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quinta-feira, 16 de dezembro de 2010
O Amor é Muito Difícil
Penso que o amor é muito difícil. Existem muitos obstáculos a que possa ser o absoluto que é. A palavra amor é uma palavra muito gasta, muito usada, e muitas vezes mal usada, e eu quando falo de amor faço-o no sentido absoluto... há uma série de outros sentimentos aos quais também se chama amor e que não o são. No amor é preciso que duas pessoas sejam uma e isso não é fácil de encontrar. E, uma vez encontrado, não é fácil de fazer permanecer.
José Luís Peixoto, in 'Notícias Magazine (2003)'
quarta-feira, 15 de dezembro de 2010
Natal é sempre que um homem quiser...
A vida renova
com vida nova
e só assim faz sentido
nascer
viver
morrer
mas para que a vida faça sentido
é preciso dar sentido á vida...
Não interessa apenas dizer
de palavras está o mundo cheio
há que fazer
por nós
pelos outros
para que possamos todos viver
em harmonia
paz
e alegria...
O natal está aí
crianças no aconchego do seu lar
escrevem cartas ao pai Natal
no bairro de lata
ouvem-se crianças a chorar
querem comer não têm pão
rezam e não sabem porque razão
uns têm tudo
e outros não...
E no interior do meu ser
sinto o grito
do poeta
Natal é sempre
que um homem quiser...
terça-feira, 14 de dezembro de 2010
Vida.
Vejo-te tão pequenino
mas sei que serás grande
no amor
na humildade
no respeito
a vida é um circo
serás mais um actor
sentirás tristeza
alegria e amor
dentro do teu peito...
Quero para ti
uma nova vida
um novo sentir
sempre que precisares de mim
eu estarei aqui
para te guiar pela verdade
mostrar como é simples
a sinceridade
que nem sempre o mundo
é cor de rosa
também há falsidade...
Quero que cresças em paz
com carinho
e que todas as crianças
tenham o seu ninho
que vais á escola
que jogues á bola
que respeites o teu professor
para que sejas um homem
seja aonde for...
segunda-feira, 13 de dezembro de 2010
Chegou a cegonha...
domingo, 12 de dezembro de 2010
Os círculos da vida...
sábado, 11 de dezembro de 2010
Não há Nada que Resista ao Tempo
Não há nada que resista ao tempo. Como uma grande duna que se vai formando grão a grão, o esquecimento cobre tudo. Ainda há dias pensava nisto a propósito de não sei que afecto. Nisto de duas pessoas julgarem que se amam tresloucadamente, de não terem mutuamente no corpo e no pensamento senão a imagem do outro, e daí a meia dúzia de anos não se lembrarem sequer de que tal amor existiu, cruzarem-se numa rua sem qualquer estremecimento, como dois desconhecidos.
Essa certeza, hoje então, radicou-se ainda mais em mim.
Fui ver a casa onde passei um dos anos cruciais da minha vida de menino. E nem as portas, nem as janelas, nem o panorama em frente me disseram nada. Tinha cá dentro, é certo, uma nebulosa sentimental de tudo aquilo. Mas o concreto, o real, o número de degraus da escada, a cara da senhoria, a significação terrena de tudo aquilo, desaparecera.
Miguel Torga, in "Diário (1940)"
sexta-feira, 10 de dezembro de 2010
A Realidade do Amor
Que sempre existam almas para as quais o amor seja também o contacto de duas poesias, a convergência de dois devaneios. O amor, enquanto amor, nunca termina de se exprimir e exprime-se tanto melhor quanto mais poeticamente é sonhado. Os devaneios de duas almas solitárias preparam a magia de amar. Um realista da paixão verá aí apenas fórmulas evanescentes. Mas não é menos verdade que as grandes paixões se preparam em grandes devaneios. Mutilamos a realidade do amor quando a separamos de toda a sua irrealidade.
