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sexta-feira, 8 de maio de 2009

Antiga Cadeia.


Antiga Cadeia Municipal de Constância vai transformar-se em espaço cultural
Estão já a decorrer as obras de recuperação do edifício da antiga Cadeia Municipal, um imóvel localizado em pleno Centro Histórico de Constância.

Com um orçamento de cerca de 80 mil euros, um custo que será inteiramente suportado pelo orçamento municipal, esta empreitada terá um prazo de duração de aproximadamente quatro meses.

Pretendendo-se tornar o imóvel num espaço de índole cultural, a intervenção que agora decorre engloba a recuperação do imóvel mantendo a configuração, materiais e cores existentes, nomeadamente: reforço estrutural em betão armado ao nível da cobertura; picagens; rebocos; pinturas; substituição de cobertura e pavimentos; recuperação de madeiras, cantarias e serralharias; instalação de iluminação, climatização, segurança e rede estruturada (informática, telefones, som e projecção de vídeo).

Recorde-se que a antiga Cadeia do Concelho, situada na Rua Luís de Camões, é um edifício da grande relevância histórico-cultural que, após quase 100 anos na posse de particulares (o edifício foi arrematado em praça em 1914), retornou à propriedade e posse municipal na sequência de Despacho de 17-09-2007 do Tribunal Judicial de Abrantes sobre o processo de expropriação que foi desenvolvido pela Câmara.

Atendendo à localização privilegiada do imóvel e ao facto de provavelmente ser já o único edifício de arquitectura de matriz municipal que resta no nosso Concelho, o que lhe confere uma importância assaz singular do ponto de vista urbanístico no contexto do conjunto edificado do Núcleo Histórico de Constância, propõe-se o seu regresso à vida pública da vila, agora com uma utilização bem mais acolhedora, que abra as portas aos mais variados acontecimentos de índole cultural e lúdica – exposições, eventos, audições, colóquios e outras actividades –, dignificando o imóvel e constituindo-o, em simultâneo, como mais um pólo de interesse em Constância.
Por CMC

quinta-feira, 7 de maio de 2009

Nudez .



nem ouro, nem prata.
árvore verde.
nu, esse teu corpo breve,
livre de sombras –
como no dia do baptismo.
ainda sem nome.
sem voz ainda –
e uma voz presente.
sem tempo,
propondo outro tempo
sem presente.

teu filho,
maior do que um rosto
quase escondido.
teu colo,
acolhendo o mundo inteiro –
o peso, a leveza,
a obscuridade, o brilho
da montanha.

não encontro negrume
nessa face.
somente a negra luz
do sal da terra,
no forno que aquece o coração.

fria, apenas a manhã
em que partimos –
o cume da manhã
sobre a nascente.

nem ouro. nem prata.
a cor e o calor da madeira.
os pigmentos dessa alma
hoje encobertos –

abertos neste livro
e neste lume.

Ruy Ventura.

III Feira de Primavera .



Parque Ambiental de Santa Margarida
16 e 17 de Maio, das 15.00H às 20.00H
Descrição sumária da actividade: Esta é uma iniciativa de carácter ambiental e cultural que tem como grandes objectivos: contribuir para a salvaguarda do património natural e cultural da região; promover alguns produtos de produção biológica, artesanal e doméstica; sensibilizar para uma relação positiva entre o Homem e a Natureza. Durante a Feira decorrerão as seguintes actividades:

Venda de produtos de produção biológica, artesanal e doméstica;
Actuação de grupos etnográficos;
Visitas guiadas sobre o tema “Etnobotânica”;
Jogos tradicionais.

Por CMC

Exposição de Pintura | Sofia Henrique .


Exposição de Pintura | Sofia Henrique
"Metamorfose"
A sala do Posto de Turismo de Constância tem patente ao público até ao dia 24 de Maio uma exposição de pintura intitulada METAMORFOSE, da pintora Sofia Henrique.

O tema dá-se com a transformação e a mutação interior e física do nosso SER e da nossa OBRA.

Esta exposição, METAMORFOSE, resulta de uma altercação interna da autora e do modo como deixa fluir as ideias sobre a tela. A pintura nasce tal como uma borboleta sai da sua crisálida, apanha sol e num bater enérgico das suas asas … expõe-se, numa transformação mais ou menos profunda.

Os interessados poderão visitar esta exposição no Posto de Turismo de Constância nos dias úteis das 09:30H às 13:00H e das 14:30H às 17:30H e aos Sábados, Domingos e Feriados das 14:30H às 18:00H.
Por CMC

Frases Mágicas.


São aquelas pequenas frases que podem transformar um dia cinzento em algo colorido, são feitas de palavras de Alento, de Amor, de Ternura, de Carinho e de Esperança, e pronunciá-las ou ouvi-las no momento certo, pode fazer toda a diferença.

quarta-feira, 6 de maio de 2009

Gritar !




