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quinta-feira, 25 de dezembro de 2008

Presépio.


Duas tábuas...
E era um berço!


Tudo escuro...
E alumiava!


Estaria Deus lá dentro?
Fomos a ver...


E lá estava!


Pedro Homem de Mello .

Os Presépios em Portugal





Os presépios portugueses constituem importantes obras de arte, grandes barristas portugueses ocuparam-se com esta arte. Nestes presépios existe uma conciliação perfeita do folclore português com as correntes estéticas.

O Livro da Fundação do Mosteiro do Salvador da Cidade de Lisboa, de 1618, de autoria de Maria Baptista, refere-se à existência de um presépio ali, antes dos meados de Quinhentos, presépio esse muito venerado.

Há notícia de, pelo menos, outro presépio em Lisboa no século XVI, este foi encomendado a Bastião d’Artiaga em 1558 pela irmandade dos Livreiros de Lisboa, para a Igreja de Santa Catarina do Monte Sinai.

No século XVII, os presépios começam a espalhar-se pelo país.

O presépio barroco, no século XVIII, desenvolveu-se em Portugal no reinado de D. João V, recebendo talvez sugestão dos seus congéneres do Sul de Itália.

É neste século que se notabiliza, em Portugal, a produção de presépios pelas mãos de grandes barristas, em especial, Machado de Castro e António Ferreira.

Machado de Castro, em defesa perante as opiniões de um crítico, refere-se a António Ferreira, esclarecendo “que [se] não operou senão em barro, ou cera, não deixa por isso de ser Escultor”. Ora, tanto Machado Ferreira como António Ferreira, e de um modo geral todos os escultores da época, praticaram uma escultura de pequeno formato, em barro, onde a modelação impera.

Dos mais conhecidos presépios de Machado de Castro, destacam-se o da Igreja da Sé Patriarcal de Lisboa e o da Basílica da Estrela, também em Lisboa.

António Ferreira criou, também, importantes presépios, entre outros foi ele o escultor do enorme presépio da Igreja Madre de Deus, situada em Lisboa.

Nesta época, os presépios têm uma presença constante em igrejas, conventos e lares particulares. Infelizmente, muitos desses presépios foram desmantelados, como é o caso do famoso exemplar da Cartuxa de Laveiras, mesmo assim subsistem montados bons exemplares como é o caso do da Sé (1776), o da Basílica da Estrela (1782), o da Igreja de S. José, o da Capela da Senhora do Monte e o da Igreja dos Mártires; desmontados ou apenas com figuras avulsas estão em vários museus, como o Museu da Arte Antiga e do Azulejo.

Os presépios são largas narrativas que contam com a participação de pequenas figuras. Contudo, também existem em pequeno formato, com menor número de figuras e com uma narrativa mais sintética, como o do Palácio de Mafra, este é um pequeno presépio em madeira atribuído a José de Almeida.

De entres os presépios de maiores dimensões, temos como exemplos: o da Estela com cerca de 500 figuras e o da Madre de Deus com cerca de 200. Um outro presépio de grande dimensão encontra-se no coro alto do Mosteiro de Santo André de Ponta Delgada, nos Açores, e integrado no Museu Carlos Machado.

No século XIX, o presépio começou a ser objecto da arte popular, caindo em desuso a criação de presépios de monumentais.

Com introdução, em Portugal, do costume da árvore de Natal no século XX, o presépio, infelizmente, passou para segundo plano.

Um menino chamado Jesus.


Um pequeno conto de Natal.

Numa fria noite de Natal saí para dar um passeio pela cidade. Transeuntes apressados, embuçados nos seus abafos, dirigiam-se para casa ou para as igrejas para assistirem à Missa do Galo. As suas expressões eram felizes e alegres. Os grupos tagarelavam com vivacidade.

Naquela noite um suave milagre tornava toda a gente boa. Todos deviam ter a sua festa de Natal, todos os homens pareciam de facto de boa vontade.

Num portal de um cinema uma mulher tinha montado uma venda de jornais e revistas. Num caixote forrado de jornais, uma criança de tenra idade dormia serenamente. Aquela família não devia ter Natal.

Àquela hora já não havia fregueses para os jornais e a pobre mulher certamente aguardava que a sessão de cinema acabasse, na esperança de, à saída, alguns espectadores ainda lhe comprassem qualquer jornal da noite ou uma revista.

