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sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Amo el amor de los marineros.



Porque hoje é sexta:Um bom fim de semana para todo o mundo.

Viajar em ti.


Viajar em ti
é conhecer,todos os cantinhos do teu corpo
é percorrer o interior e exterior,
do teu mundo.
É olhar cada movimento das tuas formas.
Curvas que me excitam
seios que me alimentam,
lábios que saceiam minha sede.
Acariciar-te
é viajar eternamente,
nesse teu lindo corpo,
num passado presente.
É sentir arder as tuas entranhas,
num fogo permanente.
É afagar-te com meiguices
em gestos afectuosos,
cheios de ternura,
é sentir tua sensualidade
fêmea
gostosa...

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Vida.


Viver é ser outro. Nem sentir é possível se hoje se sente como ontem se sentiu: sentir hoje o mesmo que ontem não é sentir - é lembrar hoje o que se sentiu ontem, ser hoje o cadáver vivo do que ontem foi a vida perdida .


Fernando Pessoa.

Pensamento.


A Maneira como cada um Pensa Determina a sua Maneira de Viver

A vida não é governada por actos ou circunstâncias extrínsecos, vindos de fora. Cada um de nós cria a sua própria vida pelos pensamentos que tem. Marco Aurélio afirmou: - «A nossa vida é o que os nossos pensamentos fazem dela.» Emerson disse: - «O homem é o que pensa ser.» Jesus Cristo ensinou: - «O que um homem pensa no seu coração é o que ele é.» Um simples pensamento não constrói ou destrói uma vida, mas um hábito de pensar pode fazê-lo. Não podemos pensar em derrota e sair vitoriosos. Um hábito fixo de esperança é a cura para um coração preocupado e perturbado. Podemos fazer mais contra nós ou a nosso fazer que qualquer força estranha.
A maneira como cada um pensa determina a sua maneira de viver. Todo o pensamento bom contribui com a sua quota-parte para o resultado final da nossa vida. Um simples pensamento tido pela manhã pode encher o dia inteiro de alegria e de sol, ou de tristeza e desânimo. Quantos dias não têm sido deprimentes devido a um pensamento inconsiderado ou malévolo. Você nunca poderá ser melhor ou mais elevado que o seu melhor pensamento.

Alfred Montapert, in 'A Suprema Filosofia do Homem'

Nostalgia...


Nostalgia,
tempos idos
lembranças,
recordações,
desejo de me sentir outrora
no infinito,
onde te amei
te possuí,
em longas excitações.
Belo foi amar-mo-nos
num êxtase de uma só alma,
momentos inesquecìveis
noites de delírio,
amámo-nos,amámo-nos
quanto tempo podemos,
em prazeres inesgotáveis.
Nostálgico
o ontem não existe,
maravilhoso
reviver momentos da vida,
memórias do passado
sentir-me
amado,
querido,
desejado.

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Realização e Êxtase.




Conviria distinguir bem um do outro o caminho para o êxtase e o próprio êxtase; o primeiro ainda pode ter algum interesse por todas as lutas interiores, por todas as incertezas, por todo o esforço de pensar amplamente a que em geral dá origem; no entanto já nele mesmo poderíamos ver, além de uma preocupação egoísta, uma alternativa de esperança e desespero, um gosto da revelação e dos auxílios sobrenaturais que não poderão talvez classificar-se como superiores.
Do êxtase, porém, não alimentamos grandes desejos; o amor que nele descobrimos não pertence à categoria do amor que mais nos interessa — o que eleva o amado acima de si próprio, o que se esforça por esculpir uma alma com entusiasmo e paciência; é um amor a que se chega como recompensa de tarefa cumprida; não marca as delícias do caminho difícil, apaga-as da memória; faz desaparecer do peito do homem o seu único motivo de alegria, a sua única fonte de verdadeira glória.
Viver interessa mais que ter vivido; e a vida só é vida real quando sentimos fora de nós alguma coisa de diferente; se a diferença se tornar oposição, se o que era caminho diverso se transformar em muro de rocha, então no duelo que se trava, no instável equilíbrio que a cada momento se pode romper e precipitar-nos das alturas, nesta batalha em que não há um minuto de rancor pelo adversário, encontraremos a grande e forte vida; ora o êxtase consiste realmente no apagar das distinções, na identificação perfeita de dois termos.

Agostinho da Silva, in ' Diário de Alcestes '

Ginásio Municipal.


aniversário do Ginásio Municipal

2 a 12 de Dezembro



Mensalidades e vales de treino gratuitos O Ginásio Municipal de Constância, localizado no Pavilhão Desportivo Municipal assinala o seu 8º aniversário, entre os dias 2 e 12 de Dezembro.

Tendo como principal objectivo promover a prática desportiva em prol de uma melhor qualidade de vida, por ocasião do seu aniversário o Ginásio Municipal de Constância presenteia a população com diversas ofertas. Assim todos aqueles que se inscreverem o Ginásio nas duas primeiras semanas de Dezembro de 2009, receberão grátis a mensalidade do mês de Julho de 2010. No mesmo período (de 2 a 12 de Dezembro), quem estiver interessado em experimentar a diversidade de equipamentos disponíveis nesta infra-estrutura, poderá solicitar vales de treino gratuitos.

