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sábado, 4 de abril de 2009

Moral da história.


Dois funcionários e o gerente de uma empresa saem para almoçar e na rua encontram uma antiga lâmpada à óleo.
Eles esfregam a lâmpada e de dentro dela sai um gênio. O gênio diz:
"Eu só posso conceder três desejos, então, concederei um a cada um de vocês".
"Eu primeiro, eu primeiro !"- grita um dos funcionários.
"Eu quero estar nas Bahamas dirigindo um barco, sem ter nenhuma preocupação na vida!"
Puf! e ele se foi.
O outro funcionário se apressa a fazer o seu pedido:
"Eu quero estar no Havaí, com o amor da minha vida e um provimento interminável de pinas coladas!"
Puf! e ele se foi.
"Agora você" diz o gênio para o Gerente.
" Eu quero aqueles dois de volta ao escritório logo depois do almoço ! "

Moral da História: Deixe sempre o seu chefe falar primeiro.

sexta-feira, 3 de abril de 2009

Inconstância.



Florbela Espanca.

O beijo.


Foste o beijo melhor da minha vida,
ou talvez o pior...Glória e tormento,
contigo à luz subi do firmamento,
contigo fui pela infernal descida!

Morreste, e o meu desejo não te olvida:
queimas-me o sangue, enches-me o pensamento,
e do teu gosto amargo me alimento,
e rolo-te na boca malferida.

Beijo extremo, meu prêmio e meu castigo,
batismo e extrema-unção, naquele instante
por que, feliz, eu não morri contigo?

Sinto-me o ardor, e o crepitar te escuto,
beijo divino! e anseio delirante,
na perpétua saudade de um minuto....

Olavo Bilac

Lenda.


Conta uma lenda dos índios sioux que, certa vez, Touro Bravo e Nuvem azul chegaram de mãos dadas à tenda do velho feiticeiro da tribo e pediram:

- Nós nos amamos e vamos nos casar. Mas nos amamos tanto que queremos um conselho que nos garanta ficar sempre juntos, que nos assegure estar um ao lado do outro até a morte. Há algo que possamos fazer?

E o velho, emocionado ao vê-los tão jovens, tão apaixonados e tão ansiosos por uma palavra, disse:

- Há o que possa ser feito, ainda que sejam tarefas muito difíceis. Tu, Nuvem Azul, deves escalar o monte ao norte da aldeia apenas com uma rede, caçar o falcão mais vigoroso e trazê-lo aqui, com vida, até o terceiro dia depois da lua cheia. E tu, Touro Bravo, deves escalar a montanha do trono; lá em cima, encontrarás a mais brava de todas as águias. Somente com uma rede deverás apanhá-la, trazendo-a para mim viva!

Os jovens se abraçaram com ternura e logo partiram para cumprir a missão.
No dia estabelecido, na frente da tenda do feiticeiro, os dois esperavam com as aves.

O velho tirou-as dos sacos e constatou que eram verdadeiramente formosos exemplares dos animais que ele tinha pedido.
E agora, o que faremos? Os jovens perguntaram.
-Peguem as aves e amarrem uma à outra pelos pés com essas fitas de couro. Quando estiverem amarradas, soltem-nas para que voem livres.

Eles fizeram o que lhes foi ordenado e soltaram os pássaros. A águia e o falcão tentaram voar, mas conseguiram apenas saltar pelo terreno.

Minutos depois, irritadas pela impossibilidade do vôo, as aves arremessaram-se uma contra a outra, bicando-se até se machucar.
Então o velho disse:

-Jamais esqueçam o que estão vendo, esse é o meu conselho. Vocês são como a águia e o falcão. Se estiverem amarrados um ao outro, ainda que por amor, não só viverão arrastando-se como também, cedo ou tarde, começarão a machucar um ao outro.

Se quiserem que o amor entre vocês perdure, voem juntos, mas jamais amarrados.
Liberte a pessoa que você ama para que ela possa voar com as próprias asas.

quinta-feira, 2 de abril de 2009

Dia Internacional do Livro Infantil.



Ler,dá saúde e faz crescer!

Sobrevivência.


Na África todas as manhãs, a mais lenta das gazelas acorda sabendo que deve conseguir correr mais depressa do que o mais rápido
dos leões se quiser se manter viva.
E todas as manhãs o mais lento dos leões acorda sabendo que deve correr mais depressa do que a mais rápida das gazelas, se ele não quiser morrer de fome.

