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quarta-feira, 22 de outubro de 2008
Faz-me o favor...
terça-feira, 21 de outubro de 2008
Há palavras que nos beijam.
Há palavras que nos beijam
Como se tivessem boca.
Palavras de amor, de esperança,
De imenso amor, de esperança louca.
Palavras nuas que beijas
Quando a noite perde o rosto;
Palavras que se recusam
Aos muros do teu desgosto.
De repente coloridas
Entre palavras sem cor,
Esperadas inesperadas
Como a poesia ou o amor.
(O nome de quem se ama
Letra a letra revelado
No mármore distraído
No papel abandonado)
Palavras que nos transportam
Aonde a noite é mais forte,
Ao silêncio dos amantes
Abraçados contra a morte.
Alexandre O'Neill.
segunda-feira, 20 de outubro de 2008
As palavras.
As palavras saltitam, pululam,
estão soltas, sem amarras.
Palavras vivas.
Sons, movimentos, sentimentos.
Se não, estão
petrificadas,
feitas de letras
- arquiteturas banais.
As palavras não representam,
elas são,
estão além dos significados
- ou seria, mais, bem,
aquém?
Libertadas dos dicionários
pelos campos
pelas fábricas, pelos lugares
de sua gestação.
Originárias, necessárias.
Elas exercem um poder
tanto porque podemos com elas
apoderar-nos do mundo
(ou conhecer)
quanto elas nos governam
e orientam.
As palavras são a música
das coisas nomináveis;
as formas das coisas:
o próprio som
que elas emitem.
Podemos dar às palavras
o sentido que se queira
aprisiona-las em obras
de fina urdidura.
Mas nem sempre
-e felizmente –
as palavras levam à Razão,
vão ao imaginário
à beleza de sua condição:
as ondas equilibram o movimento
do mar, marmorizado nas palavras.
Podemos transformá-las
em textos decifráveis.
Esgarçá-las, montá-las
sobre uma superfície
limitante, e fria.
Não obstante, as palavras
estarão livres
vivificadas
quando poesia.
(António Miranda)
domingo, 19 de outubro de 2008
O verbo amar.
O verbo amar
Te amei: era de longe que te olhava
e de longe me olhavas vagamente...
Ah, quanta coisa nesse tempo a gente sente,
que a alma da gente faz escrava.
Te amava: como inquieto adolescente,
tremendo ao te enlaçar, e te enlaçava
adivinhando esse mistério ardente
do mundo, em cada beijo que te dava.
Te amo: e ao te amar assim vou conjugando
os tempos todos desse amor, enquanto
segue a vida, vivendo, e eu, vou te amando...
Te amar: é mais que em verbo é a minha lei,
e é por ti que o repito no meu canto:
te amei, te amava, te amo e te amarei!
(Poema de JG de Araujo Jorge
sábado, 18 de outubro de 2008
Do outro lado da vida
os ponteiros dos relógios em qualquer
direção, e as estações do ano trocadas:
não há roce nem orgasmo nem suores
mas o corpo está ávido, aflito
haja espera e esperança (e desconsolo)
no reverso incongruente da vida:
nesse viver em morte contígua
e exígua, irredutível, solerte
sentado na poltrona, aderno,
e o tempo, lá fora, estanca:
eu aqui dentro, a vida fora
de mim, exangue e ausente
— buscando lugares inexistentes
numa enteléquia de despistamentos
ou numa estratégia de inconformidade.
Poema de Antonio Miranda
Pense por si próprio.
Pense por si Próprio
Do que você precisa, acima de tudo, é de se não lembrar do que eu lhe disse; nunca pense por mim, pense sempre por você; fique certo de que mais valem todos os erros se forem cometidos segundo o que pensou e decidiu do que todos os acertos, se eles foram meus, não são seus. Se o criador o tivesse querido juntar muito a mim não teríamos talvez dois corpos distintos ou duas cabeças também distintas. Os meus conselhos devem servir para que você se lhes oponha. É possível que depois da oposição, venha a pensar o mesmo que eu; mas, nessa altura. já o pensamento lhe pertence. São meus discípulos, se alguns tenho, os que estão contra mim; porque esses guardaram no fundo da alma a força que verdadeiramente me anima e que mais desejaria transmitir-lhes: a de se não conformarem.
Agostinho da Silva.
sexta-feira, 17 de outubro de 2008
Sonhos.
Literatura.