De longe observei aquela mãe transida de frio que não se resolvia a regressar a casa naquela noite dedicada à família. Mas teria ela verdadeiramente uma casa ou mesmo uma família? Pelo menos alguma família tinha, pois a criança que dormia no caixote forrado de jornais devia ser sua filha, a avaliar pelos cuidados com que ela a protegia do frio com uns farrapos e lhe afagava os cabelos.

Observei também a criança que era robusta e perfeita, de faces coradas e feições muito correctas.

Devia ter menos de um ano, dez ou onze meses, e já a tinha visto noutras ocasiões, de dia, acordada, pôr-se de pé, apoiada nos bordos do caixote, lambuzando-se com as gulodices que lhe davam.

A criança era com efeito linda e eu pensava quantos casais abastados ou mesmo remediados, gostariam de ter um bébé assim.

Havia, na verdade, coisas extraordinárias - quantos casais que podiam proporcionar todas as comodidades, tratamentos e boa alimentação aos filhos, os tinham franzinos e doentes e aquela criança criada sem cuidados, sem higiene, no meio do pó das ruas e tendo como agasalho jornais velhos, era de uma perfeição invulgar e respirava saúde.

De súbito, um casal passou e reparou no bébé. A senhora, comovida com a cena, baixou-se, disse qualquer coisa à mãe que sorria desvanecida e afagou a cabecita da criança. Esta abriu os olhos, uns grandes olhos, de mansinho, e o rosto abriu-se-lhe num luminoso sorriso. Depois a senhora pegou na criança ao colo, acariciou-a mais e voltou a pousá-la no improvisado berço. Trocou breves palavras com o marido e entregou à mãe, discretamente, algumas notas enroladas na mão.

Entretanto o cinema tinha acabado, os espectadores começaram a sair e alguns compravam àquela pobre mulher jornais ou revistas. Misturei-me com eles e quando passei perto dela parei, fiz uma pequena festa na cabecita linda do petiz, comprei também um jornal e deixei esquecida uma nota nas mãos daquela mãe, perguntando-lhe curioso:

- Como se chama o menino?

Respondeu-me a pobre mulher, parecendo admirada com a pergunta:

- Como se chama o menino?...

E depois de uma hesitação:

- Ora, como havia de se chamar?! O menino chama-se Jesus!

Troquei um último sorriso com o menino, apressei-me para a consoada que esperava por mim e continuei a sorrir-me sozinho, satisfeito por pensar que aquela mãe e aquele menino chamado Jesus iam ter certamente um dia de Natal muito feliz.

Cícero Galvão.

Publicada por Livro de Contos

Poema de Natal.

Poesia de Vieira Calado.


Naquela noite fazia frio fazia pena
ver almas despedaçadas deitadas corpos entrouxados
dispersos nas calçadas luzidias do passeio das ruas

.
Caía uma névoa fina que simulava chuva punhais
de raiva e resignação ou antes uma levada de mágoa
de murmúrios sem data sem fumo sem restos de cio
perdidos num mar de pedras nas calçadas da rua

.
Era uma noite de claustros tambores rufando clamando
os clamores da vida a náusea descrente na boca sofrida
o granito fundido já duro das lutas perdidas
pisado nos ossos nos ombros nos olhos que olham
as coisas por fora nas coisas por dentro
e as noites nos dias e os búzios na praia sem vento
soprando as pedras do passeio da rua

.
Doía a quem doía não fora a noite uma noite
de aprazimento em todas as aldeias da cidade
tempo de alegrias acepipes farturas alvarinho
em casas abastadas sobranceiras aos passeios da rua

.
o mais vago grave desígnio dum oráculo de plenitude
na inocência das crianças nas crenças na sentença
dos mecanismos que levam ao enternecimento
por ver a chuva a cair sobre corpos alheios
prostrados enrodilhados sobre o passeio da ruas

quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

Façam o favor de serem felizes.

Para todos os meus amigos e não só:


Não existe um caminho para a felicidade. A felicidade é o caminho

Natal de quê?




