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sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Céu


Para que percorres inutilmente o céu inteiro à procura da tua estrela? Põe-na lá ...

Bater de Asas.


Á minha volta
o espaço é livre
pássaros voam
num esvoaçar elegante
num bater de asas
leve
constante.
Por esses ares eles voam
numa liberdade contagiante
levam meus recados
para longe
para um mundo distante.
Levam-me a alma
os sonhos
em direcção ao céu
será que vão voltar
os sonhos meus...

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Dialogar em Vez de Discutir .




Está o casal aos gritos, estão os políticos aos berros... E comenta-se a propósito: "É preciso discutir para chegar a algum lado, da discussão nasce a luz". Bem, a verdade é que não se vê nada. Só quando sou capaz de ouvir, quando sinceramente admito que o outro pode ter razão ou parte dela, é que posso começar a ver. É isso que acontece? Deus queira... Discutir é querer ganhar. Dialogar é procurar a verdade com o que há de bom em cada um.

(Padre) Vasco Pinto de Magalhães, in "Não Há Soluções, Há Caminhos"

Ano Europeu do Combate à Pobreza e à Exclusão Social


O Município de Constância associa-se ao Programa Nacional do Ano Europeu do Combate à Pobreza e à Exclusão Social
O Parlamento Europeu e o Conselho da União Europeia instituíram em 2008, 2010 como o Ano Europeu do Combate à Pobreza e à Exclusão Social, reafirmando assim o seu compromisso na luta contra a pobreza e a exclusão social, promovendo um modelo social que contribua para o bem-estar dos indivíduos, a sua participação na sociedade e, consequentemente, o desenvolvimento económico da Europa, reiterando o empenho da União Europeia e de cada Estado membro na solidariedade, na justiça social e no aumento da coesão, representando um marco importante na erradicação da pobreza.

A União Europeia conta com 78 milhões de pessoas que vivem em risco de pobreza, das quais 19 milhões são crianças, facto que terá estado na origem de este ser o orçamento mais elevado alguma vez concedido a um Ano Europeu – 17 milhões de euros.

Em Portugal, como Estado membro da União Europeia, surge o Programa Nacional do Ano Europeu do Combate à Pobreza e à Exclusão Social (PNAECPES), com o qual se pretende contribuir para um país mais justo e mais solidário contando com a participação de todos os Portugueses.

No distrito de Santarém, a apresentação do PNAECPES ficou a cargo do Centro Distrital da Segurança Social de Santarém, tendo para o efeito convocado para uma reunião todos os parceiros das Plataformas Supra concelhias da Lezíria e do Médio Tejo, no âmbito da Rede Social. No decurso da reunião de apresentação do PNAECPES foram de imediato encetados contactos para a possibilidade de uma candidatura conjunta entre os parceiros que constituem a Plataforma Supraconcelhia do Médio Tejo.

O Município de Constância associou-se à candidatura conjunta ao Programa Nacional do Ano Europeu do Combate à Pobreza e à Exclusão Social, da qual fazem parte nove dos dez municípios que integram a Plataforma Supraconcelhia do Médio Tejo e a União das IPSS, tendo como promotor o Município de Abrantes.

Pretende-se com esta candidatura afirmar e desenvolver as Redes Sociais, para que estas sejam efectivos fóruns de integração e de desenvolvimento social. As actividades propostas visam a realização de acções de formação, seminários e outras como forma de sensibilizar a opinião pública para os fenómenos da pobreza e exclusão social.

A concertação entre os parceiros envolvidos na construção de uma candidatura conjunta, no âmbito da pobreza e da exclusão social, foi sem dúvida um desafio ambicioso para todos aqueles que se empenharam na sua concretização. O resultado final foi o fruto da aplicação de todos os princípios inerentes ao trabalho em parceria e apenas possível pela confiança, cooperação, solidariedade e maturidade democrática, que imperou durante todo o processo de construção da candidatura.

Estamos convictos de que esta iniciativa vai ser uma referência pela demonstração proactiva de mudança e inovação social, pelo empenho de todos aqueles que estiveram, estão e continuarão envolvidos nesta Viagem de Cooperação e Parcerias.
Por CMC

Sentir


Hoje sinto o que todo o mundo sente
amores
tristezas
alegrias
desencantos
sinto que a vida me rouba anos
soprando as velas
nesta roda de desenganos.
Amanhã será outro sentir
sinto a tua ausência
o tic tac do relógio
o tempo a fugir...
E o tempo que eu sinto
no seu rodopio constante
me leva e trás
num sentir distante
de recordações
umas boas
outra más...

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Don't Cry for Me Argentina

O Prazer é Silencioso




Ao contrário da idéia assente
A palavra não é criadora de um mundo;
O homem fala como o cão ladra
Para exprimir raiva, ou medo.

O prazer é silencioso,
Tal como o é o estado de felicidade.

Michel Houellebecq,

13-01-55


Ninguém faz anos impunemente.O preço é a velhice.

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Realidade...


"Nada é real, a não ser o sonho e o amor ..."

