Lembro-me o que fui dantes. Quem me dera
Não me lembrar! Em tardes dolorosas
Eu lembro-me que fui a Primavera
Que em muros velhos fez nascer as rosas!
As minhas mãos, outrora carinhosas,
Pairavam como pombas... Quem soubera
Porque tudo passou e foi quimera,
E porque os muros velhos não dão rosas!
São sempre os que eu recordo que me esquecem...
Mas digo para mim: "Não me merecem..."
E já não fico tão abandonada!
Sinto que valho mais, mais pobrezinha:
Que também é orgulho ser sozinha,
E também é nobreza não ter nada!
Florbela Espanca
5 comentários:
Fui âncora para a vida de alguém por tantos anos, que quase me esqueci de como era navegar a mercê do meu desejo...Bom fds prá vc também, amigo!
Beijuuss n.c.
Rê
www.toforatodentro.blogspot.com
Lindo poema, Manuel!
"Que em muros velhos fez nascer as rosas!"
Devemos nos renovar a cada dia!
Adoro seu blog!
Abraços
Lia
www.liaks25.blogspot.com
Por vezes fui âncora, mas nasci para ser mar...em meus sonhos e pensamentos não há corda, nem âncora, nem bola de ferro que os segure...
Bjs
Florbela Espanca é irrepetível e inconfundível.
A tristeza, por vezes,também traz alegria e nos muros velhos permanece o perfume das rosas que outrora deram.
O perfume da poesia de Florbela é eterno.
Saudações Sinienses.
Uma boa navegação neste fim de semana.
beijos
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