Moral da História: Não faz diferença se você é a gazela ou o leão, quando o sol nascer " comece a correr "!

A Terra.




Também eu quero abrir-te e semear
Um grão de poesia no teu seio!
Anda tudo a lavrar,
Tudo a enterrar centeio,
E são horas de eu pôr a germinar
A semente dos versos que granjeio.

Na seara madura de amanhã
Sem fronteiras nem dono,
Há de existir a praga da milhã,
A volúpia do sono
Da papoula vermelha e temporã,
E o alegre abandono
De uma cigarra vã.

Mas das asas que agite,
O poema que cante
Será graça e limite
Do pendão que levante
A fé que a tua força ressuscite!

Casou-nos Deus, o mito!
E cada imagem que me vem
É um gomo teu, ou um grito
Que eu apenas repito
Na melodia que o poema tem.

Terra, minha aliada
Na criação!
Seja fecunda a vessada,
Seja à tona do chão,
Nada fecundas, nada,
Que eu não fermente também de inspiração!

E por isso te rasgo de magia
E te lanço nos braços a colheita
Que hás de parir depois...
Poesia desfeita,
Fruto maduro de nós dois.

Terra, minha mulher!
Um amor é o aceno,
Outro a quentura que se quer
Dentro dum corpo nu, moreno!

A charrua das leivas não concebe
Uma bolota que não dê carvalhos;
A minha, planta orvalhos...
Água que a manhã bebe
No pudor dos atalhos.

Terra, minha canção!
Ode de pólo a pólo erguida
Pela beleza que não sabe a pão
Mas ao gosto da vida!

Miguel Torga.

Ondas de Solidão.



Se possuísse uma canoa e um papagaio, podia considerar-me realmente como um Robinson Crusoé, desamparado na sua ilha. Há, é verdade, em roda de mim uns quatro ou cinco milhões de seres humanos. Mas, que é isso? As pessoas que nos não interessam e que se não interessam por nós, são apenas uma outra forma da paisagem, um mero arvoredo um pouco mais agitado. São, verdadeiramente como as ondas do mar, que crescem e morrem, sem que se tornem diferenciáveis uma das outras, sem que nenhuma atraia mais particularmente a nossa simpatia enquanto rola, sem que nenhuma, ao desaparecer, nos deixe uma mais especial recordação. Ora estas ondas, com o seu tumulto, não faltavam decerto em torno do rochedo de Robinson - e ele continua a ser, nos colégios e conventos, o modelo lamentável e clássico da solidão.

Eça de Queirós, in 'Correspondência'

quarta-feira, 1 de abril de 2009

1 de Abril.

Dia das mentiras.

Teatro!


Para grandes amigos aplausos!!! Para os pequenos e os que ainda nao vieram...Que se tornem grandes!!!
E para os inimigos que se fechem as cortinas...
...Porque a vida é um teatro e nós temos que aproveitar o que há de melhor nela.

Quanto de ti, Amor...


Quanto de ti, Amor...

Quanto de ti, amor, me possuiu no abraço
em que de penetrar-te me senti perdido
no ter-te para sempre -
Quanto de ter-te me possui em tudo
o que eu deseje ou veja não pensando em ti
no abraço a que me entrego -
Quanto de entrega é como um rosto aberto,
sem olhos e sem boca, só expressão dorida
de quem é como a morte -
Quanto de morte recebi de ti,
na pura perda de possuir-te em vão
de amor que nos traiu -
Quanta traição existe em possuir-se a gente
sem conhecer que o corpo não conhece
mais que o sentir-se noutro -
Quanto sentir-te e me sentires não foi
senão o encontro eterno que nenhuma imagem
jamais separará -
Quanto de separados viveremos noutros
esse momento que nos mata para
quem não nos seja e só -
Quanto de solidão é este estar-se em tudo
como na auséncia indestrutível que
nos faz ser um no outro -
Quanto de ser-se ou se não ser o outro
é para sempre a única certeza
que nos confina em vida -
Quanto de vida consumimos pura
no horror e na miséria de, possuindo, sermos
a terra que outros pisam -
Oh meu amor, de ti, por ti, e para ti,
recebo gratamente como se recebe
não a morte ou a vida, mas a descoberta
de nada haver onde um de nós não esteja.



Jorge de Sena
in Visão Perpétua

terça-feira, 31 de março de 2009

100 Horas de Astronomia .



Iniciativa Mundial em Constância de 2 a 4 de Abril
De 2 a 4 de Abril Constância recebe a iniciativa mundial 100 Horas de Astronomia, integrada nas Comemorações do Ano Internacional da Astronomia, um evento que decorrerá no Centro Ciência de Constância – Parque de Astronomia.

