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quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Não se Casem Raparigas !




Já viram um homem em pêlo
Sair de repente da casa de banho
Escorrendo por todos os pêlos
Com o bigode cheio de pena
Já viram um homem muito feio
A comer esparguete
Garfo em punho e ar de bruto
Com molho de tomate no colete
Quando são bonitos são idiotas
Quando são velhos são horríveis
Quando são pequenos são maus
Já viram um homem gordo à beça
Extrair as pernas do ó-ó
Massajar a barriga e coçar as guedelhas
Olhando pensativo para os pés


Não se casem raparigas não se casem
Façam antes cinema
Fiquem virgens em casa do papá
Sejam serventes no carvoeiro
Criem macacos criem gatos
Levantem a pata na Ópera
Vendam caixas de chocolate
Professem ou não professem
Dancem em pêlo para os gagás
Sejam matadoras na avenida do Bois
Mas não se casem raparigas
Não se casem


Já viram um homem à rasca
Chegar tarde para o jantar
Com baton no colarinho
E tremeliques nas gâmbias
Já viram no cabaret
Um senhor não muito fresco
Roçar-se com insistência
Numa florzinha de inocência
Quando são burros aborrecem
Quando são fortes fazem sports
Quando são ricos guardam o milho
Quando são duros torturam
Já viram ao vosso braço pendurado
Um magrizela de olhos de rato
Frisar os três pêlos do bigode
E empertigar-se com um ar de bode


Não se casem raparigas não se casem
Vistam os vossos vestidos de gala
Vão dançar ao Olímpia
Mudem de amante quatro vezes por mês
Peguem na massa e guardem-na
Escondam-na fresca debaixo do colchão
Aos cinquenta anos pode servir
Para sacar belos rapazes
Nada na cabeça tudo nos braços
Ah que bela vida será
Se não se casarem raparigas
Se não se casarem

Boris Vian, in "Canções e Poemas

Pensamentos sobre o casamento.




1. Li recentemente que amor é um assunto de química. Deve ser por isso
que minha mulher me trata da mesma forma como trata os resíduos tóxicos.


2. Quando um homem te rouba a mulher, não há melhor vingança do que
deixar que fique com ela.


3. Após o casamento, o homem e a mulher tornam-se as duas faces da
mesma moeda: não se podem ver mas permanecem juntos.


4. De qualquer das maneiras casa-te. Se arranjares uma boa mulher,
serás feliz. Se arranjares uma má esposa, tornar-te-às um filósofo.


5. As mulheres inspiram-nos para grandes coisas, e privam-nos de alcançá-las.


6. A grande questão... a que nunca fui capaz de responder é: 'O que é
que uma mulher quer?


7. Troquei algumas palavras com minha mulher e ela trocou alguns
parágrafos comigo.


8. 'Algumas pessoas costumam perguntar o segredo do nosso longo
casamento e eu lhes respondo: Vamos ao restaurante 1 vez por semana
para um jantarzinho à luz de vela, um pouco de música e dança. Ela
vai às terças, eu vou às sextas.'


9. 'Não estou preocupado nem assustado com o terrorismo . Já estive
casado por 2 anos....'


10. 'Há uma maneira muito mais fácil e rápida de transferir fundos que
é ainda melhor que as caixas automáticas: Chama-se casamento .'


11. 'Tive pouca sorte com as minhas 2 mulheres. A primeira foi-se
embora e a segunda não me quer deixar .'


12. Dois (2) segredos para manter brilhante o teu casamento:
a. Mesmo que não estejas errado, admite que estás
b. Mesmo que estejas certo, mantém-te calado.


13. A maneira mais eficaz de lembrar o aniversário da sua esposa é
esquecê-lo uma vez.


14. Sabem o que fiz antes de me casar? Tudo o que queria fazer!

15. Eu e minha mulher fomos felizes por 20 anos. Depois encontrámo-nos...


16. Uma boa esposa perdoa sempre o seu marido quando ela estiver errada!


17. O casamento é a única Guerra onde os inimigos dormem juntos!


18. Um homem colocou um anúncio dizendo: 'procura-se mulher'. No dia
seguinte recebeu centenas de cartas. Todas diziam a mesma coisa:
'podes ficar com a minha'


19. O 1ºtipo (todo orgulhoso) diz: 'Minha mulher é um anjo!'
O 2ºtipo diz: 'Tens muita sorte, a minha ainda está viva.'

terça-feira, 25 de novembro de 2008

Busque Amor novas artes, novo engenho.




Busque Amor novas artes, novo engenho
Pera matar-me, e novas esquivanças,
Que não pode tirar-me as esperanças,
Que mal me tirará o que eu não tenho.

Olhai de que esperanças me mantenho!
Vede que perigosas seguranças!
Que não temo contrastes nem mudanças,
Andando em bravo mar, perdido o lenho.

Mas, enquanto não pode haver desgosto
Onde esperança falta, lá me esconde
Amor um mal, que mata e não se vê,

Que dias há que na alma me tem posto
Um não sei quê, que nasce não sei onde,
Vem não sei como e dói não sei porquê.

