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sábado, 13 de novembro de 2010
sexta-feira, 12 de novembro de 2010
O amor é o amor. E depois?
Quem já leu faça favor de reler. Quem não leu leia. E volte a ler. Uma, duas, três vezes.
Há coisas que não são para se perceberem. Esta é uma delas. Tenho uma coisa para dizer e não sei como hei-de dizê-la. Muito do que se segue pode ser, por isso, incompreensível. A culpa é minha. O que for incompreensível não é mesmo para se perceber. Não é por falta de clareza. Serei muito claro.
Eu próprio percebo pouco do que tenho para dizer. Mas tenho de dizê-lo. O que quero é fazer o elogio do amor puro. Parece-me que já ninguém se apaixona de verdade.
Já ninguém quer viver um amor impossível. Já ninguém aceita amar sem uma razão. Hoje as pessoas apaixonam-se por uma questão de prática. Porque dá jeito. Porque são colegas e estão ali mesmo ao lado. Porque se dão bem e não se chateiam muito. Porque faz sentido. Porque é mais barato, por causa da casa. Por causa da cama. Por causa das cuecas e das calças e das contas da lavandaria. Hoje em dia as pessoas fazem contratos pré-nupciais, discutem tudo de antemão, fazem planos e à mínima merdinha entram logo em “diálogo”. O amor passou a ser passível de ser combinado. Os amantes tornaram-se sócios. Reúnem-se, discutem problemas, tomam decisões. O amor transformou-se numa variante psico-sócio-bio-ecológica de camaradagem.
A paixão, que devia ser desmedida, é na medida do possível. O amor tornou-se uma questão prática. O resultado é que as pessoas, em vez de se apaixonarem de verdade, ficam “praticamente” apaixonadas. Eu quero fazer o elogio do amor puro, do amor cego, do amor estúpido, do amor doente, do único amor verdadeiro que há, estou farto de conversas, farto de compreensões, farto de conveniências de serviço.
Nunca vi namorados tão embrutecidos, tão cobardes e tão comodistas como os de hoje. Incapazes de um gesto largo, de correr um risco, de um rasgo de ousadia, são uma raça de telefoneiros e capangas de cantina, malta do “tá bem, tudo bem”, tomadores de bicas, alcançadores de compromissos, bananóides, borra-botas, matadores do romance, romanticidas. Já ninguém se apaixona? Já ninguém aceita a paixão pura, a saudade sem fim, a tristeza, o desequilíbrio, o medo, o custo, o amor, a doença que é como um cancro a comer-nos o coração e que nos canta no peito ao mesmo tempo?
O amor é uma coisa, a vida é outra. O amor não é para ser uma ajudinha. Não é para ser o alívio, o repouso, o intervalo, a pancadinha nas costas, a pausa que refresca, o pronto-socorro da tortuosa estrada da vida, o nosso “dá lá um jeitinho sentimental”. Odeio esta mania contemporânea por sopas e descanso. Odeio os novos casalinhos. Para onde quer que se olhe, já não se vê romance, gritaria, maluquice, facada, abraços, flores. O amor fechou a loja. Foi trespassada ao pessoal da pantufa e da serenidade.
Amor é amor. É essa beleza. É esse perigo. O nosso amor não é para nos compreender, não é para nos ajudar, não é para nos fazer felizes. Tanto pode como não pode. Tanto faz. É uma questão de azar. O nosso amor não é para nos amar, para nos levar de repente ao céu, a tempo ainda de apanhar um bocadinho de inferno aberto. O amor é uma coisa, a vida é outra. A vida às vezes mata o amor.
A “vidinha” é uma convivência assassina. O amor puro não é um meio, não é um fim, não é um princípio, não é um destino. O amor puro é uma condição. Tem tanto a ver com a vida de cada um como o clima. O amor não se percebe. Não é para perceber. O amor é um estado de quem se sente. O amor é a nossa alma. É a nossa alma a desatar. A desatar a correr atrás do que não sabe, não apanha, não larga, não compreende. O amor é uma verdade. É por isso que a ilusão é necessária. A ilusão é bonita, não faz mal. Que se invente e minta e sonhe o que quiser.
O amor é uma coisa, a vida é outra. A realidade pode matar, o amor é mais bonito que a vida. A vida que se lixe. Num momento, num olhar, o coração apanha-se para sempre. Ama-se alguém. Por muito longe, por muito difícil, por muito desesperadamente. O coração guarda o que se nos escapa das mãos. E durante o dia e durante a vida, quando não esta lá quem se ama, não é ela que nos acompanha - é o nosso amor, o amor que se lhe tem. Não é para perceber. É sinal de amor puro não se perceber, amar e não se ter, querer e não guardar a esperança, doer sem ficar magoado, viver sozinho, triste, mas mais acompanhado de quem vive feliz. Não se pode ceder. Não se pode resistir. A vida é uma coisa, o amor é outra.
