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segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Para os Amigos(as)




De entre todos, apenas vós
tendes direito a ver-me
fracassar. Onde caio
entre a vossa irónica
doçura implacável, convosco
partilho o pão e o espaço
e a rapidez dos olhos
sobre o que fica (sempre)
para dar ou dizer.
E de vós me levanto
e vos levo pesando
e ardendo até onde
me ajudais a ser
melhor ou talvez
menos só.

Vítor Matos e Sá

Para quem ama...


Para quem ama, não será a ausência a mais certa, a mais eficaz, a mais intensa, a mais indestrutível, a mais fiel das presenças ?

domingo, 30 de agosto de 2009

casamento.


O casamento tal como é, é uma coisa estranha, mas apesar disso ainda não se encontrou nada melhor ...

(Foto do meu filho Miguel e da sua esposa Vanessa Smits.
15 de Agosto de 2009.)

Literatura.


"Hamlet" recontado com um brilho extraordinário e tendo como cenário uma quinta remota em Wisconsin.
Edgar Sawtelle, um menino mudo e muito inteligente, vive uma vida idílica com os pais. Há gerações que os Sawtelle criam uma carinhosa raça de cão, ilustrada na perfeição por Almodine, a companheira de sempre de Edgar. Mas quando o seu pai morre de repente em circunstâncias misteriosas, Edgar culpa-se a si próprio, por não ter podido gritar por socorro.
Destroçado pelo romance desesperado da mãe com o tio paterno, o seu mundo muda para sempre quando, certa noite de Primavera, vê o fantasma do pai. Depois da tentativa falhada de provar a culpa do tio, Edgar foge com 3 cães, mas o amor à mãe e aos animais, e a vontade de vingança, levam-no de regresso a casa.
Nada é como ele esperava, e terá de se decidir entre a vingança ou a preservação do legado da família.

A Ausência Desincorpora




A Ausência desincorpora - e assim faz a Morte
Escondendo os indivíduos da Terra
A Superstição ajuda, tal como o amor -
A Ternura diminui à medida que a experimentamos -

Emily Dickinson

sábado, 29 de agosto de 2009

Estou de volta.


Se todo o ano fosse de férias , divertirmo-nos tornar-se-ia mais aborrecido do que trabalhar .

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

A Minha Saudade Tem o Mar Aprisionado

A minha saudade tem o mar aprisionado
na sua teia de datas e lugares.
É uma matéria vibrátil e nostálgica
que não consigo tocar sem receio,
porque queima os dedos,
porque fere os lábios,
porque dilacera os olhos.
E não me venham dizer que é inocente,
passiva e benigna porque não posso acreditar.
A minha saudade tem mulheres
agarradas ao pescoço dos que partem,
crianças a brincarem nos passeios,
amantes ocultando-se nas sebes,
soldados execrando guerras.
Pode ser uma casa ou uma rede
das que não prendem pássaros nem peixes,
das que têm malhas largas
para deixar passar o vento e a pressa
das ondas no corpo da areia.
Seria hipócrita se dissesse
que esta saudade não me vem à boca
com o sabor a fogo das coisas incumpridas.
Imagino-a distante e extinta, e contudo
cresce em mim como um distúrbio da paixão.

José Jorge Letria, in "A Metade Iluminada e Outros Poemas

quarta-feira, 29 de julho de 2009

Vou ali e já volto!


"Sem o amor o homem é apenas um cadáver em férias."

Férias.


Porque há este Sol

Porque há este mar

Porque passam os dias nesta urgência de andar

Porque se calam as aves neste mar de calor

Porque ficam esperas de tempo a cumprir

Porque andamos tão sós à procura do amor

Porque é tão curta a vida e tão longo o penar

Porque ficam os rios sem pressa de ir

Porque estamos para aqui a voar, a voar

Porque queremos partir não sabendo chegar

Porque somos o vento no monte a bater

Porque há tanta flor a abrir e secar

Porque é tão fugaz o restolho a arder


Porque há este Sol

Porque há este mar

Porque vamos de férias quando há tanto a fazer ...

Silêncio.


Quando se acaba de ouvir um trecho de Mozart, o silêncio que se lhe segue ainda é dele ...

terça-feira, 28 de julho de 2009


Pergunte à mamãe






Esta é uma conversa de mãe para filha, do tempo em que as moças que iam casar perguntavam às mães sobre a noite de núpcias. Ela explica talvez um pouco porque deixaram de perguntar.

— É assim, minha filha. O importante é não ficar nervosa. Na hora ele bota uma valsinha na vitrola, pede pra você pegar a sombrinha e ir andando na corda bamba. Você já deve estar preparada, de saiote, e sem nada por baixo. Isso é importante. Ele senta numa cadeira e fica olhando pra cima e assobiando como se não fosse com ele. Você se concentra na música, vai botando um pezinho na frente do outro, sempre sorrindo e mandando beijinhos como se tivesse gente assistindo. Assim ele fica mais excitado. Quando você estiver bem distraída, ele faz "u!", você se assusta, perde o equilíbrio e cai escanchada no colo dele. Ele faz "ú!" de novo mas aí com outra entonação. É assim, minha filha.

