satisfeito por pensar que aquela mãe e aquele menino chamado Jesus iam ter certamente um dia de Natal muito feliz.

Cícero Galvão.

Publicada por Livro de Contos

Poema de Natal.

Poesia de Vieira Calado.


Naquela noite fazia frio fazia pena
ver almas despedaçadas deitadas corpos entrouxados
dispersos nas calçadas luzidias do passeio das ruas

.
Caía uma névoa fina que simulava chuva punhais
de raiva e resignação ou antes uma levada de mágoa
de murmúrios sem data sem fumo sem restos de cio
perdidos num mar de pedras nas calçadas da rua

.
Era uma noite de claustros tambores rufando clamando
os clamores da vida a náusea descrente na boca sofrida
o granito fundido já duro das lutas perdidas
pisado nos ossos nos ombros nos olhos que olham
as coisas por fora nas coisas por dentro
e as noites nos dias e os búzios na praia sem vento
soprando as pedras do passeio da rua

.
Doía a quem doía não fora a noite uma noite
de aprazimento em todas as aldeias da cidade
tempo de alegrias acepipes farturas alvarinho
em casas abastadas sobranceiras aos passeios da rua

.
o mais vago grave desígnio dum oráculo de plenitude
na inocência das crianças nas crenças na sentença
dos mecanismos que levam ao enternecimento
por ver a chuva a cair sobre corpos alheios
prostrados enrodilhados sobre o passeio da ruas

quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

Façam o favor de serem felizes.

Para todos os meus amigos e não só:


Não existe um caminho para a felicidade. A felicidade é o caminho

Natal de quê?




Natal de quê? De quem?
Daqueles que o não têm?
Dos que não são cristãos?
Ou de quem traz às costas
As cinzas de milhões?
Natal de paz agora
Nesta terra de sangue?
Natal de liberdade
Num mundo de oprimidos?
Natal de uma justiça
Roubada sempre a todos?
Natal de ser-se igual
Em ser-se concebido,
Em de um ventre nascer-se,
Em por de amor sofrer-se,
Em de morte morrer-se,
E de ser-se esquecido?
Natal de caridade,
Quando a fome ainda mata?
Natal de qual esperança
Num mundo todo bombas?
Natal de honesta fé,
Com gente que é traição,
Vil ódio, mesquinhez,
E até Natal de amor?
Natal de quê? De quem?
Daqueles que o não têm?
Ou dos que olhando ao longe
Sonham de humana vida
Um mundo que não há?
Ou dos que se torturam
E torturados são
Na crença de que os homens
Devem estender-se a mão?

Jorge de Sena

terça-feira, 23 de dezembro de 2008

Cúmplices.



Para a minha querida amiga Fernanda Costa,com votos de boas festas.

Boas festas.



Para a minha querida amiga Rosa Oliveira, com votos de um bom Natal.

A não esquecer.




É bonito respeitar a tradição e dar presentes. É uma reverência a tão importante data do calendário cristão. Mas, não podemos esquecer que o verdadeiro presente está no estender a mão todos dias ao irmão esquecido, abandonado, vilipendiado, caído na sarjeta de uma esquina qualquer.

Que fizeste das palavras?






Que fizeste das palavras?
Que contas darás tu dessas vogais
de um azul tão apaziguado?

E das consoantes, que lhes dirás,
ardendo entre o fulgor
das laranjas e o sol dos cavalos?

Que lhes dirás, quando
te perguntarem pelas minúsculas
sementes que te confiaram?


Eugénio de Andrade

segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

Feliz Navidade.

Jose Feleciano

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Para a minha querida amiga Lúcia Galeano.

Coração.


"O coração é uma riqueza que não se vende nem se compra. Presenteia-se "

Estrela do Oriente.


Estrela do Oriente.




Por teus olhos acesos de inocência

Me vou guiando agora, que anoitece.

Rei Mago que procura e desconhece

O Caminho,

Sigo aquele que adivinho

Anunciado

Nessa luz adivinhada,

Infância humana madrugada.

Presépio é qualquer berço

Onde a nudez do mundo tem calor

E o amor

Recomeça.

Leva-me, pois, depressa,

Através do deserto desta vida,

À Belém prometida…

Ou és tu a promessa?


