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quarta-feira, 29 de outubro de 2008
Aleitamento.
Mamá – mama – mãe
Bebê pedindo
O sustento,
O alimento
Que vem do peito.
Do peito jorra
Todas as proteínas
E tudo que o bebê
Tem direito...
Mãe, dê o peito
Filho toma o peito,
Que é perfeito
para teu sustento e desenvolvimento!
O colostro é necessário,
Para imunização do novo ser,
São as primeiras gotas
Que o bebê recebe
Logo ao nascer!
Gotas que aos poucos vão se dissolvendo
Vão se tornando um líquido esbranquiçado
Aquele filete divino
Por Deus abençoado!
Até os seis meses,
Nada mais se dá ao rebento
Apenas o leite materno
É necessário
Ao seu sustento.
Não existe leite fraco
Isto é mito, é pura invenção
É conversa de quem nada entende
Coisas da era da desinformação.
Eutanásia-para refletir.
Dá para pensar...
Ontem, eu e minha esposa estávamos sentados na sala, a falar das muitas coisas da vida.
Estávamos a falar de viver e morrer.
Então eu disse-lhe :
Nunca me deixes viver num estado vegetativo, dependendo de uma máquina e de líquidos..
Se me vires nesse estado, desliga tudo o que me mantém vivo, ok?
Vocês acreditam que a filha da mãe se levantou, desligou a televisão e deitou fora a cerveja que eu estava a beber?
terça-feira, 28 de outubro de 2008
Indiferença.
Partes de mim.
Uma parte de mim
é todo mundo:
outra parte é ninguém:
fundo sem fundo.
Uma parte de mim
é multidão:
outra parte estranheza
e solidão.
Uma parte de mim
pesa, pondera:
outra parte
delira.
Uma parte de mim
almoça e janta:
outra parte
se espanta.
Uma parte de mim
é permanente:
outra parte
se sabe de repente.
Uma parte de mim
é só vertigem:
outra parte,
linguagem.
Traduzir uma parte
na outra parte
- que é uma questão
de vida ou morte -
será arte?
Ferreira Gullar
Redaxão
Texto (verídico) retirado de uma prova livre de Língua Portuguesa, realizada por um aluno do 9º ano, numa Escola Secundária das Caldas da Rainha (para ler, estarrecer e reflectir...!!!)
REDAXÃO
'O PIPOL E A ESCOLA'
Eu axo q os alunos n devem d xumbar qd n vam á escola. Pq o aluno tb tem
Direitos e se n vai á escola latrá os seus motivos pq isto tb é perciso ver q
á razões qd um aluno não vai á escola. Primeiros a peçoa n se sente motivada
Pq axa q a escola e a iducação estam uma beca sobre alurizadas.
Valáver, o q é q intereça a um bacano se o quelima de trásosmontes é munto
Montanhoso? Ou se a ecuação é exdruxula ou alcalina? Ou cuantas estrofes tem
Um cuadrado? Ou se um angulo é paleolitico ou espongiforme? Hã?
E ópois os setores ainda xutam preguntas parvas tipo cuantos cantos tem 'os
Lesiades''s, q é um livro xato e q n foi escrevido c/ palavras normais mas q no
Aspequeto é como outro qq e só pode ter 4 cantos comós outros, daaaah.
Ás veses o pipol ainda tenta tar cos abanos em on, mas os bitaites dos profes
até dam gomitos e a Malta re-sentesse, outro dia um arrotou q os jovens n tem
Abitos de leitura e q a Malta n sabemos ler nem escrever e a sorte do gimbras
Foi q ele h-xoce bué da rapido e só o 'garra de lin-chao' é q conceguiu
Assertar lhe com um sapato. Atão agora aviamos de ler tudo qt é livro desde o
Camóes até á idade média e por aí fora, qués ver???
O pipol tem é q aprender cenas q intressam como na minha escola q á um curço
De otelaria e a Malta aprendemos a faser lã pereias e ovos mois e piças de
Xicolate q são assim tipo as pecialidades da rejião e ópois pudemos ganhar um
Gravetame do camandro. Ah poizé. Tarei a inzajerar?
(Enviado por email)
REDAXÃO
'O PIPOL E A ESCOLA'
Eu axo q os alunos n devem d xumbar qd n vam á escola. Pq o aluno tb tem
Direitos e se n vai á escola latrá os seus motivos pq isto tb é perciso ver q
á razões qd um aluno não vai á escola. Primeiros a peçoa n se sente motivada
Pq axa q a escola e a iducação estam uma beca sobre alurizadas.
