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quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Não se nasce Leitor:


literatura para a infância e juventude

Acção de Formação em Constância
22 e 23 de Janeiro Nos próximos dias 22 e 23 de Janeiro de 2010 vai decorrer em Constância a acção de formação Não se nasce leitor: literatura para a infância e juventude, organizada pela Câmara Municipal, através da Biblioteca Municipal Alexandre O’Neill, com o apoio da Direcção-Geral do Livro e das Bibliotecas.

O conhecimento de literacia em Portugal, o domínio das premissas que norteiam a promoção da leitura, aprofundar o saber relativo à literatura existente em Portugal e no estrangeiro para crianças e jovens e a descoberta de novas técnicas para animar uma colecção de livros ou uma pequena biblioteca são os objectivos desta iniciativa.

A acção de formação, dinamizada por Rui Marques Veloso, destina-se a animadores sócio-culturais, bibliotecários, professores, educadores e técnicos de biblioteca. A iniciativa terá a duração de 15 horas e decorrerá na Sala Polivalente da Biblioteca Municipal Alexandre O’Neill.

As inscrições para esta acção de formação são limitadas, até ao número máximo de 25 participantes, e podem ser efectuadas até ao dia 19 de Janeiro, na Biblioteca Municipal Alexandre O’Neill.

Para informações ou esclarecimentos adicionais, devem os interessados contactar a Biblioteca Municipal Alexandre O’Neill através do número de telefone 249 739 367 ou via correio electrónico para biblioteca@cm-constancia.pt.



Por CMC

O amor não é um desperdicio!


Certezas quem as tem
neste mundo insano
profetas desavindos
ódios e invejas
onde ningém,respeita ninguém
O egoismo grassa
e o mundo vai girando
a pobreza alastra
Ódio e amor passeiam de mãos dadas
A vida vai em frente
com gentes sorrindo e cantando.
certeza só da morte
neste mundo desgovernado
guerra dor e rancor
e muito amor desperdiçado.

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Estima...


Não há metade do coração. Ou todo o amor ou toda a indiferença, quando não, é uma insustentável impostura, chamada estima...

Camilo Castelo Branco.

Fragmento do Homem .




Que tempo é o nosso? Há quem diga que é um tempo a que falta amor. Convenhamos que é, pelo menos, um tempo em que tudo o que era nobre foi degradado, convertido em mercadoria. A obsessão do lucro foi transformando o homem num objecto com preço marcado. Estrangeiro a si próprio, surdo ao apelo do sangue, asfixiando a alma por todos os meios ao seu alcance, o que vem à tona é o mais abominável dos simulacros. Toda a arte moderna nos dá conta dessa catástrofe: o desencontro do homem com o homem. A sua grandeza reside nessa denúncia; a sua dignidade, em não pactuar com a mentira; a sua coragem, em arrancar máscaras e máscaras.

E poderia ser de outro modo? Num tempo em que todo o pensamento dogmático é mais do que suspeito, em que todas as morais se esbarrondam por alheias à «sabedoria» do corpo, em que o privilégio de uns poucos é utilizado implacavelmente para transformar o indivíduo em «cadáver adiado que procria», como poderia a arte deixar de reflectir uma tal situação, se cada palavra, cada ritmo, cada cor, onde espírito e sangue ardem no mesmo fogo, estão arraigados no próprio cerne da vida?
Desamparado até à medula, afogado nas águas difíceis da sua contradição, morrendo à míngua de autenticidade - eis o homem! Eis a triste, mutilada face humana, mais nostálgica de qualquer doutrina teológica que preocupada com uma problemática moral, que não sabe como fundar e instituir, pois nenhuma fará autoridade se não tiver em conta a totalidade do ser; nenhuma, em que espírito e vida sejam concebidos como irreconciliáveis; nenhuma, enquanto reduzir o homem a um fragmento do homem. Nós aprendemos com Pascal que o erro vem da exclusão.

Eugénio de Andrade, in 'Os Afluentes do Silêncio'

Sabor a fel...


Paixão
que me levas para onde não quero ir!
Ventos que me empurram
numa tempestade de emoções
por onde não devo seguir!
Paixão...
No rebolar dos corpos
em beijos ofegantes
suores de prazer
com odores de mel
corpos melaços
com sabor a fel...

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

O amor...