Sinopse
Três crianças órfãs atravessam o mundo para encontrar a felicidade.
1974
Em Adis Abeba, Solomon, um menino etíope de doze anos que perdeu a mãe, assiste à partida do pai para a guerra contra a Somália, de onde nunca regressará. Um programa de ajuda promovido pelo governo cubano mudará o rumo da sua vida.
Entretanto, numa pequena aldeia da Índia, Muna, uma órfã de onze anos é vendida pelos tios a um negociador de escravos. Muna vive o inferno, trabalhando 16 horas por dia, rodeada de moscas e pulgas. Mas a sua vida muda quando a levam para servir na casa de uma família abastada, em Bombaim.
Sita já tem seis anos e não guarda recordações da vida anterior à admissão no orfanato. O seu maior sonho é ter pais, como as outras meninas. Para realizar o seu desejo, terá de cruzar o globo.
2004
Trinta anos depois, o acaso reunirá estas três pessoas tão diferentes e as suas vidas convergirão em Barcelona, graças a um destino tão aleatório quanto inevitável.
quinta-feira, 16 de outubro de 2008
Dizer não.
Dizer Não
Diz NÃO à liberdade que te oferecem, se ela é só a liberdade dos que ta querem oferecer. Porque a liberdade que é tua não passa pelo decreto arbitrário dos outros.
Diz NÃO à ordem das ruas, se ela é só a ordem do terror. Porque ela tem de nascer de ti, da paz da tua consciência, e não há ordem mais perfeita do que a ordem dos cemitérios.
Diz NÃO à cultura com que queiram promover-te, se a cultura for apenas um prolongamento da polícia. Porque a cultura não tem que ver com a ordem policial mas com a inteira liberdade de ti, não é um modo de se descer mas de se subir, não é um luxo de «elitismo», mas um modo de seres humano em toda a tua plenitude.
Diz NÃO até ao pão com que pretendem alimentar-te, se tiveres de pagá-lo com a renúncia de ti mesmo. Porque não há uma só forma de to negarem negando-to, mas infligindo-te como preço a tua humilhação.
Diz NÃO à justiça com que queiram redimir-te, se ela é apenas um modo de se redimir o redentor. Porque ela não passa nunca por um código, antes de passar pela certeza do que tu sabes ser justo.
Diz NÃO à verdade que te pregam, se ela é a mentira com que te ilude o pregador. Porque a verdade tem a face do Sol e não há noite nenhuma que prevaleça enfim contra ela.
Diz NÃO à unidade que te impõem, se ela é apenas essa imposição. Porque a unidade é apenas a necessidade irreprimível de nos reconhecermos irmãos.
Diz NÃO a todo o partido que te queiram pregar, se ele é apenas a promoção de uma ordem de rebanho. Porque sermos todos irmãos não é ordenanmo-nos em gado sob o comando de um pastor.
Diz NÃO ao ódio e à violência com que te queiram legitimar uma luta fratricida. Porque a justiça há-de nascer de uma consciência iluminada para a verdade e o amor, e o que se semeia no ódio é ódio até ao fim e só dá frutos de sangue.
Diz NÃO mesmo à igualdade, se ela é apenas um modo de te nivelarem pelo mais baixo e não pelo mais alto que existe também em ti. Porque ser igual na miséria e em toda a espécie de degradação não é ser promovido a homem mas despromovido a animal.
E é do NÃO ao que te limita e degrada que tu hás-de construir o SIM da tua dignidade.
Vergílio Ferreira, in 'Conta-Corrente 1'
Sonha Alonso Quijano.
Desperta aquele homem de um indistinto
Sonho de alfanjes e de campo chão,
Toca de leve a barba com a mão
Duvidando se está ferido ou extinto.
Não irão persegui-lo os feiticeiros
Que juraram seu mal por sob a lua?
Nada. O frio apenas. Apenas sua
Amargura nos anos derradeiros.
Foi o fidalgo um sonho de Cervantes
E Dom Quixote um sonho do fidalgo.
O duplo sonho os confunde e algo
Está ocorrendo que ocorreu muito antes.
Quijano dorme e sonha. Uma batalha:
Os mares de Lepanto e a metralha.
(Miguel de Cervantes.)
quarta-feira, 15 de outubro de 2008
Drummond.
QUIXOTE E SANCHO, DE PORTINARI
(trechos)
A minha casa pobre é rica de quimera
e se vou sem destino a trovejar espantos,
meu nome há de romper as mais nevoentas eras
tal qual Pentapolim, o rei dos Garamantas.
