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segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Alegria.


A alegria é a vida vista atrás de um raio de sol ...

A Tempestade do Destino.




Por vezes o destino é como uma pequena tempestade de areia que não pára de mudar de direcção. Tu mudas de rumo, mas a tempestade de areia vai atrás de ti. Voltas a mudar de direcção, mas a tempestade persegue-te, seguindo no teu encalço. Isto acontece uma vez e outra e outra, como uma espécie de dança maldita com a morte ao amanhecer. Porquê? Porque esta tempestade não é uma coisa que tenha surgido do nada, sem nada que ver contigo. Esta tempestade és tu. Algo que está dentro de ti. Por isso, só te resta deixares-te levar, mergulhar na tempestade, fechando os olhos e tapando os ouvidos para não deixar entrar a areia e, passo a passo, atravessá-la de uma ponta a outra. Aqui não há lugar para o sol nem para a lua; a orientação e a noção de tempo são coisas que não fazem sentido. Existe apenas areia branca e fina, como ossos pulverizados, a rodopiar em direcção ao céu. É uma tempestade de areia assim que deves imaginar.

(...) E não há maneira de escapar à violência da tempestade, a essa tempestade metafísica, simbólica. Não te iludas: por mais metafísica e simbólica que seja, rasgar-te-á a carne como mil navalhas de barba. O sangue de muita gente correrá, e o teu juntamente com ele. Um sangue vermelho, quente. Ficarás com as mãos cheias de sangue, do teu sangue e do sangue dos outros.
E quando a tempestade tiver passado, mal te lembrarás de ter conseguido atravessá-la, de ter conseguido sobreviver. Nem sequer terás a certeza de a tormenta ter realmente chegado ao fim. Mas uma coisa é certa. Quando saíres da tempestade já não serás a mesma pessoa. Só assim as tempestades fazem sentido.

Haruki Murakami, in 'Kafka à Beira-Mar'

Tempo que passas por mim.


Tempo que passas por mim
retarda o teu futuro
dá-me um pouco de ti
porque o passado já o esqueci
e o presente não o quero assim.
Viver na dúvida
é ser enganado pelo tempo
pois só com o passado
posso viver o presente
sonhando com um amanhã sorridente.
Pedi um tempo ao tempo
o tempo não parou
segui em frente
fugindo ao passado
procurando o futuro
num presente não realizado...

domingo, 24 de janeiro de 2010

Amar e Cantar ao Mesmo Tempo .




No ensaio da ópera.
— Vamos lá: um pouco mais de paixão. Você nunca amou? — diz o encenador ao tenor.
— Com certeza que sim. Mas não cantava ao mesmo tempo.

Sensações.



As sensações são os detalhes que constroem a história da nossa vida ...

Oscar wilde.

Há metafísica bastante...


Há metafísica bastante... em não pensar em nada.

O que penso eu do mundo?
Sei lá o que penso do mundo!
Se eu adoecesse pensaria nisso.

Que idéia tenho eu das cousas?
Que opinião tenho sobre as causas e os efeitos?
Que tenho eu meditado sobre Deus e a alma
E sobre a criação do Mundo?

Não sei. Para mim pensar nisso é fechar os olhos
E não pensar. É correr as cortinas
Da minha janela (mas ela não tem cortinas).

O mistério das cousas? Sei lá o que é mistério!
O único mistério é haver quem pense no mistério.
Quem está ao sol e fecha os olhos,
Começa a não saber o que é o sol
E a pensar muitas cousas cheias de calor.
Mas abre os olhos e vê o sol,
E já não pode pensar em nada,
Porque a luz do sol vale mais que os pensamentos
De todos os filósofos e de todos os poetas.
A luz do sol não sabe o que faz
E por isso não erra e é comum e boa.

Metafísica? Que metafísica têm aquelas árvores?
A de serem verdes e copadas e de terem ramos
E a de dar fruto na sua hora, o que não nos faz pensar,
A nós, que não sabemos dar por elas.
Mas que melhor metafísica que a delas,
Que é a de não saber para que vivem
Nem saber que o não sabem?