100 Horas de Astronomia, é uma iniciativa que engloba Workshops, Palestras, Visitas Orientadas, Sessões de Planetário, Observações do Sol no Laboratório de Heliofísica, Observações do Céu Nocturno e um Curso sobre noções elementares de Astronomia.

Para participar nas 100 Horas de Astronomia, ou para mais informações sobre o evento devem os interessados contactar o Centro Ciência Viva de Constância – Parque de Astronomia de Constância, através do telefone 249 739 066, ou via e-mail para info@constancia.cienciaviva.pt.
Por CMC

Poema anónimo.



Vais até à nudez estreme dos sentidos
e nem vês que apagas o azul
desta água entardecida
entre a exacta ave circular
e a carne viva das palavras
que fluem da página dorida.

E o círculo da ave
é tão interior
na alegria da luz
que a albufeira retém o silêncio solar
até que se esgote o policrómico rumor
do poema que estás a desfiar.

Mas nenhuma água é tão perfeita e livre,
tão povoada de voos azuis,
tão compacta de sons incandescentes
como a que ressuma na obscuridade
onde os meus olhos se recolhem
de súbito inexistentes.

É que rente à ferida feliz
que é todo o meu corpo
está o lume do deslumbramento mais atroz
que fere talvez irremediavelmente
se eu não conseguir por algum tempo
receber apenas a tua voz.


(Poeta anónimo, in "Immoderato Instabile"

O nosso eu!


Uma alma gêmea é alguém cujas fechaduras coincidem com nossas chaves e cujas chaves coincidem com nossas fechaduras. Quando nos sentimos seguros a ponto de abrir as fechaduras, surge o nosso eu mais verdadeiro e podemos ser completa e honradamente quem somos. Cada um descobre a melhor parte do outro.

segunda-feira, 30 de março de 2009

Dia Internacional do Livro Infantil e Juvenil em Constância



Dia 2 de Abril
O Município de Constância, através da Biblioteca Municipal Alexandre O´Neill, vai assinalar o Dia Internacional do Livro Infantil e Juvenil, que se comemora a 2 de Abril (data do nascimento de Hans Christian Andersen), com a realização de uma peça de teatro infantil.

Nesta peça infantil de Maria Alberta Menéres, O que é que aconteceu na terra dos Procópios, a animação e as descobertas são constantes. As personagens pretendem mostrar a magia das pequeninas coisas de todos os dias: como um copo transparente, uma vulgar cadeira de madeira ou um misterioso saco de estopa.

Com esta iniciativa, pretende-se sensibilizar as crianças para a importância dos livros e da leitura no seu desenvolvimento e ao mesmo tempo valorizar e divulgar a qualidade da literatura infantil portuguesa.

Aberto à comunidade em geral, esta actividade está agendada para o dia 2 de Abril (quinta-feira) às 10.30H e às 14.30H na Biblioteca Municipal Alexandre O´Neill, sendo obrigatória uma inscrição prévia, para participar nesta iniciativa.

Para informações ou esclarecimentos adicionais contactar a Biblioteca Municipal Alexandre O´Neill através do número de telefone 249 739 367 ou via correio electrónico para biblioteca@cm-constancia.pt.


Leia mais. Viva mais.


Por CMC

O Encontro.





Como se um raio mordesse

meu corpo pêro rosado

e o namorado viesse

ou em vez do namorado



um novilho atravessasse

meus flancos de seda branca

e o trajecto me deixasse

uma açucena na anca



como se eu apenas fosse

o efeito de um feitiço

um astro me desse um couce

e eu não sofresse com isso



como se eu já existisse

antes do sol e da lua

e se a morte me despisse

eu não me sentisse nua



como se deus cá em baixo

fosse um cigano moreno

como se deus fosse macho

e as minhas coxas de feno



como se alguém dos espaços

me desse o nome de flor

ou me deixasse nos braços

este cordeiro de amor

Natália Correia.

poesia dos rios.


"O mistério

dos rios

é que eles passam

por dentro

de nós

e só depois

deságuam no mar".

Amor - O Interminável Aprendizado


Criança, ele pensava: amor, coisa que os adultos sabem. Via-os aos pares namorando nos portões enluarados se entrebuscando numa aflição feliz de mãos na folhagem das anáguas. Via-os noivos se comprometendo à luz da sala ante a família, ante as mobílias; via-os casados, um ancorado no corpo do outro, e pensava: amor, coisa-para-depois, um depois-adulto-aprendizado.