O amor só vive pelo sofrimento e cessa com a felicidade; porque o amor feliz é a perfeição dos mais belos sonhos, e tudo que é perfeito, ou aperfeiçoado, toca o seu fim...

Camilo Castelo Branco.

Que sejas feliz...


Por ti
serei água e fogo
descobrirei outra forma de amar
mais doce
mais terna.
Vou sentir o sol
a brisa do vento
a força das ondas.
Irei por esses montes fora
semearei ternura
irei navegar em outros mares
enfrentarei tempestades
vendavais.
subirei montanhas
chegarei perto do céu
sentar-me-ei numa estrela.
Esperarei por ti .
Que sejas feliz...

Felicidade Eterna...




Antigamente todos os contos para crianças terminavam com a mesma frase, e foram felizes para sempre, isto depois de o Príncipe casar com a Princesa e de terem muitos filhos. Na vida, é claro, nenhum enredo remata assim. As Princesas casam com os guarda-costas, casam com os trapezistas, a vida continua, e os dois são infelizes até que se separam. Anos mais tarde, como todos nós, morrem. Só somos felizes, verdadeiramente felizes, quando é para sempre, mas só as crianças habitam esse tempo no qual todas as coisas duram para sempre.

José Eduardo Agualusa, in 'O Vendedor de Passados'

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Senso comum !


"O senso comum diz-nos que a terra é imóvel, que o sol gira à sua volta e que os homens que vivem nos antípodas andam de cabeça para baixo ."

Não Existem Pessoas Totalmente Ocas




Nunca encontrei uma pessoa oca. Nunca encontrei uma vida sem significado quando se procura realmente o seu significado. É esse o perigo de dizer que não procuramos, porque foi assim que chegámos ao ponto em que sentimos que a vida não tinha qualquer significado. Bem vê, nós repudiámos tantas formas de terapia. Quer dizer, tantos de nós repudiam actualmente a filosofia, a religião ou qualquer outro padrão que nos mantinha coesos anteriormente. Repudiámos tudo. Até repudiámos a terapia da arte. Por isso não nos restou realmente mais que olhar para dentro, e os que o fazem descobrem que toda a vida tem significado porque a vida tem significado. Fomos seriamente prejudicados por pessoas que disseram que a vida era irracional e de qualquer modo não significava nada. Mas assim que começamos a olhar, descobrimos o padrão e descobrimos a pessoa. Nunca encontrei aquilo a que se poderia chamar uma pessoa totalmente oca.

Anais Nin, in "Fala Uma Mulher"

Momentos.


O mundo gira neste momento
há momentos mágicos
vividos intensamente
cheios de magia
a dois
momentos lembrados
em lugares marcados.
Momentos próprios
inertes
momentos para esquecer
confusos
de dor
de sofrimento.
Momentos
são espaços do tempo
pertença do meu ser
no passado
no futuro
no presente...
Momentos em que o mundo gira
me envolvem numa roda viva
de prazer.

domingo, 3 de janeiro de 2010

Outra forma de saudade...


Como é bom contemplar o céu
interrogar uma estrela e pensar que lá longe
bem longe
um outro alguém contempla este mesmo céu
essa mesma estrela e murmura baixinho:
"Saudade!"

Nunca Nos Separamos do Primeiro Amor




Já o disse em Hiroshima Mon Amour: o que conta não é a manifestação do desejo, da tentativa amorosa. O que conta é o inferno da história única. Nada a substitui, nem uma segunda história. Nem a mentira. Nada. Quanto mais a provocamos, mais ela foge. Amar é amar alguém. Não há um múltiplo da vida que possa ser vivido. Todas as primeiras histórias de amor se quebram e depois é essa história que transportamos para as outras histórias. Quando se viveu um amor com alguém, fica-se marcado para sempre e depois transporta-se essa história de pessoa a pessoa. Nunca nos separamos dele.
Não podemos evitar a unicidade, a fidelidade, como se fôssemos, só nós, o nosso próprio cosmo. Amar toda a gente, como proclamam algumas pessoas e os cristãos, é embuste. Essas coisas não passam de mentiras. Só se ama uma pessoa de cada vez. Nunca duas ao mesmo tempo.

Marguerite Duras, in "Mundo Exterior "

O Homem que Contempla




Vejo que as tempestades vêm aí
pelas árvores que, à medida que os dias se tomam mornos,
batem nas minhas janelas assustadas
e ouço as distâncias dizerem coisas
que não sei suportar sem um amigo,
que não posso amar sem uma irmã.