Natal de quê? De quem?
Daqueles que o não têm?
Dos que não são cristãos?
Ou de quem traz às costas
As cinzas de milhões?
Natal de paz agora
Nesta terra de sangue?
Natal de liberdade
Num mundo de oprimidos?
Natal de uma justiça
Roubada sempre a todos?
Natal de ser-se igual
Em ser-se concebido,
Em de um ventre nascer-se,
Em por de amor sofrer-se,
Em de morte morrer-se,
E de ser-se esquecido?
Natal de caridade,
Quando a fome ainda mata?
Natal de qual esperança
Num mundo todo bombas?
Natal de honesta fé,
Com gente que é traição,
Vil ódio, mesquinhez,
E até Natal de amor?
Natal de quê? De quem?
Daqueles que o não têm?
Ou dos que olhando ao longe
Sonham de humana vida
Um mundo que não há?
Ou dos que se torturam
E torturados são
Na crença de que os homens
Devem estender-se a mão?

Jorge de Sena

terça-feira, 23 de dezembro de 2008

Cúmplices.



Para a minha querida amiga Fernanda Costa,com votos de boas festas.

Boas festas.



Para a minha querida amiga Rosa Oliveira, com votos de um bom Natal.

A não esquecer.




É bonito respeitar a tradição e dar presentes. É uma reverência a tão importante data do calendário cristão. Mas, não podemos esquecer que o verdadeiro presente está no estender a mão todos dias ao irmão esquecido, abandonado, vilipendiado, caído na sarjeta de uma esquina qualquer.

Que fizeste das palavras?






Que fizeste das palavras?
Que contas darás tu dessas vogais
de um azul tão apaziguado?

E das consoantes, que lhes dirás,
ardendo entre o fulgor
das laranjas e o sol dos cavalos?

Que lhes dirás, quando
te perguntarem pelas minúsculas
sementes que te confiaram?


Eugénio de Andrade

segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

Feliz Navidade.

Jose Feleciano

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Para a minha querida amiga Lúcia Galeano.

Coração.


"O coração é uma riqueza que não se vende nem se compra. Presenteia-se "

Estrela do Oriente.


Estrela do Oriente.




Por teus olhos acesos de inocência

Me vou guiando agora, que anoitece.

Rei Mago que procura e desconhece

O Caminho,

Sigo aquele que adivinho

Anunciado

Nessa luz adivinhada,

Infância humana madrugada.

Presépio é qualquer berço

Onde a nudez do mundo tem calor

E o amor

Recomeça.

Leva-me, pois, depressa,

Através do deserto desta vida,

À Belém prometida…

Ou és tu a promessa?


Miguel Torga.

Rabanadas (ou fatias douradas)


Porque estamos na altura do Natal e nesta época se fazem montes de doces tradicionais, aqui fica a receita de um deles que não pode faltar á mesa.


1 pão de véspera
3 dl de leite
4 ovos
300 g de açúcar
canela
1 casca de limão
óleo para fritar


Coloca-se o leite a ferver com duas colheres de sopa de açúcar e a casca de limão.
Batem-se os ovos muito bem, de modo que a clara fique imperceptível.
Corta-se o pão em fatias com cerca de 1,5 cm e passam-se primeiro pelo leite e depois pelos ovos.
Fritam-se em óleo bem quente e escorrem-se sobre papel absorvente ou sobre um pano.

Servem-se polvilhadas com açúcar e canela ou com calda de açúcar.

Bom apetite e feliz Natal.

Criatividade Cega



Entre o caos e a harmonia. A cegueira pensada é uma aflição mental, uma das formas do isolamento porque a invisibilidade não é obstáculo: é apenas um fenómeno subtilíssimo da ausência. Na criação tudo é potencialmente uma entidade distinta da matéria, uma improbabilidade, porque, como diziam os antigos, diante da luz somos todos cegos.

Ana Hatherly, in 'Tisanas'

domingo, 21 de dezembro de 2008

Literatura.


Sinopse:

Na Inglaterra do século XII, Tom, um humilde pedreiro e mestre-de-obras, tem um sonho majestoso – construir uma imponente catedral, dotada de uma beleza sublime, digna de tocar os céus. E é na persecução desse sonho que com ele e a sua família vamos encontrando um colorido mosaico de personagens que se cruzam ao longo de gerações e cujos destinos se entrelaçam de formas misteriosas e surpreendentes, capazes de alterar o curso da história. Recheado de suspense, corrupção, ambição e romance, Os Pilares da Terra é decididamente a obra-prima de um autor que já vendeu 90 milhões de livros em todo o mundo.

