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terça-feira, 27 de abril de 2010

Penso,logo quero...


Penso
combino idéias
reflito
formo opinião
medito...
Planejo
imagino
coagito
cismo
logo existo...
Penso demoradamente
com insistência
examino
aprecio
em consciência...
Penso
logo considero
tenho em conta
dou atenção
examino
provo
logo quero...

segunda-feira, 26 de abril de 2010

Roxo de Lilás.




Lilás
cor da alquimia
energia cósmica
inspiração espiritual
magia...

Lilás
arbusto de delicado perfume
teus odores
libertam paixão
amores
ciúme.

mundo lilás
força e vida
roxo de paixão
vida colorida...

Lilás
influente nas emoções
intituitivo
roxo de tristeza
prosperidade
nobreza...

domingo, 25 de abril de 2010

Paz e serenidade em todos os corações!



Quem estiver de acordo com a idéia ,leve e passse adiante.

"Esquecidos da história..."


Um bem haja para a guarnição do NRP Gago Coutinho (25 de Abril de 1974)


Integrada numa força NATO, a fragata rumava à saída da barra quando foi mandada retroceder, abandonando a formatura e colocando-se em frente ao Terreiro do Paço. Esta ordem veio do Estado-Maior da Armada;
O Imediato na asa da ponte de EB informa o Com.te do navio que a posição da Marinha para com o movimento é de neutralidade activa;
O Almirante Jaime Lopes dá ordem ao Com.te do navio para abrir fogo sobre os tanques do Exército posicionados no Terreiro do Paço;
O Com.te do navio não cumpre a ordem, alegando que estava muita gente no Terreiro do Paço e, também, que vários cacilheiros se encontravam nas proximidades;
O Com.te do navio recebe ordens para fazer fogo de salva;
O Com. .te do navio dá ordem ao Chefe do Serviço de Artilharia para fazer fogo de salva;
O C.S Artilharia recusa-se, chamando a atenção do Com.te do navio para o Imediato que tinha algo a dizer;
O Imediato reafirma a intenção dos oficiais se recusarem a abrir fogo mesmo de salva;
O Com.te do navio em crescente histeria, exonera do seu cargo o Imediato. Os oficiais a seguir convidados a assumirem o cargo recusaram;
Os oficiais mantêm-se disciplinadamente, a cumprir ordens do Com.te, excepto a de abrir fogo;
Pelas 13H20 o Com.te reúne-se com os oficiais na câmara. Em cima da mesa coloca uma pasta de arquivo verde, onde se pôde ver inscrita a palavra “Revolução”.
Após ter inquirido, um a um, todos os oficiais, começando pelo mais moderno, sobre se mantinham a sua posição de recusa de abrir fogo, o Com.te do navio considerou todos os oficiais insubordinados;
No final da reunião, que terminou antes da rendição do Presidente do Conselho de Ministros, Marcelo Caetano, no Quartel do Carmo, o Com.te do navio realçou explicitamente a necessidade de cada um de nós não se esquecer da posição que tinha assumido, pois ele não se esqueceria.”
Quanto a mim, a coragem e determinação destes Homens que mesmo sabendo que correriam riscos, se recusaram a cumprir uma ordem que teria consequências imprevisíveis para o resultado do 25 de Abril, merece ser lembrada.

Fonte: Anais do Clube Militar Naval .

Anonimato


Como é bom viver no anonimato,sem gente conhecida,viver fora da verdade,mentirmos a nós próprios,enfim viver mascarado.

Conquista.




Livre não sou, que nem a própria vida
Mo consente.
Mas a minha aguerrida
Teimosia
É quebrar dia a dia
Um grilhão da corrente.

Livre não sou, mas quero a liberdade.
Trago-a dentro de mim como um destino.
E vão lá desdizer o sonho do menino
Que se afogou e flutua
Entre nenúfares de serenidade
Depois de ter a lua!

Miguel Torga, in 'Cântico do Homem'

sábado, 24 de abril de 2010

Liberdade .




— Liberdade, que estais no céu...
Rezava o padre-nosso que sabia,
A pedir-te, humildemente,
O pio de cada dia.
Mas a tua bondade omnipotente
Nem me ouvia.

— Liberdade, que estais na terra...
E a minha voz crescia
De emoção.
Mas um silêncio triste sepultava
A fé que ressumava
Da oração.

Até que um dia, corajosamente,
Olhei noutro sentido, e pude, deslumbrado,
Saborear, enfim,
O pão da minha fome.
— Liberdade, que estais em mim,
Santificado seja o vosso nome.

Miguel Torga, in 'Diário XII'

Moderação de comentários.


Este blog faz dois anos dia 1 De Maio.Os comentários sempre foram livres mas,por motivos alheios á minha vontade, a partir do momento serão pré visionanos.

Espero que me compreendam e desculpem.

Sou velho de mais para censurar, mas suficientemente jovem para agir .

O Assombro da Incoerência do Nosso Ser .



