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segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Chagas de amor.


Chagas de amor"



Esta luz, este fogo que devora.
Esta paisagem gris que me rodeia.
Esta dor por fixar-me numa idéia.
Esta angústia de céu, de mundo, de hora.

Este pranto de sangue que decora
lira já sem vigor, lúbrica teia.
Este peso do mar que me golpeia.
Esta lacraia que em meu peito mora.

São grinaldas de amor, chão de ferido
onde me deito e sonho-te a presença
nas ruínas de meu peito já destruído.

E embora eu aja na maior prudência,
me dá teu coração vale estendido
com cicuta e paixão de amarga ciência.

(Federico Garcia Lorca)

2 comentários:

r disse...

se existissem telemóveis, o homem, enviava-lhe uma mensagem, marcava a coisa e tal. evitava as chagas que devem ser um ardor... nunca tive, nunca tive; só queimaduras leves.







é tão bom, vir aqui expurgar o azedume e «assassinar» o Lorca.

Unknown disse...

Expurgue á vontade,diga o que lhe vier à real gana. Eu deste lado não me chateio.