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sábado, 22 de janeiro de 2011

Amar...





Temos de amar e não deixar de viver ...

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Amar é Raro



Amar é dar, derramar-me num vaso que nada retém e sou um fio de cana por onde circulam ventos e marés. Amar é aspirar as forças generosas que me rodeiam, o sol e os lumes, as fontes ubérrimas que vêm do fundo e do alto, água e ar, e derramá-las no corpo irmão, no cadinho que tudo guarda e transforma para que nada se perca e haja um equilíbrio perfeito entre o mesmo e o outro que tu iluminas. Dar tudo ao outro, dar-lhe tanta verdade quanta ele possa suportar, e mais e mais; obrigar o outro a elevar-se a um grau superior de eminência, fulguração, mas não tanto que o fira ou destrua em overdose que o leve a romper o contrato — o difícil equilíbrio dos amantes! Amar é raro porque poucos somos capazes de respirar as vastas planícies com a metade do seu pulmão; e amar é raro porque poucos aceitam a presença do seu gémeo, a boca insaciável de um irmão que todos os dias o vento esculpe e destrói.

Casimiro de Brito, in 'Arte da Respiração'

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Rio de mágoas...



Entre as margens
da saudade
há um leito
que transborda
e inunda o meu peito...

Como um caudal de magia
trazido na corrente
numa longa travessia...

Rio
que vens da nascente
que corres
galopas
no interior da gente...

Porque me arrastas
nas águas
do teu rio
de mágoas...

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

A Chave do Desejo




Todos os desejos são contraditórios como o do alimento. Gostaria que aquele que amo me amasse. Mas se ele me for totalmente dedicado, deixa de existir, e eu deixo de o amar. E enquanto não me for totalmente dedicado, não me amará o suficiente. Fome e saciedade.
O desejo é mau e ilusório, mas, no entanto, sem o desejo não esquadrinharíamos o verdadeiro absoluto, o verdadeiro ilimitado. É preciso ter passado por isto. Infelizes os seres a quem o cansaço subtrai esta energia suplementar que é a fonte do desejo.
Infeliz, também, aquele a quem o desejo cega.
É preciso arrastar o desejo até ao eixo dos pólos.

Simone Weil, in 'A Gravidade e a Graça'

Literatura.


O Elefante Evapora-se de Haruki Murakami.


Sinopse

Num sufocante dia de Verão, um advogado põe-se à procura do seu gato e dá de caras com uma estranha rapariga num jardim abandonado nas traseiras de casa. Mais adiante, as dores provocadas a meio da noite pela fome levam um jovem casal de recém-cadasos a fazer uma incursão nocturna e a assaltar um McDonald’s para conseguir deitar a mão a trinta hambúrgueres Big Mac, realizando assim um secreto desejo que já vinha dos tempos da adolescência. Um homem fica obcecado pela misteriosa e incrível saga de um elefante que se desvanece em fumo e desaparece da noite para o dia sem deixar rasto. Sem esquecer as confidências de uma mulher casada e jovem mãe com insónias que passa as noites em claro, a ler Tolstoi, e acorda para a vida num mundo indefinido de semiconsciência em que tudo se afigura possível - até mesmo a morte.
Ao longo de dezassete pequenas histórias aparentemente banais, das muitas que povoam o nosso quotidiano, Haruki Murakami transporta o leitor à dimensão paralela de um imaginário delicioso e bizarro ao mesmo tempo, percorrendo um Japão que tem tanto de nostálgico como de moderno. »Muitas vezes divertidos, sempre comoventes», os dezassete contos desta colectânea são prova da extraordinária capacidade narrativa de Haruki Murakami.

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Minha declaração de amor

Blogagem colectiva preposta por Nilce Gibson.
do blog a vida de uma guerreira
http://www.nilceguerreira.com


segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Pontes que nos atravessam.




Há em nós
uma ponte que nos separa
entre o amor e a solidão
um presente e um passado
cada um para seu lado
seguindo outra direcção...

Há em nós
uma ponte que nos atravessa
entre ruínas e escombros
sonho e promessa
num transpor de descaminhos...

Há em nós
pontes para um futuro
incerto desconhecido
margens do mesmo rio
caminho interrompido
sob as águas do infortúnio...

Há em mim
uma vontade de atravessar
cruzar a nossa ponte
vontade de te abraçar
seguir um novo horizonte.

domingo, 16 de janeiro de 2011

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

O meu abraço de solidariedade




Não há desgraça no mundo, por maior que seja, que o amor e a solidariedade não ajude a suportar ...
O meu abraço solidário para todos os que sofrem com a recente catástrofe no Brasil.

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Pêndulo.




Flutuo
balanço
sou um sonhador
sou vida
na corda bamba
do amor...

Equilíbrio
quando amado
no amor
amarrado
sou pêndulo partido
desengonçado...

Sou destino
sou o caminho
pêndulo que manda a vida
sonho acordado
sou alma perdida
sou fado...

