TEERÃ - O Comitê Internacional contra o Apedrejamento informou que iraniana Sakineh Mohammadi Ashtiani, condenada à morte por apedrejamento, não foi executada nesta quarta-feira, conforme temia a comunidade internacional, o que levou Teerã a afirmar que o Ocidente utiliza esse caso de para pressionar o Irã.
"Sakineh Mohammadi Ashtiani não foi executada hoje (quarta-feira). Neste momento já passou o horário das execuções, portanto não será hoje. Mas o risco continua, e pode acontecer a qualquer momento", declarou à AFP Mina Ahadi, porta-voz do Comitê Internacional contra o Apedrejamento, que tem sede na Alemanha, e que disse ter recebido informações do próprio comitê no Irã. "Os ocidentais são tão insolentes que transformaram o caso de Sakineh Mohammadi Ashtiani, que cometeu crimes, em um caso de direitos humanos", declarou , afirmou, por sua vez, Ramin Mehmanparast, porta-voz do ministério das Relações Exteriores iraniano.
"Fizeram do caso um símbolo da liberdade da mulher nos países ocidentais e o fizeram com insolência. Pedem a libertação dela. Tentam utilizar um caso simples como meio de pressão contra o Irã", completou o porta-voz.
Posteriormente, Malek Ajdar Sharifi, titular da justiça local, anunciou que Sakineh se encontra em perfeito estado de saúde e seu processo segue o curso, conforme citado pela agência oficial Irna. "Ela está em perfeito estado de saúde e se encontra na prisão de Tabriz", declarou Sharifi.
"Ao mesmo tempo, seu processo segue seu curso em nível dos tribunais da província", acrescentou.
Igualmente acusou "a mídia ocidental hostil de querer criar um clima envenenado contra a República Islâmica do Irã", ao publicar informações como a execução iminente de Sakineh.
Várias organizações de apoio a Sakineh manifestaram na terça-feira na França o temor de que ela fosse executada nesta quarta-feira. "Sakineh Mohammadi Ashtiani aparentemente está ameaçada de ser executada amanhã, quarta-feira, 3 de novembro", informou um comunicado da revista francesa La règle du Jeu, dirigida pelo filósofo Bernard-Henri Lévy.
"Uma carta da Suprema Corte de Teerã foi enviada ao escritório de aplicação das penas na penitenciária de Tabriz autorizando a execução rápida de Sakineh. As execuções acontecem na quarta-feira, assim estamos terrivelmente preocupados por Sakiney hoje", completa o texto.
Sakineh Mohammadi Ashtiani, 43 anos, foi condenada em 2006 a 10 anos de prisão pela acusação de cumplicidade no assassinato do marido e ao apedrejamento até a morte por várias acusações de adultério, segundo as autoridades iranianas.
A condenação provocou uma enorme campanha internacional para evitar a aplicação da pena, assim como vários questionamentos aos julgamentos.
A preocupação da La Règle du Jeu era compartilhada fundamentalmente pela Liga do Direito Internacional das Mulheres.
Sihem Habchi, da associação de defesa dos direitos das mulheres "Nem Putas Nem Submissas", ligou para o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, "a tomar posição, coisa que ainda não fez".
Várias associações realizaram atos de protestos na tarde da terça-feira diante da embaixada do Irã em Paris para exigir a libertação de Sakineh.
Em julho, o governo do Irã anunciou que a condenação à morte por apedrejamento, confirmada em 2007 em apelação, estava suspensa e que o caso seria reexaminado.
A comunidade internacional questiona as condenações e uma campanha em todo o mundo tenta salvar a iraniana.
Fonte France Presse
15 comentários:
Há tanto a fazer pelos direitos humanos no mundo, e pelos direitos das mulheres nos países islâmicos..
Quantas Sakineh's não perecem e pereceram sem terem feito mal a ninguém! A mente humana fabrica preconceitos para subjugar os outros, é terrível!
Mas continuo esperando que o mundo melhore.
Querido amigo, também postei no blog esse caso horrível. Não consigo entender que nos dias de hoje ainda aconteça esse tipo de julgamento e condenar alguem a morrer. Os ayatollahs, esses seres que vivem em mundos já extintos, dão-se o poder de vida ou morte. Só nos resta postar e protestar para que Sakineh, consiga de alguma maneira obter o "perdão" desses loucos. Beijocas
Manuel, você é um homem que eu gosto muito e admiro demais e eu tinha certeza que você entraria nesta luta também, claro que podemos não ver sucesso nenhum
em nos unirmos desta forma,mas, tentamos e essa corrente eu acredito ser muito importante.
Beijos no teu coração.
E não se fala no terror da morte suspensa que esta mulher está a respirar em cada segundo de incerteza.
Beijo
Este de é de facto o caso do dia, mas este dia já passou!
Defendo esta causa, que me revolta e considero uma aberração, infelizmente há muitos casos, muitos nem virão ao conhecimento público!
Bj,
Manú
Estamos juntos nesta corrente pró Sakineh, pois não é justo uma coisa dessas nos dias de hoje.
abs carioca
é triste muito triste mesmo, hoje o meu poste também vai de encontro ao teu
beijinhos
É uma situação injusta e horrorosa. Tem uma petição sendo assinada por todo mundo pedindo a libertação dela. Eu a assinei no site de umhttp://vilarandelo-umdiaumaimagem.blogspot.com/ compatriota seu e até fiz uma chamada em meu blog para que outra pessoas assinassem.
Acho importante essa divulgação.
Parabéns
beijos
Manuel, faço minhas as palavras da Benjamina.
Queria explicar-lhe sobre o meu post da "briói". BR aqui no Brasil são siglas que denominam rodovias federais. No caso da BR 101 é uma rodovia litorânea que atravessa o Brasil de norte a sul.
Nos Estados temos também as chamadas Estaduais que levam suas siglas: por exemplo aqui do Paraná, PR, do Rio de Janeiro RJ, de São Paulo, SP e assim por diante. Além das Federais que são muitas.
Então BR 101, foi lida como BRIÓI no meu conto.
Espero ter esclarecido pelo menos um pouco.
Bjs no coração!
Nilce
Abstenho-me de comentar esse fato deprimente...
Adentraria-me em níveis de consciência de uma mentalidade mesozóica!
Linda a manifestação, não estou aderindo na blogosfera... mas atuante em outros veículos de comunicação.
Bjsss
As vezes daqui do meu quarto, tento esconder de mim mesma este mundo hostil... quase impossível.
Bjao grande
Parabéns, meu amigo Manuel, pela importante postagem!
Como o passarinho da fábula sobre o incêndio na floresta, também dei minha modesta contribuição, assinando petições.
É realmente lamentável a banalização da vida, que se vê.
A violência está à nossa espreita, em todos os cantos do planeta.
Muito triste!
Temos, sempre, de fazer alguma coisa...
Enorme abraço!
Ao passar por aqui desejo um bom fim de semana e tudo de bom.
António José.
António José,volte sempre.
Abraço.
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