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quinta-feira, 25 de junho de 2009

De Esquecer




Demorei-me muito tempo ao pé de ti.
As portas fechadas por dentro, como se encerrasses
o amor e a lei. Demorei-me demais. Ao fim da tarde,
nesse mesmo dia que já morreu,
olhámo-nos devagar, mas distraídos. Diria até que anoiteceu.

Nunca falámos do amor que chega tarde.
Nem o interpelámos (como se já não pudesse
ter nome). Fingia ter esquecido o teu corpo
nas muralhas. Nas areias.

Vês aqui alguma figura? Ninguém vê.
Repara no ponto preto que alastra na margem do quadro,
nas minhas lágrimas desse tempo.
Relê.

Luis Filipe Castro Mendes, in "Modos de Música"

Centro Escolar de Santa Margarida


já está em Construção - dois milhões de euros em prol da educação

Actualmente está a decorrer a empreitada para construção do Centro Escolar de Santa Margarida da Coutada.

O novo Centro Escolar, cujo prazo de construção é de aproximadamente um ano, será edificado na zona onde hoje existe a actual Escola do Primeiro Ciclo Ensino Básico, na Aldeia de Santa Margarida.

Cumprindo as directrizes da Carta Educativa e as orientações do Quadro de Referência Estratégico Nacional – QREN, a nova infra-estrutura cujo Parque Escolar terá uma área de 7.765.00 m2, com áreas de construção de 3.565.00 m2 e de implantação de 2.636.00 m2, aglutinará no mesmo espaço os alunos do Pré-Escolar e do Primeiro Ciclo, ficando devidamente equipado para responder às necessidades destes dois níveis de ensino.

O novo Centro Escolar de Santa Margarida será um pólo aglutinador de várias actividades ligadas à educação, no qual, cumulativamente, a sala polivalente poderá também ser utilizada pela comunidade local.

Deste modo, salas de estudo, cozinha, refeitório, instalações sanitárias, sala polivalente, zonas de recreio, recinto desportivo, equipamento infantil, zonas verdes, hall, salas de actividades, arrumos, alpendre, varandas, sala de repouso, entre muitas outras, são as diversas áreas que integrarão o novo Centro Escolar de Santa da Coutada.

Registe-se que a fim de enaltecer a memória do actual estabelecimento de ensino e de todos aqueles que passaram pelo local, a Câmara Municipal de Constância vai construir o novo Centro Escolar, partindo da ampliação do actual edifício, devidamente adaptado às normas legais em vigor.

A construção do Centro Escolar de Santa Margarida tem uma previsão orçamental de aproximadamente dois milhões e duzentos mil euros, a qual terá um apoio financeiro de cerca de um milhão e cem mil euros, através do FEDER, apresentada ao Regulamento Específico Requalificação da Rede Escolar do 1º Ciclo do Ensino Básico e da Educação Pré-Escolar, no âmbito do Programa Operacional Regional do Centro 2007-2013 QREN – Quadro de Referência Estratégico Nacional.
Por CMC

A virgem

Autor:Luís Miguel Rocha

A virgem dá-nos conta do Portugal moribundo no tempo do Estado Novo, mais precisamente na década de trinta. Um país suspenso no tempo, deslumbrado com o estrangeiro, pobre em recursos e ideias. Centrado numa família privilegiada, outras famílias se lhe juntam. Assistimos aos seus ódios, amores, perdas e cumplicidades num enredo em que o trágico e o absurdo se cruzam. Numa intriga cheia de humor, através do olhar lúcido do narrador, são desmascaradas situações gritantes de injustiça e de exploração em que o abuso de poder de alguns grupos privilegiados se passeia livremente por um país sonâmbulo e decadente com a cumplicidade silenciosa da Igreja.

quarta-feira, 24 de junho de 2009

Timidez.




Basta-me um pequeno gesto,
feito de longe e de leve,
para que venhas comigo
e eu para sempre te leve. . .

