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sexta-feira, 6 de junho de 2008

Receitas tradicionais da nossa região.

Fataça na Telha


Ingredientes:

· 2 fataças redondas ;
· fatias de toucinho de salga ;
· 1 cebola grande ;
· 2 dl de azeite ;
· 1 colher de chá de colorau ;
· 3 dentes de alho ;
· 1 folha de louro ;
· vinagre q.b. ;
· piripiri q.b. ;
· salsa ;
· 3 batatas médias

Confecção:

Golpeia-se o peixe e nos cortes introduzem-se as fatias de toucinho. Salpica-se com sal. À parte, numa tigela, pica-se a cebola e juntam-se os restantes ingredientes (excepto as batatas). Forra-se o fundo da telha com fatias de toucinho e coloca-se o peixe dentro. Decora-se com as batatas cortadas em cubos pequenos e com o molho. Vai ao forno bem quente até corar. Serve-se bem quente

Últimatum


Últimatum futurista


ÀS GERAÇÕES PORTUGUESAS DO SÉC. XXI
Acabemos com este maelstrom de chá morno!
Mandem descascar batatas simbólicas a quem disser que não há tempo para a criação!
Transformem em bonecos de palha todos os pessimistas e desiludidos!
Despejem caixotes de lixo à porta dos que sofrem da impotência de criar!
Rejeitem o sentimento de insuficiência da nossa época!
Cultivem o amor do perigo, o hábito da energia e da ousadia!
Virem contra a parede todos os alcoviteiros e invejosos do dinamismo!
Declarem guerra aos rotineiros e aos cultores do hipnotismo!
Livrem-se da choldra provinciana e da safardanagem intelectual!
Defendam a fé da profissão contra atmosferas de tédio ou qualquer resignação!
Façam com que educar não signifique burocratizar!
Sujeitem a operação cirúrgica todos os reumatismos espirituais!
Mandem para a sucata todas as ideias e opiniões fixas!
Mostrem que a geração portuguesa do século XXI dispõe de toda a força criadora e construtiva!
Atirem-se independentes prá sublime brutalidade da vida!
Dispensem todas as teorias passadistas!
Criem o espírito de aventura e matem todos os sentimentos passivos!
Desencadeiem uma guerra sem tréguas contra todos os "botas de elástico"!
Coloquem as vossas vidas sob a influência de astros divertidos!
Desafiem e desrespeitem todos os astros sérios deste mundo!
Incendeiem os vossos cérebros com um projecto futurista!
Criem a vossa experiência e sereis os maiores!
Morram todos os derrotismos! Morram! PIM!

J o s é d e A l m a d a N e g r e i r o s

P O E T A

F U T U R I S T A
E
T U D O

Grandes idéias.

Poesias.

(Monas.)


Bonecas de trapo e pernas de cana (Monas) de Constância.

Desconhece-se a origem destas bonecas que se supõe serem datadas do final do séc. XIX, já que os trajes que exibem eram os usados na "Belle Epoque". Esta bonecas têm dois tipos de traje: o das amas (com farda, avental e touca) e o das senhoras (vestidos de veludo, peles, chapéus de plumas). A cara é de pano, com os olhos, nariz e boca bordados e o cabelo de lã de ovelha castanha

quinta-feira, 5 de junho de 2008

Novos serviços bancários

Estimados clientes:

A Caixa de Depósitos informa que, a partir do próximo mês de julho, estão disponíveis ao público as novas caixas automáticas, tipo "Drive In", que permitem o levantamento de dinheiro sem sair do seu veículo.

A fim de facilitar aos nossos clientes a utilização das referidas caixas, foram estabelecidos os seguintes procedimentos que vos convidamos a ler atentamente:

PROCEDIMENTO MASCULINO
Aproximar o veículo da caixa automática.
Descer o vidro e introduzir o cartão.
Introduzir o código.
Introduzir o valor do montante desejado.
Retirar o cartão, o dinheiro e o recibo.
Fechar o vidro e pôr o veículo em andamento.


PROCEDIMENTO FEMININO
Aproximar o veículo da caixa automática.
Fazer marcha atrás e tentar alinhar a janela com a caixa.
Voltar a pôr o motor em funcionamento, após este ter ido abaixo.
Descer o vidro.
Encontrar a mala e despejar todo o conteúdo no banco do passageiro para encontrar o cartão.
Aproveitar o estojo de maquilhagem e retocar o bâton no retrovisor.
Tentar inserir o cartão na caixa.
Abrir a porta do veículo para facilitar o acesso a caixa, devido à excessiva distância entre este e a caixa.
Inserir o cartão.
Voltar a inserir o cartão, mas na posição correcta.
Introduzir o código.
Despejar a mala para encontrar a agenda onde está o código.
Introduzir o código correcto.
Introduzir o valor do montante desejado.
Retocar os olhos no retrovisor.
Retirar o dinheiro e o recibo.
Despejar a mala para encontrar a carteira e guardar o dinheiro.
Colocar o recibo na agenda, mais concretamente na parte das direcções e números de telefone.
Dar um jeito ao cabelo.
Pôr o veículo em andamento e avançar dois ou três metros.
Fazer marcha atrás até à caixa.
Retirar o cartão, se ainda for a tempo.
Despejar a mala para encontrar a carteira e guardar o cartão no compartimento errado.
Voltar a pôr o motor em funcionamento, após este ter ido abaixo.
Conduzir durante cinco ou seis quilómetros lentamente.
Destravar o travão de mão.