Para mais informações devem os interessados contactar a Piscina Municipal ou o Pavilhão Desportivo Municipal através dos telefones 249 739 627 e 249 730 059, respectivamente. Por CMC

Obstáculos.


Na vida
no amor
como em tudo,
há obstáculos.
fazer da fraqueza força
suprimir barreiras
muros,
são como os cintos depois de fechados.
Nem todos sabem amar,
nem todos amam.
há que pôr o mecanismo dos sentimentos, em marcha...
lutar,
com persistência
no destino está a esperança,
com sentimento,
na adversidade
no drama
há que atingir fins,
saltar o muro
quebrar o cinto
gritar,
eu amo
sou livre,
eu sei amar...

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Árvore de Natal.


Construir a Árvore de Natal e o Presépio com Materiais Reutilizáveis

Sábado – 5 de Dezembro – 14.00H

Oficina Ambiental No próximo sábado, 5 de Dezembro, a Ecoteca do Parque Ambiental de Santa Margarida recebe a Oficina Ambiental Construir a Árvore de Natal e o Presépio com Materiais Reutilizáveis, uma iniciativa que decorrerá a partir das 14 horas.

Com o aproximar da época natalícia começamos a pensar na construção da Árvore de Natal e do Presépio. É tradição a utilização de pinheiros que muitas vezes são cortados na floresta e de musgo que é arrancado do solo. Destas práticas resultam impactos negativos na biodiversidade, no solo e na água.

Assim, propomos uma actividade onde vamos aprender a construir a nossa Árvore e Presépio com outros materiais que podem ser reutilizados.

A participação na iniciativa implica inscrição obrigatória, a qual deverá ser efectuada no Parque Ambiental de Santa Margarida, através do telefone 249 736 929, ou via correio electrónico para parqueambiental@cm-constancia.pt

Por CMC.

As Paixões Humanas



Eu considero inteligente o homem que em vez de desprezar este ou aquele semelhante é capaz de o examinar com olhar penetrante, de lhe sondar por assim dizer a alma e descobrir o que se encontra em todos os seus desvãos. Tudo no homem se transforma com grande rapidez; num abrir e fechar de olhos, um terrível verme pode corroer-lhe as entranhas e devorar-lhe toda a sua substância vital. Muitas vezes uma paixão, grande ou mesquinha pouco importa, nasce e cresce num indivíduo para melhor sorte, obrigando-o a esquecer os mais sagrados deveres, a procurar em ínfimas bagatelas a grandeza e a santidade. As paixões humanas não têm conta, são tantas, tantas, como as areias do mar, e todas, as mais vis como as mais nobres, começam por ser escravas do homem para depois o tiranizarem.

Bem-aventurado aquele que, entre todas as paixões, escolhe a mais nobre: a sua felicidade aumenta de hora a hora, de minuto a minuto, e cada vez penetra mais no ilimitado paraíso da sua alma. Mas existem paixões cuja escolha não depende do homem: nascem com ele e não há força bastante para as repelir. Uma vontade superior as dirige, têm em si um poder de sedução que dura toda a vida. Desempenham neste mundo um importante papel: quer tragam consigo as trevas, quer as envolva uma auréola luminosa, são destinadas, umas e outras, a contribuir misteriosamente para o bem do homem.

Nicolau Gogol, in 'Almas Mortas'

Amanhecer sentido.


Amanhece
olho pela janela,
nublado
frio
feio.
Lembro-me de ti
a minha alma aquece.
longe mas tão perto
sensações.
Meu corpo estremece,
para quando o sol ?
Tarda em aparecer,
quero ver-te por entre raios solares,
como uma flor,que desabrocha para a vida,
sentir o teu tremer
amar e ser amado,
ter o teu calor
num amor profundo,
sentido.

segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Preguiça...




Até amanhã.

As Oscilações da Personalidade.




Pretender que a nossa personalidade seja móvel e susceptível de grandes mudanças é, por vezes, noção um pouco contrária às idéias tradicionais atinentes à estabilidade do “eu”. A sua unidade foi durante muito tempo um dogma indiscutível. Factos numerosos vieram provar quanto esta ideia era fictícia.
O nosso “eu” é um total. Compõe-se da adição de inumeráveis “eu” celulares. Cada célula concorre para a unidade de um exército. A homogeneidade dos milhares de indivíduos que o compõem resulta somente de uma comunidade de acção que numerosas coisas podem destruir.
É inútil objectar que a personalidade dos seres parece, em geral, bastante estável. Se ela nunca varia, com efeito, é porque o meio social permanece mais ou menos constante. Se subitamente esse meio se modifica, como em tempo de revolução, a personalidade de um mesmo indivíduo poderá transformar-se por completo. Foi assim que se viram, durante o Terror, bons burgueses reputados pela sua brandura tornarem-se fanáticos sanguinários. Passada a tormenta e, por conseguinte, representando o antigo meio e o seu império, eles readquiriram sua personalidade pacifica. Desenvolvi, há muito tempo, essa teoria e mostrei que a vida dos personagens da Revolução era incompreensível sem ela.

