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terça-feira, 25 de setembro de 2012
sábado, 22 de setembro de 2012
O Silêncio está no vazio.
Num profundo silêncio
desejo renascer do nada
ao longe oiço as palavras
com uma dolorosa nitidez
no silêncio da minha amada...
Nem tudo no mundo pode ser belo
o silêncio está no vazio
são ecos de palavras estranhas
como um sopro de um vento frio
percorrendo as minhas entranhas...
Só falando se guarda o silêncio
só amando se preserva o amor
silenciar é enganar o coração
é o murchar de uma flor
é a morte de uma paixão...
Que o teu silêncio
se preserve no infinito
alguém te há-de ouvir
alguém te há-de amar
para que possa sentir
o amor que tens para dar...
Silenciando a minha voz
grito:
O silêncio não está em nós
está no vazio
quando estamos sós...
desejo renascer do nada
ao longe oiço as palavras
com uma dolorosa nitidez
no silêncio da minha amada...
Nem tudo no mundo pode ser belo
o silêncio está no vazio
são ecos de palavras estranhas
como um sopro de um vento frio
percorrendo as minhas entranhas...
Só falando se guarda o silêncio
só amando se preserva o amor
silenciar é enganar o coração
é o murchar de uma flor
é a morte de uma paixão...
Que o teu silêncio
se preserve no infinito
alguém te há-de ouvir
alguém te há-de amar
para que possa sentir
o amor que tens para dar...
Silenciando a minha voz
grito:
O silêncio não está em nós
está no vazio
quando estamos sós...
terça-feira, 18 de setembro de 2012
sábado, 15 de setembro de 2012
A viagem talvez seja um caminho...
caminho neste entardecer
cada passo suspenso entre dois mundos
pudesse este crespúsculo nunca acabar
o caminho é longo
sigo quero te encontrar...
A viagem talvez seja um caminho
resplandecente de vermelho
e violeta no céu da tarde
para lá da linha
do mar e do horizonte...
Ando por aí
querendo encontrar-te
sigo o caminho das estrelas
iluminado pela luz do luar
navego nos meus sonhos
sonho em te amar...
sexta-feira, 14 de setembro de 2012
Outrora eu era daqui, e hoje regresso estrangeiro, Forasteiro do que vejo e ouço, velho de mim. Já vi tudo, ainda o que nunca vi, nem o que nunca verei. Eu reinei no que nunca fui.
Fernando Pessoa
segunda-feira, 23 de julho de 2012
sábado, 21 de julho de 2012
Amigo.
Mal nos conhecemos
Inaugurámos a palavra «amigo».
«Amigo» é um sorriso
De boca em boca,
Um olhar bem limpo,
Uma casa, mesmo modesta, que se oferece,
Um coração pronto a pulsar
Na nossa mão!
«Amigo» (recordam-se, vocês aí,
Escrupulosos detritos?)
«Amigo» é o contrário de inimigo!
«Amigo» é o erro corrigido,
Não o erro perseguido, explorado,
É a verdade partilhada, praticada.
«Amigo» é a solidão derrotada!
«Amigo» é uma grande tarefa,
Um trabalho sem fim,
Um espaço útil, um tempo fértil,
«Amigo» vai ser, é já uma grande festa!
Alexandre O'Neil
Inaugurámos a palavra «amigo».
«Amigo» é um sorriso
De boca em boca,
Um olhar bem limpo,
Uma casa, mesmo modesta, que se oferece,
Um coração pronto a pulsar
Na nossa mão!
«Amigo» (recordam-se, vocês aí,
Escrupulosos detritos?)
«Amigo» é o contrário de inimigo!
«Amigo» é o erro corrigido,
Não o erro perseguido, explorado,
É a verdade partilhada, praticada.
«Amigo» é a solidão derrotada!
«Amigo» é uma grande tarefa,
Um trabalho sem fim,
Um espaço útil, um tempo fértil,
«Amigo» vai ser, é já uma grande festa!
Alexandre O'Neil
sábado, 14 de julho de 2012
Noite por ti despida.
