Beijo e saudade Que maravilha ouvir Tito Paris e Mariza
Ondas sagradas do Tejo Deixa-me beijar as tuas águas Deixa-me dar-te um beijo Um beijo de mágoa Um beijo de saudade Para levar ao mar e o mar à minha terra
Nas tuas ondas cristalinas Deixa-me dar-te um beijo Na tua boca de menina Deixa-me dar-te um beijo, óh Tejo Um beijo de mágoa Um beijo de saudade Para levar ao mar e o mar à minha terra
Minha terra é aquela pequenina É Cabo Verde terra minha Aquela que no mar parece criança É filha do oceano É filha do céu Terra da minha mãe terra dos meus amores
Bêjo Di Sodade
Onda sagrada di Tejo Dixám'bejábu bô água Dixám'dábu um beijo Um bêjo di mágoa Um bêjo di sodadi Pá bô levá mar, pá mar leval'nha terra
Na bôs onda cristalina Dixám'dábu um beijo Na bô boca di mimina Dixám'dábu um beijo óh Tejo Um bêjo di mágoa Um bêjo di sodadi Pá bô levá mar, pá mar leval'nha terra
Nha terra ê quêl piquinino È Cabo Verde, quêl quê di meu Terra que na mar parcê minino È fidjo d'oceano È fidjo di céu Terra di nha mãe Terra di nha cretcheu
Entraste na casa do meu corpo, desarrumaste as salas todas e já não sei quem sou, onde estou. O amor sabe. O amor é um pássaro cego que nunca se perde no seu voo.
"Adulta é a noite onde cresce o teu corpo azul. A claridade que se dá em troca dos meus ombros cansados Reflexos coloridos. Amei o amor. Amei-te meu amor sobre ervas orvalhadas. Não eras tu porém o fim dessa estrada sem fim. Canto apenas (enquanto os álamos amadurecem) a transparência, o caminho. A noite por ti despida. Lume e perfume do sol. Íntimo rumor do mundo.
Represem-no e aumentarão a sua força. Não responsabilizem o homem pelas suas explosões devastadoras! Condenem antes a força da vida! O espírito que nos anima pode assumir as mais diversas formas: tornar-nos semelhantes a anjos, a demónios ou a bestas. A cada um a sua escolha. Nada barra o caminho ao homem para além das fantasmagorias dos seus medos. O mundo é a nossa casa, mas teremos ainda que a ocupar; a mulher que amamos está à nossa espera, mas não sabemos onde encontrá-la; o atalho que buscamos está sob os nossos pés, mas não o reconhecemos. Quer sejamos deste mundo por muito ou pouco tempo, os poderes por explorar são ilimitados.
Por trás de um grande líder existe sempre uma grande mulher - Eva Braun foi durante muitos anos a companheira de Adolf Hitler e, por um dia, sua esposa. Através de Os Diários Secretos de Eva Braun, que chega agora até nós, entramos na intimidade daquela que acompanhou a ascensão e a queda do Terceiro Reich, marcado pelo Holocausto. O sofrimento, paixão, loucura, dúvida, vividas e descritas por Eva, não deixam ninguém indiferente. Um livro arrebatador que conquistou a França e já traduzido em inúmeros países.
É uma noite de temporal. A noite do acidente. Há uma gota de água suspensa num estilhaço de vidro que teima em não cair. Há um instante que se eterniza. Reflectida na gota, Violeta mergulha nessa eternidade e recorda o que pode ter sido o último dia da sua vida, e nesse dia, toda a vida, e nessa vida, os pais, a filha, a criada, o bastardo, e em todos, a urgência da vida que prossegue indiferente como a estrada de onde ainda agora se despistou. Nessa posição instável, de cabeça para baixo, presa pelo cinto de segurança, parece que tudo se desamarra. O presente perde a opacidade com que o quotidiano o resguarda e Violeta afunda-se nos passados de que é feita, uma espiral alucinada de transparências e ecos. Violeta vira uma esquina (ou será uma página?) e a revolução de Abril irrompe, empunhando a raiva do bastardo. Abre uma porta (talvez um parágrafo) da casa vazia e a mãe chama por ela enquanto o pai enlouquece lá fora, no quintal. Um homem afoga o desejo no corpo dela (vírgula, de certeza) e a menina dos patins desliza à frente da filha que perde a vida como caixa de hipermercado. A criada, como sempre, está calada (ponto final).