"Constituição íntima das cousas"...
"Sentido íntimo do Universo"...
Tudo isto é falso, tudo isto não quer dizer nada.
É incrível que se possa pensar em cousas dessas.
É como pensar em razões e fins
Quando o começo da manhã está raiando, e pelos lados
das árvores
Um vago ouro lustroso vai perdendo a escuridão.

Pensar no sentido íntimo das cousas
É acrescentado, como pensar na saúde
Ou levar um copo à água das fontes.

O único sentido íntimo das cousas
É elas não terem sentido íntimo nenhum.
Não acredito em Deus porque nunca o vi.
Se ele quisesse que eu acreditasse nele,
Sem dúvida que viria falar comigo
E entraria pela minha porta dentro
Dizendo-me, Aqui estou!

(Isto é talvez ridículo aos ouvidos
De quem, por não saber o que é olhar para as cousas,
Não compreende quem fala delas
Com o modo de falar que reparar para elas ensina.)

Mas se Deus é as flores e as árvores
E os montes e sol e o luar,
Então acredito nele,
Então acredito nele a toda a hora,
E a minha vida é toda uma oração e uma missa,
E uma comunhão com os olhos e pelos ouvidos.

Mas se Deus é as árvores e as flores
E os montes e o luar e o sol,
Para que lhe chamo eu Deus?
Chamo-lhe flores e árvores e montes e sol e luar;
Porque, se ele se fez, para eu o ver,
Sol e luar e flores e árvores e montes,
Se ele me aparece como sendo árvores e montes
E luar e sol e flores,
É que ele quer que eu o conheça
Como árvores e montes e flores e luar e sol.

E por isso eu obedeço-lhe,
(Que mais sei eu de Deus que Deus de si próprio?).
Obedeço-lhe a viver, espontaneamente,
Como quem abre os olhos e vê,
E chamo-lhe luar e sol e flores e árvores e montes,
E amo-o sem pensar nele,
E penso-o vendo e ouvindo,
E ando com ele a toda a hora.

Alberto Caeiro, in "O Guardador de Rebanhos - Poema V"
Heterónimo de Fernando Pessoa

sábado, 23 de janeiro de 2010

A Prisão Dourada .




Tenta fazer esta experiência, construindo um palácio. Equipa-o com mármore, quadros, ouro, pássaros do paraíso, jardins suspensos, todo o tipo de coisas... e entra lá para dentro. Bem, pode ser que nunca mais desejasses sair daí. Talvez, de facto, nunca mais saisses de lá. Está lá tudo! "Estou muito bem aqui sozinho!". Mas, de repente - uma ninharia! O teu castelo é rodeado por muros, e é-te dito: 'Tudo isto é teu! Desfruta-o! Apenas não podes sair daqui!". Então, acredita-me, nesse mesmo instante quererás deixar esse teu paraíso e pular por cima do muro. Mais! Tudo esse luxo, toda essa plenitude, aumentará o teu sofrimento. Sentir-te-ás insultado como resultado de todo esse luxo... Sim, apenas uma coisa te falta... um pouco de liberdade.

Fiodor Dostoievski, in "O Movimento de Liberação"

Think of Me - The Phantom of Opera

A Proibição.