Johnny Cash.

Fiquem-se com esta preciosidade dos anos 60.

Hora Mística




Noite caindo ... Céu de fogo e flores.
Voz de Crepúsculo exalando cores,
O céu vai cheio de Deus e de harmonia.
Silêncio ... Eis-me rezando aos fins do dia.

Névoa de luz criando imagens na água,
Nome das águas esculpindo os céus,
Tarde aos relevos húmidos de frágua,
Boca da noite, eis-me rezando a Deus.

Eis-me entoando, a voz de cinza e ouro,
— Oh, cores na água vindo às mãos em branco! —
Minha ópera de Sol ao último arranco.

E, oh! hora mística em que o olhar abraso,
— Sol expirando aos Pórticos do Ocaso! —
Dobra em meu peito um oceano em coro.

Afonso Duarte, in "Tragédia do Sol-Posto"

Mundo.


Evita o mundo, é só um montão de pó e lixo que afinal, não significa nada !

Época natalícia.


Nesta época natalícia, agita uma varinha mágica sobre o mundo e observe, tudo mais suave e mais bonito !

sábado, 20 de dezembro de 2008

La canción más hermosa del mundo.

Generosidade.


"O espírito se enriquece com aquilo que recebe.O coração, com aquilo que dá."

Caminhos .




Para quê, caminhos do mundo,
Me atraís? — Se eu sei bem já
Que voltarei donde parto,
Por qualquer lado que vá.

Pra quê? — Se a Terra é redonda;
E, sempre, tem de cumprir-se
A sina daquela onda
Que parece vai sumir-se,

Mas que volta, bem mais débil,
Ao meio do lago, onde
A mãe, gota d'água flébil,
Há muito tempo se esconde.

Pra quê? — Se a folha viçosa
Na Primavera, feliz,
Amanhã será, gostosa,
Alimento da raiz.

Pra quê, caminhos do mundo?
Pra quê, andanças sem Fim?
Se todo o sonho profundo
Deste Mundo e do Outro-Mundo,
Não 'stá neles, mas em mim.

Francisco Bugalho, in "Paisagem"

sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

Rainbow-Temple of the King.



Divirtam-se,bom fim de semana.

Ilusões.


Não abandones as tuas ilusões. Sem elas podes continuar a existir, mas deixas de viver

Procuro-te .




Procuro a ternura súbita,
os olhos ou o sol por nascer
do tamanho do mundo,
o sangue que nenhuma espada viu,
o ar onde a respiração é doce,
um pássaro no bosque
com a forma de um grito de alegria.

Oh, a carícia da terra,
a juventude suspensa,
a fugidia voz da água entre o azul
do prado e de um corpo estendido.

Procuro-te: fruto ou nuvem ou música.
Chamo por ti, e o teu nome ilumina
as coisas mais simples:
o pão e a água,
a cama e a mesa,
os pequenos e dóceis animais,
onde também quero que chegue
o meu canto e a manhã de maio.

Um pássaro e um navio são a mesma coisa
quando te procuro de rosto cravado na luz.
Eu sei que há diferenças,
mas não quando se ama,
não quando apertamos contra o peito
uma flor ávida de orvalho.

Ter só dedos e dentes é muito triste:
dedos para amortalhar crianças,
dentes para roer a solidão,
enquanto o verão pinta de azul o céu
e o mar é devassado pelas estrelas.

Porém eu procuro-te.
Antes que a morte se aproxime, procuro-te.
Nas ruas, nos barcos, na cama,
com amor, com ódio, ao sol, à chuva,
de noite, de dia, triste, alegre — procuro-te.

Eugénio de Andrade, in "As Palavras Interditas"

quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

Saudade.



Heróis do Mar.

Já não Vivo, Só Penso.




Já não vivo, só penso. E o pensamento
é uma teia confusa, complicada,
uma renda subtil feita de nada:
de nuvens, de crepúsculos, de vento.

Tudo é silêncio. O arco-íris é cinzento,
e eu cada vez mais vaga, mais alheada.
Percorro o céu e a terra aqui sentada,
sem uma voz, um olhar, um movimento.