Rola em minha cabeça o tropel de batalhas
jamais vistas no chão ou no mar ou no inferno.
Se da escura cozinha escapa o cheiro de alho,
o que nele recolho é o olor da glória eterna.
Donzelas a salvar, há milhares na Terra
e eu parto em meu rocim, corisco, espada, grito,
o torto endireitando, herói de seda e ferro,
e não durmo, abrasado, e janto apenas nuvens,
na férvida obsessão de que enfim a bendita
Idade de Ouro e Sol baixe lá das alturas.
— Juntos na poeira das encruzilhadas conquistaremos a glória.
— E de que me serve?
— Nossos nomes ressoarão nos sinos
de bronze da História.
— E de que me serve?
— Jamais alguém, nas cinco partidas do mundo,
será tão grande.
— E de que me serve?
— As mais inacessíveis princesas se curvarão
à nossa passagem.
— E de que me serve?
— Pelo teu valor e pelo teu fervor
terás uma ilha de ouro e esmeralda.
— Isto me serve.
Que é loucura: ser cavaleiro andante
ou segui-lo como escudeiro?
De nós dois, quem o louco verdadeiro?
O que, acordado, sonha doidamente?
O que, mesmo vendado,
vê o real e segue o sonho
de um doido pelas bruxas embruxado?
Eis-me, talvez, o único maluco,
e me sabendo tal, sem grão de siso,
sou — que doideira — um louco de juízo.
Dorme, Alonso Quejana.
Pelejaste mais do que a peleja
(e perdeste).
Amaste mais do que amor se deixa amar.
O ímpeto
o relento
a desmesura
fábulas que davam rumo ao sem-rumo
de tua vida levada a tapa
e a coice d'armas,
de que valeu o tudo desse nada?
Vilões discutem e brigam de braço
enquanto dormes.
Neutras estátuas de alimárias velam
a areia escura de teu sono
despido de todo encantamento.
Dorme, Alonso, andante
petrificado
cavaleiro-desengano.
Gosto de teus lábios úmidos
ávido de murmúrios
para dentro do peito
feito
o que a mim recusas
em teu querer diurno
Gosto
de teu rosto parado
logo súbito achado
ao velejar dos olhos
escolhos
repletos de adeuses
em viagem de busca
Gosto
do ilimitado espaço
de teu andar suave
de ave
distância de barco
no azul da enseada
Gosto
de teus lábios úmidos
entretanto desertos
abertos
a meu êxtase lúcido
ávido de murmúrios.
(Florisval Mattos.)
terça-feira, 14 de outubro de 2008
Bestiário 5
Sendo tudo como é: uma farsa
sendo a mais pura imaginação
havendo ou não havendo comparsa
baste o poema da consumação
que o verso sublinhe o desejo
que o poema sublime o refúgio
que movimenta ou dá ensejo
ao puro ser e seu subterfúgio.
Ter medo de nossa fantasia
medo de que não seja verdade
o amor que se está praticando
medo de ser apenas poesia
de encobrir apenas a maldade
de estar só e apenas sonhando.
Poema de Antonio Miranda
Ilus. de Carmen Fulle
Saudades...
segunda-feira, 13 de outubro de 2008
Desassossego...
Chagas de amor.
Chagas de amor"
Esta luz, este fogo que devora.
Esta paisagem gris que me rodeia.
Esta dor por fixar-me numa idéia.
Esta angústia de céu, de mundo, de hora.
Este pranto de sangue que decora
lira já sem vigor, lúbrica teia.
Este peso do mar que me golpeia.
Esta lacraia que em meu peito mora.
São grinaldas de amor, chão de ferido
onde me deito e sonho-te a presença
nas ruínas de meu peito já destruído.
E embora eu aja na maior prudência,
me dá teu coração vale estendido
com cicuta e paixão de amarga ciência.
(Federico Garcia Lorca)
domingo, 12 de outubro de 2008
Corpo noturno.
No suor do teu corpo
que galopa,
sou teu cavalo.
Penetro o fogo
entre tuas patas.
Falo
de amor.
Quero arder
no ventre da noite.
Queimar o poço
em chamas de desejos.
Ferir-te com
minha tocha de fogo
e sentir o gosto
de teus gemidos.
Entre rosas, flor ferida.