Sou um mero espectador da vida, que não tenta explicá-la. Não afirmo nem nego. Há muito que fujo de julgar os homens, e, a cada hora que passa, a vida me parece ou muito complicada e misteriosa ou muito simples e profunda. Não aprendo até morrer - desaprendo até morrer. Não sei nada, não sei nada, e saio deste mundo com a convicção de que não é a razão nem a verdade que nos guiam: só a paixão e a quimera nos levam a resoluções definitivas.

O papel dos doidos é de primeira importância neste triste planeta, embora depois os outros tentem corrigi-lo e canalizá-lo... Também entendo que é tão difícil asseverar a exactidão dum facto como julgar um homem com justiça.
Todos os dias mudamos de opinião. Todos os dias somos empurrados para léguas de distância por uma coisa frenética, que nos leva não sei para onde. Sucede sempre que, passados meses sobre o que escrevo - eu próprio duvido e hesito. Sinto que não me pertenço...
É por isso que não condeno nem explico nada, e fujo até de descer dentro de mim próprio, para não reconhecer com espanto que sou absurdo - para não ter de discriminar até que ponto creio ou não creio, e de verificar o que me pertence e o que pertence aos mortos. De resto isto de ter opiniões não é fácil. Sempre que me dei a esse luxo, fui forçado a reconhecer que eram falsas ou erróneas.

Raul Brandão, in " Se Tivesse de Recomeçar a Vida "

sexta-feira, 23 de abril de 2010

Retrato de Mulher Triste




Vestiu-se para um baile que não há.
Sentou-se com suas últimas jóias.
E olha para o lado, imóvel.

Está vendo os salões que se acabaram,
embala-se em valsas que não dançou,
levemente sorri para um homem.
O homem que não existiu.

Se alguém lhe disser que sonha,
levantará com desdém o arco das sobrancelhas,
Pois jamais se viveu com tanta plenitude.

Mas para falar de sua vida
tem de abaixar as quase infantis pestanas,
e esperar que se apaguem duas infinitas lágrimas.

Cecília Meireles, in 'Poemas (1942-1959)'

As Pessoas são Como os Envelopes




As pessoas e os encontros, por vezes, são como os envelopes bem endereçados que recebemos. Sabe-se o nome e a morada, mas não se sabe o que vem lá dentro. Será uma conta a pagar, um convite, um folheto de publicidade? Será uma cunha, umas boas festas? É que o envelope rasga-se e depois vê-se o que vem lá dentro. As intenções do coração vêm sempre ao de cima, não há máscara que lhes resista...

(Padre) Vasco Pinto de Magalhães, in 'Não Há Soluções, Há Caminhos'

A propósito do dia mundial dos livros...


Os livros têm os mesmos inimigos que o homem: o fogo, a humidade, os bichos, o tempo; e o seu próprio conteúdo .

quinta-feira, 22 de abril de 2010

Palavras


As palavras não significam nada se não forem recebidas como um eco da vontade de quem as ouve.

(Augustina Bessa luís.)

Chamar a Si Todo o Céu com um Sorriso




que o meu coração esteja sempre aberto às pequenas
aves que são os segredos da vida
o que quer que cantem é melhor do que conhecer
e se os homens não as ouvem estão velhos

que o meu pensamento caminhe pelo faminto
e destemido e sedento e servil
e mesmo que seja domingo que eu me engane
pois sempre que os homens têm razão não são jovens

e que eu não faça nada de útil
e te ame muito mais do que verdadeiramente
nunca houve ninguém tão louco que não conseguisse
chamar a si todo o céu com um sorriso

E. E. Cummings, in "livrodepoemas"

Todo o Mal Provém não da Privação mas do Supérfluo




Ser feliz é, afinal, não esperar muito da felicidade, ser feliz é ser simples, desambicioso, é saber dosear as aspirações até àquela medida que põe o que se deseja ao nosso alcance. Pegando de novo em Tolstoi, que vem sendo em mim um padrão tutelar, lembremos de novo um dos seus heróis, o príncipe Pedro Bezoukhov (do romance 'Guerra e Paz'). As circunstâncias fizeram-no conviver no cativeiro com um símbolo da sabedoria popular, um tal Karataiev. Pois esse companheirismo desinteressado e genuíno, esse encontro com a vida crua mas desmistificadora, não só modificaram o príncipe Pedro como lhe revelaram o que ele precisava de saber para atingir o que nós, pobres humanos, debalde perseguimos: a coerência, a pacificação interior, que são correctivos da desventura.

Tolstoi salienta-nos que Pedro, após essa vivência, apreendera, não pela razão mas por todo o seu ser, que o homem nasceu para a felicidade e que todo o mal provém não da privação mas do supérfluo, e que, enfim, não há grandeza onde não haja verdade e desapego pelo efémero. Isto, aliás, nos é repetido por outra figura de Tolstoi, a princesa Maria, ao acautelar-nos com esta síntese desoladora: «Todos lutam, sofrem e se angustiam, todos corrompem a alma para atingir bens fugazes».

Fernando Namora, in 'Sentados na Relva'

quarta-feira, 21 de abril de 2010

Alegria


Não se descuide de ser alegre - só a alegria dá alma e luz à Ironia, à Santa Ironia - que sem ela não é mais que uma amargura vazia .