Valáver, o q é q intereça a um bacano se o quelima de trásosmontes é munto
Montanhoso? Ou se a ecuação é exdruxula ou alcalina? Ou cuantas estrofes tem
Um cuadrado? Ou se um angulo é paleolitico ou espongiforme? Hã?
E ópois os setores ainda xutam preguntas parvas tipo cuantos cantos tem 'os
Lesiades''s, q é um livro xato e q n foi escrevido c/ palavras normais mas q no
Aspequeto é como outro qq e só pode ter 4 cantos comós outros, daaaah.
Ás veses o pipol ainda tenta tar cos abanos em on, mas os bitaites dos profes
até dam gomitos e a Malta re-sentesse, outro dia um arrotou q os jovens n tem
Abitos de leitura e q a Malta n sabemos ler nem escrever e a sorte do gimbras
Foi q ele h-xoce bué da rapido e só o 'garra de lin-chao' é q conceguiu
Assertar lhe com um sapato. Atão agora aviamos de ler tudo qt é livro desde o
Camóes até á idade média e por aí fora, qués ver???
O pipol tem é q aprender cenas q intressam como na minha escola q á um curço
De otelaria e a Malta aprendemos a faser lã pereias e ovos mois e piças de
Xicolate q são assim tipo as pecialidades da rejião e ópois pudemos ganhar um
Gravetame do camandro. Ah poizé. Tarei a inzajerar?
(Enviado por email)
segunda-feira, 27 de outubro de 2008
E por vezes.
E por vezes duram meses
E por vezes o meses oceanos
E por vezes os braços que apertamos
nunca mais são os mesmos E por vezes
encontramos de nós em poucos meses
o que a noite nos fez em muitos anos
E por vezes fingimos que lembramos
E por vezes lembramos que por vezes
ao tomarmos o gosto aos oceanos
só o sarro da noites não dos meses
lá no fundo dos copos encontramos
E por vezes sorrimos ou choramos
E pro vezes por vezes ah por vezes
num segundo se evolam tantos anos
(David Mourão-Ferreira)
Aleitamento materno.
domingo, 26 de outubro de 2008
Árvores.
Não me leves a mal,perdoa...
Não leves a mal, perdoa...
Mas a frieza que eu ponho
Nos meus beijos —
Não é cansaço, nem tédio.
O teu corpo
Tem o charme necessário
Para iludir ou prender,
E a tua boca
Tem o aroma dos cravos —
À tarde, ao anoitecer.
Não é cansaço, nem tédio.
É somente uma certeza
Que eu não sei como surgiu
Aqui — no meu coração:
Não, amor; não és aquele
Que o meu sonho distinguiu...
— Não queiras a realidade.
A realidade mentiu...
António Botto.
O vil metal.
Ouro amarelo, fulgurante, ouro precioso! (...) Basta uma porção dele para fazer do preto, branco; do feio, belo; do errado, certo; do baixo, nobre; do velho, jovem; do cobarde, valente. Ó deuses!, por que isso? O que é isso, ó deuses? (...) [O ouro] arrasta os sacerdotes e os servos para longe do seu altar, arranca o travesseiro onde repousa a cabeça dos íntegros. Esse escravo dourado ata e desata vínculos sagrados; abençoa o amaldiçoado; torna adorável a lepra repugnante; nomeia ladrões e confere-lhes títulos, genuflexões e a aprovação na bancada dos senadores. É isso que faz a viúva anciã casar-se de novo (...). Venha, mineral execrável, prostituta vil da humanidade (...) eu o farei executar o que é próprio da sua natureza.
William Shakespeare, in "Timão de Atenas"
sábado, 25 de outubro de 2008
Higiéne íntima.
Marc-Antoine Jacoud é conhecido como o inventor do bidé. Uma invenção francesa do final do século XVII ou do começo do XVIII, embora não se saiba exactamente a data e o inventor.
Existem teorias de que seu inventor seja Christophe Des Rosiers. Marceneiro da Família Real Francesa, pois a rainha de França, segundo ditos da própria história, sentia-se "suja", em não ter um recipiente para lavar as suas partes íntimas, encomendou tal peça aos marceneiros reais, os quais montaram uma peça em madeira, adaptada ao seu corpo.
A mais antiga referência escrita de que se tem notícia, a respeito do bidé data de 1710, mas só por volta de 1900, graças às melhorias dos sistemas de canalização das cidades, o bidé saiu do quarto e foi para o banheiro.