Sou teu espinho,
mancha,
vermelho,
em teu lençol de lírio.
(Geraldo Coelho Vaz.)
Amor de perdição.
Relendo Camilo Castelo Branco.
Obra emblemática do Romantismo português, Amor de Perdição conta-nos a história de Simão Botelho e Teresa de Albuquerque, dois jovens que pertencem a famílias distintas de Viseu. Entre ambos nasce um amor que são obrigados a calar pois as suas famílias são rivais e tudo farão para os separar. Mas os amantes acabarão por mostrar através do mais dramático dos actos, que nada, nunca, destruiráo sentimento que os une.
Camilo Castelo Branco, primeiro visconde de Correia Botelho, nasceu em 1825 e morreu em 1890. Romancista, cronista, crítico, dramaturgo, historiador, poeta, tradutor, é um dos expoentes máximos do Romantismo em Portugal. Teve uma vida atribulada, passional e impulsiva; uma vida tipicamente romântica, que serviu de inspiração a alguns dos seus livros.
Foi o primeiro escritor de língua portuguesa a viver exclusivamente da sua produção literária, que se traduziu em mais de duzentos e sessenta escritos, produtividade que nunca prejudicou o apuro ou a dimensão da sua obra, de referência na literatura portuguesa. A intensidade com que pautou a sua vida acompanhou-o até à morte, causada pela sua própria mão quando, em desespero devido a uma cegueira progressiva, desfere um fatal tiro de revólver na têmpora direita.
sábado, 11 de outubro de 2008
Embebede-se...
O fugir da fuga
Um pouco de Drummond ao avesso...
Havia e há
Pedras e caminhos,
Caminhos e pedras.
Tentar trincar a pedra,
Com os olhos apenas,
Fustiga-me as retinas.
Fazer a pedra caminhar comigo
É presumir-me pedra caminhante.
Vou tirar a pedra do sapato,
Pôr os pés no chão...
E, com meu grão de mostarda,
Descobrir
Que há um caminho no meio da pedra,
No meio da pedra há um caminho.
sexta-feira, 10 de outubro de 2008
Bestiário 4.
Nestes versos de pés quebrados
de um amor assim sem beira
nem eira, por alguns trocados
é-se capaz de qualquer besteira:
de dianteira ou mesmo por detrás
por encima ou até por debaixo
corresponde e é sempre eficaz
rapaz! Isso é coisa de macho!
De quem cumpre o que promete
• performance de profissional!
em que tudo isso se repete
com cada freguês satisfeito:
vai-se ao orgasmo mais funcional
para garantir o sagrado direito.
Poema de Antonio Miranda
1º Encontro de Música Popular ;
Organizado pelo Grupo de Música e Cantares Tradicionais Emoções, da União Jazz Malpiquense, o 1º Encontro de Música Popular, vai decorrer no Cine-Teatro Municipal de Constância, no próximo domingo, 12 de Outubro, às 18 horas.
O Grupo de Cantares Os Maçaenses, o Grupo de Cantares Musical Amendoense, a Bela Serrana e o Grupo de Música e Cantares Tradicionais Emoções, são os quatro agrupamentos que vão integrar o encontro musical, o qual terá Reinaldo Ramos como Director Musical.
O 1º Encontro de Música Popular conta com os apoios da Câmara Municipal de Constância, da Junta de Freguesia de Montalvo e da Rádio Tágide.
Por CMC
quinta-feira, 9 de outubro de 2008
Vem sentar-te comigo, Lídia, à beira do rio"
Vem sentar-te comigo Lídia, à beira do rio.
Sossegadamente fitemos o seu curso e aprendamos
Que a vida passa, e não estamos de mãos enlaçadas.
(Enlacemos as mãos.)
Depois pensemos, crianças adultas, que a vida
Passa e não fica, nada deixa e nunca regressa,
Vai para um mar muito longe, para ao pé do Fado,
Mais longe que os deuses.
Desenlacemos as mãos, porque não vale a pena cansarmo-nos.
Quer gozemos, quer nao gozemos, passamos como o rio.
Mais vale saber passar silenciosamente
E sem desassosegos grandes.
Sem amores, nem ódios, nem paixões que levantam a voz,
Nem invejas que dão movimento demais aos olhos,
Nem cuidados, porque se os tivesse o rio sempre correria,
E sempre iria ter ao mar.
