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domingo, 3 de janeiro de 2010

Nunca Nos Separamos do Primeiro Amor




Já o disse em Hiroshima Mon Amour: o que conta não é a manifestação do desejo, da tentativa amorosa. O que conta é o inferno da história única. Nada a substitui, nem uma segunda história. Nem a mentira. Nada. Quanto mais a provocamos, mais ela foge. Amar é amar alguém. Não há um múltiplo da vida que possa ser vivido. Todas as primeiras histórias de amor se quebram e depois é essa história que transportamos para as outras histórias. Quando se viveu um amor com alguém, fica-se marcado para sempre e depois transporta-se essa história de pessoa a pessoa. Nunca nos separamos dele.
Não podemos evitar a unicidade, a fidelidade, como se fôssemos, só nós, o nosso próprio cosmo. Amar toda a gente, como proclamam algumas pessoas e os cristãos, é embuste. Essas coisas não passam de mentiras. Só se ama uma pessoa de cada vez. Nunca duas ao mesmo tempo.

Marguerite Duras, in "Mundo Exterior "

4 comentários:

r disse...

É, absolutamente, magnifique o conjunto da ilustração com a expressão: «O que conta é o inferno da história única.». Magnifique! Há semanas que não «lia» algo tão... Fabulástico.

Glorinha L de Lion disse...

Verdade...verdade ...verdade...morreremos com ele....
beijos

Anónimo disse...

Posso dizer o que quiser, nunca saberei o motivo pelo qual se escreve, nem como não se escreve.
Marguerite Duras

Bjs querido.

angela disse...

Bonito Manuel, mas sei não...acho que Freud cocordaria.
beijos