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quarta-feira, 16 de maio de 2012

Poema sobre o amor eterno




'Inventaram um amor eterno. trouxeram-no em braços para o meio das pessoas e ali ficou, à espera que lhe falassem. mas ninguém entendeu a necessidade de sedução. pouco a pouco, as pessoas voltaram a casa convictas de que seria falso alarme, e o amor eterno tombou no chão. não estava desesperado, nada do que é eterno tem pressa, estava só surpreso. um dia, do outro lado da vida, trouxeram um animal de duzentos metros e mil bocas e, por ocupar muito espaço, o amor eterno deslizou para fora da praça. ficou muito discreto, algo sujo. foi como um louco o viu e acreditou nas suas intenções. carregou-o para dentro do seu coração, fugindo no exacto momento em que o animal de duzentos metros e mil bocas se preparava para o devorar valter hugo mãe, in 'contabilidade



segunda-feira, 14 de maio de 2012

No Amor Começa-se Sempre a Zero



Fazer um registo de propriedade é chato e difícil mas fazer uma declaração de amor ainda é pior. Ninguém sabe como. Não há minuta. Não há sequer um despachante ao qual o premente assunto se possa entregar. As declarações de amor têm de ser feitas pelo próprio. A experiência não serve de nada — por muitas declarações que já se tenham feito, cada uma é completamente diferente das anteriores. No amor, aliás, a experiência só demonstra uma coisa: que não tem nada que estar a demonstrar coisíssima nenhuma. É verdade — começa-se sempre do zero. Cada vez que uma pessoa se apaixona, regressa à suprema inocência, inépcia e barbárie da puberdade. Sobem-nos as bainhas das calças nas pernas e quando damos por nós estamos de calções. A experiência não serve de nada na luta contra o fogo do amor. Imaginem-se duas pessoas apanhadas no meio de um incêndio, sem poderem fugir, e veja-se o sentido que faria uma delas virar-se para a outra e dizer: «Ouve lá, tu que tens experiência de queimaduras do primeiro grau...» 

Pode ter-se sessenta anos. Mas no dia em que o peito sacode com as aurículas a brincar aos carrinhos-de-choque com os ventrículos, Deus Nosso Senhor carrega no grande botão «CLEAR» que mandou pôr na consola consoladora dos nossos corações. Esquece-se tudo. Que garfo usar com o peixe. Que flores comprar. Que palavras dizer. Que gravata com que raio de casaco hei-de usar? Sabe-se nada. Nicles. 
Olha-se para as mãos e parece uma cena de transformação dum filme de lobisomens — de onde outrora havia aqueles dedos tão ágeis e pianistas, brotam dez abortos de polegares. E o vinho entorna-se só de pensar nisso. E as solas dos sapatos passam a atrair magneticamente todos os excrementos caninos da cidade. E a voz que era toda FM Estéreo da Comercial quando vai para dizer «Gosto muito de ti» fica repentinamente Abelha Maia. 
Tenha-se 17 ou 71 anos, regressa-se automaticamente aos 13 — à terrível idade do Clearasil e das sensações como que de absorção. Quem se apaixona dá mesmo saltos no ar e diz «Uau!» quando o Pai deixa usar a pasta de dentes dele. Qual «ternura dos quarenta», qual bota da tropa cheia de minhocas! O amor é sempre uma anormalidade que provoca graves atrasos mentais. 

Miguel Esteves Cardoso, in 'Os Meus Problemas
.

sexta-feira, 11 de maio de 2012

Noite...

No escuro do passado
avivo a tua imagem na minha memória
Beijos teus olhos
lágrimas escorrem
no meu coração…

Á noite
o silêncio
o céu e a solidão…

quarta-feira, 9 de maio de 2012

Dica útil...


É necessário que nunca nos aborreçamos: caso contrário, aborrecemos os outros ...



segunda-feira, 7 de maio de 2012

Singela homenagem ao blog Acácia rubra

http://rubraacacia.blogspot.com/

Tudo indica que chegou ao fim.Foi sempre um enorme prazer,visitar-te,ler-te ,fizeste-me por vezes chorar,rir.Fui feliz.
Até sempre minha querida Acácia.



domingo, 6 de maio de 2012


Poema à Mãe

No mais fundo de ti, 
eu sei que traí, mãe 

Tudo porque já não sou 
o retrato adormecido
no fundo dos teus olhos.