Amemo-nos tranquilamente, pensando que podiamos,
Se quiséssemos, trocar beijos e abraços e carícias,
Mas que mais vale estarmos sentados ao pé um do outro
Ouvindo correr o rio e vendo-o.
Colhamos flores, pega tu nelas e deixa-as
No colo, e que o seu perfume suavize o momento -
Este momento em que sossegadamente nao cremos em nada,
Pagãos inocentes da decadência.
Ao menos, se for sombra antes, lembrar-te-as de mim depois
Sem que a minha lembrança te arda ou te fira ou te mova,
Porque nunca enlaçamos as mãos, nem nos beijamos
Nem fomos mais do que crianças.
E se antes do que eu levares o o'bolo ao barqueiro sombrio,
Eu nada terei que sofrer ao lembrar-me de ti.
Ser-me-ás suave à memória lembrando-te assim - à beira-rio,
Pagã triste e com flores no regaço.
Ricardo Reis.
Escreve-me...
Escreve-me! Ainda que seja só
Uma palavra, uma palavra apenas,
Suave como o teu nome e casta
Como um perfume casto d'açucenas!
Escreve-me!Há tanto,há tanto tempo
Que te não vejo, amor!Meu coração
Morreu já,e no mundo aos pobres mortos
Ninguém nega uma frase d'oração!
"Amo-te!"Cinco letras pequeninas,
Folhas leves e tenras de boninas,
Um poema d'amor e felicidade!
Não queres mandar-me esta palavra apenas?
Olha, manda então...brandas...serenas...
Cinco pétalas roxas de saudade...
Florbela Espanca .
quarta-feira, 8 de outubro de 2008
Balada do poeta vagabundo.
Levo pela minha estrada larga
uma balada nos lábios.
Um sorriso nos olhos
e o coração na mão.
Le3vo pela minha estrada larga
uma balada nos lábios...
— A recordação traz uma dor?
A dor, esqueço-a nos meus cantos.
Levo pela minha estrada larga
a balada que mais amo.
O eco canta, às vezes,
com os seus lábios invisíveis.
— Dança a chuva ou dança o vento?
— Está a arde ensangüentada?
Como o sorriso nos olhos,
sigo o meu caminho sonhando.
Levo pela minha estrada larga
uma balada nos lábios...
E não importa que te acerques,
solidão do desencanto.
Não hei de te ver porque levo
o coração na mão,
o sorriso nos olhos
e a balada nos lábios...
Como é bom ir pela estrada
com a balada nos lábios,
o sorriso nos olhos,
e o coração na mão!
Poema de Gastón Figueira.
Prémio Camões e Certificados Sensosim foram entregues a 8 de Outubro
Na quarta-feira, 8 de Outubro, a Câmara Municipal de Constância e a Escola Básica e Secundária Luís de Camões, procederam à entrega do Prémio Camões e dos Certificados Sensosim, uma cerimónia que decorreu nas instalações da própria Escola.
O Prémio Camões foi instituído pela Câmara Municipal e pela Escola logo no primeiro ano de funcionamento da instituição de ensino, visando incentivar os alunos a progredirem com vista ao seu melhor desempenho no âmbito da sua autoformação.
Assim, os alunos que alcançaram melhores resultados no ano lectivo de 2007/2008 receberam obras literárias e placas alusivas ao acto, tendo-se distinguido os seguintes jovens: Ana Carolina Leitão e Sofia Lopes Agostinho (5ª ano), Alexandre Oliveira Rodrigues, Ana Cristina Pedro, Rita Medroa Mateus, Yuliya Zatserkovna (6º ano), Tiago Martins (7º ano), Bernardo Barroso Marques e André Xavier (8º ano), André Filipe Monteiro (9º ano), Susana Filipa Milheiriço (1º ano do Curso de Educação e Formação de Adultos (CEF)), Sandy Leila Rodrigues (2º ano CEF) e Cátia Picão (Secundário).
Após a entrega do Prémio Camões, foi também entregue o Sensosim, um prémio instituído pela Escola no ano lectivo 2004/2005, o qual tem como objectivo premiar aqueles que se destacaram pelas suas atitudes e valores, nomeadamente pela sensibilidade, pela solidariedade e pela simpatia.
A cerimónia foi acompanhada por uma equipa de reportagem da RTP,
Por CMC
terça-feira, 7 de outubro de 2008
Cansamo-nos de pensar.
