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quinta-feira, 1 de março de 2012

Literatura.


Há catorze anos, numa noite de Verão, no Passeio Público, em frente de duas chávenas de café, penetrados pela tristeza da grande cidade que em torno de nós cabeceava de sono ao som de um soluçante pot-pourri dos Dois Foscaris, deliberámos reagir sobre nós mesmos e acordar tudo aquilo a berros, num romance tremendo, buzinando à Baixa das alturas do Diário de Notícias. (...)

O primeiro livro deste género em Portugal - mistério e suspense, data de 1871. Surge da ideia de Eça e Ramalho de "abanarem" a cidade de Lisboa com um dos Mistérios mais incríveis de sempre. A população acreditou quando leu a primeira carta do Doutor*** no Diário de Notícias, muitos ficaram receosos de andar pelas estradas de Sintra... durante dois meses Lisboa viveu na ânsia de saber mais sobre este mistério que se inicia com um morto deitado num sofá de uma casa desconhecida.

A história cativa-nos como cativou os leitores há dois séculos atrás, se bem que nós partimos da desvantagem de saber que é um romance e não uma situação verídica, a adrenalina seria muito maior se, como outros, acreditássemos na veracidade daquelas palavras. Ainda assim, deliciamo-nos com a história de amor entre Rytmel e a Condessa W. - em certos aspectos lembrei-me várias vezes de Anna Karenina e Vronsky (embora este só tenha sido publicado em 1873, portanto, nada de confusões plagiadas!). Carmén Puebla, também ela fortemente apaixonada por Rytmel, capitão inglês que parece quebrar os corações de todas as mulheres, surge como a personagem ciumenta e é um pouco a antecipação daquilo em que a Condessa W. se virá a transformar, também ela delicerada pelos ciúmes. Uma mulher despeitada é sempre um perigo.

Mas como disse, tudo começa com um morto - razão pela qual o doutor*** e Z. são raptados por um grupo de mascarados enquanto passeiam na estrada de Sintra, pois pretendem que o doutor*** confirme a morte e as suas causas. Chegados à casa misteriosa, pois é de localização desconhecida, é-nos apresentada outra personagem que primeiro se declara o assassino e que depois nega - falamos de A.M.C. um jovem médico de Viseu que entra neste enredo de forma suspeita mas com boas intenções. É pelo Mascarado Alto que conhecemos a história entre Rytmel e a Condessa. O culpado será julgado no fim, por este grupo de homens que, afinal de contas, circulam todos no mesmo meio.

Classificação: 5/7 (Muito Bom)

7 comentários:

guímel disse...

Bela escolha!
Livro marcante de Eça de Queiroz...
viajamos nas páginas escritas.
Grande beijo.

Socorro Melo disse...

Olá, Manuel!

Parece ser uma leitura instigante.

Grande abraço
Socorro Melo

Anónimo disse...

A maneira de descrever os livros parece com a que uso no meu blog estou procurando mais informações para deixar meu blog cada ve melhor eu comecei agora ou recomecei agora e resolvi pedir conselhos de outros autores de blog que tratassem do mesmo tema que e literatura. entra no meu blog me diz o que falta nele critica explica... e parabéns pelo blog gostei muito infelizmente na minha cidade é difícil achar este tipo de livro na verdade só tem uma biblioteca. Cidade pequena é complicada, mas enfim... entra lá
obailardoslivros.blogspot.com
Obrigado!

chica disse...

Muito legal a dica.Parece bom! abraços,chica e linda semana!

Patricia Galis disse...

Uma excelente dica com certeza, parabéns pelo blog, já estou seguindo.
Convido gentilmente para conhecer o meu espaço:
http://www.seiquedeusexiste.blogspot.com/

Maria Rodrigues disse...

Meu amigo excelente escolha. Com Eça divagamos através da leitura.
Bom domingo e uma excelente semana.
Beijinhos
Maria

Magia da Inês disse...

Boa semana!
Beijinhos.
Brasil.
♥ •˚。
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