Vestiu-se para um baile que não há.
Sentou-se com suas últimas jóias.
E olha para o lado, imóvel.
Está vendo os salões que se acabaram,
embala-se em valsas que não dançou,
levemente sorri para um homem.
O homem que não existiu.
Se alguém lhe disser que sonha,
levantará com desdém o arco das sobrancelhas,
Pois jamais se viveu com tanta plenitude.
Mas para falar de sua vida
tem de abaixar as quase infantis pestanas,
e esperar que se apaguem duas infinitas lágrimas.
Cecília Meireles, in 'Poemas (1942-1959)'
7 comentários:
OLÁ QUERIDO AMIGO, BELO SONETO...DESEJO-TE UM BOM FIM DE SEMANA... ABRAÇOS DE CARINHO E TERNURA,
FERNADINHA
Tão lindo!
beijo
ô que triste....minhas pestanas estão assim, e uma lágrima está dependurada nelas....
bj e bom fim de semana
Ainda bem que existem pessoas que resgatam esse tipo de conteúdo, principalmente da Cecilia.
Parabenizo.
Bom final de semana
Abraços.
Oi, Manuel!
Olha, não conhecia esta poesia da querida Cecília Meirelles.
Triste, mas bonita.
bjs cariocas
Olá Manuel
Muito bonito este poema.
Estou a tentar conhecer melhor esta grande senhora que foi Cecília Meireles.
Aprecio muito a sua obra.
Um abraço
viviana
Enviar um comentário