Aqui a acção simplifica-se
Derrubei a paisagem inexplicável da mentira
Derrubei os gestos sem luz e os dias impotentes
Lancei por terra os propósitos lidos e ouvidos
Ponho-me a gritar
Todos falavam demasiado baixo falavam e
[escreviam
Demasiado baixo

Fiz retroceder os limites do grito

A acção simplifica-se

Porque eu arrebato à morte essa visão da vida
Que lhe destinava um lugar perante mim

Com um grito

Tantas coisas desapareceram
Que nunca mais voltará a desaparecer
Nada do que merece viver

Estou perfeitamente seguro agora que o Verão
Canta debaixo das portas frias
Sob armaduras opostas
Ardem no meu coração as estações
As estações dos homens os seus astros
Trémulos de tão semelhantes serem

E o meu grito nu sobe um degrau
Da escadaria imensa da alegria

E esse fogo nu que me pesa
Torna a minha força suave e dura

Eis aqui a amadurecer um fruto
Ardendo de frio orvalhado de suor
Eis aqui o lugar generoso
Onde só dormem os que sonham
O tempo está bom gritemos com mais força
Para que os sonhadores durmam melhor
Envoltos em palavras
Que põem o bom tempo nos meus olhos

Estou seguro de que a todo o momento
Filha e avó dos meus amores
Da minha esperança
A felicidade jorra do meu grito

Para a mais alta busca
Um grito de que o meu seja o eco.

Paul Eluard, in "Algumas das Palavras"

Tabaco.

Antes.


Depois.




Fumar pode matar -
É um aviso!

Egoismo.


Há pessoas tão cheias de si, que quando estão apaixonadas, acham maneira de se ocupar da sua paixão, sem fazerem caso da pessoa a quem amam .

terça-feira, 5 de maio de 2009

Instrução.


Instruir é construir .

Todo o cuidado é pouco...

Êxtase.



Uma noite, ao canto de uma lua cheia,
cercado por estrelas
que reinam sobre a vasta escuridão

como uma pedrinha
longe na distância
meu coração saudoso
repousa sob tua sombra.

Sim, certamente
poderia ter-se perdido
no mar de todas as coisas,
mas seu brilho reflete
uma presença
que não pode ser vista impunemente.

Ressoam profundos desejos,
mantêm-se doces memórias,
como numa canção de ninar,
sempre cantarei teu nome junto ao meu,
como era para ser os nossos corações.

Felicidade, felicidade, felicidade
tudo o que era,
tudo o que não foi roubado,
e tudo o que poderá ser…

Como pétalas arrancadas cedo
pela fúria de uma tempestade,
ainda que seu talo sustenha uma flor
pode também esconder lágrimas
por um amor abandonado com desprezo.

A minha flor sobrevive ao inimaginável,
supera o banal,
desafia todos os temores e tristezas,
permanecendo aveludada,
aberta
encarando o céu
sempre.


Bianca Rossini

segunda-feira, 4 de maio de 2009

O Crime da Palavra;



Nenhum código, nenhuma instituição humana pode prevenir o crime moral que mata com uma palavra. Nisso consta a falha das justiças sociais; aí está a diferença que há entre os costumes da sociedade e os do povo; um é franco, outro é hipócrita; a um, a faca, à outra, o veneno da linguagem ou das ideias; a um a morte, à outra a impunidade.

Honoré de Balzac, in "O Contrato de Casamento"

Refúgio.


A maneira de deitar tudo cá para fora,
fantasmas,amores,tristezas e alegrias:
-Escrever alivia a alma.

Busca.



A mão da menina desliza
Sobre a folha branca

Talvez
Uma floresta
Um pássaro
Um gigante
Uma bomba
Um perdão

A mão da menina busca
A qualidade da palavra
Aprendida
Apreendida

A mão desliza
A menina experimenta
O prazer da expressão

Cida Sepulveda.

domingo, 3 de maio de 2009

Eugénio de Andrade.

Palavras para a Minha Mãe .




mãe, tenho pena. esperei sempre que entendesses
as palavras que nunca disse e os gestos que nunca fiz.
sei hoje que apenas esperei, mãe, e esperar não é suficiente.

pelas palavras que nunca disse, pelos gestos que me pediste
tanto e eu nunca fui capaz de fazer, quero pedir-te
desculpa, mãe, e sei que pedir desculpa não é suficiente.

às vezes, quero dizer-te tantas coisas que não consigo,
a fotografia em que estou ao teu colo é a fotografia
mais bonita que tenho, gosto de quando estás feliz.

lê isto: mãe, amo-te.

eu sei e tu sabes que poderei sempre fingir que não
escrevi estas palavras, sim, mãe, hei-de fingir que
não escrevi estas palavras, e tu hás-de fingir que não
as leste, somos assim, mãe, mas eu sei e tu sabes.

José Luís Peixoto

Mãe.


E tu, sozinho e pensativo na tua dor,
procurarás a tua mãe,
e nestes braços esconderás o teu rosto;
no seio que nunca muda terás repouso .

Um xi-coração para todas as mães do mundo.

Pernoitas em Mim .




pernoitas em mim
e se por acaso te toco a memória... amas
ou finges morrer

pressinto o aroma luminoso dos fogos
escuto o rumor da terra molhada
a fala queimada das estrelas

é noite ainda
o corpo ausente instala-se vagarosamente
envelheço com a nómada solidão das aves

já não possuo a brancura oculta das palavras
e nenhum lume irrompe para beberes

Al Berto, in 'Rumor dos Fogos'

sábado, 2 de maio de 2009

Mar azul.

Linguagem Violenta: a Única !




Linguagem violenta: a única.
A outra é: Sedução ou Submissão.
Ou seja, o mesmo medo: recear estar só.
Quando se fala, fala-se. No alto da matéria e do espirito.

Gonçalo M. Tavares, in "Investigações