A vida dura a vida inteira, o amor não. Só um mundo de amor pode durar a vida inteira. E valê-la também.”
Miguel Esteves Cardoso
quinta-feira, 11 de novembro de 2010
Blogagem colectiva.
Georgia O`Keefe-The waterfaal
minha idéia meu pincel.
O amor
é como uma queda de água
cristalino
puro
transparente
como a corrente de um rio
que inunda meu interior...
Como uma cascata em catadupa
impetuosa
violenta
de uma beleza sem medida
que nos sacia
alimenta
dá vida...
Lágrimas que caiem
queda de água
que desgata
cava
corrói
espelho da minha alma
amor que dói...
minha idéia meu pincel.
O amor
é como uma queda de água
cristalino
puro
transparente
como a corrente de um rio
que inunda meu interior...
Como uma cascata em catadupa
impetuosa
violenta
de uma beleza sem medida
que nos sacia
alimenta
dá vida...
Lágrimas que caiem
queda de água
que desgata
cava
corrói
espelho da minha alma
amor que dói...
quarta-feira, 10 de novembro de 2010
Encruzilhada
Literatura.
No final de uma vida, entrando no seu epílogo, um homem já sem destino para cumprir medita sobre o seu passado e o seu futuro, no regresso a uma casa vazia onde passou parte da sua infância, povoada de fantasmas que evocam os momentos chave da sua existência. Recheado de flash-backs para o passado e para o futuro (!), a antevisão, real e com todos os detalhes, da degradação da sua velhice e do seu funeral urge em Paulo a derradeira tentativa de procura da explicação de um sentido para a vida, alimentada por muitos sonhos e esperanças no tempo em que tal era devido, cheia de frustrações e desilusões posteriores frutos de um destino azarado e de uma fatalidade previsível, condições propícias para um redescobrir da vida nos elementos mais simples que anteriormente passavam despercebidos na azáfama do cumprimento do quotidiano e de toda uma vida alicerçada nos seus valores supostamente mais altos.
Nesta narrativa de evocações aleatórias, centrada no romance de Paulo com Sandra, mulher difícil e de poucos sentimentalismos, a redução de uma vida ao seu cumprimento basilar pelo amor, último alicerce num mundo de ilusões, revelando-se semítico na sua realização, e defraudado ainda por uma filha que o confronta com a esterilidade da sua actividade e do seu pensamento, mumificando-o no seu tempo presente, tempo esse prometedor de progressos civilizacionais que os próprios contemporâneos se encarregam de deitar a perder, ébrios de uma liberdade utópica que nada concilia face à disparidade de vertentes, facções e pontos de vista que num ruído ensurdecedor emudece e paralisa a humanidade no êxtase do extremo da civilização actual.
Vítima do seu próprio pensamento perscrutador, questionando a sua condição humana e a dos outros, comparando-a até ao fim dos tempos, um lamento arrastado mas pontuado por algumas fagulhas de lucidez e outras de felicidade passada e presente, num acomodar inconsciente contrastante de uma luta ávida pela vida onde persistem ainda mais perguntas que respostas apesar de toda a sofreguidão de viver tal como evidenciado pelo relato de vida do narrador. A paz nunca chega, para sempre continua a percepção do abismo entre aquilo que se é e aquilo que se sente.
terça-feira, 9 de novembro de 2010
O teu poema.
Prémio.
Recebi da minha querida amiga Rosana Marega do http://rosanemarega.blogspot.com.
O Premio Dardos é o reconhecimento dos ideais que cada blogueiro emprega ao transmitir valores culturais, éticos, literários, pessoais, etc... que em suma, demonstram sua criatividade através do pensamento vivo que está e permanece intacto entre suas letras, e suas palavras. Esses selos foram criados com a intenção de promover a confraternização entre os blogueiros, uma forma de demonstrar o carinho e reconhecimento por um trabalho que agregue valor à Web"
Não vou nomear ninguém, mas desde já fica á disposição para quem quiser levar.
segunda-feira, 8 de novembro de 2010
A chuva cai...
Rosto molhado
ao sabor do vento
corpo fatigado
marcado
pelo tempo...
