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quinta-feira, 25 de dezembro de 2008

Os Presépios em Portugal





Os presépios portugueses constituem importantes obras de arte, grandes barristas portugueses ocuparam-se com esta arte. Nestes presépios existe uma conciliação perfeita do folclore português com as correntes estéticas.

O Livro da Fundação do Mosteiro do Salvador da Cidade de Lisboa, de 1618, de autoria de Maria Baptista, refere-se à existência de um presépio ali, antes dos meados de Quinhentos, presépio esse muito venerado.

Há notícia de, pelo menos, outro presépio em Lisboa no século XVI, este foi encomendado a Bastião d’Artiaga em 1558 pela irmandade dos Livreiros de Lisboa, para a Igreja de Santa Catarina do Monte Sinai.

No século XVII, os presépios começam a espalhar-se pelo país.

O presépio barroco, no século XVIII, desenvolveu-se em Portugal no reinado de D. João V, recebendo talvez sugestão dos seus congéneres do Sul de Itália.

É neste século que se notabiliza, em Portugal, a produção de presépios pelas mãos de grandes barristas, em especial, Machado de Castro e António Ferreira.

Machado de Castro, em defesa perante as opiniões de um crítico, refere-se a António Ferreira, esclarecendo “que [se] não operou senão em barro, ou cera, não deixa por isso de ser Escultor”. Ora, tanto Machado Ferreira como António Ferreira, e de um modo geral todos os escultores da época, praticaram uma escultura de pequeno formato, em barro, onde a modelação impera.

Dos mais conhecidos presépios de Machado de Castro, destacam-se o da Igreja da Sé Patriarcal de Lisboa e o da Basílica da Estrela, também em Lisboa.

António Ferreira criou, também, importantes presépios, entre outros foi ele o escultor do enorme presépio da Igreja Madre de Deus, situada em Lisboa.

Nesta época, os presépios têm uma presença constante em igrejas, conventos e lares particulares. Infelizmente, muitos desses presépios foram desmantelados, como é o caso do famoso exemplar da Cartuxa de Laveiras, mesmo assim subsistem montados bons exemplares como é o caso do da Sé (1776), o da Basílica da Estrela (1782), o da Igreja de S. José, o da Capela da Senhora do Monte e o da Igreja dos Mártires; desmontados ou apenas com figuras avulsas estão em vários museus, como o Museu da Arte Antiga e do Azulejo.

Os presépios são largas narrativas que contam com a participação de pequenas figuras. Contudo, também existem em pequeno formato, com menor número de figuras e com uma narrativa mais sintética, como o do Palácio de Mafra, este é um pequeno presépio em madeira atribuído a José de Almeida.

De entres os presépios de maiores dimensões, temos como exemplos: o da Estela com cerca de 500 figuras e o da Madre de Deus com cerca de 200. Um outro presépio de grande dimensão encontra-se no coro alto do Mosteiro de Santo André de Ponta Delgada, nos Açores, e integrado no Museu Carlos Machado.

No século XIX, o presépio começou a ser objecto da arte popular, caindo em desuso a criação de presépios de monumentais.

Com introdução, em Portugal, do costume da árvore de Natal no século XX, o presépio, infelizmente, passou para segundo plano.

1 comentário:

r disse...

Aqui nas ilhas são muito bonitos, tão bonitos que não fotografei nenhum, este ano. Guardo-os na memória. Lapinhas lindas!