E a tempestade rodopia, e transforma tudo,
atravessa a floresta e o tempo
e tudo parece sem idade:
a paisagem, como um verso do saltério,
é pujança, ardor, eternidade.

Que pequeno é aquilo contra que lutamos,
como é imenso, o que contra nós luta;
se nos deixássemos, como fazem as coisas,
assaltar assim pela grande tempestade, —
chegaríamos longe e seríamos anónimos.

Triunfamos sobre o que é Pequeno
e o próprio êxito torna-nos pequenos.
Nem o Eterno nem o Extraordinário
serão derrotados por nós.
Este é o anjo que aparecia
aos lutadores do Antigo Testamento:
quando os nervos dos seus adversários
na luta ficavam tensos e como metal,
sentia-os ele debaixo dos seus dedos
como cordas tocando profundas melodias.

Aquele que venceu este anjo
que tantas vezes renunciou à luta.
esse caminha erecto, justificado,
e sai grande daquela dura mão
que, como se o esculpisse, se estreitou à sua volta.
Os triunfos já não o tentam.
O seu crescimento é: ser o profundamente vencido
por algo cada vez maior.

Rainer Maria Rilke, in "O Livro das Imagens"

sábado, 2 de janeiro de 2010

Literatura.

Volume II



Depois do enorme êxito de Os Pilares da Terra, Ken Follett regressa à cidade de Kingsbridge, mas desta vez cerca de dois séculos após os acontecimentos do primeiro livro. No dia 1 de Novembro de 1327, quatro crianças presenciam a morte de dois homens por um cavaleiro. O sucedido irá para sempre assombrar as suas vidas, mas Merthin, Ralph, Caris e Gwenda ficarão também marcados pelo próprio tempo em que vivem, e em particular pela maior tragédia que assolou a Europa no século XIV, a Peste Negra.

Caminhos que nos levam!


Se não souber-mos para onde vamos,todos os caminhos nos levam a lugar nenhum...

Porquê ?



Clicar sob a imagem para melhor leitura.

sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

O Simbolismo do Objecto




Cada objecto costuma transformar-se, em nós, segundo as imagens que evoca e reúne, por assim dizer, em seu redor. É claro que um objecto também pode agradar por si mesmo, pela diversidade das sensações agradáveis que suscita em nós numa percepção harmoniosa; mas bem mais frequentemente, o prazer que um objecto nos dá não se encontra no objecto em si mesmo. A fantasia embeleza-o, cingindo-o e quase projectando nele imagens que nos são queridas. Nem nós o percepcionamos já tal qual como ele é, mas quase animado pelas imagens que suscita em nós ou que os nossos hábitos lhe associam. No objecto, em suma, nós amamos aquilo que nele projectamos de nosso, o acordo, a harmonia que estabelecemos entre nós e ele, a alma que ele adquire só para nós e que é formada pelas nossas recordações.

Luigi Pirandello , in 'O Falecido Mattias Pascal'

Ode à Paz




Pela verdade, pelo riso, pela luz, pela beleza,
Pelas aves que voam no olhar de uma criança,
Pela limpeza do vento, pelos actos de pureza,
Pela alegria, pelo vinho, pela música, pela dança,
Pela branda melodia do rumor dos regatos,

Pelo fulgor do estio, pelo azul do claro dia,
Pelas flores que esmaltam os campos, pelo sossego dos pastos,
Pela exactidão das rosas, pela Sabedoria,
Pelas pérolas que gotejam dos olhos dos amantes,
Pelos prodígios que são verdadeiros nos sonhos,
Pelo amor, pela liberdade, pelas coisas radiantes,
Pelos aromas maduros de suaves outonos,
Pela futura manhã dos grandes transparentes,
Pelas entranhas maternas e fecundas da terra,
Pelas lágrimas das mães a quem nuvens sangrentas
Arrebatam os filhos para a torpeza da guerra,
Eu te conjuro ó paz, eu te invoco ó benigna,
Ó Santa, ó talismã contra a indústria feroz.
Com tuas mãos que abatem as bandeiras da ira,
Com o teu esconjuro da bomba e do algoz,
Abre as portas da História,
deixa passar a Vida!

Natália Correia, in "Inéditos (1985/1990)"

A propósito...


O que mais importa não é o novo que se vê mas o que se vê de novo no que já tínhamos visto .