— mas só esse eu não farei.

Uma palavra caída
das montanhas dos instantes
desmancha todos os mares
e une as terras mais distantes..

— palavra que não direi.

Para que tu me adivinhes,
entre os ventos taciturnos,
apago meus pensamentos,
ponho vestidos noturnos,

— que amargamente inventei.

E, enquanto não me descobres,
os mundos vão navegando
nos ares certos do tempo,
até não se sabe quando...

— e um dia me acabarei.

Cecília Meireles, in 'Viagem'

A Promiscuidade Tira a Vontade!


O que é a experiência? Nada. É o número dos donos que se teve. Cada amante é uma coronhada. São mais mil no conta-quilómetros. A experiência é uma coisa que amarga e atrapalha. Não é um motivo de orgulho. É uma coisa que se desculpa. A experiência é um erro repetido e re-repetido até à exaustão. Se é difícil amar um enganador, mais difícil ainda é amar um enganado.
Desengane-se de vez a rapaziada. Nenhuma mulher gosta de um homem «experiente». O número de amantes anteriores é uma coisa que faz um bocadinho de nojo e um bocadinho de ciúme. O pudor que se exige às mulheres não é um conceito ultrapassado — é uma excelente ideia. Só que também se devia aplicar aos homens. O pudor valoriza. 0 sexo é uma coisa trivial. É por isso que temos de torná-lo especial. Ir para a cama com toda a gente é pouco higiénico e dispersa as energias. Os seres castos, que se reprimem e se guardam, tornam-se tigres quando se libertam. E só se libertam quando vale a pena. A castidade é que é «sexy». Nos homens como nas mulheres. A promiscuidade tira a vontade.

Uma mulher gosta de conquistar não o homem que já todas conquistaram, saquearam e pilharam, mas aquele que ainda nenhuma conseguiu tocar. O que é erótico é a resistência, a dificuldade e a raridade. Não é a «liberdade», a facilidade e a vulgaridade. Isto parece óbvio, mas é o contrário do que se faz e do que se diz. Porque será escandaloso dizer, numa época hippificada em que a virgindade é vergonhosa e o amor é bom por ser «livre», que as mulheres querem dos homens aquilo que os homens querem das mulheres? Ser conquistador é ser conquistado. Ninguém gosta de um ser conquistado. O que é preciso conquistar é a castidade.

Miguel Esteves Cardoso, in 'As Minhas Aventuras na República Portuguesa'

Animaçao de Verão




Anfiteatro dos Rios / Jardim do Museu dos Rios


Verão é sinónimo de férias, de lazer e de descanso. No entanto, a cultura, o saber e o conhecimento não têm fronteiras de espaço e de tempo.

Neste sentido, e sabendo que, para além dos próprios habitantes do nosso concelho e daqueles que regularmente nos visitam de concelhos vizinhos, Constância é escolhida por muitas e muitas pessoas como destino de férias, seja em estadia mais longa, seja num simples e curto fim-de-semana, a Câmara Municipal programou uma série de espectáculos de ar livre, integrados na Animação de Verão, fazendo do nosso concelho, também nesta época do ano, um pólo de convergências entre a cultura e o lazer, o espectáculo e a animação.

Desde a música filarmónica ao fado, dos contos ao luar à música ligeira, passando pela música popular, dixie ou cubana, o Jardim do Museu dos Rios e das Artes Marítimas e o Anfiteatro dos Rios, na confluência do Tejo e do Zêzere, serão dois pontos de encontro obrigatórios.

PROGRAMAÇÃO

04 julho | 22h00
Encontro de Bandas de Música do Tejo música

11 julho | 10h00 às 02h00
Festa Jovem
organização | Junta de Freguesia de Constância

24 julho | 22h00
Orquestra Ligeira do Exército música

25 julho | 22h00
Cottas Club Jazz Band música dixie

01 agosto | 22h00
Ana Laíns fado

08 agosto | 22h00
Grupo de Cantares da Casa do Povo de Montalvo música popular

22 agosto | 21h30
Há Noite no Museu contos ao luar
local | Museu dos Rios e das Artes Marítimas

29 agosto | 22h00
Los Cubanitos música cubana

terça-feira, 23 de junho de 2009

Tentação .