Eça de Queiroz.

Roda dos Livros



CONCURSO CONCELHIO O Município de Constância e o Agrupamento de Escolas Luís de Camões, através da Biblioteca Municipal Alexandre O´Neill e da Biblioteca Escolar Carlos Cécio, irão realizar no dia 23 de Abril, a final do Concurso Concelhio Roda de Livros.

Nesta iniciativa terá lugar a eliminatória do 1º Ciclo, através de uma 1ª fase com uma prova escrita, tipo americano, com perguntas de vários graus de dificuldade, sendo apurados 7 concorrentes. Na 2ª fase, cada um dos 7 participantes do 1º e 2º Ciclos, juntamente com um familiar, formarão equipas, para se apurarem os vencedores.

No final deste evento, serão entregues prémios aos vencedores do 1º e 2º Ciclos do Concurso Concelhio e ao 3º Ciclo e Secundário do Concurso Nacional, como recompensa pela generosa e empenhada participação neste concurso.

Este concurso pretende promover, entre os alunos, o prazer de ler, o estímulo e o gosto pela leitura e o contacto com os livros, com a certeza de que só com a leitura se tornarão seres humanos mais completos.

Aberta à comunidade em geral, esta actividade está agendada para o dia 23 de Abril (sexta-feira), pelas 21.00H, no Cine Teatro Municipal de Constância.

Para informações ou esclarecimentos adicionais devem contactar a Biblioteca Municipal Alexandre O´Neill, através do telefone 249 739 367 ou o e-mail biblioteca@cm-constancia.pt, ou ainda a Biblioteca Escolar Carlos Cécio, através do telefone 249730290 e e-mail biblioteca.carloscecio@gmail.com.


Leia mais. Viva mais.

Por CMC

Tentação.




Eu não resistirei à tentação,
não quero que de mim possas perder-te,
que só na fonte fria da razão
renasça a minha sede de beber-te.

Eu não resistirei à tentação
de quanto adivinhei nesta amargura:
um sim que só assalta quem diz não,
um corpo que entrevi na selva escura.

Resistirei a te chamar paixão,
a te perder nos versos, nas palavras:
mas não resistirei à tentação
de te dizer que o céu é o que rasa

a luz que nos teus olhos eu perdi
e que na terra toda não mais vi.

Luis Filipe Castro Mendes, in "Os Amantes Obscuros"

terça-feira, 20 de abril de 2010

Um Sentido Para a Vida ...




Valeu-me a pena viver? Fui feliz, fui feliz no meu canto, longe da papelada ignóbil. Muitas vezes desejei, confesso-o, a agitação dos traficantes e os seus automóveis, dos políticos e a sua balbúrdia - mas logo me refugiava no meu buraco a sonhar. Agora vou morrer - e eles vão morrer.
A diferença é que eles levam um caixão mais rico, mas eu talvez me aproxime mais de Deus. O que invejei - o que invejo profundamente são os que podem ainda trabalhar por muitos anos; são os que começam agora uma longa obra e têm diante de si muito tempo para a concluir. Invejo os que se deitam cismando nos seus livros e se levantam pensando com obstinação nos seus livros. Não é o gozo que eu invejo (não dou um passo para o gozo) - é o pedreiro que passa por aqui logo de manhã com o pico às costas, assobiando baixinho, e já absorto no trabalho da pedra.

Se vale a pena viver a vida esplêndida - esta fantasmagoria de cores, de grotesco, esta mescla de estrelas e de sonho? ... Só a luz! só a luz vale a vida! A luz interior ou a luz exterior. Doente ou com saúde, triste ou alegre, procuro a luz com avidez. A luz é para mim a felicidade. Vivo de luz. Impregno-me, olho-a com êxtase. Valho o que ela vale. Sinto-me caído quando o dia amanhece baço e turvo. Sonho com ela e de manhã é a luz o meu primeiro pensamento. Qualquer fio me prende, qualquer reflexo me encanta. E agora mais doente, mais perto do túmulo, busco-a com ânsia.

Raul Brandão, in " Se Tivesse de Recomeçar a Vida "

Literatura


Roberta é uma jovem livreira em plena crise existencial e conjugal - Oscar, o marido, com quem casou contra a opinião de toda a gente, revela-se incapaz de responder às suas necessidades e de assumir as responsabilidades de uma família.

Uma dolorosa reflexão leva Roberta a percorrer o passado e a descobrir as raízes do seu mal-estar, que remontam à infância, passada no meio dos afectos envolventes da família paterna, onde a mãe, Malvina, brilhava pela ausência. Feminista convicta no período turbulento de 68, Malvina escolhera viver de acordo com os seus princípios e confia a filha ao companheiro. Desta situação vão nascer, ao longo do tempo, dramas, mal-entendidos, conflitos mal resolvidos e também segredos há muito guardados. E é apenas ao dissipar estas sombras que Roberta vai conseguir superar a crise e reconciliar-se consigo mesma.

Uma história de ligações profundas e paixões intensas em que Sveva Casati Modignani, através do confronto entre duas gerações de mulheres, nos conta como éramos antes e como somos agora. "