Tudo porque tu ignoras
que há leitos onde o frio não se demora
e noites rumorosas de águas matinais.

Por isso, às vezes, as palavras que te digo
são duras, mãe,
e o nosso amor é infeliz.

Tudo porque perdi as rosas brancas
que apertava junto ao coração
no retrato da moldura.

Se soubesses como ainda amo as rosas,
talvez não enchesses as horas de pesadelos.

Mas tu esqueceste muita coisa;
esqueceste que as minhas pernas cresceram,
que todo o meu corpo cresceu,
e até o meu coração
ficou enorme, mãe!

Olha — queres ouvir-me? —
às vezes ainda sou o menino
que adormeceu nos teus olhos;

ainda aperto contra o coração
rosas tão brancas
como as que tens na moldura;

ainda oiço a tua voz:
Era uma vez uma princesa
no meio de um laranjal...

Mas — tu sabes — a noite é enorme,
e todo o meu corpo cresceu.
Eu saí da moldura,
dei às aves os meus olhos a beber,

Não me esqueci de nada, mãe.
Guardo a tua voz dentro de mim.
E deixo-te as rosas.

Boa noite. Eu vou com as aves.


Eugénio de Andrade

sábado, 5 de maio de 2012

Literatura.

Camilo Castelo Branco
Mistérios de Lisboa.


Sinopse

Com esta frase, que nos coloca em pleno mistério, inicia Camilo aquele que seria o seu segundo romance, editado em 1854 mas publicado originalmente em folhetins no diário portuense O Nacional. Influenciado pelo romance-folhetim em voga na época, Mistérios de Lisboa mergulha-nos num turbilhão imparável de aventuras e desventuras, coincidências e revelações, sentimentos e paixões violentos, vinganças, amores desgraçados e ilegítimos de que o leitor não consegue libertar-se até à última página. Com uma galeria de personagens inesquecíveis, como o Padre Dinis, que de aristocrata e libertino se converte em justiceiro, assumindo diversas identidades, estes Mistérios de Lisboa ultrapassam, quer as fronteiras do género em que se inspiraram — como bem nota João Tordo no Prefácio a este edição —, quer as dessa Lisboa que a obra percorre, mas onde chegam ou de onde partem para França, Inglaterra, África, Brasil todos os piratas, ciganos, aristocratas, burgueses, mulheres de má nota, santas, assassinas, desgraçadas e venturosas personagens que por aqui se cruzam… Uma viagem pela alma humana e pelo século XIX, como pelos meandros de uma cidade.

quinta-feira, 3 de maio de 2012

Silêncio da Lua...


No silêncio da lua existe o sonho
que flutua sobre o mar
navega em nuvens de prata
risonho
sonhando em amar…


Amar é ter a Lua dentro de nós
raios de luar
de prata a flutuar ...


E a Lua atravessa o mar
Iluminado por raios de luar
rumo ao amanhecer
De amar e mais amar...

terça-feira, 1 de maio de 2012

sábado, 28 de abril de 2012

Não penses.


 Que raio de mania essa de estares sempre a querer pensar. Pensar é trocar uma flor por um silogismo, um vivo por um morto. Pensar é não ver. Olha apenas, vê. Está um dia enorme de sol. Talvez que de noite, acabou-se, como diz o filósofo da ave de Minerva. Mas não agora. Há alegria bastante para se não pensar, que é coisa sempre triste. Olha, escuta. Nas passagens de nível, havia um aviso de «pare, escute, olhe» com vistas ao atropelo dos comboios. É o aviso que devia haver nestes dias magníficos de sol. Olha a luz. Escuta a alegria dos pássaros. Não penses, que é sacrilégio. 

Vergílio Ferreira

sexta-feira, 27 de abril de 2012

Verso e reverso...




desligo-me
mas não consigo
continuas presente
no meu desejo
ardente...

Assim como a Lua
as estrelas a brilhar
a rua
o Céu
e o mar...

Fazes parte
do meu universo
és a minha sombra
o meu reflexo
o verso e o reverso..

quarta-feira, 25 de abril de 2012

domingo, 22 de abril de 2012

Janela do meu mundo...