Tem cuidado ao amar-me.
Pelo menos, lembra-te que to proibi.
Não que restaure o meu pródigo desperdício
De alento e sangue, com teus suspiros e lágrimas,
Tornando-me para ti o que foste para mim,
Mas tão grande prazer desgasta a nossa vida duma vez.
Para evitar que teu amor por minha morte seja frustrado,
Se me amas, tem cuidado ao amar-me.
Tem cuidado ao odiar-me,
E com os excessos do triunfo na vitória,
Ou tornar-me-ei o meu próprio executor,
E do ódio com igual ódio me vingarei.
Mas tu perderás a pose do conquistador,
Se eu, a tua conquista, perecer pelo teu ódio:
Então, para evitar que, reduzido a nada, eu te diminua,
Se tu me odeias, tem cuidado ao odiar-me.
Contudo, ama-me e odeia-me também.
Assim os extremos não farão o trabalho um do outro:
Ama-me, para que possa morrer do modo mais doce;
Odeia-me, pois teu amor é excessivo para mim;
Ou deixa que ambos, eles e não eu, se corrompam
Para que, vivo, eu seja teu palco e não teu triunfo.
Então, para que o teu amor, ódio, e a mim, não destruas,
Oh, deixa-me viver, mas ama-me e odeia-me também.

John Donne, in "Poemas Eróticos".

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Sarah Brightman & Antonio Banderas.

A Cegueira da Especialidade .




Foi preciso esperar até o começo do século XX para se presenciar um espectáculo incrível: o da peculiarísssima brutalidade e agressiva estupidez com que se comporta um homem quando sabe muito de uma coisa e ignora todas as demais.

Ortega y Gasset, in 'O Livro das Missões'

Mar da vida.


Neste mar da vida
onde navego sem rumo
só a força de viver
amar
querer
não me deixa ir ao fundo...
Mar que em sonhos
és cor de rosa
cinzento na agonia
deixa-me navegar
nas tuas águas calmas
sentir a tua bonança
viver com alegria.
Mar que me sossegas
deixa-me sentir o teu perfume
enlaça-me nas tuas vagas
dança comigo ao sabor das ondas
para que a tristeza se esfume...

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Tristezas.




As tristezas não foram feitas para os animais, mas para os homens; mas se os homens as sentem muito, tornam-se animais ...

(Miguel Cervantes.)

Literatura.


Uma mensagem secreta da Al-Qaeda faz soar as campainhas de alarme em Washington. Seduzido por uma bela operacional da CIA, o historiador e criptanalista português Tomás Noronha é confrontado em Veneza com uma estranha cifra.
Ahmed é um menino egípcio a quem o mullah Saad ensina na mesquita o carácter pacífico e indulgente do islão. Mas nas aulas da madrassa aparece um novo professor com um islão diferente, agressivo e intolerante. O mullah e o novo professor digladiam-se por Ahmed e o menino irá fazer uma escolha que nos transporta ao maior pesadelo do nosso tempo.


E se a Al-Qaeda tem a bomba atómica?

Baseando-se em informações verídicas, José Rodrigues dos Santos confirma-se nesta obra surpreendente como o mestre dos grandes temas contemporâneos. Mais do que um empolgante romance, Fúria Divina é um impressionante guia que nos orienta pelo labirinto do mundo e nos revela os tempos em que vivemos.

Autor:José Rodrigues dos Santos.

Insónia.


Noite dentro
o tempo passa lentamente
procuro adormecer
o sono nada me diz
oiço o bater das horas
nesta longa espera...
Queria sonhar
possuir-te em sonhos
tarda
o tempo evapora-se
esfuma-se.
Oiço tua voz lá bem no fundo
será que vens ?
Amanhece
o clarear do dia aparece
de ti nada sei
mais uma noite em branco
neste quarto solitário
onde apenas há solidão
insónia...

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Rsrsrsrs.


Os anos que uma mulher subtrai à sua idade não são perdidos - acrescenta-os à idade de outras mulheres ...

Os Livros Estão Sempre Sós .



Os livros estão sempre sós. Como nós. Sofrem o terrível impacto do presente. Como nós. Têm o dom de consolar, divertir, ferir, queimar. Como nós. Calam a sua fúria com a sua farsa. Como nós. Têm fachadas lisas ou não. Como nós. Formosas, delirantes, horrorosas. Como nós. Estão ali sendo entretanto. Como nós. No limiar do esquecimento. Como nós. Cheios de submissão ao serviço do impossível. Como nós.