Grandes idéias.

Amor é o amor.




O amor é o amor - e depois?!
Vamos ficar os dois
a imaginar, a imaginar?..

O meu peito contra o teu peito,
cortando o mar, cortando o ar.
Num leito
há todo o espaço para amar!

Na nossa carne estamos
sem destino, sem medo, sem pudor,
e trocamos - somos um? somos dois? -
espírito e calor!
O amor é o amor - e depois?!



Alexandre O´Neill

Queijinhos do céu-Constância

Queijinhos do Céu


Ingredientes:

30 gemas
0,5 kg açucar
água q.b.

Preparação:

Levar ao lume o açucar com um pouco de água. Deixar ferver até fazer ponto de bola dura. Juntar o açucar às gemas em fio mexendo com vigor com umas varas.
Levar ao lume mexendo sempre até fazer "estrada".
Deixar arrefecer sobre pedra mármore, fazer pequenas bolas com a ajuda de açucar em pó e achatá-las para formar queijinhos.
Cortar pequenas rodelas de papel vegetal e fazer alguns cortes para enfeitar.
Colocar os queijinhos no meio do papel e fechar atando com um fio colorido em forma de saquinho.

Nota: o ponto de bola dura verifica-se do seguinte modo: - molhar 2 dedos em água fria, mergulhar os mesmos dentro da calda de modo a retirar um pouco desta e voltar a mergulhar na água. Mover os dedos em movimentos circulares para que se faça uma bola que deve estar rija; se não estiver deixa-se ferver um pouco mais até que se consiga fazer uma bola rija.

quarta-feira, 4 de junho de 2008

Antiguidades e velharias.


Feira de Antiguidades e Velharias - 10 de Junho


À semelhança do que tem acontecido nos anos anteriores, no próximo dia 10 de Junho, Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas, a Praça Alexandre Herculano em Constância e as ruas adjacentes, vão receber uma grandiosa Feira de Antiguidades e Velharias.



Contando com a participação de algumas dezenas de expositores oriundos de todo o país, a mostra pretende reunir objectos, peças e artefactos de valor artístico ou utilitário, numa grande montra que é o Centro Histórico de Constância.



Com um carácter comercial / cultural, a Feira de Antiguidades e Velharias tem um forte espírito de ligação ao passado.

Receitas tradicionais da nossa região.

Migas Carvoeiras





Ingredientes
Quantidade
Couve cortada em caldo verde
200g

Cabeça de alho
1

Broa
1

Folha de louro
1

Azeite
q.b.

Vinagre
q.b.

Feijão frade
150g








Ø Coza o caldo verde, de seguida ponha azeite num tacho e corte os alhos em pedacinhos para lá, junte a folha de louro e ponha a refogar até o alho ficar frito.



Ø Junte a broa cortada aos bocadinhos e o feijão frade previamente cozido, vá juntando água da cozedura do feijão, de seguida acrescente o caldo verde e vinagre.



Ø Mexa até obter uma mistura homogénea, se necessário, vá juntando água, para não ficar muito seco.



Ø Sirva acompanhado com bacalhau assado ou entrecosto.

Grandes idéias.

Eros e psique.

Poema de Manuel Bandeira


O vento varria as folhas,
O vento varria os frutos,
O vento varria as flores...

E a minha vida ficava
Cada vez mais cheia
De frutos, de flores, de folhas.

O vento varria as luzes,
O vento varria as músicas,
O vento varria os aromas...

E a minha vida ficava
Cada vez mais cheia
De aromas, de estrelas, de cânticos.

O vento varria os sonhos
E varria as amizades...
O vento varria as mulheres...

E a minha vida ficava
Cada vez mais cheia
De afetos e de mulheres.

O vento varria os meses
E varria os teus sorrisos...
O vento varria tudo!

E a minha vida ficava
Cada vez mais cheia
De tudo.

terça-feira, 3 de junho de 2008

Criança com leucemia.

Criança com leucemia precisa de dador de medula



Continua a luta contra o tempo para salvar uma criança de Santarém que tem leucemia e precisa urgentemente de um transplante de medula óssea. No sábado, 21 de Junho, entre as 10h00 e as 16h00, vai decorrer uma segunda angariação de potenciais dadores de medula em Almeirim na Clínica Enfercentro junto à igreja católica. Já tinha decorrido uma acção no dia 10 de Maio na escola primária de S. Domingos, em Santarém, que contou com a participação de cerca de 600 pessoas. Quantas mais pessoas colaborarem mais hipóteses a criança tem de encontrar um dador compatível.