Ondas que rebentam
sobre a areia da praia
espuma branca
dissolvem a marca dos meus pensamentos...

Tudo desaparece
numa neblina cinzenta cerrada
olho o horizonte
e penso...

És um sonho
que eu quero sonhar
ao acordar
um rio que desagua em mim
num (a)mar sem fim...

És flor do campo
lágrima e meu encanto
luz da minha vida
janela do meu mundo
meu pranto...

sábado, 21 de abril de 2012

Literatura.

Sinopse.

Desde a criação da Mossad, em Março de 1951, que os seus agentes se dedicam a procurar os inimigos do Estado de Israel nos locais mais recônditos do planeta. A primeira operação "politicamente" autorizada por um chefe de governo à unidade de Nokmin (Vingadores) aconteceria em Maio de 1960, quando David Ben-Gurion permitiu a Isser Harel o rapto e posterior mudança para Israel de Adolf Eichmann, um dos maiores responsáveis da "Solução Final" nazi, que vivia sob outra identidade na cidade de Buenos Aires. Eichmann seria condenado à forca em 1962.


Boas leituras e bom fim de semana.

sexta-feira, 20 de abril de 2012


Um olhar para o mundo.


Dentro de mim
há um poço sem fundo
onde por vezes me sento
penso 
e olho o mundo...
Em dias de sol
raios brilhantes
penetram no seu interior
refletem profundamente
o sentir
o viver
o amor..
.

quarta-feira, 18 de abril de 2012

Felicidade...




"A felicidade é como o vidro; tem, como ele, o brilho e a fragilidade."
















segunda-feira, 16 de abril de 2012

Literatura.



O Céu Existe Mesmo de Lynn Vincent, Todd Burpo

Sinopse
Colton Burpo tinha quatro anos quando foi operado de urgência. Meses mais tarde, começou a falar daquelas breves horas em que esteve entre a vida e a morte, e da sua extraordinária visita ao céu. O seu relato só agora foi revelado pelos pais. E tornou-se num fenómeno editorial sem precedentes.
Foi em 2003 que o pequeno Colton, sentado na sua cadeirinha no banco de trás do carro, começou a falar sobre os anjos que o tinham visitado durante a operação à apendicite aguda... O pai, sacerdote, nem queria acreditar. Estacionou, respirou fundo, e fez algumas perguntas ao filho. E o miúdo respondeu, sem dar muita importância ao assunto. Falou do que viu, dos seus encontros com Deus e com Jesus, das visões que teve durante a cirurgia, da mãe e do pai a rezarem enquanto ele era operado. Foi apenas o início. Colton tinha de facto visitado o céu, e trazia consigo uma importante mensagem para partilhar.

sábado, 14 de abril de 2012

Suspiro meu amor...

Gosto de flores
de orquidias
jardins de todas as cores
de teu perfume que não cheiro
mas sinto meu amor...

da tua pele
quando acaricio teu corpo
dos teus lábios doces
do teu sabor a mel...

gosto de ti
quero ficar contigo
suspiro meu amor
tu és o meu abrigo
o meu jardim em flor...

quero abrigar-me no teu abraço
sentir os teus odores
 adormecer no teu regaço
em sonhos de todas as cores...




quarta-feira, 11 de abril de 2012



Na minha mente sinto
o afago dos teus abraços
a quentura da tua boca...

Oiço longe a tua voz
sumida
ardente
rouca de paixão...

O que será de mim
o que será de nós...

Se o sentir está dentro de ti
sentindo eu o que tu sentes
este desejo permanente
constante de te abraçar
e dizer baixinho
que te amo
constantemente...

domingo, 8 de abril de 2012

Meu astro rei brilhante...

Hoje poderia escrever um poema
tudo em meu redor é poesia
as palavras não existem
sorrio...




As flores o perfume                                                                     
tudo o que me envolve
teu corpo
o amor que me enlaça
meu astro rei brilhante 
balada que me abraça...

Hoje poderia escrever um poema
mas não existem palavras
para expressar o meu amor
apenas olho os teus olhos
e no silêncio do nosso olhar 
te ofereço uma flor...