Ana Hatherly, in 'Tisanas'

Neblina


Como um nevoeiro cerrado
que me turba o pensamento
tua imagem reflete
no vazio
nesta neblina
de dor
e sofrimento.
Sofro porque te amo
dor ,todos nós sentimos
ninguém a vê
interiorizamos
fingimos...

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Um dia pela vida.



Acção de Sensibilização em Constância
• 22 de Janeiro – 21h00
Integrada nas actividades da Liga Portuguesa Contra o Cancro, na próxima sexta-feira, dia 22 de Janeiro, pelas 21h00, no auditório do Cine-Teatro Municipal de Constância, vai decorrer uma acção de sensibilização dinamizada pela Dra. Rita Teles Branco, um evento que integra no projecto UM DIA PELA VIDA em Abrantes, ao qual o Município de Constância se associou.

Integradas no mesmo projecto, além desta acção, vão decorrer mais actividades no Concelho de Constância.

O projecto UM DIA PELA VIDA, termina em Abrantes, no próximo dia 20 de Março de 2010, com uma Festa de Encerramento a qual integra muita animação e a Caminhada PELA VIDA!
Por CMC

Nada é Certo.




Ninguém avança pela vida em linha recta. Muitas vezes, não paramos nas estações indicadas no horário. Por vezes, saímos dos trilhos. Por vezes, perdemo-nos, ou levantamos voo e desaparecemos como pó. As viagens mais incríveis fazem-se às vezes sem se sair do mesmo lugar. No espaço de alguns minutos, certos indivíduos vivem aquilo que um mortal comum levaria toda a sua vida a viver. Alguns gastam um sem número de vidas no decurso da sua estadia cá em baixo. Alguns crescem como cogumelos, enquanto outros ficam inelutávelmente para trás, atolados no caminho. Aquilo que, momento a momento, se passa na vida de um homem é para sempre insondável. É absolutamente impossível que alguém conte a história toda, por muito limitado que seja o fragmento da nossa vida que decidamos tratar.

Henry Miller, in "O Mundo do Sexo"

Nostalgia .


Nostalgia
de lembranças
recordações
singelas
cheias de esperança.
Tenho saudades
de ser quem sou
voltar á minha infância
andar por onde andei
e beijar
quem beijei...

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Interrogação .




Sim, preferi deixar-te,
abandonando
a dádiva de encontrar-te.

Quem eras afinal?
Qual a estrela que te guiava?
Qual a cor dos teus dias?
Qual o segredo que em ti eu tentei desvendar?

Abandonei-te.
No entanto,
na minha vida
talvez fosses o leite
capaz de me curar.

Saúl Dias, in "Vislumbre"

Desejos secretos...



Coisas nossas,se serão realizados ou não,são coisas do destino...

Literatura


“A história dos homens é a história dos seus desentendimentos com deus, nem ele nos entende a nós , nem nós o entendemos a ele .”
José Saramago

Saramago escreveu outro livro. O seu título é “Caim”, e Caim é um dos protagonistas principais. Outro é Deus, outro ainda é a humanidade nas suas diferentes expressões. Neste livro, tal como nos anteriores, “O Evangelho segundo Jesus Cristo”, por exemplo, o autor não recua diante de nada nem procura subterfúgios no momento de abordar o que, durante milénios, em todas as culturas e civilizações foi considerado intocável e não nomeável: a divindade e o conjunto de normas e preceitos que os homens estabelecem em torno a essa figura para exigir a si mesmos - ou talvez fosse melhor dizer para exigir a outros - uma fé inquebrantável e absoluta, em que tudo se justifica, desde negar-se a si mesmo até à extenuação, ou morrer oferecido em sacrifício, ou matar em nome de Deus.
Caim não é um tratado de teologia, nem um ensaio, nem um ajuste de contas: é uma ficção em que Saramago põe à prova a sua capacidade narrativa ao contar, no seu peculiar estilo, uma história de que todos conhecemos a música e alguns fragmentos da letra. Pois bem, com a cabeça alta, que é como há que enfrentar o poder, sem medos nem respeitos excessivos, José Saramago escreveu um livro que não nos vai deixar indiferentes, que provocará nos leitores desconcerto e talvez alguma angústia, porém, amigos, a grande literatura está aí para cravar-se em nós como um punhal na barriga, não para nos adormecer como se estivéssemos num opiário e o mundo fosse pura fantasia.
Pilar del Río.