Detrás do espelho.
sou um rato
que comanda o mundo
que me comanda
os animais não verbalizam
mas (também) sentem
decidem
respondendo ao desafio
da sobrevivência
acumulando, estocando energia
sou um rato na troca permanente
de energia:
passado e presente
— indissociáveis:
sinergia.
II
sendo um rato, penso
por ação
acaso mentalizo
sem palavras
— reação.
o desafio é extremo!!! constante
o caminho da harmonia é arriscado
— entropia
fúria desintegradora da matéria
na dissolução dos elementos
(na individuação
do ente)
III
sendo um rato, uma dor de dente
perturba minhas convicções mais profundas
me desentranha;
a carência de proteína desfaz
a minha fé.
o espelho, do outro lado,
não me reflete
mas reflito:
a multiplicação / decadência
do da
(argumento de momento)
adensar-me de fora para dentro
estender-me
— extensão de mim
na resignificação desesperada
agÔnica.
IV
do lá de cá do espelho
há uma outra realidade
questiono
sobre a metade
amputada.
não consigo estar sozinho.
V
em sendo rato desenvolvo
meu olfato, meu tato
em contato com o mundo
minha pele é sensível e me orienta
pelo diálogo!!! pela dialética
(positivo – negativo)
dos confrontos, dos contrários
dos desencontros
(in)formação em meu sangue circulante
minha transformação
meus dedos pensantes
minhas mãos falantes
— meus horizontes
minhas penas, minhas pernas, meus ossos
instintos, intestinos, testículos
sentimentos, trocando experiência
com as pedras
os ventos
por alamedas (in)corpóreas
no ciclo tautológico do universo:
no entanto, portanto, me reciclo.
VI
um homem sem memória (que) se extingue
se desintegra regenera / recupera;
excede
na irreversibilidade da fatal
idade : paixão irreversível
na (des)organização sistêmica
endêmica, interdependência, instância
circunstância = homeostasia.
pré(conceitos) — convicções em crise
(re)(in)duzindo (in)certezas...
sentimentos em suspenso
transfiro minhas energias, matérias
cromossomos:
sobreviver é preciso
criar, recriar, fazer e refazer (-me)
indis pensável!!!
na irreversibilidade, na errância
(equilíbrio insustentável)
VII
sendo rato em relação com o mundo
— que se adensa em camadas de conflito
em reações e rearranjos
(in)controláveis, incontornáveis:
o nome se refaz, se renova
nas relações fortuitas, encontros azarosos
tentativas antinaturais de acomodação
que se desfazem pela inércia
que se auto-dissolvem
na corrente natural da
consciência / existência
(matéria e energia)
des / informação
desconstrução absoluta
abocanhando, ruminando, vomitando
padrões de relação / relações monitoradas
impossível parar!!! e sem retorno.
Luz! Esplendor!
o espelho reverberando
poder da tradição = fator de renovação
(Poema de António Miranda)
Frases de fim de semana!
sexta-feira, 24 de outubro de 2008
Viagens na minha terra.
Relendo Almeida Garrett
Resumo
“Viagens na Minha Terra”, pode ser considerado um romance contemporâneo. Um livro difícil de enquadrar em género literário, pelo hibridismo que apresenta, além da viagem que de facto acontece, paralelamente o autor conta um romance sentimental.
O conteúdo da obra, parte, como já dissemos, de um facto real, uma viagem que Garrett fez a Santarém e que teve o cuidado de situar no tempo. Além da viagem real, Garrett, faz nas suas divagações, várias viagens paralelas. Tantas e tais viagens, que numa delas o leva justamente, e pela mão de um companheiro de itinerário, a centrar-se no drama sentimental de Carlos e a”menina dos rouxinóis”- Joaninha.
Resumo
“Viagens na Minha Terra”, pode ser considerado um romance contemporâneo. Um livro difícil de enquadrar em género literário, pelo hibridismo que apresenta, além da viagem que de facto acontece, paralelamente o autor conta um romance sentimental.
O conteúdo da obra, parte, como já dissemos, de um facto real, uma viagem que Garrett fez a Santarém e que teve o cuidado de situar no tempo. Além da viagem real, Garrett, faz nas suas divagações, várias viagens paralelas. Tantas e tais viagens, que numa delas o leva justamente, e pela mão de um companheiro de itinerário, a centrar-se no drama sentimental de Carlos e a”menina dos rouxinóis”- Joaninha.
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