Miguel Torga.

Rabanadas (ou fatias douradas)


Porque estamos na altura do Natal e nesta época se fazem montes de doces tradicionais, aqui fica a receita de um deles que não pode faltar á mesa.


1 pão de véspera
3 dl de leite
4 ovos
300 g de açúcar
canela
1 casca de limão
óleo para fritar


Coloca-se o leite a ferver com duas colheres de sopa de açúcar e a casca de limão.
Batem-se os ovos muito bem, de modo que a clara fique imperceptível.
Corta-se o pão em fatias com cerca de 1,5 cm e passam-se primeiro pelo leite e depois pelos ovos.
Fritam-se em óleo bem quente e escorrem-se sobre papel absorvente ou sobre um pano.

Servem-se polvilhadas com açúcar e canela ou com calda de açúcar.

Bom apetite e feliz Natal.

Criatividade Cega



Entre o caos e a harmonia. A cegueira pensada é uma aflição mental, uma das formas do isolamento porque a invisibilidade não é obstáculo: é apenas um fenómeno subtilíssimo da ausência. Na criação tudo é potencialmente uma entidade distinta da matéria, uma improbabilidade, porque, como diziam os antigos, diante da luz somos todos cegos.

Ana Hatherly, in 'Tisanas'

domingo, 21 de dezembro de 2008

Literatura.


Sinopse:

Na Inglaterra do século XII, Tom, um humilde pedreiro e mestre-de-obras, tem um sonho majestoso – construir uma imponente catedral, dotada de uma beleza sublime, digna de tocar os céus. E é na persecução desse sonho que com ele e a sua família vamos encontrando um colorido mosaico de personagens que se cruzam ao longo de gerações e cujos destinos se entrelaçam de formas misteriosas e surpreendentes, capazes de alterar o curso da história. Recheado de suspense, corrupção, ambição e romance, Os Pilares da Terra é decididamente a obra-prima de um autor que já vendeu 90 milhões de livros em todo o mundo.

Johnny Cash.

Fiquem-se com esta preciosidade dos anos 60.

Hora Mística




Noite caindo ... Céu de fogo e flores.
Voz de Crepúsculo exalando cores,
O céu vai cheio de Deus e de harmonia.
Silêncio ... Eis-me rezando aos fins do dia.

Névoa de luz criando imagens na água,
Nome das águas esculpindo os céus,
Tarde aos relevos húmidos de frágua,
Boca da noite, eis-me rezando a Deus.

Eis-me entoando, a voz de cinza e ouro,
— Oh, cores na água vindo às mãos em branco! —
Minha ópera de Sol ao último arranco.

E, oh! hora mística em que o olhar abraso,
— Sol expirando aos Pórticos do Ocaso! —
Dobra em meu peito um oceano em coro.

Afonso Duarte, in "Tragédia do Sol-Posto"

Mundo.


Evita o mundo, é só um montão de pó e lixo que afinal, não significa nada !

Época natalícia.


Nesta época natalícia, agita uma varinha mágica sobre o mundo e observe, tudo mais suave e mais bonito !

sábado, 20 de dezembro de 2008

La canción más hermosa del mundo.

Generosidade.


"O espírito se enriquece com aquilo que recebe.O coração, com aquilo que dá."

Caminhos .




Para quê, caminhos do mundo,
Me atraís? — Se eu sei bem já
Que voltarei donde parto,
Por qualquer lado que vá.

Pra quê? — Se a Terra é redonda;
E, sempre, tem de cumprir-se
A sina daquela onda
Que parece vai sumir-se,

Mas que volta, bem mais débil,
Ao meio do lago, onde
A mãe, gota d'água flébil,
Há muito tempo se esconde.

Pra quê? — Se a folha viçosa
Na Primavera, feliz,
Amanhã será, gostosa,
Alimento da raiz.

Pra quê, caminhos do mundo?
Pra quê, andanças sem Fim?
Se todo o sonho profundo
Deste Mundo e do Outro-Mundo,
Não 'stá neles, mas em mim.

Francisco Bugalho, in "Paisagem"

sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

Rainbow-Temple of the King.



Divirtam-se,bom fim de semana.

Ilusões.


Não abandones as tuas ilusões. Sem elas podes continuar a existir, mas deixas de viver