Pingos de chuva
molham-me o rosto
imagem
em poça de água
reflectida
calçada gasta
polida
brisa de vento
que me afaga
e dá vida...
Por ruas e vielas
sigo o caminho
o vento ronda
acalma
a chuva cai
inunda-me a alma...
E a vida safada
cansada
se esvai
no tempo
e na chuva
que cai...
domingo, 7 de novembro de 2010
Literatura.
Sobre o livro: «Quatro casais, oito personagens e a pergunta que nos assalta quando percebemos o fim: ainda me amas? Não sabem o que os faria felizes, nem se lembram do dia em que sentiram o peso da solidão, em que se amaram ou se desejaram. Hoje, não se reconhecem, não têm coragem para mudar de vida, para assumir o fim e procurar noutro amor o caminho de volta para o compromisso maior: ser feliz.
Num diário de emoções íntimas, falam na primeira pessoa do que sentem em relação a si e aos outros. Concluem que, cada um à sua maneira, todos foram infiéis: por pensamentos, actos ou omissões.
Com vidas entrelaçadas, cada um descreve no diário a sua viagem pelo mundo do sexo, do desejo, do pudor, do egoísmo, do amor-próprio, do envelhecimento, do sonho, da morte… Enfim, a matéria-prima da qual é feita a existência de gente vulgar.»
sábado, 6 de novembro de 2010
sexta-feira, 5 de novembro de 2010
Carta de Amor.
Ouvi dizer por aí
que já não há cartas de amor
mas o meu anjo lá do céu
ontem me escreveu
falou de amor
da sua dor
dos seus segredos
dos sonhos
dos seus medos.
Esculpiu cada letra
com sentimento
forjou cada palavra
com um amor crescente
envolveu-me nos seus sonhos
no seu corpo latente
carente de ternura
amor e qb.de loucura
coerente...
Moldei-me nas suas asas
emocionado reli
beijei todas as palavras
e senti
que és a minha flor
a minha primavera
o meu grande amor
o terminar de uma longa espera
o acabar da dor...
quinta-feira, 4 de novembro de 2010
Mulher menina e mel.
És menina e mel
mulher menina
á flor da pele
és sonho és vida
meu doce amar
és poesia
mulher menina
luz do luar...
És o meu canto
o meu choro
o meu pranto
menina mulher
meu encanto
és o poema
que eu quero cantar
és emoção
que me faz chorar...
És água
e o sal do meu mar
és lágrima
em preia-mar
mulher menina
meu porto
tempestade e vento
no meu mar revolto
és o puro sentimento
do meu amar...
quarta-feira, 3 de novembro de 2010
O caso Sakineh Mohammadi Ashtiani.
TEERÃ - O Comitê Internacional contra o Apedrejamento informou que iraniana Sakineh Mohammadi Ashtiani, condenada à morte por apedrejamento, não foi executada nesta quarta-feira, conforme temia a comunidade internacional, o que levou Teerã a afirmar que o Ocidente utiliza esse caso de para pressionar o Irã.
"Sakineh Mohammadi Ashtiani não foi executada hoje (quarta-feira). Neste momento já passou o horário das execuções, portanto não será hoje. Mas o risco continua, e pode acontecer a qualquer momento", declarou à AFP Mina Ahadi, porta-voz do Comitê Internacional contra o Apedrejamento, que tem sede na Alemanha, e que disse ter recebido informações do próprio comitê no Irã. "Os ocidentais são tão insolentes que transformaram o caso de Sakineh Mohammadi Ashtiani, que cometeu crimes, em um caso de direitos humanos", declarou , afirmou, por sua vez, Ramin Mehmanparast, porta-voz do ministério das Relações Exteriores iraniano.
"Fizeram do caso um símbolo da liberdade da mulher nos países ocidentais e o fizeram com insolência. Pedem a libertação dela. Tentam utilizar um caso simples como meio de pressão contra o Irã", completou o porta-voz.
Posteriormente, Malek Ajdar Sharifi, titular da justiça local, anunciou que Sakineh se encontra em perfeito estado de saúde e seu processo segue o curso, conforme citado pela agência oficial Irna. "Ela está em perfeito estado de saúde e se encontra na prisão de Tabriz", declarou Sharifi.
"Ao mesmo tempo, seu processo segue seu curso em nível dos tribunais da província", acrescentou.
Igualmente acusou "a mídia ocidental hostil de querer criar um clima envenenado contra a República Islâmica do Irã", ao publicar informações como a execução iminente de Sakineh.