— Ah — fez a moça e foi se preparar não muito convencida, pois a mulher do engolidor de fogo tinha lhe ensinado diferente.

(Por Fortuna)

imaginação !


Querida imaginação, o que mais me agrada em ti é nunca perdoares ...

Não Posso Adiar o Amor




Não posso adiar o amor para outro século
não posso
ainda que o grito sufoque na garganta
ainda que o ódio estale e crepite e arda
sob montanhas cinzentas
e montanhas cinzentas

Não posso adiar este abraço
que é uma arma de dois gumes
amor e ódio

Não posso adiar
ainda que a noite pese séculos sobre as costas
e a aurora indecisa demore
não posso adiar para outro século a minha vida
nem o rneu amor
nem o meu grito de libertação

Não posso adiar o coração

António Ramos Rosa, in "Viagem Através de uma Nebulosa"

segunda-feira, 27 de julho de 2009

Férias.


No amor não há férias nem nada que se pareça. O amor deve viver-se plenamente, com o seu aborrecimento e com tudo ...

Noite por Ti Despida




Adulta é a noite onde cresce
o teu corpo azul. A claridade
que se dá em troca dos meus ombros
cansados. Reflexos
coloridos. Amei
o amor. Amei-te meu amor sobre ervas
orvalhadas. Não eras tu porém
o fim dessa estrada
sem fim. Canto apenas (enquanto os álamos
amadurecem) a transparência, o caminho. A noite
por ti despida. Lume e perfume
do sol. Íntimo rumor do mundo.

Casimiro de Brito, in "Solidão Imperfeita"

Palavras.


Nenhum de nós sabe o que existe e o que não existe. Vivemos de palavras. Vamos até à cova com palavras. Submetem-nos, subjugam-nos. Pesam toneladas, têm a espessura de montanhas. São as palavras que nos contêm, são as palavras que nos conduzem. Mas há momentos em que cada um redobra de proporções, há momentos em que a vida se me afigura iluminada por outra claridade. Há momentos em que cada um grita: - Eu não vivi! eu não vivi! eu não vivi! - Há momentos em que deparamos com outra figura maior, que nos mete medo. A vida é só isto?

Raul Brandão.

domingo, 26 de julho de 2009

Vale pena ficar...


Recebi do blog entremeios o selo acima. Agradeço a lembrança e indico os sites abaixo que mais visito.
http://africaempoesia.blogspot.com/
http://vivereafinaroinstrumento.blogspot.com/
http://pedrastuas.blogspot.com/
http://sandraregina7.blogspot.com/
http://ofradinhas.blogspot.com/
http://isa-momentosmeus.blogspot.com/
http://metafisicadacoincidencia.blogspot.com/
http://fernananda55.blogspot.com/
http://sandraandrade8.blogspot.com/
http://angelabeneguedes.blogspot.com/
Regras:
a)-Exibir a imagem do seloem local de destaque. b)Postar o linl do blog que indicou(importante). c)-Indique 10blogs de s/ preferência e avise aos indicados, publicando as regras. d)-Confira se os blogs indicados repassaram o selo e as regras.

O Mais Infalível Veneno é o Tempo!



Tabaco, café, álcool, ácido prússico, estricnina — todos não passam de poções diluídas: o mais infalível veneno é o tempo. Essa taça, que a natureza nos põe nos lábios, possui uma propriedade maravilhosa que supera qualquer outra bebida. Ela abre os sentidos, adiciona poder e povoa-nos de sonhos exaltados, a que chamamos esperança, amor, ambição, ciência. Em particular, ela desperta o desejo por maiores doses de si. Mas aqueles que tomam as maiores doses ficam embriagados, perdem estatura, força, beleza e sentidos, e terminam em fantasia e delírio.

Ralph Waldo Emerson.

Dúvida




Tudo para mim é um duvidar
Com a normalidade sempre em cisão,
E o seu incessante perguntar
Cansa meu coração.
As coisas são e parecem e o nada sustém
O segredo da vida que contém.

A presença de tudo sempre perguntando
Coisas de angústia premente,
Em terrível hesitação experimentando
A minha mente.
É falsa a verdade? Qual o seu aparentar
Já que tudo são sonhos e tudo é sonhar?

Perante o mistério vacila a vontade
Em luta dividida dentro do pensar,
E a Razão cede, qual cobarde,
No encontrar
Mais do que as coisas em si revelam ser,
Mas que elas, por si só, não deixam ver.

Alexander Search, in "Poesia"

Para todos os avós do mundo.


A casa de meus avós

Ah! Como é legal a casa dos meus avós,
Lá eu posso tudo,
Lá eu faço tudo,
Lá eu sujo tudo,
E na hora de brigar....
Ao invés de apanhar,
Lá eu levo um beijo
Avós poderiam durar para sempre
Eles são especiais
Amam a gente, com mais força que os pais
Pois são pais por duas vezes
E multiplicam este sentimento sem saber
E nos sufocam de tanto querer...
Feliz de quem os tem,
Pois são muito especiais,
As vezes se parecem velhinhos
Mas são tão bonitinhos
Que dá vontade de guardar...
Lá no fundo do coração,
E tê-los..., sempre na hora da precisão.


de Andréa P. Predolin Libanori