domingo, 17 de janeiro de 2010

A Grande Inteligência é Sobreviver




A grande Inteligência é sobreviver.
As tartarugas portanto não são teimosas nem lentas, dominam;
SIM, a ciência.
Toda a tecnologia é quase inútil e estúpida,
porque a artesanal tartaruga,
a espontânea TARTARUGA,
permanece sobre a terra mais anos que o homem.
Portanto,
como a grande inteligência é sobreviver,
a tartaruga é Filósofa e Laboratório,
e o Homem que já foi Rei da criação
não passa, afinal, de um crustáceo FALSO,
um lavagante pedante;
um animal de cabeça dura. Ponto.

Gonçalo M. Tavares, in "Investigações. Novalis"

O Ideal da Amizade




A camaradagem, o companheirismo, às vezes, parecem amizade. Os interesses comuns por vezes criam situações humanas que são semelhantes à amizade. E as pessoas também fogem da solidão, entrando em todo o tipo de intimidades de que, a maior parte das vezes, se arrependem, mas durante algum tempo podem estar convencidas de que essa intimidade é uma espécie de amizade. Naturalmente, nesses casos não se trata de verdadeira amizade. Uma pessoa imagina que a amizade é um serviço. O amigo, assim como o namorado, não espera recompensa pelos seus sentimentos. Não quer contrapartidas, não considera a pessoa que escolheu para ser seu amigo como uma criatura irreal, conhece os seus defeitos e assim o aceita, com todas as suas consequências. Isso seria o ideal. E na verdade, vale a pena viver, ser homem, sem esse ideal?

E se um amigo falha, porque não é um verdadeiro amigo, podemos acusá-lo, culpando o seu carácter, a sua fraqueza? Quanto vale aquela amizade, em que só amamos o outro pela sua virtude, fidelidade e perseverança? Quanto vale qualquer afecto que espera recompensa? Não seria nosso dever aceitar o amigo infiel da mesma maneira que o amigo abnegado e fiel? Não seria isso o verdadeiro conteúdo de todas as relações humanas, esse altruísmo que não quer nada e não espera nada, absolutamente nada do outro? E quanto mais dá, menos espera em troca? E se entrega ao outro toda a confiança de uma juventude, toda a abnegação da idade viril e finalmente oferece a coisa mais preciosa que um ser humano pode proporcionar a outro ser humano, a sua confiança absoluta, cega e apaixonada, e depois se vê confrontado com o facto de o outro ser infiel e vil, tem direito de se ofender, de exigir vingança? E se se ofende e grita por vingança, era realmente amigo, o traído e abandonado?

Sándor Márai, in 'As Velas Ardem Até ao Fim'

2012.



Exibição e comentário do filme no Cine-Teatro Municipal
• 23 de Janeiro – 21h30
No próximo dia 23 de Janeiro, pelas 21h30, o auditório do Cine-Teatro Municipal de Constância exibe o filme 2012, uma actividade que além da projecção contará também com um comentário sobre a temática desta película.

O filme 2012 baseia-se numa suposta profecia dos Maias - uma das mais fascinantes civilizações de todos os tempos - de que o alinhamento da Terra e do Sol com o centro da Galáxia provocaria uma séria de catástrofes que levariam a uma profunda destruição da Terra.

