
Seguidores
domingo, 1 de junho de 2008
William Shakespeare.
Dia mundial da criança.

1 de Junho, Dia Mundial da Criança
--------------------------------------------------------------------------------
Após a 2ª Grande Guerra Mundial, as crianças de todo o Mundo enfrentavam grandes dificuldades, a alimentação era deficiente, os cuidados médicos eram escassos. Os pais não tinham dinheiro, viviam com muitas dificuldades, retiravam os filhos da Escola e punham-nos a trabalhar de sol a sol. Mais de metade das crianças Europeias não sabia ler nem escrever.
Em 1950, a Federação Democrática Internacional das Mulheres, propôs às Nações Unidas que se comemorasse um dia dedicado a todas as crianças do Mundo.
Os Estados Membros das Nações Unidas, - ONU - reconhecendo que as crianças, independentemente da raça, cor, sexo, religião e origem nacional ou social, necessitam de cuidados e atenções especiais, precisam de ser compreendidas, preparadas e educadas de modo a terem possibilidades de usufruir de um futuro condigno e risonho, propuseram o Dia 1 de Junho, como Dia Mundial da Criança.
Nunca é demais lembrar, até porque poucas vezes isso tem sido feito, quais os direitos que assistem especificamente às crianças, e que estão consagrados na Convenção sobre os Direitos da Criança que foi elaborada em 1989 pelas Nações Unidas, que tiveram em consideração, entre outras coisas, o indicado na Declaração dos Direitos da Criança, adoptada em 20 de Novembro de 1959 pela Assembleia Geral desta Organização, que dizia que “a criança, por motivo da sua falta de maturidade física e intelectual, tem necessidade de uma protecção e cuidados especiais...”.
A ONU reconheceu também que “em todos os países do mundo há crianças que vivem em condições particularmente difíceis e a quem importa assegurar uma atenção especial, tendo devidamente em conta a importância das tradições e valores culturais de cada povo para a protecção e o desenvolvimento harmonioso da criança e a importância da cooperação internacional para a melhoria das condições de
sábado, 31 de maio de 2008
Os livros.

Apetece chamar-lhes irmãos,
tê-los ao colo,
afagá-los com as mãos,
abri-los de par em par,
ver o Pinóquio a rir
e o D. Quixote a sonhar,
e a Alice do outro lado
do espelho a inventar
um mundo de assombros
que dá gosto visitar.
Apetece chamar-lhes irmãos
e deixar brilhar os olhos
nas páginas das suas mãos.
José Jorge Letria
Gatos.