Adulta é a noite onde cresce
o teu corpo azul. A claridade
que se dá em troca dos meus ombros
cansados. Reflexos
coloridos. Amei
o amor. Amei-te meu amor sobre ervas
orvalhadas. Não eras tu porém
o fim dessa estrada
sem fim. Canto apenas (enquanto os álamos
amadurecem) a transparência, o caminho. A noite
por ti despida. Lume e perfume
do sol. Íntimo rumor do mundo.
Casimiro de Brito, in "Solidão Imperfeita"
o teu corpo azul. A claridade
que se dá em troca dos meus ombros
cansados. Reflexos
coloridos. Amei
o amor. Amei-te meu amor sobre ervas
orvalhadas. Não eras tu porém
o fim dessa estrada
sem fim. Canto apenas (enquanto os álamos
amadurecem) a transparência, o caminho. A noite
por ti despida. Lume e perfume
do sol. Íntimo rumor do mundo.
Casimiro de Brito, in "Solidão Imperfeita"
terça-feira, 10 de julho de 2012
quinta-feira, 5 de julho de 2012
quarta-feira, 4 de julho de 2012
Literatura.
O Tempo Entre Costuras de María Dueñas.
Sinopse
«O Tempo entre Costuras» é a história de Sira Quiroga, uma jovem modista empurrada pelo destino para um arriscado compromisso; sem aviso, os pespontos e alinhavos do seu ofício convertem-se na fachada para missões obscuras que a enleiam num mundo de glamour e paixões, riqueza e miséria mas também de vitórias e derrotas, de conspirações históricas e políticas, de espias.
Um romance de ritmo imparável, costurado de encontros e desencontros, que nos transporta, em descrições fiéis, pelos cenários de uma Madrid pró-Alemanha, dos enclaves de Tânger e Tetuán e de uma Lisboa cosmopolita repleta de oportunistas e refugiados sem rumo.
Plano Nacional de Leitura
Livro recomendado para os 10º, 11º e 12º anos de escolaridade, destinado a leitura autónoma. Também recomendado para as Novas Oportunidades, destinado a leitura autónoma - Grau de Dificuldade III.
Sinopse
«O Tempo entre Costuras» é a história de Sira Quiroga, uma jovem modista empurrada pelo destino para um arriscado compromisso; sem aviso, os pespontos e alinhavos do seu ofício convertem-se na fachada para missões obscuras que a enleiam num mundo de glamour e paixões, riqueza e miséria mas também de vitórias e derrotas, de conspirações históricas e políticas, de espias.
Um romance de ritmo imparável, costurado de encontros e desencontros, que nos transporta, em descrições fiéis, pelos cenários de uma Madrid pró-Alemanha, dos enclaves de Tânger e Tetuán e de uma Lisboa cosmopolita repleta de oportunistas e refugiados sem rumo.
Plano Nacional de Leitura
Livro recomendado para os 10º, 11º e 12º anos de escolaridade, destinado a leitura autónoma. Também recomendado para as Novas Oportunidades, destinado a leitura autónoma - Grau de Dificuldade III.
sexta-feira, 29 de junho de 2012
quarta-feira, 27 de junho de 2012
São as pessoas como tu...
São as pessoas como tu que fazem com que o nada queira dizer-nos algo, as coisas vulgares se tornem coisas importantes e as preocupações maiores sejam de facto mais pequenas. São as pessoas como tu que dão outra dimensão aos dias, transformando a chuva em delirante orvalho e fazendo do inverno uma estação de rosas rubras.
As pessoas como tu possuem não uma, mas todas as vidas. Pessoas que amam e se entregam porque amar é também partilhar as mãos e o corpo. Pessoas que nos escutam e nos beijam e sabem transformar o cansaço numa esperança aliciante, tocando-nos o rosto com dedos de água pura, soltando-nos os cabelos com a leveza do pássaro ou a firmeza da flecha. São as pessoas como tu que nos respiram e nos fazem inspirar com elas o azul que há no dorso das manhãs, e nos estendem os braços e nos apertam até sentirmos o coração transformar o peito numa música infinita. São as pessoas como tu que não nos pedem nada mas têm sempre tudo para dar, e que fazem de nós nem ícaros nem prisioneiros, mas homens e mulheres com a estatura da vida, capazes da beleza e da justiça, do sofrimento e do amor. São as pessoas como tu que, interrogando-nos, se interrogam, e encontram a resposta para todas as perguntas nos nossos olhos e no nosso coração. As pessoas que por toda a parte deixam uma flor para que ela possa levar beleza e ternura a outras mãos. Essas pessoas que estão sempre ao nosso lado para nos ensinar em todos os momentos, ou em qualquer momento, a não sentir o medo, a reparar num gesto, a escutar um violino. São as pessoas como tu que ajudam a transformar o mundo.