Gaston Bachelard, in ' A Poética do Devaneio'
quinta-feira, 9 de dezembro de 2010
O tempo já não dá tempo ao tempo ...
O tempo passa
como a água do rio
no aconchego do seu leito
escoa lágrimas da vida
de dentro do peito...
Tempo que tudo arrasta
intemporal para os amantes
entre alegria e tristezas
vida de incertezas
nada deixas como antes...
Deixas marcas
feridas por cicatrizar
boas recordações
muitas emoções
e segues sem parar...
Corres e desgastas
como as pedras do rio
desgastadas pela corrente
como um amor fugidio
e segues em frente...
O tempo já não dá tempo ao tempo
o tempo que era já se foi
são apenas os momentos
parados no tempo
que por vezes dói...
quarta-feira, 8 de dezembro de 2010
O meu acordar...
A vida é um sonho
do que o amor é sonho
é o adormecer abraçado de fantasia
é o sonhar em amar
de noite e de dia...
É crer no amor e nos sonhos
em noites tristes
em dias risonhos
é amar-te
é sonhar que existes...
És sono e sonho
no meu adormecer
és vida e meu fado
insónia em noite de lua cheia
o meu renascer...
És a esperança
do meu acordar
tempestade bonança
o sol que nasce
o meu respirar...
És sonho sonhado
és a noite e o meu dia
meu sonho acordado
a minha alegria...
És o meu jardim
a minha flor
sonho do tamanho do mundo
és polén do meu amor
o meu sentir profundo...
E tu já não és um sonho
és apenas o meu sonhar
a razão da minha vida
a minha flor preferida
o meu acordar...
terça-feira, 7 de dezembro de 2010
Presente.
segunda-feira, 6 de dezembro de 2010
Desejo de te amar...
Na lareira onde me aqueço
vejo-te meu anjo
com asas de fogo
não sei se te mereço
sei apenas que te amo
que nunca te esqueço...
Nas chamas quentes
aconchego meu corpo no teu
nossos corpos ausentes
mas que se sentem
no fogo que ardeu...
Lareira incandescente
o rubor da minha face
meu coração quente
o querer somente
um feliz desenlace...
Na fogueira do nosso amor
sinto o teu ardor
o fogo a crepitar
as chamas do meu vigor
o desejo de te amar...
domingo, 5 de dezembro de 2010
Excesso de Volúpia
A volúpia carnal é uma experiência dos sentidos, análoga ao simples olhar ou à simples sensação com que um belo fruto enche a língua. É uma grande experiência sem fim que nos é dada; um conhecimento do mundo, a plenitude e o esplendor de todo o saber. O mal não é que nós a aceitemos; o mal consiste em quase todos abusarem dessa experiência, malbaratando-a, fazendo dela um mero estímulo para os momentos cansados da sua existência.
Rainer Maria Rilke, in 'Cartas a um Jovem Poeta'
sábado, 4 de dezembro de 2010
sexta-feira, 3 de dezembro de 2010
Lembro-me de ti...
O dia amanhece branco , frio
lembro-me de ti
minha alma quente
de contente sorri...
A neve cai
inspiro os cheiros da vida
a tempestade acalma
apenas rumores
de pássaros silenciosos
cantando o silêncio das flores...
Da minha janela
olho o mundo
nuvens brancas libertam pedaços do céu
que flutuam entre a esperança e o temor
fecho os olhos
respiro fundo
sinto o amor...
quinta-feira, 2 de dezembro de 2010
Antonio Poteiro - Bumba Meu Boi
Blogagem colectiva.
Minha Ideia é Meu Pincel
Bumba,bumba meu boi
toca a bumbar
hoje é dia de festa
vamos lá dançar
Dança o Bastião
a pastorinha e o dono do boi
padre,doutor e sacristão
sempre assim foi.
Dança o amo,dono da fazenda
pai Chico e Catirina
que espera uma prenda
comer lingua do boi fininha.
