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segunda-feira, 5 de julho de 2010

De Um e de Dois, de Todos




Sou o espectador o actor e o autor
Sou a mulher o marido e o filho
E o primeiro amor e o derradeiro amor
E o furtivo transeunte e o amor confundido

E de novo a mulher seu leito e seu vestido
E seus braços partilhados e o trabalho do homem
E seu prazer em flecha e a fêmea ondulação
Simples e dupla a carne nunca se exila

Pois onde começa um corpo ganho eu forma e
[consciência
E mesmo quando na morte um corpo se desfaz
Eu repouso em seu cadinho desposo o seu
[tormento
Sua infâmia me honra o coração e a vida.

Paul Eluard, in "Algumas das Palavras"

3 comentários:

Mari disse...

Olá Manuel...

Que sua semana seja de paz e alegrias!
Um beijo

angela disse...

Um poema e tanto.
beijos

Manuela Freitas disse...

Ser tudo e sentir tudo, ter o mundo dentro de si é sempre o desejo maior do poeta!..è por isso que gosto de poetas, que me sinto muito bem no regaço da poesia.
Beijinhos querido Manuel.
Manú