Terei morrido já sem o saber?
Seria bom mas não, não pode ser,
ainda me sinto presa por mil laços,

ainda sinto na pele o sol e a lua,
ouço a chuva cair na minha rua,
e a vida ainda me aperta nos seus braços.

Fernanda de Castro, in "E Eu, Saudosa, Saudosa"

Adro da Igreja de Santa Margarida



DomingoBênção do Adro da Igreja de Santa Margarida
Domingo - 21 de Dezembro
No próximo domingo, dia 21 de Dezembro, às 11 horas, vai ter lugar a bênção d

Recorde-se que as obras de requalificação da zona envolvente da Igreja Matriz de Santa Margarida e respectivos acessos decorreram durante aproximadamente seis meses, as quais muito melhoraram esta zona da freguesia de Santa Margarida da Coutada.

Os trabalhos, que se desenvolveram na Rua Padre António Esteves até ao Largo da Igreja, tiveram um custo de aproximadamente 440 000 euros, englobando uma intervenção a vários níveis, nomeadamente: construção de passeios, plantação de árvores, colocação de uma nova conduta de água, águas pluviais, esgotos domésticos, gás e as infra-estruturas eléctricas e de telecomunicações, as quais passaram a subterrâneas.

Relativamente ao estacionamento, foram criadas algumas dezenas de lugares na zona destinada a esse efeito, e na rua de acesso à Igreja.

Pretendendo contribuir para uma maior valorização da Igreja Matriz de Santa Margarida enquanto elemento de relevante interesse patrimonial, todo o exterior do edifício está iluminado com projectores de chão. No adro, o pavimento foi substituído por placas e cubos de granito.
Por CMC
- 21 de Dezembro
No próximo domingo, dia 21 de Dezembro, às 11 horas, vai ter lugar a bênção do Adro da Igreja de Santa Margarida.

Recorde-se que as obras de requalificação da zona envolvente da Igreja Matriz de Santa Margarida e respectivos acessos decorreram durante aproximadamente seis meses, as quais muito melhoraram esta zona da freguesia de Santa Margarida da Coutada.

Os trabalhos, que se desenvolveram na Rua Padre António Esteves até ao Largo da Igreja, tiveram um custo de aproximadamente 440 000 euros, englobando uma intervenção a vários níveis, nomeadamente: construção de passeios, plantação de árvores, colocação de uma nova conduta de água, águas pluviais, esgotos domésticos, gás e as infra-estruturas eléctricas e de telecomunicações, as quais passaram a subterrâneas.

Relativamente ao estacionamento, foram criadas algumas dezenas de lugares na zona destinada a esse efeito, e na rua de acesso à Igreja.

Pretendendo contribuir para uma maior valorização da Igreja Matriz de Santa Margarida enquanto elemento de relevante interesse patrimonial, todo o exterior do edifício está iluminado com projectores de chão. No adro, o pavimento foi substituído por placas e cubos de granito.
Por CMC

Carta ao Pai Natal.

quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

Um Beijo .




Foste o beijo melhor da minha vida,
ou talvez o pior...Glória e tormento,
contigo à luz subi do firmamento,
contigo fui pela infernal descida!
Morreste, e o meu desejo não te olvida:
queimas-me o sangue, enches-me o pensamento,
e do teu gosto amargo me alimento,
e rolo-te na boca malferida.
Beijo extremo, meu prémio e meu castigo,
batismo e extrema-unção, naquele instante
por que, feliz, eu não morri contigo?
Sinto-me o ardor, e o crepitar te escuto,
beijo divino! e anseio delirante,
na perpétua saudade de um minuto....

Olavo Bilac, in "Poesias"

Mudanças.


Nem tudo o que enfrentamos pode ser mudado. Mas nada pode ser mudado enquanto não for enfrentado .

Mensagem.


A Melhor mensagem de Natal é aquela que sai em silêncio de nossos corações e aquece com ternura os corações daqueles que nos acompanham em nossa caminhada pela vida.

terça-feira, 16 de dezembro de 2008

Mundo.


Sinto-me nascido a cada momento , para a eterna novidade do Mundo...

Fernando Pessoa.

Heroes del silencio-La espuma de Venus;

Natal.