Dança os vaqueiros
indio,india e caboclo
senhoras e cavalheiros
todo o mundo dança neste circo.
E nesta roda viva
bumba e toca a bumbar
nada de andar á deriva
ter sempre par para dançar.
Neste foclore de cores
tudo acaba em bem
todos são vencedores
e o boi não é para ninguém.
Minha Ideia é Meu Pincel
Bumba,bumba meu boi
toca a bumbar
hoje é dia de festa
vamos lá dançar
Dança o Bastião
a pastorinha e o dono do boi
padre,doutor e sacristão
sempre assim foi.
Dança o amo,dono da fazenda
pai Chico e Catirina
que espera uma prenda
comer lingua do boi fininha.
Dança os vaqueiros
indio,india e caboclo
senhoras e cavalheiros
todo o mundo dança neste circo.
E nesta roda viva
bumba e toca a bumbar
nada de andar á deriva
ter sempre par para dançar.
Neste foclore de cores
tudo acaba em bem
todos são vencedores
e o boi não é para ninguém.
Literatura.
Sinopse
No início de Agosto de 1966, García Márquez e Mercedes foram aos correios enviar o manuscrito terminado de Cem Anos de Solidão para Buenos Aires. Pareciam dois sobreviventes de uma catástrofe. O embrulho continha 490 páginas dactilografadas. O funcionário que estava ao balcão disse: «Oitenta e dois pesos.» García Márquez observou Mercedes a procurar o dinheiro na carteira. Tinham apenas cinquenta pesos, e só puderam enviar cerca de metade do livro: García Márquez pediu ao homem que estava do outro lado do balcão para tirar folhas como se fossem fatias de toucinho fumado, até os cinquenta pesos serem suficientes. Voltaram para casa, empenharam o aquecedor, o secador de cabelo e o liquidificador, regressaram aos correios e enviaram a segunda parte. Ao saírem dos correios, Mercedes parou e voltou-se para o marido: «Hei, Gabo, agora só nos faltava que o livro não prestasse.»
quarta-feira, 1 de dezembro de 2010
Tempestade passageira.
Num turbilhão de idéias
uma tempestade se abate em mim
será loucura de amor
num caos tempestivo
ou furacão passageiro
neste grito de dor.
Nesta avalanche temporal
procuro onde me recolher
talvez num mar calmo,
sereno
com ventos que não me façam tremer
e onde tudo o que sinto
angústia
mágoa
não passe de uma pequena tormenta
em mar raso
de um copo de água...
terça-feira, 30 de novembro de 2010
O Verdadeiro Gesto de Amor
Aquilo que de verdadeiramente significativo podemos dar a alguém é o que nunca demos a outra pessoa, porque nasceu e se inventou por obra do afecto. O gesto mais amoroso deixa de o ser se, mesmo bem sentido, representa a repetição de incontáveis gestos anteriores numa situação semelhante. O amor é a invenção de tudo, uma originalidade inesgotável. Fundamentalmente, uma inocência.
Fernando Namora, in 'Jornal sem Data'
segunda-feira, 29 de novembro de 2010
Nossa senhora da Boa viagem em Constância.
Recebi o convite que muito me honra em postar este vidio do:
http://viagensaomeuplaneta.blogspot.com
Este é um vidio que relacta um dos pontos altos das festas em honra Nossa senhora da Boa viagem em Constância.
http://viagensaomeuplaneta.blogspot.com
Este é um vidio que relacta um dos pontos altos das festas em honra Nossa senhora da Boa viagem em Constância.
domingo, 28 de novembro de 2010
Nunca Ninguém Amou Completamente
Vou deitar-te na eternidade, que é esse o teu lugar, é esse, é esse. E agora só tenho que te amar tudo de ti, não deixar nada de fora. Porque, sabê-lo-ás? Nunca ninguém amou completamente, houve sempre uma forma de amar fragmentária, parcial. Amou-se sempre em função de uma fracção do amor como se usou um vestuário segundo a moda, desde o calção ou o penante de plumas. Vou-te amar como Deus. Não, não. Deus não sente prazer nem movimento progressivo até ao prazer, coitado, é tão infeliz. Vou-te amar como um homem desde que os há, desde o tempo das cavernas até hoje e com um pequeno suplemento que é só meu.