João Soares tem oito anos de idade e sofre de leucemia desde os quatro anos. Tem sido acompanhado no Instituto Português de Oncologia. Chegou a recuperar mas recentemente teve uma recaída e a única solução neste momento é o transplante. Podem participar pessoas entre os 18 e os 45 anos que tenham obrigatoriamente mais de 50 quilos de peso e nunca ter recebido uma transfusão de sangue. Para se ser dador basta a recolha de uma pequena amostra de sangue que depois vai para análise de compatibilidades. Para mais informações os interessados podem contactar a Enfercentro através dos telefones 243 579 601 ou 937 582 146.

Saídas


Quando cheguei a casa à noite, a minha mulher

insistiu que a levasse a sair, a um sítio bem caro.....


Levei-a a uma bomba de gasolina !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

Grandes idéias.

Manifestoon.

Pessoa.


Sim, farei...; e hora a hora passa o dia...
Farei, e dia a dia passa o mês...
E eu, cheio sempre só do que faria,
Vejo que o que faria se não fez,
De mim, mesmo em inútil nostalgia.

Farei, farei... Anos os meses são
Quando são muitos-anos, toda a vida,
Tudo... E sempre a mesma sensação
Que qualquer cousa há-de ser conseguida,
E sempre quieto o pé e inerte a mão...

Farei, farei, farei... Sim, qualquer hora
Talvez me traga o esforço e a vitória,
Mas será só se mos trouxer de fora.
Quis tudo -- a paz, ilusão, a glória...
Que obscuro absurdo a minha alma chora?

II

Farei talvez um dia um poema meu,
Não qualquer cousa que, se eu a analiso,
É só a teia que se em mim teceu
De tanto alheio e anónimo improviso
Que ou a mim ou a eles esqueceu...

Um poema próprio, em que me vá o ser,
Em que eu diga o que sinto e o que sou,
Sem pensar, sem fingir e sem querer,
Como um lugar exacto, o onde estou,
E onde me possam, como sou, me ver.

Ah, mas quem pode ser o que é? Quem sabe
Ter a alma que tem? Quem é quem é?
Sombras de nós, só reflectir nos cabe.
Mas reflectir, ramos irreais, o quê?
Talvez só o vento que nos fecha e abre.

III

Sossega, coração! Não desesperes!
Talvez um dia, para além dos dias,
Encontres o que queres porque o queres.
Então, livre de falsas nostalgias,
Atingirás a perfeição de seres.

Mas pobre o sonho o que só quer não tê-lo!
Pobre esperança a de existir somente!
Como quem passa a mão pelo cabelo
E em si mesmo se sente diferente,
Como faz mal ao sonho o concebê-lo!

Sossega, coração, contudo! Dorme!
O sossego não quer razão nem causa.
Quer só a noite plácida e enorme,
A grande, universal, solene pausa
Antes que tudo em tudo se transforme.

Fernando Pessoa
1933

segunda-feira, 2 de junho de 2008

Poemas eternos.


Cena do ódio
(excerto)
...
Larga a cidade masturbadora, febril,
rabo decepado de lagartixa,
labirinto cego de toupeiras,
raça de ignóbeis míopes, tísicos, tarados,
anémicos, cancerosos e arseniados!
Larga a cidade!

Larga a infâmia das ruas e dos boulevards,
esse vaivém cínico de bandidos mudos,
esse mexer esponjoso de carne viva,
esse ser-lesma nojento e macabro,
esse S ziguezague de chicote autofustigante,
esse ar expirado e espiritista,
esse Inferno de Dante por cantar,
esse ruído de sol prostituído, impotente e velho,
esse silêncio pneumónico
de lua enxovalhada sem vir a lavadeira!
Larga a cidade e foge!
Larga a cidade!

Vence as lutas da família na vitória de a deixar.
Larga a casa, foge dela, larga tudo!
Nem te prendas com lágrimas que lágrimas são cadeias!
Larga a casa e verás -- vai-se-te o Pesadelo!
A família é lastro: deita-a fora e vais ao céu!
Mas larga tudo primeiro, ouviste?
Larga tudo!

-- Os outros, os sentimentos, os instintos,
e larga-te a ti também, a ti principalmente!
Larga tudo e vai para o campo
e larga o campo também, larga tudo!
-- Põe-te a nascer outra vez!
Não queiras ter pai nem mãe,
não queiras ter outros nem Inteligência!
A Inteligência é o meu cancro:
eu sinto-A na cabeça com falta de ar!
A Inteligência é a febre da Humanidade
e ninguém a sabe regular!
E já há inteligência a mais: pode parar por aqui!

Depois põe-te a viver sem cabeça,
vê só o que os olhos virem,
cheira os cheiros da Terra
come o que a Terra der,
bebe dos rios e dos mares,
-- põe-te na Natureza!
Ouve a Terra, escuta-A.
A Natureza à vontade só sabe rir e cantar!

Depois, põe-te à coca dos que nascem
e não os deixes nascer.
Vai depois p'la noite nas sombras
e rouba a toda a gente a Inteligência
e raspa-lhes bem a cabeça por dentro
co'as tuas unhas e cacos de garrafas,
bem raspado, sem deixar nada,
e vai depois depressa, muito depressa,
sem que o sol te veja,
deita tudo no mar onde haja tubarões!
Larga tudo e a ti também!
...

José de Almada Negreiros
Poeta sensacionista