Joaquim Pessoa, in 'Ano Comum'
As pessoas como tu possuem não uma, mas todas as vidas. Pessoas que amam e se entregam porque amar é também partilhar as mãos e o corpo. Pessoas que nos escutam e nos beijam e sabem transformar o cansaço numa esperança aliciante, tocando-nos o rosto com dedos de água pura, soltando-nos os cabelos com a leveza do pássaro ou a firmeza da flecha. São as pessoas como tu que nos respiram e nos fazem inspirar com elas o azul que há no dorso das manhãs, e nos estendem os braços e nos apertam até sentirmos o coração transformar o peito numa música infinita. São as pessoas como tu que não nos pedem nada mas têm sempre tudo para dar, e que fazem de nós nem ícaros nem prisioneiros, mas homens e mulheres com a estatura da vida, capazes da beleza e da justiça, do sofrimento e do amor. São as pessoas como tu que, interrogando-nos, se interrogam, e encontram a resposta para todas as perguntas nos nossos olhos e no nosso coração. As pessoas que por toda a parte deixam uma flor para que ela possa levar beleza e ternura a outras mãos. Essas pessoas que estão sempre ao nosso lado para nos ensinar em todos os momentos, ou em qualquer momento, a não sentir o medo, a reparar num gesto, a escutar um violino. São as pessoas como tu que ajudam a transformar o mundo.
Joaquim Pessoa, in 'Ano Comum'
segunda-feira, 25 de junho de 2012
Literatura.
Toda a obra de arte se realiza a dois níveis - o da superfície e o da profundeza.Sei bem como isto pertence um pouco à linguagem do passado.Mas resta saber se o mais recente é o mais verdadeiro e não apenas o mais actual.O nível da superfície é aquele em que a obra se manifesta se concretiza e definitivamente existe.
domingo, 24 de junho de 2012
sexta-feira, 22 de junho de 2012
sábado, 16 de junho de 2012
sexta-feira, 15 de junho de 2012
Literatura
a máquina de fazer espanhóis - valter hugo mãe
Sinopse.
Mais um grande romance de valter hugo mãe, assim mesmo em minúsculas, como é de gosto do autor, angolano, radicado em Portugal e vencedor do Prêmio Literário José Saramago de 2007. Um romance daqueles que deixam saudade e pena de chegarmos ao final, mesmo tratando de um tema tão difícil quanto a chegada da terceira idade. Esta é a história de antónio jorge da silva, um barbeiro que acaba de completar 84 anos e que, depois da morte da mulher, é abandonado em um asilo pelos filhos. Os primeiros dias representam para o protagonista um lento processo de desintegração, chocado pela perda da sua companheira de toda a vida, ele se sente desamparado e sem esperanças em um mundo que parece ter perdido o objetivo, a não ser a lenta e solitária passagem do pouco tempo que lhe resta.
Sinopse.
Mais um grande romance de valter hugo mãe, assim mesmo em minúsculas, como é de gosto do autor, angolano, radicado em Portugal e vencedor do Prêmio Literário José Saramago de 2007. Um romance daqueles que deixam saudade e pena de chegarmos ao final, mesmo tratando de um tema tão difícil quanto a chegada da terceira idade. Esta é a história de antónio jorge da silva, um barbeiro que acaba de completar 84 anos e que, depois da morte da mulher, é abandonado em um asilo pelos filhos. Os primeiros dias representam para o protagonista um lento processo de desintegração, chocado pela perda da sua companheira de toda a vida, ele se sente desamparado e sem esperanças em um mundo que parece ter perdido o objetivo, a não ser a lenta e solitária passagem do pouco tempo que lhe resta.
quinta-feira, 14 de junho de 2012
Amar é preciso...
O eco do
teu sorriso
flutua no
ar
e perde-se
no vento
silenciam-se
no tempo...