Vergílio Ferreira, in "Em Nome da Terra"
sábado, 27 de novembro de 2010
sexta-feira, 26 de novembro de 2010
A Vida não Cabe numa Teoria.
A vida... e a gente põe-se a pensar em quantas maravilhosas teorias os filósofos arquitectaram na severidade das bibliotecas, em quantos belos poemas os poetas rimaram na pobreza das mansardas, ou em quantos fechados dogmas os teólogos não entenderam na solidão das celas. Nisto, ou então na conta do sapateiro, na degradação moral do século, ou na triste pequenez de tudo, a começar por nós.
Mas a vida é uma coisa imensa, que não cabe numa teoria, num poema, num dogma, nem mesmo no desespero inteiro dum homem.
A vida é o que eu estou a ver: uma manhã majestosa e nua sobre estes montes cobertos de neve e de sol, uma manta de panasco onde uma ovelha acabou de parir um cordeiro, e duas crianças — um rapaz e uma rapariga — silenciosas, pasmadas, a olhar o milagre ainda a fumegar.
Miguel Torga, in "Diário (1941)"
quinta-feira, 25 de novembro de 2010
Frida Kahlo - Auto retrato
Blogagem Coletiva proposta pela amiga Glorinha de Leon do Blog Café com Bolo
Minha idéia é meu pincel.
Auto retrato
pintado na tela
em cores vazias de palavras
reflexos de espelhos de água
enquadrado na minha janela...
Meu rosto
fotografia da minha alma
espelho meu
traço a traço
de quem já sofreu...
Retrata sentimentos
grava emoções
reproduz imagens
descreve a alegria e a dor
outras recordações...
Olho para o espelho
revejo-me na tela
esboço esperanças
traço vestígios
da minha estrela...
Auto retrato
diz-me quem eu sou
de onde vim
o que faço aqui
para onde vou...
Passo a passo
construo meu auto retrato
á minha imagem e semelhança
pinceladas direitas em curvo traço
de amor paz e esperança.
Minha idéia é meu pincel.
Auto retrato
pintado na tela
em cores vazias de palavras
reflexos de espelhos de água
enquadrado na minha janela...
Meu rosto
fotografia da minha alma
espelho meu
traço a traço
de quem já sofreu...
Retrata sentimentos
grava emoções
reproduz imagens
descreve a alegria e a dor
outras recordações...
Olho para o espelho
revejo-me na tela
esboço esperanças
traço vestígios
da minha estrela...
Auto retrato
diz-me quem eu sou
de onde vim
o que faço aqui
para onde vou...
Passo a passo
construo meu auto retrato
á minha imagem e semelhança
pinceladas direitas em curvo traço
de amor paz e esperança.
quarta-feira, 24 de novembro de 2010
Saudade tua...
terça-feira, 23 de novembro de 2010
Bálsamo do amor...
Por ti
serei água e fogo
descobrirei outra forma de amar
mais doce
mais terna.
Vou sentir o calor do Sol
a brisa do vento
a força das ondas.
Irei por esses montes fora
semearei ternura
irei navegar em outros mares
enfrentarei tempestades
vendavais.
subirei montanhas
chegarei perto do céu
sentar-me numa estrela.
direi ao mundo
que te amo
que te desejo
que és o bálsamo
de um amor profundo.
segunda-feira, 22 de novembro de 2010
O Sexo é um Caso Sério
Pensai no casal mais belo, mais encantador, como ele se atrai e se repele, se deseja e foge um do outro com graça num belo jogo de amor. Chega o instante da volúpia, e toda a brincadeira, toda a alegria graciosa e doce de súbito desapareceram. Porquê? Porque a volúpia é bestial, e a bestialidade não ri. As forças da natureza agem por toda a parte seriamente. A volúpia dos sentidos é o oposto do entusiasmo que nos abre o mundo ideal. O entusiasmo e a volúpia são graves e não comportam a brincadeira.
