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sexta-feira, 14 de setembro de 2012


Outrora eu era daqui, e hoje regresso estrangeiro, Forasteiro do que vejo e ouço, velho de mim. Já vi tudo, ainda o que nunca vi, nem o que nunca verei. Eu reinei no que nunca fui.

Fernando Pessoa

segunda-feira, 23 de julho de 2012

Encerrado.

Quem nunca precisou colocar uma placa no coração : 


"ENCERRADO POR TEMPO INDETERMINADO"

sábado, 21 de julho de 2012

Amigo.



Mal nos conhecemos 
Inaugurámos a palavra «amigo». 

«Amigo» é um sorriso 
De boca em boca, 
Um olhar bem limpo, 
Uma casa, mesmo modesta, que se oferece, 
Um coração pronto a pulsar 
Na nossa mão! 

«Amigo» (recordam-se, vocês aí, 
Escrupulosos detritos?) 
«Amigo» é o contrário de inimigo! 

«Amigo» é o erro corrigido, 
Não o erro perseguido, explorado, 
É a verdade partilhada, praticada. 

«Amigo» é a solidão derrotada! 

«Amigo» é uma grande tarefa, 
Um trabalho sem fim, 
Um espaço útil, um tempo fértil, 
«Amigo» vai ser, é já uma grande festa! 

Alexandre O'Neil

sábado, 14 de julho de 2012

Noite por ti despida.




Adulta é a noite onde cresce 
o teu corpo azul. A claridade 
que se dá em troca dos meus ombros 
cansados. Reflexos 
                                  coloridos. Amei 
o amor. Amei-te meu amor sobre ervas 
orvalhadas. Não eras tu porém 
o fim dessa estrada 
sem fim. Canto apenas (enquanto os álamos 
amadurecem) a transparência, o caminho. A noite 
por ti despida. Lume e perfume 
do sol. Íntimo rumor do mundo. 

Casimiro de Brito, in "Solidão Imperfeita"

terça-feira, 10 de julho de 2012

quinta-feira, 5 de julho de 2012

Voz dos sonhos.



Olhar vago
absorto em fantasias
sòzinho
no meio da multidão.

Sonha mas ama
o amor não conhece essas distâncias
direcção ás trevas
segue a vida
procura O amor
sono porque me levas!

Silêncio
calém a voz dos sonhos
sonhar não faz parte da vida...

quarta-feira, 4 de julho de 2012

Literatura.

Foto: O Tempo Entre Costuras de María Dueñas.

Sinopse

«O Tempo entre Costuras» é a história de Sira Quiroga, uma jovem modista empurrada pelo destino para um arriscado compromisso; sem aviso, os pespontos e alinhavos do seu ofício convertem-se na fachada para missões obscuras que a enleiam num mundo de glamour e paixões, riqueza e miséria mas também de vitórias e derrotas, de conspirações históricas e políticas, de espias.
Um romance de ritmo imparável, costurado de encontros e desencontros, que nos transporta, em descrições fiéis, pelos cenários de uma Madrid pró-Alemanha, dos enclaves de Tânger e Tetuán e de uma Lisboa cosmopolita repleta de oportunistas e refugiados sem rumo.

Plano Nacional de Leitura
Livro recomendado para os 10º, 11º e 12º anos de escolaridade, destinado a leitura autónoma. Também recomendado para as Novas Oportunidades, destinado a leitura autónoma - Grau de Dificuldade III.

O Tempo Entre Costuras de María Dueñas.

Sinopse

«O Tempo entre Costuras» é a história de Sira Quiroga, uma jovem modista empurrada pelo destino para um arriscado compromisso; sem aviso, os pespontos e alinhavos do seu ofício convertem-se na fachada para missões obscuras que a enleiam num mundo de glamour e paixões, riqueza e miséria mas também de vitórias e derrotas, de conspirações históricas e políticas, de espias.
Um romance de ritmo imparável, costurado de encontros e desencontros, que nos transporta, em descrições fiéis, pelos cenários de uma Madrid pró-Alemanha, dos enclaves de Tânger e Tetuán e de uma Lisboa cosmopolita repleta de oportunistas e refugiados sem rumo.

Plano Nacional de Leitura
Livro recomendado para os 10º, 11º e 12º anos de escolaridade, destinado a leitura autónoma. Também recomendado para as Novas Oportunidades, destinado a leitura autónoma - Grau de Dificuldade III.

sexta-feira, 29 de junho de 2012

Paixão.





"A paixão torna-nos irradiantes de luz, mas não exactamente de lucidez."

quarta-feira, 27 de junho de 2012

São as pessoas como tu...

São as pessoas como tu que fazem com que o nada queira dizer-nos algo, as coisas vulgares se tornem coisas importantes e as preocupações maiores sejam de facto mais pequenas. São as pessoas como tu que dão outra dimensão aos dias, transformando a chuva em delirante orvalho e fazendo do inverno uma estação de rosas rubras. 
As pessoas como tu possuem não uma, mas todas as vidas. Pessoas que amam e se entregam porque amar é também partilhar as mãos e o corpo. Pessoas que nos escutam e nos beijam e sabem transformar o cansaço numa esperança aliciante, tocando-nos o rosto com dedos de água pura, soltando-nos os cabelos com a leveza do pássaro ou a firmeza da flecha. São as pessoas como tu que nos respiram e nos fazem inspirar com elas o azul que há no dorso das manhãs, e nos estendem os braços e nos apertam até sentirmos o coração transformar o peito numa música infinita. São as pessoas como tu que não nos pedem nada mas têm sempre tudo para dar, e que fazem de nós nem ícaros nem prisioneiros, mas homens e mulheres com a estatura da vida, capazes da beleza e da justiça, do sofrimento e do amor. São as pessoas como tu que, interrogando-nos, se interrogam, e encontram a resposta para todas as perguntas nos nossos olhos e no nosso coração. As pessoas que por toda a parte deixam uma flor para que ela possa levar beleza e ternura a outras mãos. Essas pessoas que estão sempre ao nosso lado para nos ensinar em todos os momentos, ou em qualquer momento, a não sentir o medo, a reparar num gesto, a escutar um violino. São as pessoas como tu que ajudam a transformar o mundo. 