No princípio e no fim da apresentação do filme, Máximo Ferreira, astrónomo e Presidente da Câmara Municipal, explicará os aspectos científicos relacionados com os efeitos da gravidade da Galáxia sobre o sistema solar e falará dos fenómenos que ocorrem no centro do Sol, dos quais resultam os neutrinos que o realizador do filme interpretou como os responsáveis pelo aquecimento e destruição do nosso planeta.

À semelhança do que acontece com a normal programação de cinema os bilhetes poderão ser adquiridos a partir das 20h30 do dia 23 de Janeiro, na bilheteira do Cine-Teatro Municipal, ou reservados durante a semana que antecede a exibição do filme através do telefone 249 739 367.
Por CMC

sábado, 16 de janeiro de 2010

Livro do Amor




O mais singular livro dos livros
É o Livro do Amor;
Li-o com toda a atenção:
Poucas folhas de alegrias,
De dores cadernos inteiros.
Apartamento faz uma secção.
Reencontro! um breve capítulo,
Fragmentário. Volumes de mágoas
Alongados de comentários,
Infinitos, sem medida.
Ó Nisami! — mas no fim
Achaste o justo caminho;
O insolúvel, quem o resolve?
Os amantes que tornam a encontrar-se.

Johann Wolfgang von Goethe

A vida é...


A vida é a perda lenta de tudo o que amamos ...

Miguel Marques.



Parece que foi ontem.

Parabéns pelo teu vigésimo oitavo aniversário.

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

O time for us.




Bom fim de semana.

Céu


Para que percorres inutilmente o céu inteiro à procura da tua estrela? Põe-na lá ...

Bater de Asas.


Á minha volta
o espaço é livre
pássaros voam
num esvoaçar elegante
num bater de asas
leve
constante.
Por esses ares eles voam
numa liberdade contagiante
levam meus recados
para longe
para um mundo distante.
Levam-me a alma
os sonhos
em direcção ao céu
será que vão voltar
os sonhos meus...

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Dialogar em Vez de Discutir .




Está o casal aos gritos, estão os políticos aos berros... E comenta-se a propósito: "É preciso discutir para chegar a algum lado, da discussão nasce a luz". Bem, a verdade é que não se vê nada. Só quando sou capaz de ouvir, quando sinceramente admito que o outro pode ter razão ou parte dela, é que posso começar a ver. É isso que acontece? Deus queira... Discutir é querer ganhar. Dialogar é procurar a verdade com o que há de bom em cada um.

(Padre) Vasco Pinto de Magalhães, in "Não Há Soluções, Há Caminhos"

Ano Europeu do Combate à Pobreza e à Exclusão Social


O Município de Constância associa-se ao Programa Nacional do Ano Europeu do Combate à Pobreza e à Exclusão Social
O Parlamento Europeu e o Conselho da União Europeia instituíram em 2008, 2010 como o Ano Europeu do Combate à Pobreza e à Exclusão Social, reafirmando assim o seu compromisso na luta contra a pobreza e a exclusão social, promovendo um modelo social que contribua para o bem-estar dos indivíduos, a sua participação na sociedade e, consequentemente, o desenvolvimento económico da Europa, reiterando o empenho da União Europeia e de cada Estado membro na solidariedade, na justiça social e no aumento da coesão, representando um marco importante na erradicação da pobreza.

A União Europeia conta com 78 milhões de pessoas que vivem em risco de pobreza, das quais 19 milhões são crianças, facto que terá estado na origem de este ser o orçamento mais elevado alguma vez concedido a um Ano Europeu – 17 milhões de euros.

Em Portugal, como Estado membro da União Europeia, surge o Programa Nacional do Ano Europeu do Combate à Pobreza e à Exclusão Social (PNAECPES), com o qual se pretende contribuir para um país mais justo e mais solidário contando com a participação de todos os Portugueses.