Arthur Schopenhauer, in 'Metafísica do Amor'
domingo, 21 de novembro de 2010
Vendaval de desejos...
Há dentro de mim um desejo
que queima as minhas entranhas
o aninhar-me no teu corpo
amar-te até sentir a dor
do teu amor em lágrimas...
Porque o meu desejo é
fogo que me faz arder
me enche de luz
o mesmo que me ilumina
me inflama de tanto te querer...
Tu, imagem dos meus desejos
enlouquecidos pelos teus cheiros de fêmea
desejos de sorver a tua carne
em grandes beijos
fundir-me em ti minha alma gémea...
Porque o meu desejo
é amor é querer é ambição
na liberdade do meu ensejo
num desejo ardente
almejado na minha solidão...
É amar-te num vendaval de desejos
sentir-te em todas as minhas madrugadas
pelo teu cheiro pelo teu suor
debaixo dos lençóis te tocar
com desejo e muito amor...
sábado, 20 de novembro de 2010
Sorriso.
sexta-feira, 19 de novembro de 2010
Literatura.
Em Busca do Carneiro Selvagem, Haruki Murakami,
Sinopse
Murakami tece uma história onde a realidade é palpável, dura e fria, e seria a verdade de qualquer um, não fosse um leve pormenor: é uma realidade absolutamente fantástica...
Um publicitário divorciado, que tem um caso com uma rapariga de orelhas fascinantes, vê-se envolvido, graças a uma fotografia publicitária, numa trama inesperada: alguém quer que ele encontre um carneiro! Mas não é um carneiro qualquer. É um animal que pode mudar o rumo da história. Um carneiro sobrenatural…
Sinopse
Murakami tece uma história onde a realidade é palpável, dura e fria, e seria a verdade de qualquer um, não fosse um leve pormenor: é uma realidade absolutamente fantástica...
Um publicitário divorciado, que tem um caso com uma rapariga de orelhas fascinantes, vê-se envolvido, graças a uma fotografia publicitária, numa trama inesperada: alguém quer que ele encontre um carneiro! Mas não é um carneiro qualquer. É um animal que pode mudar o rumo da história. Um carneiro sobrenatural…
quinta-feira, 18 de novembro de 2010
Danseuses bleues.
quarta-feira, 17 de novembro de 2010
Ponto de encontro...
terça-feira, 16 de novembro de 2010
Gostar...
Gosto do mundo Azul
dos raios do sol
da cheia lua
do teu corpo suado
transfigurado quando flutua...
Gosto da essência que liberta
o sabor amargo do teu suor
acariciar teus seios
senti-los cheios
de amor...
gosto em noite de luar
olhar o azul do mar
beijar teu corpo de sereia
e com a lua a flutuar
possuir-te na areia...
Gosto de te ter nos meus braços
cruzar a minha vida com a tua
saciar-me de beijos
matar os meus desejos
olhar para a lua...
domingo, 14 de novembro de 2010
Suor de mel...
Quando eu danço
as ondas do mar
dançam envoltas na maresia
enrolam na areia
dançando com alegria...
O Sol dança com a Lua
tua cabeça no meu peito
corpos suados num tropel
perfume rarefeito
suor de mel...
Danço balanço
sacio o meu desejo
abraço e rodopio
abraço teu corpo ardente
enquanto te acaricio...
Deleito-me com o olhar
nos teus gestos de sedução
nossos lábios se tocam
enleados rodopiamos
dançamos com paixão.