Neste comércio festivo que há dois mil anos quase
perdura mal cobrindo remendadamente
o solstício do Inverno e os deuses sempre vivos
de cuja falsa morte o mundo paga em crimes,
como em vileza humana, o medo que escolheu
quando ao claror da aurora rósea e livre
de viver como os deuses e com eles
preferiu a lei e a ordem projectadas
na sombra em sombras da caverna obscura
e desejou o mal em preço de ser-se homem —
tudo o que em milhares de anos é tribal
congrega-se feliz num doce rebolar-se
da traição de que fomos contra a vida.
Tão vil que levou séculos a inventar
um deus assassinado para desculpá-la,
e fez dele o comércio das famílias
que cortam no peru as raivas de existirem,
beijando-se visguentas, comovidas,
tal como têm babado os pés dos deuses,
ah não eles mesmos mas imagens vãs
que não resplendam da grandeza humana.
Alguma vez teremos o dinheiro
para comprar de novo o Paraíso,
em vez de prendas para o sapatinho?
O Paraíso aqui — aquele que venderam
no começar do mundo. E que nos trocam
por outros no futuro ou nos aléns,
agora, aqui, aberto a todos, claro
- um sol sem fim nos bosques ou nas praias,
uma nudez sem morte nos corpos sem alma.

Jorge de Sena

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Ateliê de Natal .



Na Biblioteca Municipal Alexandre O'Neill .

Prosseguindo as suas estratégias de promoção do livro e valorização da leitura, a Biblioteca Municipal Alexandre O’ Neill, associando-se às diversas celebrações da quadra natalícia, vai promoveu um Ateliê de Natal no dia 23 de Dezembro, das 10 às 12.30 horas.

Destinado ao público infantil e juvenil, o ateliê permitirá produzir objectos decorativos, postais de natal e outros materiais alusivos à quadra natalícia, partindo da consulta de diversos livros referentes a estas temáticas.

A realização do Ateliê de Natal prevê um número mínimo de participantes, pelo que os interessados deverão proceder à respectiva inscrição na Biblioteca Municipal Alexandre O’ Neill, até ao próximo dia 19 de Dezembro, através do telefone 249 739 367, ou via correio electrónico para biblioteca@cm-constancia.pt

Por CMC

Presépio Tradicional .



No Museu dos Rios e das Artes Marítimas .

Em Portugal o presépio tem tradições muito antigas enraizadas nos costumes populares. Habitualmente é montado no início do advento sem a figura do Menino Jesus, a qual só vai para o presépio na noite de Natal, depois da Missa do Galo.

Transmitir esta e outras tradições natalícias é o principal objectivo do ateliê que vai decorrer no Museu dos Rios e das Artes Marítimas, no dia 22 de Dezembro, das 14 às 17.30 horas destinado às crianças e jovens do concelho.

Construção de um presépio tradicional e recolha de tradições orais e gastronómicas serão as actividades que aumentarão o espírito natalício dos participantes desta actividade cultural.

A realização do Ateliê prevê um número mínimo de participantes, pelo que os interessados deverão proceder à respectiva inscrição no Museu dos Rios e das Artes Marítimas, até ao próximo dia 19 de Dezembro, através do telefone 249 730 053, ou via correio electrónico para museu.rios@cm-constancia.pt.
Por CMC

Sociedade do Desperdício;



Uma tentação imediata do nosso tempo é o desperdício. Não é só resultado duma invenção constante da oferta que leva ao apetite do consumo, como é, sobretudo, uma forma de aristocracia técnica. O tecnocrata, novo aristocrata da inteligência artificial, dos números e dos computadores, propõe uma sociedade de dissipação. Propõe-na na medida em que favorece os métodos de maior rendimento e a rapina dos recursos naturais. As hormonas que fazem crescer uma vitela em três meses, as árvores que dão fruto três vezes por ano, tudo obriga a natureza a render mais. Para quê? Para que os alimentos se amontoem nas lixeiras e os desperdícios de cozinha ou de vestuário sirvam afinal para descrever o bluff da produtividade.

Agustina Bessa-Luís.

Da Condição Humana .




Todos sofremos.
O mesmo ferro oculto
Nos rasga e nos estilhaça a carne exposta
O mesmo sal nos queima os olhos vivos.
Em todos dorme
A humanidade que nos foi imposta.
Onde nos encontramos, divergimos.
É por sermos iguais que nos esquecemos
Que foi do mesmo sangue,
Que foi do mesmo ventre que surgimos.

