— Liberdade, que estais no céu...
Rezava o padre-nosso que sabia,
A pedir-te, humildemente,
O pio de cada dia.
Mas a tua bondade omnipotente
Nem me ouvia.
— Liberdade, que estais na terra...
E a minha voz crescia
De emoção.
Mas um silêncio triste sepultava
A fé que ressumava
Da oração.
Até que um dia, corajosamente,
Olhei noutro sentido, e pude, deslumbrado,
Saborear, enfim,
O pão da minha fome.
— Liberdade, que estais em mim,
Santificado seja o vosso nome.
Miguel Torga, in 'Diário XII'
6 comentários:
Será que devo considerar-te um paladino dos grandes poemas, sobretudo forte e contudente.
Beleza
Manuel
Que belissíma escolha esta de Miguel Torga. Lindo e contundente quanto baste.
Um abraço apertado e... bom 25 de Abril!
Meu querido amigo
Boa escolha de um belo poema.
Deixo um beijinho.
Sonhadora
Isso é algo que ninguém pode nos dar.
beijos
Nosso espírito é livre...amém!
Bom domingo, Manuel!
Bjos
Olá Manuel
Torga!
Sabe que é desde há muito o meu poeta predileto?
De vez em quando estou a publicar os seus poemas no meu cantinho.
Identifico-me muito com ele.
Ele faz-me lembrar o meu pai.
Um abraço
viviana
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