Dançar." Flor D'Luna"
sábado, 13 de novembro de 2010
sexta-feira, 12 de novembro de 2010
O amor é o amor. E depois?
Quem já leu faça favor de reler. Quem não leu leia. E volte a ler. Uma, duas, três vezes.
Há coisas que não são para se perceberem. Esta é uma delas. Tenho uma coisa para dizer e não sei como hei-de dizê-la. Muito do que se segue pode ser, por isso, incompreensível. A culpa é minha. O que for incompreensível não é mesmo para se perceber. Não é por falta de clareza. Serei muito claro.
Eu próprio percebo pouco do que tenho para dizer. Mas tenho de dizê-lo. O que quero é fazer o elogio do amor puro. Parece-me que já ninguém se apaixona de verdade.
Já ninguém quer viver um amor impossível. Já ninguém aceita amar sem uma razão. Hoje as pessoas apaixonam-se por uma questão de prática. Porque dá jeito. Porque são colegas e estão ali mesmo ao lado. Porque se dão bem e não se chateiam muito. Porque faz sentido. Porque é mais barato, por causa da casa. Por causa da cama. Por causa das cuecas e das calças e das contas da lavandaria. Hoje em dia as pessoas fazem contratos pré-nupciais, discutem tudo de antemão, fazem planos e à mínima merdinha entram logo em “diálogo”. O amor passou a ser passível de ser combinado. Os amantes tornaram-se sócios. Reúnem-se, discutem problemas, tomam decisões. O amor transformou-se numa variante psico-sócio-bio-ecológica de camaradagem.
A paixão, que devia ser desmedida, é na medida do possível. O amor tornou-se uma questão prática. O resultado é que as pessoas, em vez de se apaixonarem de verdade, ficam “praticamente” apaixonadas. Eu quero fazer o elogio do amor puro, do amor cego, do amor estúpido, do amor doente, do único amor verdadeiro que há, estou farto de conversas, farto de compreensões, farto de conveniências de serviço.
Nunca vi namorados tão embrutecidos, tão cobardes e tão comodistas como os de hoje. Incapazes de um gesto largo, de correr um risco, de um rasgo de ousadia, são uma raça de telefoneiros e capangas de cantina, malta do “tá bem, tudo bem”, tomadores de bicas, alcançadores de compromissos, bananóides, borra-botas, matadores do romance, romanticidas. Já ninguém se apaixona? Já ninguém aceita a paixão pura, a saudade sem fim, a tristeza, o desequilíbrio, o medo, o custo, o amor, a doença que é como um cancro a comer-nos o coração e que nos canta no peito ao mesmo tempo?
O amor é uma coisa, a vida é outra. O amor não é para ser uma ajudinha. Não é para ser o alívio, o repouso, o intervalo, a pancadinha nas costas, a pausa que refresca, o pronto-socorro da tortuosa estrada da vida, o nosso “dá lá um jeitinho sentimental”. Odeio esta mania contemporânea por sopas e descanso. Odeio os novos casalinhos. Para onde quer que se olhe, já não se vê romance, gritaria, maluquice, facada, abraços, flores. O amor fechou a loja. Foi trespassada ao pessoal da pantufa e da serenidade.
Amor é amor. É essa beleza. É esse perigo. O nosso amor não é para nos compreender, não é para nos ajudar, não é para nos fazer felizes. Tanto pode como não pode. Tanto faz. É uma questão de azar. O nosso amor não é para nos amar, para nos levar de repente ao céu, a tempo ainda de apanhar um bocadinho de inferno aberto. O amor é uma coisa, a vida é outra. A vida às vezes mata o amor.