Joaquim Pessoa, in 'Ano Comum' 

segunda-feira, 25 de junho de 2012

Literatura.

Toda a obra de arte se realiza a dois níveis - o da superfície  e o da profundeza.Sei bem como isto pertence um pouco à  linguagem do passado.Mas resta saber se o mais recente é o mais verdadeiro e não apenas o mais actual.O nível da superfície é aquele em que a obra se manifesta se concretiza e definitivamente existe.

domingo, 24 de junho de 2012

Memória do teu corpo.



Tenho nas mãos
a memória do teu corpo
adio o sonho
invento palavras
escondo o meu rosto
por detrás de um ar risonho
escondendo o meu desgosto...
Nem sempre se ama
quando se quer
flutuo nas incertezas
tacteando os meus pensamentos
no teu corpo
mulher...

sexta-feira, 22 de junho de 2012


Amar...





Temos de amar e não deixar de viver ...

sábado, 16 de junho de 2012

O amor...

"O amor é como um sonho,só entendemos sua importância,quando fazemos parte dele"

sexta-feira, 15 de junho de 2012

Literatura

a máquina de fazer espanhóis - valter hugo mãe

Sinopse.

Mais um grande romance de valter hugo mãe, assim mesmo em minúsculas, como é de gosto do autor, angolano, radicado em Portugal e vencedor do Prêmio Literário José Saramago de 2007. Um romance daqueles que deixam saudade e pena de chegarmos ao final, mesmo tratando de um tema tão difícil quanto a chegada da terceira idade. Esta é a história de antónio jorge da silva, um barbeiro que acaba de completar 84 anos e que, depois da morte da mulher, é abandonado em um asilo pelos filhos. Os primeiros dias representam para o protagonista um lento processo de desintegração, chocado pela perda da sua companheira de toda a vida, ele se sente desamparado e sem esperanças em um mundo que parece ter perdido o objetivo, a não ser a lenta e solitária passagem do pouco tempo que lhe resta.

quinta-feira, 14 de junho de 2012

Amar é preciso...


O eco do teu sorriso
flutua no ar
e perde-se no vento
a ternura das tuas palavras
silenciam-se no tempo...

Grito ao vento
e ao tempo
quero o teu sorriso de volta
e que a ternura das tuas palavras
ecoem em mim a todo o momento...

Silêncio
nas palavras
no sorriso
o sonho é uma constante
amar é preciso...

sexta-feira, 8 de junho de 2012

Amar é parir o amor...

Através da nudez 
da tua alma
pura
como a lua alva
vejo o teu olhar 
de ternura...


Preenche os teus vazios
não te vista apenas de saudade
o caminho
faz-se andando
ama
procura a felicidade...


Amar é parir o amor
é o nu
de um parto sem dor
é o seres tu
despida como uma flor...

domingo, 3 de junho de 2012

Blog em manutenção.

"Não existem métodos fáceis para resolver problemas difíceis."


Desculpem se não passo por aí...






quinta-feira, 31 de maio de 2012

Nunca Me Tinha Apaixonado Verdadeiramente

Escrevi até o princípio da manhã aparecer na janela. O sol a iluminar os olhos dos gatos espalhados na sala, sentados, deitados de olhos abertos. O sol a iluminar o sofá grande, o vermelho ruço debaixo de uma cobertura de pêlo dos gatos. O sol a chegar à escrivaninha e a ser dia nas folhas brancas. Escrevi duas páginas. Descrevi-lhe o rosto, os olhos, os lábios, a pele, os cabelos. Descrevi-lhe o corpo, os seios sob o vestido, o ventre sob o vestido, as pernas. Descrevi-lhe o silêncio. E, quando me parecia que as palavras eram poucas para tanta e tanta beleza, fechava os olhos e parava-me a olhá-la. Ao seu esplendor seguia-se a vontade de a descrever e, de cada vez que repetia este exercício, conseguia escrever duas palavras ou, no máximo, uma frase. Quando a manhã apareceu na janela, levantei-me e voltei para a cama. Adormeci a olhá-la. Adormeci com ela dentro de mim. 






José Luís Peixoto.

segunda-feira, 28 de maio de 2012

Literatura.



Vergílio Ferreira.

Espaço do invisível 1.


Entre a dupla infinitude e o duplo incognoscível do donde e para onde aí os passos do homem.
Dos nossos ,surgidos do mundo recebemos um testemunho e com ele o impulso que vinha nele.
Uma evidência nos toma e com ela a indiscutibilidade que nos há-de orientar ,sem que muitas
vezes,pelo sabê-lo sublimemos ,de algum modo,essa nossa orientação,porque saber ter consciência,é já subir além de nós.

domingo, 27 de maio de 2012

Ouve-me...


Chama-me
Prenuncia o meu nome
Pinta-me na tua fantasia
olha e verás que te vejo

Deixa beijar  teus lábios doces
Sentir  o mel dos teus olhos
Não me deixes mudo
Ouve-me peço-te...
Dá-me os teus afagos...

Ouve-me
nas palavras que nos beijam
ouve-me
ouve o meu silêncio ...