Luís de Camões

Olhos.


A natureza e os livros pertencem aos olhos que os vêem .

4º Encontro Confluências




O Papel da Sociedade na Protecção das Crianças - Que Respostas? No dia 26 de Novembro, entre as 14 e as 17 horas, o Cine-Teatro Municipal recebe o 4º Encontro Confluências, subordinado ao tema O Papel da Sociedade na Protecção das Crianças – Que Respostas?, uma organização da Comissão de Protecção e Crianças de Constância (CPCJ), com o apoio da Câmara Municipal de Constância e da Caixa Geral de Depósitos.

Após a sessão de abertura que contará com a presença do Dr. António Marques, Presidente da CPCJ, e da Dra. Júlia Amorim, Vice-Presidente da Câmara Municipal de Constância, às 14.45h, decorrerá a primeira intervenção intitulada O Papel da Sociedade na Protecção das Crianças, pelo Prof. Doutor Fernando Silva, Professor da Universidade Autónoma de Lisboa. Às 16 horas terá lugar o painel Que Respostas?, pela Dr. Manuela Quintanilha, Psicóloga Clínica. Seguir-se-á um espaço de debate entre os participantes e os oradores.
Por CMC

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Árvores de Natal e Presépios



No Parque Ambiental No próximo dia 1 de Dezembro o Parque Ambiental de Santa Margarida dinamiza a Oficina Ambiental «Construir a Árvore de Natal e o Presépio com materiais reutilizáveis», uma iniciativa que terá o seu início às 14 horas.

Com o aproximar da época Natalícia começamos a pensar na construção da Árvore de Natal e do Presépio, é tradição a utilização de pinheiros que muitas vezes são cortados na floresta e de musgo que é arrancado do solo. Destas práticas resultam impactos negativos na biodiversidade, no solo e na água.

Assim, o Parque Ambiental de Santa Margarida propõe uma actividade onde se aprenderá a construir uma Árvore de Natal e um Presépio com outros materiais que podem ser reutilizados.

A participação na Oficina Ambiental é gratuita, implicando apenas a respectiva inscrição, a qual deverá ser efectuada no Parque Ambiental de Santa Margarida, presencialmente ou através dos seguintes contactos: Telf: 249 736 929; e-mail: parqueambiental@cm-constancia.pt

Por CMC

Fontes.


A leitura é uma fonte inesgotável de prazer mas por incrível que pareça, a quase totalidade, não sente esta sede.

Pinceladas.


Para mim o acto de pintar é sempre mais importante do que a coisa pintada .

O corpo.




Ante as portas desgarradas, paradoxal
é a morte: impossível, feito realidade,
acaso predito. Corpo, deus imortal,
para sempre cego e mudo, abandona-te ao livre

ar. Que te transformes e assemelhes à noite.
Tempestade final das sombras, foste, corpo,
respiração com voz, área que habitaste,
vária e discordante, a cada movimento.

E agora que a luz desfalece e não a tocas,
nem por ela és tocado, a palavra deixou
de ser a tua pátria e não mais esfolias

o espaço. Agora, que já nada mudará,
nenhuma eternidade te rescende. A morte
petrifica o frágil espaço que foi teu.

Orlando Neves, in "Decomposição - o Corpo"

domingo, 23 de novembro de 2008

Estou na lua.



Os lunáticos.

Lua adversa.




Tenho fases, como a lua,
Fases de andar escondida,
fases de vir para a rua...
Perdição da minha vida!
Perdição da vida minha!
Tenho fases de ser tua,
tenho outras de ser sozinha.

Fases que vão e que vêm,
no secreto calendário
que um astrólogo arbitrário
inventou para meu uso.

E roda a melancolia
seu interminável fuso!

Não me encontro com ninguém
(tenho fases, como a lua...).
No dia de alguém ser meu
não é dia de eu ser sua...
E, quando chega esse dia,
o outro desapareceu...

Cecília Meireles, in 'Vaga Música'

As nossas luas...


Cada um de nós é uma lua e tem um lado escuro que nunca mostra a ninguém ...

sábado, 22 de novembro de 2008

Nothing else maatters-Mettalica



Por aqui (Antwerpen) a neve já apareceu, um pouco envergonhada mas deu jà sinal de vida.

Um bom fim de semana para todo o mundo.

Não só Vinho!




Não só vinho, mas nele o olvido, deito
Na taça: serei ledo, porque a dita
É ignara. Quem, lembrando
Ou prevendo, sorrira?
Dos brutos, não a vida, senão a alma,
Consigamos, pensando; recolhidos
No impalpável destino
Que não 'spera nem lembra.
Com mão mortal elevo à mortal boca
Em frágil taça o passageiro vinho,
Baços os olhos feitos
Para deixar de ver.

Ricardo Reis, in "Odes"
Heterónimo de Fernando Pessoa

Um bom par de anos depois.



Heroes del silencio

Heroes del silencio.

