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domingo, 13 de dezembro de 2009

Natal e não Dezembro.


Entremos, apressados, friorentos,
numa gruta, no bojo de um navio,
num presépio, num prédio, num presídio
no prédio que amanhã for demolido...
Entremos, inseguros, mas entremos.
Entremos e depressa, em qualquer sítio,
porque esta noite chama-se Dezembro,
porque sofremos, porque temos frio.

Entremos, dois a dois: somos duzentos,
duzentos mil, doze milhões de nada.
Procuremos o rastro de uma casa,
a cave, a gruta, o sulco de uma nave...
Entremos, despojados, mas entremos.
De mãos dadas talvez o fogo nasça,
talvez seja Natal e não Dezembro,
talvez universal a consoada.

David Mourão-Ferreira

6 comentários:

Glorinha L de Lion disse...

Maravilha de poema...cada vez que entro no seu blog, fico mais culta e sábia....Minhas borboletas bebem na sua fonte! Obrigada amigo pela sua generosidade!
Beijos

angela disse...

Lindo poema. Quem sabe de mãos dadas e com o coração desarmados a gente consiga calor e Lar.
beijos

Unknown disse...

Beijo com o desejo de natal o tempo inteiro

Anónimo disse...

Antes...não pensava em você
Agora...tudo é uma lembrança sua
Nunca...me preocupei com você
Hoje...já não faço outra coisa

Não saio mais pra passear
Só quero ir aonde você está
O livro não é bom, não quero ouvir um som
Não acho nada na tv

Não penso em sair pra passear
Só quero ir aonde você está
Com amigos não falo
Não volto ao trabalho
Como pude me esquecer?

Não tenho fome
Não quero beber
Quero saber se você já dorme
Tudo passa, a noite deve passar também
Não me lembro como eu era antes de você...

Graça Pereira disse...

Entremos...
somos muitos,afinal!
Já não é Dezembro
Talvez seja só Natal!!!

Um beijo e boa semana.
Graça

Silvia disse...

Maravilhosamente realista. Nao se perca o verdadeiro espirito do Natal. O Natal de Jesus, de Maria e Jose, que procuravam uma mao, um abrigo para a noite e toda a gente lhes recusou. Pois os Jesus, Marias e Joses sao bem-vindos na minha casa pobre, com Amor!