A Primeira Palavra que em Toda a Minha Vida me Esgotou o Ser




Uma palavra. Disse-a. Amo-te - uma palavra breve. Quantos milhões de palavras eu disse durante a vida. E ouvi. E pensei. Tudo se desfez. Palavras sem inteira significação em si, o professor devia ter razão. Palavras que remetiam umas para as outras e se encostavam umas às outras para se aguentarem na sua rede aérea de sons. Mas houve uma palavra - meu Deus. Uma palavra que eu disse e repercutiu em ti, palavra cheia, quente de sangue, palavra vinda das vísceras, da minha vida inteira, do universo que nela se conglomerava, palavra total. Todas as outras palavras estavam a mais e dispensavam-se e eram uma articulação ridícula de sons e mobilizavam apenas a parte mecânica de mim, a parte frágil e vã. Palavra absoluta no entendimento profundo do meu olhar no teu, palavra infinita como o verbo divino. Recordo-a agora - onde está? Como se desfez? Ou não desfez mas se alterou e resfriou e absorveu apenas a fracção de mim onde estava a ternura triste, o conforto humilde, a compaixão. Não haverá então uma palavra que perdure e me exprima todo para a vida inteira? E não deixe de mim um recanto oculto que não venha à sua chamada e vibre nela desde os mais finos filamentos de si? Uma palavra. Recupero-a agora na minha imaginação doente. Amo-te. Na intimidade exclusiva e ciumenta do nosso olhar mútuo e encantado. Fecha-nos o lençol na claridade difusa do amanhecer, estás perto de mim no intocável da tua doçura. Frágil de névoa. Fímbria de sorriso e de receio, de pavor, no meu olhar embevecido. Uma palavra. A primeira que em toda a minha vida me esgotou o ser. A que foi tão completa e absorvente, que tudo o mais foi um excesso na criação. Deus esgotou em mim, na minha boca, todo o prodígio do seu poder. Ao princípio era a palavra. Eu a soube. E nada mais houve depois dela.

Vergílio Ferreira, in 'Para Sempre'

Simples palavras.


Amo as palavras
que me levam
e me trazem
em doces quimeras
quentes
doces
sinceras.
Amar o verbo
soletrar letra,por letra
ouvir o eco
dos teus desejos
em frases
e bocejos...

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Objectivo...

Acaso ou Coincidência




Podemos muito bem, se for esse o nosso desejo, vaguear sem destino pelo vasto mundo do acaso. Que é como quem diz, sem raízes, exactamente da mesma maneira que a semente alada de certas plantas esvoaça ao sabor da brisa primaveril.
E, contudo, não faltará ao mesmo tempo quem negue a existência daquilo a que se convencionou chamar o destino. O que está feito, feito está, o que tem se ser tem muita força e por aí fora. Por outras palavras, quer queiramos quer não, a nossa existência resume-se a uma sucessão de instantes passageiros aprisionados entre o «tudo» que ficou para trás e o «nada» que temos pela frente. Decididamente, neste mundo não há lugar para as coincidências nem para as probabilidades.
Na verdade, porém, não se pode dizer que entre esses dois pontos de vista exista uma grande diferença. O que se passa - como, de resto, em qualquer confronto de opiniões - é o mesmo que sucede com certos pratos culinários: são conhecidos por nomes diferentes mas, na prática, o resultado não varia.

Haruki Murakami, in 'Em Busca do Carneiro Selvagem'

domingo, 10 de janeiro de 2010

Destino...


Destino que me atrais
me atraiçoas
numa imprudência demais.
Fatalidade
desnorte irracional
contrário á razão
desatino intelectual.
Sorte
fado mal fadado
infelicidade persistente
num fracasso predestinado.

Sentimento profundo.


O amor não é uma futilidade ou um divertimento; é um sentimento profundo, que decide de uma vida. Não há o direito de o falsificar

(Júlio Dantas.)

Andre Rieu-Poliushko Poli.

Pergunta




Quem vem de longe e sabe o nome do meu lugar
e levou o caminho das conchas em mar
e dos olhos em rio
— quem vem de longe chorar por mim?

Quem sabe que eu findo de dureza
e condensa ternura em suas mãos
para a derramar em afagos
por mim?

Quem ouviu a angústia do meu brado,
sirene de um navio a vadiar no largo,
e me traz seus beijos e sua cor,
perdendo-se na bruma das madrugadas
por mim?

Quem soube das asperezas da viagem
e pediu o pão negado
e o suor ao corpo torturado,
por mim? por mim?

Quem gerou o mundo e lhe deu seu nome
e seu tamanho — imenso, imenso,
e em mim cabe?

Fernando Namora, in "Mar de Sargaços"

sábado, 9 de janeiro de 2010

Incrível...

Estação central Antwerpen (Bélgica.)

A Ambição Superada .




Certo dia uma rica senhora viu, num antiquário, uma cadeira que era uma beleza. Negra, feita de mogno e cedro, custava uma fortuna. Era, porém, tão bela, que a mulher não titubeou - entrou, pagou, levou para casa.
A cadeira era tão bonita que os outros móveis, antes tão lindos, começaram a parecer insuportáveis à simpática senhora. (Era simpática).
Ela então resolveu vender todos os móveis e comprar outros que pudessem se equiparar à maravilhosa cadeira. E vendeu-os e comprou outros.
Mas, então a casa que antes parecia tão bonita, ficou tão bem mobilada que se estabeleceu uma desarmonia flagrante entre casa e móveis. E a senhora começou a achar a casa horrível.
E vendeu a casa e comprou uma outra maravilhosa.
Mas dentro daquela casa magnífica, mobilada de maneira esplendorosa, a mulher começou, pouco a pouco, a achar seu marido mesquinho. E trocou de marido.
Mas mesmo assim não conseguia ser feliz. Pois naquela casa magnífica, com aqueles móveis admiráveis e aquele marido fabuloso, todo mundo começou a achá-la extremamente vulgar.

Millôr Fernandes, in "Pif-Paf"