Elogio aos Gatos
Celso Japiassu
Ao contrário do que pensa a maioria das pessoas, êles são desastrados e sujeitos a todo tipo de acidente. A agilidade natural que possuem evita coisa pior, na maior parte das vezes. Adorados e odiados na história do seu relacionamento com o homem, foi o último dos animais domésticos a ser domesticado. O cão foi o primeiro a ser atraído para ajudar nas caçadas, o cavalo para ser usado como meio de transporte, o boi para o trabalho e para fornecer leite e carne. O gato, sem qualquer utilidade, permaneceu selvagem e livre, dono de si mesmo, independente e orgulhoso.
Os ratos que comiam metade da colheita dos egípcios foi que tornaram necessária a ajuda desse perseguidor que se diverte com a caça e ataca tudo o que se movimentar a sua frente. Foi difícil para o homem, ao se aproximar dos gatos, permanecer indiferente a sua beleza e à elegância de seus movimentos.
Divindades na Birmânia e representação do mal na Idade Média cristã, foram perseguidos como símbolos da heresia e do feitiço, torturados e mortos a pauladas, queimados na praça de todas as cidades européias.
Muito do preconceito até hoje existente para com os gatos tem origem nessas crenças medievais. A Europa inteira acabou pagando caro por sua superstição e crueldade, pois a ausência de gatos fez com que os ratos se proliferassem e a peste bubônica matou dois terços da população do continente.
Na companhia dos artistas
O gato não tem sido visto apenas como caçador de ratos. Esopo, Fedro, Cícero, entre os antigos, escreveram sobre êle. Beaudelaire comparou seu pelo macio ao corpo da mulher amada. Hemingway viveu em Havana na companhia de 50 gatos e transformou um deles - Bose - num personagem forte e inesquecível de As Ilhas da Corrente - o companheiro solidário e silencioso de um artista a viver momentos de solidão e angústia.
Eles gostam do silêncio das bibliotecas, dos estúdios com suas mesas abarrotadas de papel e do ruído dos teclados. Dormem com profundo prazer sobre a capa dos livros. Os trabalhadores literários amam verdadeiramente a companhia dos gatos.
O historiador francês Taine escreveu: "conheci muitos pensadores e muitos gatos, mas a sabedoria dos gatos é infinitamente superior."
Theophile Gautier disse que "Deus criou o gato para dar ao homem o prazer de acariciar um tigre".
É extensa a lista dos compositores influenciados pelos gatos. Scarlatti compôs a Fuga del Gatta, Rossini o Duetto Buffo dei due Gatti, Ravel um dueto entre gatos em L'enfant et les Sortiléges. Tchaikovsky, Grieg, Jules Massenet também deixaram obras inspiradas nos gatos. Por coincidência, uma das características dos felinos é a sua sensibilidade à música, que os faz especialmente tranquilos e propensos a um sono imediato.
Obras primas da pintura têm os gatos como tema. Da Vinci tem A Virgem do Gato, Albrecht Dürer pintou um gato a lamber os pés de Eva, Jean Antoine Watteau o imortalizou em seu quadro O Gato Doente. Veronese, Rubens, Bosh, Brueghel, Rembrandt, Tintoretto, todos lhe renderam homenagem fascinados com a sua beleza. Da mesma forma que os modernos Delacroix, Renoir, Courbet, Gauguin e Picasso. Edouard Manet, que os pintou com paixão, costumava observá-los na rua, olhando-os durante horas seguidas debruçado na janela de sua casa.
Uma verdadeira amizade
No cinema, desde o musical Cats a Tom e Jerry, Felix, the Cat e a Pantera Cor de Rosa, que não passa de uma charmosa gata, os gatos são fonte de entretenimento e criatividade.
O pintor Silva Costa me afirmou que um gato de nome Rachid, habitante de um telhado vizinho, já lhe deixou inúmeros recados fazendo uso do teclado do computador. O gato tem suas próprias formas para se comunicar com o homem. Mia, exprime satisfação e prazer ronronando, exibe seu mau humor mediante total indiferença a qualquer tentativa de aproximação. Expressa amor roçando-se nas pernas do dono, lambendo ou trazendo alguns presentes exóticos, produtos do seu trabalho de caçador: um rato ou um pássaro agonizantes.
Os gatos são bichos egoístas, esnobes, insolentes, orgulhosos e desobedientes. Mas quando se convive com eles descobre-se uma verdade antes insuspeitada: a de que é possível existir uma bela e verdadeira amizade entre um homem e um animal.
A lingua portuguesa, essa riqueza!

Para ensinarmos os registos/variedades de língua.
Um político que estava em plena campanha chegou a uma pequena cidade,
subiu para o palanque e começou o discurso:
- Compatriotas, companheiros, amigos! Encontramo-nos aqui, convocados,
reunidos ou juntos para debater, tratar ou discutir um tópico, tema ou
assunto, o qual me parece transcendente, importante ou de vida ou de
morte. O tópico, tema ou assunto que hoje nos convoca, reúne ou junta é a
minha postulação, aspiração ou candidatura a Presidente da Câmara deste
Município.
De repente, uma pessoa do público pergunta:
- Ouça lá, porque é que o senhor utiliza sempre três palavras, para dizer
a mesma coisa? O candidato respondeu:
- Pois veja, meu senhor: a primeira palavra é para pessoas com nível
cultural muito alto, como intelectuais em geral; a segunda é para pessoas
com um nível cultural médio, como o senhor e a maioria dos que estão aqui;
A terceira palavra é para pessoas que têm um nível cultural muito baixo,
pelo chão, digamos, como aquele alcoólico, ali deitado na esquina.
De imediato, o alcoólico levanta-se a cambalear e respondeu:
- Senhor postulante, aspirante ou candidato: (hic) o facto, circunstância
ou razão pela qual me encontro (hic) num estado etílico, alcoolizado ou
mamado (hic), não implica, significa, ou quer dizer que o meu nível (hic)
cultural seja ínfimo, baixo ou mesmo rasca (hic). E com todo a reverência,
estima ou respeito que o senhor me merece (hic)pode ir agrupando, reunindo
ou juntando (hic) os seus haveres, coisas ou bagulhos (hic) e
encaminhar-se, dirigir-se ou ir direitinho (hic) à leviana da sua progenitora,
à mundana da sua mãe biológica ou à puta que o pariu!
sexta-feira, 30 de maio de 2008
Poemas eternos
Painel de Neptuno.