Cansamo-nos de tudo, excepto de compreender. O sentido da frase é por vezes difícil de atingir. Cansamo-nos de pensar para chegar a uma conclusão, porque quanto mais se pensa, mais se analisa, mais se distingue, menos se chega a uma conclusão.
Caímos então naquele estado de inércia em que o mais que queremos é compreender bem o que é exposto - uma atitude estética, pois que queremos compreender sem nos interessar, sem que nos importe que o compreendido seja ou não verdadeiro, sem que vejamos mais no que compreendemos senão a forma exacta como foi exposto, a posição de beleza racional que tem para nós.
Cansamo-nos de pensar, de ter opiniões nossas, de querer pensar para agir. Não nos cansamos, porém, de ter, ainda que transitoriamente, as opiniões alheias, para o único fim de sentir o seu influxo e não seguir o seu impulso.
Fernando Pessoa, in 'Livro do Desassossego'
Bestiário 3
Neste corpo jovem, cinzelado
de arestas e deslizes sutis
- por que não dizer primaveris
mesmo sendo verso viciado.
Este corpo fugaz ou falaz
que reverbera e é fausto
é fátuo, melhor: exausto
de tanto arfar, tanto faz
possuindo ou sendo possuído,
atuando ou sendo consumido
nunca está no ato praticado
estou apenas eu, assumido
comprador de produto difundido
que não é assim nem é assado.
(Poema de Antonio Miranda .)
segunda-feira, 6 de outubro de 2008
Talvez um dia.
Talvez, um dia, eu faça um poema
Poema esse, que contenha Lobos
Lobos guardiões de Almas
Que guiam nossas almas
Em noites, de solidão
Em busca de uma outra alma
Talvez, um dia, eu declame o poema
Que contenha você
Guiada pelos Lobos
Que encontraram nossas almas
Em algum lugar do tempo
No reflexo de um espelho
Talvez, um dia, eu possa amar você
Amor esse, que supra meu desejo
Desejo de ter paz, no coração
Junto com os Lobos
Que conhecem minha solidão
Como o caminho que trilham
Em busca de almas ligadas
Numa outra Dimensão
(Marco Antonio S. A. Capel)
Constância integra Rede de Escolas de Excelência
A Câmara Municipal de Constância e a Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, assinaram recentemente um protocolo com vista à implementação de uma Rede de Escolas de Excelência – ESCXEL.
A Rede de Escolas de Excelência – ESCXEL nasceu da iniciativa de um grupo de investigadores do CESNOVA – Centro de Estudos de Sociologia da Universidade Nova de Lisboa, Faculdade de Ciências Sociais e Humanas, que, interpretando as tendências e os grandes desafios que se colocam à educação e ao sistema de ensino em Portugal, entendem ser nas escolas e nas comunidades locais que reside o mais decisivo potencial de qualificação e de mudança social e cultural.
Além do Município de Constância, são também parceiros deste projecto os municípios de Batalha, Castelo Branco, Loulé e Oeiras.
Registe-se que pela primeira vez no nosso país, a universidade, os municípios e as escolas unem-se para potenciar os seus recursos e as suas competências específicas em torno de um objectivo comum: promover o princípio da excelência educativa através de uma rede cooperativa visando a comparação, a troca e a avaliação de experiências, soluções e modelos de desenvolvimento educativo.
A Rede de Escolas de Excelência – ESCXEL é um projecto que se desenvolverá entre 2008 e 2012, o qual visa potenciar de forma cooperativa as competências dos municípios, das escolas e das comunidades, no sentido de concretizar a ideia de qualificação e de excelência educativa.
Por CMC
Noticias sobre Constância.
Cadeia de Constância dá lugar a edifício cultural
O edifício que em tempos albergou a cadeia municipal de Constância vai ser transformado num espaço destinado a acolher iniciativas de índole cultural ou lúdica. A revelação foi feita pelo presidente da Câmara Municipal de Constância, António Mendes (CDU), durante a apresentação dos 39 edifícios que, ao longo de oito anos, foram recuperados pela autarquia e também por privados, com o objectivo de dar mais vida ao centro histórico da vila.
O imóvel da antiga cadeia municipal, localizado na Praça Alexandre Herculano, pertenceu durante cerca de um século a particulares mas neste momento já voltou à posse da autarquia, encontrando-se em fase de adjudicação da empreitada com vista à sua recuperação integral.
Fonte:O Mirante diário oline.
domingo, 5 de outubro de 2008
Parvoíces de homens.
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