A “vidinha” é uma convivência assassina. O amor puro não é um meio, não é um fim, não é um princípio, não é um destino. O amor puro é uma condição. Tem tanto a ver com a vida de cada um como o clima. O amor não se percebe. Não é para perceber. O amor é um estado de quem se sente. O amor é a nossa alma. É a nossa alma a desatar. A desatar a correr atrás do que não sabe, não apanha, não larga, não compreende. O amor é uma verdade. É por isso que a ilusão é necessária. A ilusão é bonita, não faz mal. Que se invente e minta e sonhe o que quiser.
O amor é uma coisa, a vida é outra. A realidade pode matar, o amor é mais bonito que a vida. A vida que se lixe. Num momento, num olhar, o coração apanha-se para sempre. Ama-se alguém. Por muito longe, por muito difícil, por muito desesperadamente. O coração guarda o que se nos escapa das mãos. E durante o dia e durante a vida, quando não esta lá quem se ama, não é ela que nos acompanha - é o nosso amor, o amor que se lhe tem. Não é para perceber. É sinal de amor puro não se perceber, amar e não se ter, querer e não guardar a esperança, doer sem ficar magoado, viver sozinho, triste, mas mais acompanhado de quem vive feliz. Não se pode ceder. Não se pode resistir. A vida é uma coisa, o amor é outra.
A vida dura a vida inteira, o amor não. Só um mundo de amor pode durar a vida inteira. E valê-la também.”
Miguel Esteves Cardoso
quinta-feira, 11 de novembro de 2010
Blogagem colectiva.
Georgia O`Keefe-The waterfaal
minha idéia meu pincel.
O amor
é como uma queda de água
cristalino
puro
transparente
como a corrente de um rio
que inunda meu interior...
Como uma cascata em catadupa
impetuosa
violenta
de uma beleza sem medida
que nos sacia
alimenta
dá vida...
Lágrimas que caiem
queda de água
que desgata
cava
corrói
espelho da minha alma
amor que dói...
minha idéia meu pincel.
O amor
é como uma queda de água
cristalino
puro
transparente
como a corrente de um rio
que inunda meu interior...
Como uma cascata em catadupa
impetuosa
violenta
de uma beleza sem medida
que nos sacia
alimenta
dá vida...
Lágrimas que caiem
queda de água
que desgata
cava
corrói
espelho da minha alma
amor que dói...
quarta-feira, 10 de novembro de 2010
Encruzilhada
Literatura.
No final de uma vida, entrando no seu epílogo, um homem já sem destino para cumprir medita sobre o seu passado e o seu futuro, no regresso a uma casa vazia onde passou parte da sua infância, povoada de fantasmas que evocam os momentos chave da sua existência. Recheado de flash-backs para o passado e para o futuro (!), a antevisão, real e com todos os detalhes, da degradação da sua velhice e do seu funeral urge em Paulo a derradeira tentativa de procura da explicação de um sentido para a vida, alimentada por muitos sonhos e esperanças no tempo em que tal era devido, cheia de frustrações e desilusões posteriores frutos de um destino azarado e de uma fatalidade previsível, condições propícias para um redescobrir da vida nos elementos mais simples que anteriormente passavam despercebidos na azáfama do cumprimento do quotidiano e de toda uma vida alicerçada nos seus valores supostamente mais altos.
Nesta narrativa de evocações aleatórias, centrada no romance de Paulo com Sandra, mulher difícil e de poucos sentimentalismos, a redução de uma vida ao seu cumprimento basilar pelo amor, último alicerce num mundo de ilusões, revelando-se semítico na sua realização, e defraudado ainda por uma filha que o confronta com a esterilidade da sua actividade e do seu pensamento, mumificando-o no seu tempo presente, tempo esse prometedor de progressos civilizacionais que os próprios contemporâneos se encarregam de deitar a perder, ébrios de uma liberdade utópica que nada concilia face à disparidade de vertentes, facções e pontos de vista que num ruído ensurdecedor emudece e paralisa a humanidade no êxtase do extremo da civilização actual.