Grito ao
vento
e ao tempo
quero o teu sorriso de volta
e que a
ternura das tuas palavras
ecoem em
mim a todo o momento...
Silêncio
nas
palavras
no sorriso
o sonho é
uma constante
amar é
preciso...
sexta-feira, 8 de junho de 2012
domingo, 3 de junho de 2012
quinta-feira, 31 de maio de 2012
Nunca Me Tinha Apaixonado Verdadeiramente
Escrevi até o princípio da manhã aparecer na janela. O sol a iluminar os olhos dos gatos espalhados na sala, sentados, deitados de olhos abertos. O sol a iluminar o sofá grande, o vermelho ruço debaixo de uma cobertura de pêlo dos gatos. O sol a chegar à escrivaninha e a ser dia nas folhas brancas. Escrevi duas páginas. Descrevi-lhe o rosto, os olhos, os lábios, a pele, os cabelos. Descrevi-lhe o corpo, os seios sob o vestido, o ventre sob o vestido, as pernas. Descrevi-lhe o silêncio. E, quando me parecia que as palavras eram poucas para tanta e tanta beleza, fechava os olhos e parava-me a olhá-la. Ao seu esplendor seguia-se a vontade de a descrever e, de cada vez que repetia este exercício, conseguia escrever duas palavras ou, no máximo, uma frase. Quando a manhã apareceu na janela, levantei-me e voltei para a cama. Adormeci a olhá-la. Adormeci com ela dentro de mim.
José Luís Peixoto.
segunda-feira, 28 de maio de 2012
Literatura.
Vergílio Ferreira.
Espaço do invisível 1.
Entre a dupla infinitude e o duplo incognoscível do donde e para onde aí os passos do homem.
Dos nossos ,surgidos do mundo recebemos um testemunho e com ele o impulso que vinha nele.
Uma evidência nos toma e com ela a indiscutibilidade que nos há-de orientar ,sem que muitas
vezes,pelo sabê-lo sublimemos ,de algum modo,essa nossa orientação,porque saber ter consciência,é já subir além de nós.
domingo, 27 de maio de 2012
quinta-feira, 24 de maio de 2012
terça-feira, 22 de maio de 2012
Família.
"Para uma família ser feliz, é necessário haver sedução. Os filhos têm de ser charmosos para encantar os pais, os pais têm de se esforçar para educarem convincentemente os filhos. E marido e mulher, caso queiram permanecer juntos, têm de passar a vida inteira a engatar-se. O mal da família é a facilidade. É pensar que aquele amor já é assunto arrumado."
(MEC)
segunda-feira, 21 de maio de 2012
sábado, 19 de maio de 2012
quarta-feira, 16 de maio de 2012
Poema sobre o amor eterno
'Inventaram um amor eterno. trouxeram-no em braços para o meio das pessoas e ali ficou, à espera que lhe falassem. mas ninguém entendeu a necessidade de sedução. pouco a pouco, as pessoas voltaram a casa convictas de que seria falso alarme, e o amor eterno tombou no chão. não estava desesperado, nada do que é eterno tem pressa, estava só surpreso. um dia, do outro lado da vida, trouxeram um animal de duzentos metros e mil bocas e, por ocupar muito espaço, o amor eterno deslizou para fora da praça. ficou muito discreto, algo sujo. foi como um louco o viu e acreditou nas suas intenções. carregou-o para dentro do seu coração, fugindo no exacto momento em que o animal de duzentos metros e mil bocas se preparava para o devorar valter hugo mãe, in 'contabilidade
segunda-feira, 14 de maio de 2012
Fazer um registo de propriedade é chato e difícil mas fazer uma declaração de amor ainda é pior. Ninguém sabe como. Não há minuta. Não há sequer um despachante ao qual o premente assunto se possa entregar. As declarações de amor têm de ser feitas pelo próprio. A experiência não serve de nada — por muitas declarações que já se tenham feito, cada uma é completamente diferente das anteriores. No amor, aliás, a experiência só demonstra uma coisa: que não tem nada que estar a demonstrar coisíssima nenhuma. É verdade — começa-se sempre do zero. Cada vez que uma pessoa se apaixona, regressa à suprema inocência, inépcia e barbárie da puberdade. Sobem-nos as bainhas das calças nas pernas e quando damos por nós estamos de calções. A experiência não serve de nada na luta contra o fogo do amor. Imaginem-se duas pessoas apanhadas no meio de um incêndio, sem poderem fugir, e veja-se o sentido que faria uma delas virar-se para a outra e dizer: «Ouve lá, tu que tens experiência de queimaduras do primeiro grau...»
