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terça-feira, 2 de março de 2010
A Proibição.
Tem cuidado ao amar-me.
Pelo menos, lembra-te que to proibi.
Não que restaure o meu pródigo desperdício
De alento e sangue, com teus suspiros e lágrimas,
Tornando-me para ti o que foste para mim,
Mas tão grande prazer desgasta a nossa vida duma vez.
Para evitar que teu amor por minha morte seja frustrado,
Se me amas, tem cuidado ao amar-me.
Tem cuidado ao odiar-me,
E com os excessos do triunfo na vitória,
Ou tornar-me-ei o meu próprio executor,
E do ódio com igual ódio me vingarei.
Mas tu perderás a pose do conquistador,
Se eu, a tua conquista, perecer pelo teu ódio:
Então, para evitar que, reduzido a nada, eu te diminua,
Se tu me odeias, tem cuidado ao odiar-me.
Contudo, ama-me e odeia-me também.
Assim os extremos não farão o trabalho um do outro:
Ama-me, para que possa morrer do modo mais doce;
Odeia-me, pois teu amor é excessivo para mim;
Ou deixa que ambos, eles e não eu, se corrompam
Para que, vivo, eu seja teu palco e não teu triunfo.
Então, para que o teu amor, ódio, e a mim, não destruas,
Oh, deixa-me viver, mas ama-me e odeia-me também.
John Donne
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4 comentários:
Além desse excelente texto,meu bom e amado escriba,amei a máxima que citastes em comentario em blog meu,condenado pela vida,a amar as mulheres,perpetuo prazer esse,com infinita paixão!
te abraço,poeta querido e amado nosso!
viva la vida
Homem de D'US!!! Manuel, amado: não consigo acompanhar vc naummmmmm rsrs é muita produção para um dia só! Adorei esse texto e não conhecia esse autor (quantos ainda para ler, conhecer) depois me manda (por email) alguma informação dele?
Beijuuss n.c.
Rê
www.toforatodentro.blogspot.com
As complicadas questões do amor...
beijos
Muito interessante este poema Manuel, uma perspectiva do amor e do ódio muito especiais, mas com lógica.
O manuel vai sempre descobrir, formas de ver as coisas diferentes, que me fazem questionar!...
Beijinhos,
Manuela
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