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segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

Amar é Raro


Amar é dar, derramar-me num vaso que nada retém e sou um fio de cana por onde circulam ventos e marés. Amar é aspirar as forças generosas que me rodeiam, o sol e os lumes, as fontes ubérrimas que vêm do fundo e do alto, água e ar, e derramá-las no corpo irmão, no cadinho que tudo guarda e transforma para que nada se perca e haja um equilíbrio perfeito entre o mesmo e o outro que tu iluminas. Dar tudo ao outro, dar-lhe tanta verdade quanta ele possa suportar, e mais e mais; obrigar o outro a elevar-se a um grau superior de eminência, fulguração, mas não tanto que o fira ou destrua em overdose que o leve a romper o contrato — o difícil equilíbrio dos amantes! Amar é raro porque poucos somos capazes de respirar as vastas planícies com a metade do seu pulmão; e amar é raro porque poucos aceitam a presença do seu gémeo, a boca insaciável de um irmão que todos os dias o vento esculpe e destrói.

Casimiro de Brito, in 'Arte da Respiração'

2 comentários:

FERNANDINHA & POEMAS disse...

QUERIDO MANUEL, BONITO TEXTO ADOREI... "AMAR É RARO" TALVEZ AS PESSOAS NÃO CONFUNDO SENTIMENTOS...

QUERIDO AMIGO, TENHO MAIS DOIS BLOGUES NÃO SEI SE JÁ LÁ FOSTE, MAS DEIXO-TE AQUI O EBDERESSO:

fernandaastrologia.blogspot.com

UM GRANDE ABRAÇO DE CARINHO E TERNURA,
FERNANDINHA

Unknown disse...

Querida Fernanda tenho passado por lá todos os dias.

Abraços.