Painel de Neptuno
A essência e a História de Constância estão indissociavelmente ligadas aos rios Zêzere e Tejo, que junto à vila confluem, e às actividades fluviais que eles proporcionaram ao longo de vários séculos: a pesca, a construção naval e, sobretudo, o transporte de mercadorias entre este lugar e a capital do país.
O elemento líquido é, assim, parte essencial da identidade de Constância, como o é a memória das actividades dos homens que fizeram da vila um centro importante do comércio e do transporte fluvial e que eram, e são, conhecidos pela designação de marítimos, gente do mar-Tejo, das embarcações, das viagens e dos seus perigos, da relação profunda com a água da qual nasceram e se fortaleceram a fé e a Festa de Nossa Senhora da Boa Viagem.
Por outro lado, a Constância se liga também, por uma antiga e arraigada tradição, a memória da presença de Camões, nosso Poeta maior e também ele homem do mar e das viagens dos tempos do Império Quinhentista, para além de figura cimeira do renascimento da cultura clássica greco-latina que tão eloquentemente perpassa toda a sua produção poética e, em especial, Os Lusíadas.
Das figuras mitológicas que Camões mais frequentemente evoca e realça destaca-se a de Neptuno, deus do Mar e da Navegação entre os Romanos, que tinha um palácio na profundeza das águas, onde cavalos com crinas de ouro puxavam o seu carro sobre as ondas, cercado de nereidas, de tritões e de monstros marinhos:
«(...)
Que eu canto o peito ilustre Lusitano,
A quem Neptuno e Marte obedeceram
(...)»
Os Lusíadas, I, 3
«No mais interno fundo das profundas
Cavernas altas, onde o mar se esconde,
Lá onde as ondas saem furibundas,
Quando às iras do vento o mar responde,
Neptuno mora e moram as jucundas
Nereidas e outros Deuses do Mar(...)».
Os Lusíadas, VI, 8
Assim, quando, em 1997, no âmbito do POMTEZE, se construiu um novo fontenário na plataforma inferior do Parque de Merendas da vila e se pretendeu decorá-lo com um painel de azulejos, o motivo escolhido foi, obviamente, a água e, como figura central, Neptuno.
Nos seus 27 metros quadrados, ali a dois passos do monumento a Camões e da confluência dos rios, o painel simboliza e evoca, a um tempo, o mar e a navegação, a água e as viagens, os marítimos e as suas fainas e a tradição da cultura clássica que nos chegou pelos versos de Camões, sintetizando, deste modo, os elementos essenciais da identidade de Constância.
quinta-feira, 29 de maio de 2008
Jardim Horto de Camões-Constância


Criação do arquitecto paisagista Gonçalo Ribeiro Teles, este jardim-horto convida a conhecer 52 espécies botânicas referidas por Camões na sua lírica e no`"Os Lusíadas". O jardim-horto de Camões tornou-se singular por ser o mais vivo monumento erigido no mundo a um poeta. Camões, na sua obra, conjugou a poesia com a flora e assim nasce um jardim em que cada planta ali presente possui uma placa explicativa que a identifica, ensinando o seu nome vulgar e o científico. A placa mostra também a transcrição do verso onde o poeta a menciona. O jardim sugere ainda um percurso onde se destacam alguns pontos de maior interesse para o visitante, incluindo o jardim de Macau (que contou com o apoio do Instituto Cultural de Macau), marca da presença portuguesa na China; um pequeno auditório com uma reprodução do planetário de Ptolomeu; uma esfera armilar, um poço de traça árabe e uma âncora do século XVII arrancada ao Tejo.
Poesias eternas.
quarta-feira, 28 de maio de 2008
Luis Vaz de Camões.

Glosa a mote alheio
"Vejo-a na alma pintada,
Quando me pede o desejo
O natural que não vejo."
Se só no ver puramente
Me transformei no que vi,
De vista tão excelente
Mal poderei ser ausente,
Enquanto o não for de mi.
Porque a alma namorada
A traz tão bem debuxada
E a memória tanto voa,
Que, se a não vejo em pessoa,
"Vejo-a na alma pintada."
O desejo, que se estende
Ao que menos se concede,
Sobre vós pede e pretende,
Como o doente que pede
O que mais se lhe defende.
Eu, que em ausência vos vejo,
Tenho piedade e pejo
De me ver tão pobre estar,
Que então não tenho que dar,
"Quando me pede o desejo."
Como àquele que cegou
É cousa vista e notória,
Que a Natureza ordenou
Que se lhe dobre em memória
O que em vista lhe faltou,
Assim a mim, que não rejo
Os olhos ao que desejo,
Na memória e na firmeza
Me concede a Natureza
"O natural que não vejo."
Luís de Camões
Subscrever:
Mensagens (Atom)