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Mecenato.


Fundação EDP assinou Protocolo de Apoio Mecenático com o Centro Ciência Viva de Constância - Parque de Astronomia
A Fundação EDP assinou recentemente um Protocolo de Apoio Mecenático com o Centro Ciência Viva de Constância – Parque de Astronomia (CCV), tendo como principal objectivo a promoção da ciência e da cultura, um acordo que permitirá adquirir e colocar em funcionamento o maior telescópio público do país.

Considerando que a Fundação EDP, criada pela EDP – Energias de Portugal, S.A. tem por fins gerais a promoção, o desenvolvimento e o apoio a iniciativas de natureza social, cultural, científica, tecnológica, educativa e ambiental, e que tanto esta instituição como o CCV visam contribuir para superar as insuficiências que existem em Portugal no que respeita ao conhecimento científico e aos meios técnicos para formar os jovens na área da Astronomia, decidiram ambas as entidades estabelecer um protocolo de parceria.

Assim, com a assinatura do Protocolo de Apoio Mecenático a Fundação EDP vai apoiar financeiramente o CCV com uma verba de 56 mil euros (dividida pelos anos 2008 e 2009) com vista à aquisição de um moderno telescópio. Com este equipamento o CCV fica apetrechado para dinamizar múltiplas iniciativas disponibilizando ao público, em particular a jovens estudantes, o acesso a recursos tecnológicos que, para além de simples curiosidades, permitem estabelecer uma relação muito próxima com os métodos modernos de aplicações tecnológicas, nomeadamente na área da Astronomia.

Para além da aquisição do equipamento acima mencionado, a Fundação EDP ajudará a promover as actividades dinamizadas pelo CCV e cederá as instalações do Museu da Electricidade para que ocasionalmente o Centro Ciência Viva lá realize conferências e exposições.

No que concerne ao papel do CCV, esta entidade colaborará na dinamização e organização de eventos de carácter científico e pedagógico no Museu da Electricidade, com o intuito de aumentar a divulgação do tema da sustentabilidade e da biodiversidade.
Por CMC

Lutar com Palavras é a Luta Mais Vã.



Lutar com palavras é a luta mais vã. Entanto lutamos mal rompe a manhã. São muitas, eu pouco. Algumas, tão fortes como o javali. Não me julgo louco. Se o fosse, teria poder de encantá-las. Mas lúcido e frio, apareço e tento apanhar algumas para meu sustento num dia de vida. Deixam-se enlaçar, tontas à carícia e súbito fogem e não há ameaça e nem há sevícia que as traga de novo ao centro da praça.

Carlos Drummind de Andrade, in 'Poesia Completa'

A queda de um anjo.


Relendo Camilo Castelo Branco.

A Queda dum Anjo é o título de um romance satírico de Camilo Castelo Branco, escrito em 1866.

Nele o autor descreve a corrupção de Calisto Elói de Silos e Benevides de Barbuda, morgado de Agra de Freires, um fidalgo minhoto camiliano e o anjo do título, quando se desloca da província para Lisboa.

Uma das mais célebres obras literárias escrita por Camilo Castelo Branco. Descreve de maneira caricatural a vida social e política portuguesa e traz, ainda, um aspecto risível ao tratar, também, do desvirtuamento do Portugal antigo. É uma parábola humorística na qual o protagonista, Calisto, um fidalgo austero e conservador, encarna de maneira satírica o povo português. Ao ser eleito deputado, Calisto vai para Lisboa, onde se deixa corromper pelo luxo e pelo prazer que imperam na capital. Torna-se amante de uma prima distante, Ifigénia, uma relação reprovada pela sociedade puritana portuguesa. Outra atitude que provoca os princípios portugueses é a transição do personagem da posição política miguelista para a do partido liberal no governo. Ironicamente, a esposa de Calisto, Teodora, uma aldeã prosaica, imita-o na devassidão e é igualmente corrompida. Ao ser ignorada por Calisto, sucumbe ao prazer da modernidade juntamente com um primo interesseiro com quem tem um caso.

A sátira reside na descrição de personagens corruptos de maneira cômica. À princípio, percebe-se a defesa de uma tese, porém, o autor afrouxa essa idéia à medida em que a história vai se configurando. É uma obra que destoa do aspecto ultra-romântico de Camilo Castelo Branco, mas não deixa de pertencer a essa escola literária.

Eça de Queiroz.


Ó tio João,ouça cá!Sempre é certo você dizer por aí,pelos sítios,que el-rei D.Sebastião voltara?
O pitoresco velho apoiou as duas mãos sobre o cajado,o queixo de espalhada barba sobre as mãos,e murmurava,sem nos olhar,como seguindo a percussão dos seus pensamentos:
-Talvez voltasse,talvez não voltasse...Não se sabe quem vai,nem quem vem.A gente vê os corpos,mas não vê as almas que estão dentro.Há corpos de agora com almas de outrora.Corpo é vestido,alma é pessoa...


In a cidade e as serras.