Eu não resistirei à tentação,
não quero que de mim possas perder-te,
que só na fonte fria da razão
renasça a minha sede de beber-te.

Eu não resistirei à tentação
de quanto adivinhei nesta amargura:
um sim que só assalta quem diz não,
um corpo que entrevi na selva escura.

Resistirei a te chamar paixão,
a te perder nos versos, nas palavras:
mas não resistirei à tentação
de te dizer que o céu é o que rasa

a luz que nos teus olhos eu perdi
e que na terra toda não mais vi.

Luis Filipe Castro Mendes, in "Os Amantes Obscuros"

Noite de São João


A folia vai começar
Com rosmaninho e balão
Toda a gente vai dançar
Nesta noite de São João .

Divirtam-se.

Auto-conhecimento.


Nunca percas o contacto com o chão, porque só assim terás uma ideia aproximada da tua estatura .

segunda-feira, 22 de junho de 2009

Ontem à Tarde um Homem das Cidades .




Ontem à tarde um homem das cidades
Falava à porta da estalagem.
Falava comigo também.
Falava da justiça e da luta para haver justiça
E dos operários que sofrem,
E do trabalho constante, e dos que têm fome,
E dos ricos, que só têm costas para isso.
E, olhando para mim, viu-me lágrimas nos olhos
E sorriu com agrado, julgando que eu sentia
O ódio que ele sentia, e a compaixão
Que ele dizia que sentia.
(Mas eu mal o estava ouvindo.
Que me importam a mim os homens
E o que sofrem ou supõem que sofrem?
Sejam como eu — não sofrerão.
Todo o mal do mundo vem de nos importarmos uns com os
outros,
Quer para fazer bem, quer para fazer mal.
A nossa alma e o céu e a terra bastam-nos.
Querer mais é perder isto, e ser infeliz.)
Eu no que estava pensando
Quando o amigo de gente falava
(E isso me comoveu até às lágrimas),
Era em como o murmúrio longínquo dos chocalhos
A esse entardecer
Não parecia os sinos duma capela pequenina
A que fossem à missa as flores e os regatos
E as almas simples como a minha.
(Louvado seja Deus que não sou bom,
E tenho o egoísmo natural das flores
E dos rios que seguem o seu caminho
Preocupados sem o saber
Só com florir e ir correndo.
É essa a única missão no Mundo,
Essa — existir claramente,
E saber faze-lo sem pensar nisso.
E o homem calara-se, olhando o poente.
Mas que tem com o poente quem odeia e ama?

Alberto Caeiro, in "O Guardador de Rebanhos - Poema XXXII"
Heterónimo de Fernando Pessoa

Exposição


Arte na Rua Pintura e Escultura
"Luís de Camões- Para Além da Taprobana"
na Galeria de Constância
Até ao próximo dia 30 de Junho a Galeria de Constância tem patente ao público a exposição Luís de Camões - Para Além da Taprobana, uma mostra colectiva de pintura e escultura da autoria de Cristina Maldonado, Carlos Teixeira e José Coêlho.

Sob a égide de Camões, a exposição inaugurada durante as Pomonas Camonianas, mostra-nos três diferentes visões sobre a grande obra universal do poeta português, onde os autores lhe prestam homenagem apresentando esta mostra de instalação de escultura e de pintura.

Para efectuar visitas à exposição durante a semana, devem os interessados contactar o Posto de Turismo de Constância, aos sábados e domingos a exposição estará aberta entre as 15.00H e as 18.30H.
Por CMC

SOS



Izinha (Magicoolhar)não consigo entrar no seu blog,desconheço o motivo,agradeço que me envie um convite afim de poder espreitar o seu cantinho.
Atenciosamente;Manuel.

domingo, 21 de junho de 2009

Triste cancion.

