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sexta-feira, 23 de abril de 2010

Retrato de Mulher Triste




Vestiu-se para um baile que não há.
Sentou-se com suas últimas jóias.
E olha para o lado, imóvel.

Está vendo os salões que se acabaram,
embala-se em valsas que não dançou,
levemente sorri para um homem.
O homem que não existiu.

Se alguém lhe disser que sonha,
levantará com desdém o arco das sobrancelhas,
Pois jamais se viveu com tanta plenitude.

Mas para falar de sua vida
tem de abaixar as quase infantis pestanas,
e esperar que se apaguem duas infinitas lágrimas.

Cecília Meireles, in 'Poemas (1942-1959)'

7 comentários:

FERNANDINHA & POEMAS disse...

OLÁ QUERIDO AMIGO, BELO SONETO...DESEJO-TE UM BOM FIM DE SEMANA... ABRAÇOS DE CARINHO E TERNURA,
FERNADINHA

angela disse...

Tão lindo!
beijo

Anónimo disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Glorinha L de Lion disse...

ô que triste....minhas pestanas estão assim, e uma lágrima está dependurada nelas....
bj e bom fim de semana

Unknown disse...

Ainda bem que existem pessoas que resgatam esse tipo de conteúdo, principalmente da Cecilia.
Parabenizo.
Bom final de semana
Abraços.

Beth/Lilás disse...

Oi, Manuel!
Olha, não conhecia esta poesia da querida Cecília Meirelles.
Triste, mas bonita.
bjs cariocas

Viviana disse...

Olá Manuel

Muito bonito este poema.

Estou a tentar conhecer melhor esta grande senhora que foi Cecília Meireles.

Aprecio muito a sua obra.

Um abraço

viviana