Pode ter-se sessenta anos. Mas no dia em que o peito sacode com as aurículas a brincar aos carrinhos-de-choque com os ventrículos, Deus Nosso Senhor carrega no grande botão «CLEAR» que mandou pôr na consola consoladora dos nossos corações. Esquece-se tudo. Que garfo usar com o peixe. Que flores comprar. Que palavras dizer. Que gravata com que raio de casaco hei-de usar? Sabe-se nada. Nicles.
Olha-se para as mãos e parece uma cena de transformação dum filme de lobisomens — de onde outrora havia aqueles dedos tão ágeis e pianistas, brotam dez abortos de polegares. E o vinho entorna-se só de pensar nisso. E as solas dos sapatos passam a atrair magneticamente todos os excrementos caninos da cidade. E a voz que era toda FM Estéreo da Comercial quando vai para dizer «Gosto muito de ti» fica repentinamente Abelha Maia.
Tenha-se 17 ou 71 anos, regressa-se automaticamente aos 13 — à terrível idade do Clearasil e das sensações como que de absorção. Quem se apaixona dá mesmo saltos no ar e diz «Uau!» quando o Pai deixa usar a pasta de dentes dele. Qual «ternura dos quarenta», qual bota da tropa cheia de minhocas! O amor é sempre uma anormalidade que provoca graves atrasos mentais.
Miguel Esteves Cardoso, in 'Os Meus Problemas
.
quarta-feira, 9 de maio de 2012
segunda-feira, 7 de maio de 2012
Singela homenagem ao blog Acácia rubra
http://rubraacacia.blogspot.com/
Tudo indica que chegou ao fim.Foi sempre um enorme prazer,visitar-te,ler-te ,fizeste-me por vezes chorar,rir.Fui feliz.
Até sempre minha querida Acácia.
Tudo indica que chegou ao fim.Foi sempre um enorme prazer,visitar-te,ler-te ,fizeste-me por vezes chorar,rir.Fui feliz.
Até sempre minha querida Acácia.
domingo, 6 de maio de 2012
No mais fundo de ti,
eu sei que traí, mãe
Tudo porque já não sou
o retrato adormecido
no fundo dos teus olhos.
Tudo porque tu ignoras
que há leitos onde o frio não se demora
e noites rumorosas de águas matinais.
Por isso, às vezes, as palavras que te digo
são duras, mãe,
e o nosso amor é infeliz.
Tudo porque perdi as rosas brancas
que apertava junto ao coração
no retrato da moldura.
Se soubesses como ainda amo as rosas,
talvez não enchesses as horas de pesadelos.
Mas tu esqueceste muita coisa;
esqueceste que as minhas pernas cresceram,
que todo o meu corpo cresceu,
e até o meu coração
ficou enorme, mãe!
Olha — queres ouvir-me? —
às vezes ainda sou o menino
que adormeceu nos teus olhos;
ainda aperto contra o coração
rosas tão brancas
como as que tens na moldura;
ainda oiço a tua voz:
Era uma vez uma princesa
no meio de um laranjal...
Mas — tu sabes — a noite é enorme,
e todo o meu corpo cresceu.
Eu saí da moldura,
dei às aves os meus olhos a beber,
Não me esqueci de nada, mãe.
Guardo a tua voz dentro de mim.
E deixo-te as rosas.
Boa noite. Eu vou com as aves.
Eugénio de Andrade
sábado, 5 de maio de 2012
Literatura.
Camilo Castelo Branco
Mistérios de Lisboa.