Se enganava.

Se enganava porque o aprendizado de amor não tem começo nem é privilégio aos adultos reservado. Sim, o amor é um interminável aprendizado.

Por isto se enganava enquanto olhava com os colegas, de dentro dos arbustos do jardim, os casais que nos portões se amavam. Sim, se pesquisavam numa prospecção de veios e grutas, num desdobramento de noturnos mapas seguindo o astrolábio dos luares, mas nem por isto se encontravam. E quando algum amante desaparecia ou se afastava, não era porque estava saciado. Isto aprenderia depois. É que fora buscar outro amor, a busca recomeçara, pois a fome de amor não sabia nunca, como ali já não se saciara.

De fato, reparando nos vizinhos, podia observar. Mesmo os casados, atrás da aparente tranqüilidade, continuavam inquietos. Alguns eram mais indiscretos. A vizinha casada deu para namorar. Aquele que era um crente fiel, sempre na igreja, um dia jogou tudo para cima e amigou-se com uma jovem. E a mulher que morava em frente da farmácia, tão doméstica e feliz, de repente fugiu com um boêmio, largando marido e filhos.

Então, constatou, de novo se enganara. Os adultos, mesmo os casados, embora pareçam um porto onde as naus já atracaram, os adultos, mesmo os casados, que parecem arbustos cujas raízes já se entrançaram, eles também não sabem, estão no meio da viagem, e só eles sabem quantas tempestades enfrentaram e quantas vezes naufragaram.

Depois de folhear um, dez, centenas de corpos avulsos tentando o amor verbalizar, entrou numa biblioteca. Ali estavam as grandes paixões. Os poetas e novelistas deveriam saber das coisas. Julietas se debruçavam apunhaladas sobre o corpo morto dos Romeus, Tristãos e Isoldas tomavam o filtro do amor e ficavam condenados à traição daqueles que mais amavam e sem poderem realizar o amor.

O amor se procurava. E se encontrando, desesperava, se afastava, desencontrava.

Então, pensou: há o amor, há o desejo e há a paixão.

O desejo é assim: quer imediata e pronta realização. É indistinto. Por alguém que, de repente, se ilumina nas taças de uma festa, por alguém que de repente dobra a perna de uma maneira irresistivelmente feminina.

Já a paixão é outra coisa. O desejo não é nada pessoal. A paixão é um vendaval. Funde um no outro, é egoísta e, em muitos casos, fatal.

O amor soma desejo e paixão, é a arte das artes, é arte final.

Mas reparou: amor às vezes coincide com a paixão, às vezes não.

Amor às vezes coincide com o desejo, às vezes não.

Amor às vezes coincide com o casamento, às vezes não.

E mais complicado ainda: amor às vezes coincide com o amor, às vezes não.

Absurdo.

Como pode o amor não coincidir consigo mesmo?

Adolescente amava de um jeito. Adulto amava melhormente de outro. Quando viesse a velhice, como amaria finalmente? Há um amor dos vinte, um amor dos cinqüenta e outro dos oitenta? Coisa de demente.

Não era só a estória e as estórias do seu amor. Na história universal do amor, amou-se sempre diferentemente, embora parecesse ser sempre o mesmo amor de antigamente.

Estava sempre perplexo. Olhava para os outros, olhava para si mesmo ensimesmado.

Não havia jeito. O amor era o mesmo e sempre diferenciado.

O amor se aprendia sempre, mas do amor não terminava nunca o aprendizado.

Optou por aceitar a sua ignorância.

Em matéria de amor, escolar, era um repetente conformado.

E na escola do amor declarou-se eternamente matriculado.


Texto extraído do livro "21 Histórias de amor",

Affonso Romano de Sant'Anna.

domingo, 29 de março de 2009

Literatura

A criação do mundo.

Autor:Miguel Torga.




Neste livro, Torga, primeiro escritor a receber o prêmio Camões, narra as principais lembranças de sua vida, como a infância em Trás-os-Montes, as paisagens do campo, sua primeira viagem pela Europa, o encontro em Paris com exilados políticos portugueses, as rebeliões anti-salazaristas, sua prisão e a morte de seus pais.

Continuidade em Constância


O Mirante - diário online - Política - Máximo Ferreira assegura mandato de continuidade em Constância