Amor de Verão.


Aquele amor tão bonito
que na praia ficou escrito
com os meus dedos dos pés,
era um amor sem futuro
tão frágil e inseguro,
foi nas primeiras marés.

Veio uma onda apagou-o,
veio outra onda e levou-o
bem para dentro do mar,
aquele amor de Verão
foi uma ténue paixão
que a água soube levar.

Em noites de lua cheia,
grandes castelos de areia
em conjunto construímos,
porém, com o fim do Verão
devaneceu-se a ilusão,
rumos opostos seguimos.

Um p'ro Norte, outro p'ro Sul,
esquecemos o mar, azul,
dissemos adeus às Férias,
voltamos a trabalhar
e quem sabe se a arranjar
outras paixões, bem, mais sérias.

Fernanda
Publicada por FERNANDA & POEMAS em 10:27:00

Verão.


Quando as pessoas são felizes, não reparam se é Inverno ou Verão ...

sábado, 20 de junho de 2009

"Abril em Portugal 1974"

Na ocupação selvagem da Herdade da Torre Bela (Manique), um "camarada" tenta apropriar-se de uma enxada de um camponês. É para a "comprativa"






Idéias!


As boas ideias não têm idade, apenas têm futuro .

O Homem que Lê.




Eu lia há muito. Desde que esta tarde
com o seu ruído de chuva chegou às janelas.
Abstraí-me do vento lá fora:
o meu livro era difícil.
Olhei as suas páginas como rostos
que se ensombram pela profunda reflexão
e em redor da minha leitura parava o tempo. —
De repente sobre as páginas lançou-se uma luz
e em vez da tímida confusão de palavras
estava: tarde, tarde... em todas elas.
Não olho ainda para fora, mas rasgam-se já
as longas linhas, e as palavras rolam
dos seus fios, para onde elas querem.
Então sei: sobre os jardins
transbordantes, radiantes, abriram-se os céus;
o sol deve ter surgido de novo. —
E agora cai a noite de Verão, até onde a vista alcança:
o que está disperso ordena-se em poucos grupos,
obscuramente, pelos longos caminhos vão pessoas
e estranhamente longe, como se significasse algo mais,
ouve-se o pouco que ainda acontece.

E quando agora levantar os olhos deste livro,
nada será estranho, tudo grande.
Aí fora existe o que vivo dentro de mim
e aqui e mais além nada tem fronteiras;
apenas me entreteço mais ainda com ele
quando o meu olhar se adapta às coisas
e à grave simplicidade das multidões, —
então a terra cresce acima de si mesma.
E parece que abarca todo o céu:
a primeira estrela é como a última casa.

Rainer Maria Rilke, in "O Livro das Imagens"

sexta-feira, 19 de junho de 2009

Luz.


Nada é mais precioso do que a luz; mas o excesso ofusca !

Poema para fim de semana...


“Posso ter defeitos, viver ansioso e ficar irritado algumas vezes, mas não esqueço de que a minha vida é a maior empresa do mundo. E que posso evitar que ela vá à falência. Ser feliz é reconhecer que vale a pena viver, apesar de todos os desafios, incompreensões e períodos de crise. Ser feliz é deixar de ser vítima dos problemas e se tornar um autor da própria história. É atravessar desertos fora de si, mas ser capaz de encontrar um oásis no recôndito da alma. É agradecer a Deus a cada manhã pelo milagre da vida. Ser feliz é não ter medo dos próprios sentimentos. É saber falar de si mesmo. É ter coragem para ouvir um “não”. É ter segurança para receber uma crítica, mesmo que injusta. Pedras no caminho? Guardo todas, um dia vou construir um castelo... ”

Fernando Pessoa