De que elementos se compõe o “eu”, cuja síntese constitui a nossa personalidade? A psicologia é muda nesse particular. Sem pretender precisar muito, diremos que os elementos do “eu” resultam de um resíduo de personalidades ancestrais, isto é, criadas pela série completa das nossas existências anteriores. O “eu”, repito, não é uma unidade, mas o total dos milhões de vidas celulares das quais o organismo está formado. Elas podem provocar numerosas combinações.
Excitações emocionais violentas, certos estados patológicos observáveis nos médiuns, nos extáticos, nos indivíduos hipnotizados, etc., fazem variar essas combinações e, por conseguinte, determinam, pelo menos momentaneamente, no mesmo ente, uma personalidade diversa, inferior ou superior à superioridade ordinária. Todos possuímos possibilidades de acção que ultrapassam a nossa capacidade habitual e que certas circunstâncias virão despertar.

Gustave Le Bon, in "As Opiniões e as Crenças"

Profundidade...


Mar profundo
baloiço nas tuas águas
de mar chão,
alteroso
danço ao geito das tuas vagas,
traiçoeiro
tempestuoso.
O teu cheiro
perfume
maresia.
Ah que saudades
das noites dançantes,
sob o verde marinho
das tuas ondas,
tempestades ardentes
fogosas de amor,
luxuriantes
lascisvas,
em noites longas
estonteantes

domingo, 29 de novembro de 2009

Yes-Soon .

Os Amantes


Os Amantes

Encheram profunda taça e envolveram-se em fervor.
Ficou-lhes na boca — presa ao crescente desejo
de mais beberem, de mais conhecerem — o sabor
da outra Vida maior, onde os levara o ensejo
de ultrapassarem a carne. Em solidão limitados,
num barco sem dia a dia, compromissos ou tratados,
singram velozes sem tempo, definidos pela estrela
que lhes indica, serena e nitidamente, o norte.

Encheram de novo a taça; incha mais a panda vela.
E para serem iguais, apenas lhes falta a Morte!

António Salvado, in "Difícil Passagem"

Margens.


Do rio que tudo arrasta, diz-se que é violento. Mas ninguém chama violentas às margens que o comprimem

Bertolt Brecht .

sábado, 28 de novembro de 2009

Rick Wakeman.

O Livro dos Amantes .





Glorifiquei-te no eterno.
Eterno dentro de mim
fora de mim perecível.
Para que desses um sentido
a uma sede indefinível.

Para que desses um nome
à exactidão do instante
do fruto que cai na terra
sempre perpendicular
à humidade onde fica.

E o que acontece durante
na rapidez da descida
é a explicação da vida.


Harmonioso vulto que em mim se dilui.
Tu és o poema
e és a origem donde ele flui.
Intuito de ter. Intuito de amor
não compreendido.
Fica assim amor. Fica assim intuito.
Prometido.


Príncipe secreto da aventura
em meus olhos um dia começada e finita.
Onda de amargura numa água tranquila.
Flor insegura enlaçada no vento que a suporta.
Pássaro esquivo em meus ombros de aragem
reacendendo em cadência e em passagem
a lua que trazia e que apagou.


Dá-me a tua mão por cima das horas.
Quero-te conciso.
Adão depois do paraíso
errando mais nítido à distância
onde te exalto porque te demoras.


Toma o meu corpo transparente
no que ultrapassa tua exigência taciturna
Dou-me arrepiando em tua face
uma aragem nocturna.

Vem contemplar nos meus olhos de vidente
a morte que procuras
nos braços que te possuem para além de ter-te.

Toma-me nesta pureza com ângulos de tragédia.
Fica naquele gosto a sangue
que tem por vezes a boca da inocência.

Aumentámos a vida com palavras
água a correr num fundo tão vazio.
As vidas são histórias aumentadas.
Há que ser rio.

Passámos tanta vez naquela estrada
talvez a curva onde se ilude o mundo.
O amor é ser-se dono e não ter nada.
Mas pede tudo.

Tu pedes-me a noção de ser concreta
num sorriso num gesto no que abstrai
a minha exactidão em estar repleta
do que mais fica quando de mim vai.

Tu pedes-me uma parcela de certeza
um desmentido do meu ser virtual
livre no resultado de pureza
da soma do meu bem e do meu mal.

Deixa-me assim ficar. E tu comigo
sem tempo na viagem de entender
o que persigo quando te persigo.

Deixa-me assim ficar no que consente
a minha alma no gosto de reter-te
essencial. Onde quer que te invente.

Eis-me sem explicações
crucificada em amor:
a boca o fruto e o sabor.


Pusemos tanto azul nessa distância
ancorada em incerta claridade
e ficamos nas paredes do vento
a escorrer para tudo o que ele invade.

Pusemos tantas flores nas horas breves
que secam folhas nas árvores dos dedos.
E ficámos cingidos nas estátuas
a morder-nos na carne dum segredo.

Natália Correia, in "Poemas (1955)"