Sou pêndulo
entre o sorriso e o pranto
silêncio imóvel
na suspensão do firmamento
Sou a tua sombra
teu desencanto
amor e sentimento...

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Amar é Pensar.




Passei toda a noite, sem dormir, vendo, sem espaço, a figura dela,
E vendo-a sempre de maneiras diferentes do que a encontro a ela.
Faço pensamentos com a recordação do que ela é quando me fala,
E em cada pensamento ela varia de acordo com a sua semelhança.
Amar é pensar.
E eu quase que me esqueço de sentir só de pensar nela.
Não sei bem o que quero, mesmo dela, e eu não penso senão nela.
Tenho uma grande distração animada.
Quando desejo encontrá-la
Quase que prefiro não a encontrar,
Para não ter que a deixar depois.
Não sei bem o que quero, nem quero saber o que quero.
Quero só Pensar nela.
Não peço nada a ninguém, nem a ela, senão pensar.

Alberto Caeiro, in "O Pastor Amoroso"
Heterónimo de Fernando Pessoa

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Amor de Lua.




Suspensa a lua
ilumina
a minha rua
por detrás
da janela
olho-a
é bela...
Lua feiticeira
á noite
és sempre a primeira
com o teu esplendor
a iluminar
o amor...
Amor doce
em quarto crescente
amargo
em quarto minguante
quente quando presente
frio quando distante...
Amor de lua
que moras
noutra rua
ausente
carente
de carícia tua.

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Memória do teu corpo.


Tenho nas mãos
a memória do teu corpo
adio o sonho
invento palavras
escondo o meu rosto
por detrás de um ar risonho
escondendo o meu desgosto...
Nem sempre se ama
quando se quer
flutuo nas incertezas
tacteando os meus pensamentos
no teu corpo
mulher...

domingo, 9 de janeiro de 2011

Concerts - Scorpions - Wind Of Change (live)

Literatura


Em Nome da Terra de Vergílio Ferreira



O romance Em Nome da Terra de Virgílio Ferreira é um poema ao corpo. Corpo deformado, envelhecido pelo tempo, corpo belo da juventude, corpo eterno.

João, o protagonista viúvo, reformado e carcomido pela idade, recolhe-se a uma casa de repouso para não ser um peso à família e à sociedade. À filha Márcia deixara-lhe tudo: a casa, os móveis, os livros. Consigo levou apenas a memória, um Cristo mutilado, um desenho de Dürer, uma estampa a cores de um fresco de Pompeia associados em tríptico, e um concerto para oboé de Mozart.

sábado, 8 de janeiro de 2011

Não se Ama uma Pedra



Amar é reconhecer nos outros um ser misterioso, e não um objecto - tu eras uma vibração à tua volta, não a estreita presença de um corpo. Aqueles que não amamos nem odiamos são nítidos como uma pedra. Sentir neles uma pessoa é começar a amar ou a odiá-los. Só amamos ou odiamos quem é vivo para nós. («Nunca amaste ninguém...»).

Vergílio Ferreira, in 'Estrela Polar'

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Quero sim.




"Danço
rodopio
não me canso
nos teus braços
enleado canto
quero amar-te eternamente."

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

O Amor não Tem nada que Ver com a Idade




Penso saber que o amor não tem nada que ver com a idade, como acontece com qualquer outro sentimento. Quando se fala de uma época a que se chamaria de descoberta do amor, eu penso que essa é uma maneira redutora de ver as relações entre as pessoas vivas. O que acontece é que há toda uma história nem sempre feliz do amor que faz que seja entendido que o amor numa certa idade seja natural, e que noutra idade extrema poderia ser ridículo. Isso é uma ideia que ofende a disponibilidade de entrega de uma pessoa a outra, que é em que consiste o amor.

Eu não digo isto por ter a minha idade e a relação de amor que vivo. Aprendi que o sentimento do amor não é mais nem menos forte conforme as idades, o amor é uma possibilidade de uma vida inteira, e se acontece, há que recebê-lo. Normalmente, quem tem ideias que não vão neste sentido, e que tendem a menosprezar o amor como factor de realização total e pessoal, são aqueles que não tiveram o privilégio de vivê-lo, aqueles a quem não aconteceu esse mistério.

José Saramago

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Á noitinha...



Gosto á noite
De ouvir o cantar do mar
O quebrar das ondas uma a uma
Que se desfazem em espuma
Na areia da praia
Á luz do luar…

Da brisa marinha
Do teu cheiro a maresia
Quando á noitinha
Na bonança do temporal
me sacio no teu corpo
Com sabor a sal…

Do murmúrio do vento
Entre o amor e os ais
No enrolar das ondas
No rebolar dos corpos
Por entre as dunas e canaviais…

Gosto das noites claras
Da tua madrugada de amar
Quando sonhas que navegas
Timoneira que me levas
Nas tuas águas doces do mar...

Estou de volta.