Várias organizações de apoio a Sakineh manifestaram na terça-feira na França o temor de que ela fosse executada nesta quarta-feira. "Sakineh Mohammadi Ashtiani aparentemente está ameaçada de ser executada amanhã, quarta-feira, 3 de novembro", informou um comunicado da revista francesa La règle du Jeu, dirigida pelo filósofo Bernard-Henri Lévy.
"Uma carta da Suprema Corte de Teerã foi enviada ao escritório de aplicação das penas na penitenciária de Tabriz autorizando a execução rápida de Sakineh. As execuções acontecem na quarta-feira, assim estamos terrivelmente preocupados por Sakiney hoje", completa o texto.
Sakineh Mohammadi Ashtiani, 43 anos, foi condenada em 2006 a 10 anos de prisão pela acusação de cumplicidade no assassinato do marido e ao apedrejamento até a morte por várias acusações de adultério, segundo as autoridades iranianas.
A condenação provocou uma enorme campanha internacional para evitar a aplicação da pena, assim como vários questionamentos aos julgamentos.
A preocupação da La Règle du Jeu era compartilhada fundamentalmente pela Liga do Direito Internacional das Mulheres.
Sihem Habchi, da associação de defesa dos direitos das mulheres "Nem Putas Nem Submissas", ligou para o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, "a tomar posição, coisa que ainda não fez".
Várias associações realizaram atos de protestos na tarde da terça-feira diante da embaixada do Irã em Paris para exigir a libertação de Sakineh.
Em julho, o governo do Irã anunciou que a condenação à morte por apedrejamento, confirmada em 2007 em apelação, estava suspensa e que o caso seria reexaminado.
A comunidade internacional questiona as condenações e uma campanha em todo o mundo tenta salvar a iraniana.
Fonte France Presse
terça-feira, 2 de novembro de 2010
Brisa...
A brisa trás consigo
odores de outro lado
e na alva madrugada
branca imaculada
verás o sol nascer
um novo sol
que inunda de luz o mundo
na aurora do teu amadurecer...
Nas areias margens do (a)mar
seguirei a beleza do teu canto
e a meu lado sentirás
o quanto és amada
quebrarei o teu encanto
porque te quero tanto
sereia minha encantada...
segunda-feira, 1 de novembro de 2010
domingo, 31 de outubro de 2010
Andar por aí...
Não sei por onde ir
todos os caminhos me afastam de ti
apenas te quero ver sorrir
olhar os teus olhos e sentir
que ainda olham para mim...
Quero ver no interior dos teus olhos
um lago profundo onde possa naufragar
navegar no teu corpo
provar no teu rosto o sabor a sal
embalar-me nas ondas do teu mar...
Não quero andar ao acaso
andejar por aí no ocaso do sol
quero o ondular de um vento calmo
as tempestades do teu (a)mar
olhar e ver o facho de luz do teu farol...
Não quero apenas metade do caminho
nem dar-te metade de nada
não quero o que não existe
o vazio
quero para ti o mundo inteiro
dar-te o meu amor primeiro
amar-te em cada madrugada...
sábado, 30 de outubro de 2010
Vou falar de amor...
Vou falar de sonhos
das palavras sem eco
do que escrevo
entre as margens das folhas
enclausurados num beco...
Há tanto para dizer
neste beco sem saída
falar de amor
esquecer a dor
falar apenas
das coisas boas da vida...
Lembras-te amor
quando pela primeira vez
te disse que te amava?
Todo eu tremi
porque senti dentro de mim
que eras a mulher
que eu procurava...
Recordo
falei e tu escutavas
o teu silêncio era de ouro
dizia também que me amavas
num amor eterno
duradouro...
O que aconteceu
porque a vida me pregou esta partida
que mal fiz eu
para que sofras a minha ausência
em jeito de despedida...
sexta-feira, 29 de outubro de 2010
O grito do silêncio...
Num profundo silêncio
desejo renascer do nada
ao longe oiço as palavras
com uma dolorosa nitidez
no silêncio da minha amada...
Nem tudo no mundo pode ser belo
o silêncio está no vazio
são ecos de palavras estranhas
como um sopro de um vento frio
percorrendo as minhas entranhas...
Só falando se guarda o silêncio
só amando se preserva o amor
silenciar é enganar o coração
é o murchar de uma flor
é a morte de uma paixão...
Que o teu silêncio
se preserve no infinito
alguém te há-de ouvir
alguém te há-de amar
para que possa sentir
o amor que tens para dar...
Silenciando a minha voz
grito:
O silêncio não está em nós
está no vazio
quando estamos sós...
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