Sinopse
Com esta frase, que nos coloca em pleno mistério, inicia Camilo aquele que seria o seu segundo romance, editado em 1854 mas publicado originalmente em folhetins no diário portuense O Nacional. Influenciado pelo romance-folhetim em voga na época, Mistérios de Lisboa mergulha-nos num turbilhão imparável de aventuras e desventuras, coincidências e revelações, sentimentos e paixões violentos, vinganças, amores desgraçados e ilegítimos de que o leitor não consegue libertar-se até à última página. Com uma galeria de personagens inesquecíveis, como o Padre Dinis, que de aristocrata e libertino se converte em justiceiro, assumindo diversas identidades, estes Mistérios de Lisboa ultrapassam, quer as fronteiras do género em que se inspiraram — como bem nota João Tordo no Prefácio a este edição —, quer as dessa Lisboa que a obra percorre, mas onde chegam ou de onde partem para França, Inglaterra, África, Brasil todos os piratas, ciganos, aristocratas, burgueses, mulheres de má nota, santas, assassinas, desgraçadas e venturosas personagens que por aqui se cruzam… Uma viagem pela alma humana e pelo século XIX, como pelos meandros de uma cidade.
Camilo Castelo Branco
Mistérios de Lisboa.
Sinopse
Com esta frase, que nos coloca em pleno mistério, inicia Camilo aquele que seria o seu segundo romance, editado em 1854 mas publicado originalmente em folhetins no diário portuense O Nacional. Influenciado pelo romance-folhetim em voga na época, Mistérios de Lisboa mergulha-nos num turbilhão imparável de aventuras e desventuras, coincidências e revelações, sentimentos e paixões violentos, vinganças, amores desgraçados e ilegítimos de que o leitor não consegue libertar-se até à última página. Com uma galeria de personagens inesquecíveis, como o Padre Dinis, que de aristocrata e libertino se converte em justiceiro, assumindo diversas identidades, estes Mistérios de Lisboa ultrapassam, quer as fronteiras do género em que se inspiraram — como bem nota João Tordo no Prefácio a este edição —, quer as dessa Lisboa que a obra percorre, mas onde chegam ou de onde partem para França, Inglaterra, África, Brasil todos os piratas, ciganos, aristocratas, burgueses, mulheres de má nota, santas, assassinas, desgraçadas e venturosas personagens que por aqui se cruzam… Uma viagem pela alma humana e pelo século XIX, como pelos meandros de uma cidade.
terça-feira, 1 de maio de 2012
sábado, 28 de abril de 2012
Não penses.
Que raio de mania essa de estares sempre a querer pensar. Pensar é trocar uma flor por um silogismo, um vivo por um morto. Pensar é não ver. Olha apenas, vê. Está um dia enorme de sol. Talvez que de noite, acabou-se, como diz o filósofo da ave de Minerva. Mas não agora. Há alegria bastante para se não pensar, que é coisa sempre triste. Olha, escuta. Nas passagens de nível, havia um aviso de «pare, escute, olhe» com vistas ao atropelo dos comboios. É o aviso que devia haver nestes dias magníficos de sol. Olha a luz. Escuta a alegria dos pássaros. Não penses, que é sacrilégio.
Vergílio Ferreira
sexta-feira, 27 de abril de 2012
quarta-feira, 25 de abril de 2012
domingo, 22 de abril de 2012
Ondas que rebentam
sobre a areia da praia
espuma branca
dissolvem a marca dos meus pensamentos...
Tudo desaparece
numa neblina cinzenta cerrada
olho o horizonte
e penso...
És um sonho
que eu quero sonhar
ao acordar
um rio que desagua em mim
num (a)mar sem fim...
És flor do campo
lágrima e meu encanto
luz da minha vida
janela do meu mundo
meu pranto...
sábado, 21 de abril de 2012
Literatura.
Sinopse.
Sinopse.
Desde a criação da Mossad, em Março de 1951, que os seus agentes se dedicam a procurar os inimigos do Estado de Israel nos locais mais recônditos do planeta. A primeira operação "politicamente" autorizada por um chefe de governo à unidade de Nokmin (Vingadores) aconteceria em Maio de 1960, quando David Ben-Gurion permitiu a Isser Harel o rapto e posterior mudança para Israel de Adolf Eichmann, um dos maiores responsáveis da "Solução Final" nazi, que vivia sob outra identidade na cidade de Buenos Aires. Eichmann seria condenado à forca em 1962.
Boas leituras e bom fim de semana.
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