Ary dos Santos.

Enquanto houver um sorriso de simpatia, uma palavra de carinho, um pequeno gesto de amor, sempre existirá o Natal.

domingo, 14 de dezembro de 2008

Natal... Na província neva .






Natal... Na província neva.
Nos lares aconchegados,
Um sentimento conserva
Os sentimentos passados.
Coração oposto ao mundo,
Como a família é verdade!
Meu pensamento é profundo,
Stou só e sonho saudade.

E como é branca de graça
A paisagem que não sei,
Vista de trás da vidraça
Do lar que nunca terei!

Fernando Pessoa.

Mundo.


Mesmo no mais alto trono do mundo estamos sempre sentados sobre o nosso rabo .

Talvez o melhor enfeite de Natal seja um grande sorriso

sábado, 13 de dezembro de 2008

Correntes.


Para todos aqueles que em 2008 me passaram correntes
dizendo que, se reenviasse, ficaria rico ou milionário,
informo que NÃO FUNCIONOU...
Para 2009 mandem dinheiro, telemóveis, carros,
entre outros presentes...OBRIGADA!! :)

Idéias.


As ideias têm de funcionar pelos cérebros e braços de homens e mulheres, senão não serão mais que sonhos .

Anjos do Céu;




As ondas são anjos que dormem no mar,
Que tremem, palpitam, banhados de luz...
São anjos que dormem, a rir e sonhar
E em leito d'escuma revolvem-se nus!
E quando de noite vem pálida a lua
Seus raios incertos tremer, pratear,
E a trança luzente da nuvem flutua,
As ondas são anjos que dormem no mar!
Que dormem, que sonham- e o vento dos céus
Vem tépido à noite nos seios beijar!
São meigos anjinhos, são filhos de Deus,
Que ao fresco se embalam do seio do mar!
E quando nas águas os ventos suspiram,
São puros fervores de ventos e mar:
São beijos que queimam... e as noites deliram,
E os pobres anjinhos estão a chorar!
Ai! quando tu sentes dos mares na flor
Os ventos e vagas gemer, palpitar,
Por que não consentes, num beijo de amor
Que eu diga-te os sonhos dos anjos do mar?

Álvares de Azevedo

Vida.


A vida é como uma sala de espectáculos; entra-se, vê-se e sai-se .

Aparências.


O mundo julga-nos, não pelo que somos, mas pelo que parecemos ser !

Oxalá pudéssemos meter o espírito de natal em caixas e abrir uma caixa em cada mês do ano

sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

Para todo o mundo.


Vivências.

Adormecer.




Vai vida na madrugada fria.

O teu amante fica,
na posse deste momento que foi teu,
amorfo e sem limites como um anjo;
a cabeça cheia de estrelas...
Fica abraçado a esta poeira que teu pé levantou.
Fica inútil e hirto como um deus,
desfalecendo na raiva de não poder seguir-te!

Manuel da Fonseca, in "Poemas Dispersos"

Desgosto.


A maior parte dos desgostos chegam depressa porque nós fazemos metade do caminho!

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Artes da Zilinha .




Até ao dia 4 de Janeiro o Posto de Turismo de Constância apresenta ao público uma exposição de Presépios em Barro, denominada Artes da Zilinha.

Além de exibir as obras de arte da autoria de Isilda Aires, a realização desta exposição de Presépios em Barro pretende também assinalar a época natalícia num dos espaços turistico-culturais da Vila com maior afluência de público.

Horário:
Dias Úteis: 09h30 às 12h00 e das 14H00 às 17h30
Sábados, Domingos e Feriados: 14h30 às 18h00
Por CMC

1808



Sinopse.

A fuga da família real portuguesa para o Rio de Janeiro ocorreu em um dos momentos mais apaixonantes e revolucionários do Brasil, de Portugal e do mundo. O propósito deste livro, resultado de dez anos de investigação jornalística, é resgatar e contar de forma acessível a história da corte lusitana no Brasil e tentar devolver seus protagonistas à dimensão mais correta possível dos papéis que desempenharam duzentos anos atrás. '1808 - Como uma rainha louca, um príncipe medroso e uma corte corrupta enganaram Napoleão e mudaram a História de Portugal e do Brasil' é o relato sobre um dos principais momentos históricos brasileiros.