Vítima do seu próprio pensamento perscrutador, questionando a sua condição humana e a dos outros, comparando-a até ao fim dos tempos, um lamento arrastado mas pontuado por algumas fagulhas de lucidez e outras de felicidade passada e presente, num acomodar inconsciente contrastante de uma luta ávida pela vida onde persistem ainda mais perguntas que respostas apesar de toda a sofreguidão de viver tal como evidenciado pelo relato de vida do narrador. A paz nunca chega, para sempre continua a percepção do abismo entre aquilo que se é e aquilo que se sente.
terça-feira, 9 de novembro de 2010
O teu poema.
Prémio.
Recebi da minha querida amiga Rosana Marega do http://rosanemarega.blogspot.com.
O Premio Dardos é o reconhecimento dos ideais que cada blogueiro emprega ao transmitir valores culturais, éticos, literários, pessoais, etc... que em suma, demonstram sua criatividade através do pensamento vivo que está e permanece intacto entre suas letras, e suas palavras. Esses selos foram criados com a intenção de promover a confraternização entre os blogueiros, uma forma de demonstrar o carinho e reconhecimento por um trabalho que agregue valor à Web"
Não vou nomear ninguém, mas desde já fica á disposição para quem quiser levar.
segunda-feira, 8 de novembro de 2010
A chuva cai...
Rosto molhado
ao sabor do vento
corpo fatigado
marcado
pelo tempo...
Pingos de chuva
molham-me o rosto
imagem
em poça de água
reflectida
calçada gasta
polida
brisa de vento
que me afaga
e dá vida...
Por ruas e vielas
sigo o caminho
o vento ronda
acalma
a chuva cai
inunda-me a alma...
E a vida safada
cansada
se esvai
no tempo
e na chuva
que cai...
domingo, 7 de novembro de 2010
Literatura.
Sobre o livro: «Quatro casais, oito personagens e a pergunta que nos assalta quando percebemos o fim: ainda me amas? Não sabem o que os faria felizes, nem se lembram do dia em que sentiram o peso da solidão, em que se amaram ou se desejaram. Hoje, não se reconhecem, não têm coragem para mudar de vida, para assumir o fim e procurar noutro amor o caminho de volta para o compromisso maior: ser feliz.
Num diário de emoções íntimas, falam na primeira pessoa do que sentem em relação a si e aos outros. Concluem que, cada um à sua maneira, todos foram infiéis: por pensamentos, actos ou omissões.
Com vidas entrelaçadas, cada um descreve no diário a sua viagem pelo mundo do sexo, do desejo, do pudor, do egoísmo, do amor-próprio, do envelhecimento, do sonho, da morte… Enfim, a matéria-prima da qual é feita a existência de gente vulgar.»
sábado, 6 de novembro de 2010
sexta-feira, 5 de novembro de 2010
Carta de Amor.
Ouvi dizer por aí
que já não há cartas de amor
mas o meu anjo lá do céu
ontem me escreveu
falou de amor
da sua dor
dos seus segredos
dos sonhos
dos seus medos.
Esculpiu cada letra
com sentimento
forjou cada palavra
com um amor crescente
envolveu-me nos seus sonhos
no seu corpo latente
carente de ternura
amor e qb.de loucura
coerente...
Moldei-me nas suas asas
emocionado reli
beijei todas as palavras
e senti
que és a minha flor
a minha primavera
o meu grande amor
o terminar de uma longa espera
o acabar da dor...
quinta-feira, 4 de novembro de 2010
Mulher menina e mel.
És menina e mel
mulher menina
á flor da pele
és sonho és vida
meu doce amar
és poesia
mulher menina
luz do luar...
És o meu canto
o meu choro
o meu pranto
menina mulher
meu encanto
és o poema
que eu quero cantar
és emoção
que me faz chorar...
És água
e o sal do meu mar
és lágrima
em preia-mar
mulher menina
meu porto
tempestade e vento
no meu mar revolto
és o puro sentimento
do meu amar...
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