No distrito de Santarém, a apresentação do PNAECPES ficou a cargo do Centro Distrital da Segurança Social de Santarém, tendo para o efeito convocado para uma reunião todos os parceiros das Plataformas Supra concelhias da Lezíria e do Médio Tejo, no âmbito da Rede Social. No decurso da reunião de apresentação do PNAECPES foram de imediato encetados contactos para a possibilidade de uma candidatura conjunta entre os parceiros que constituem a Plataforma Supraconcelhia do Médio Tejo.

O Município de Constância associou-se à candidatura conjunta ao Programa Nacional do Ano Europeu do Combate à Pobreza e à Exclusão Social, da qual fazem parte nove dos dez municípios que integram a Plataforma Supraconcelhia do Médio Tejo e a União das IPSS, tendo como promotor o Município de Abrantes.

Pretende-se com esta candidatura afirmar e desenvolver as Redes Sociais, para que estas sejam efectivos fóruns de integração e de desenvolvimento social. As actividades propostas visam a realização de acções de formação, seminários e outras como forma de sensibilizar a opinião pública para os fenómenos da pobreza e exclusão social.

A concertação entre os parceiros envolvidos na construção de uma candidatura conjunta, no âmbito da pobreza e da exclusão social, foi sem dúvida um desafio ambicioso para todos aqueles que se empenharam na sua concretização. O resultado final foi o fruto da aplicação de todos os princípios inerentes ao trabalho em parceria e apenas possível pela confiança, cooperação, solidariedade e maturidade democrática, que imperou durante todo o processo de construção da candidatura.

Estamos convictos de que esta iniciativa vai ser uma referência pela demonstração proactiva de mudança e inovação social, pelo empenho de todos aqueles que estiveram, estão e continuarão envolvidos nesta Viagem de Cooperação e Parcerias.
Por CMC

Sentir


Hoje sinto o que todo o mundo sente
amores
tristezas
alegrias
desencantos
sinto que a vida me rouba anos
soprando as velas
nesta roda de desenganos.
Amanhã será outro sentir
sinto a tua ausência
o tic tac do relógio
o tempo a fugir...
E o tempo que eu sinto
no seu rodopio constante
me leva e trás
num sentir distante
de recordações
umas boas
outra más...

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Don't Cry for Me Argentina

O Prazer é Silencioso




Ao contrário da idéia assente
A palavra não é criadora de um mundo;
O homem fala como o cão ladra
Para exprimir raiva, ou medo.

O prazer é silencioso,
Tal como o é o estado de felicidade.

Michel Houellebecq,

13-01-55


Ninguém faz anos impunemente.O preço é a velhice.

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Realidade...


"Nada é real, a não ser o sonho e o amor ..."

A Primeira Palavra que em Toda a Minha Vida me Esgotou o Ser




Uma palavra. Disse-a. Amo-te - uma palavra breve. Quantos milhões de palavras eu disse durante a vida. E ouvi. E pensei. Tudo se desfez. Palavras sem inteira significação em si, o professor devia ter razão. Palavras que remetiam umas para as outras e se encostavam umas às outras para se aguentarem na sua rede aérea de sons. Mas houve uma palavra - meu Deus. Uma palavra que eu disse e repercutiu em ti, palavra cheia, quente de sangue, palavra vinda das vísceras, da minha vida inteira, do universo que nela se conglomerava, palavra total. Todas as outras palavras estavam a mais e dispensavam-se e eram uma articulação ridícula de sons e mobilizavam apenas a parte mecânica de mim, a parte frágil e vã. Palavra absoluta no entendimento profundo do meu olhar no teu, palavra infinita como o verbo divino. Recordo-a agora - onde está? Como se desfez? Ou não desfez mas se alterou e resfriou e absorveu apenas a fracção de mim onde estava a ternura triste, o conforto humilde, a compaixão. Não haverá então uma palavra que perdure e me exprima todo para a vida inteira? E não deixe de mim um recanto oculto que não venha à sua chamada e vibre nela desde os mais finos filamentos de si? Uma palavra. Recupero-a agora na minha imaginação doente. Amo-te. Na intimidade exclusiva e ciumenta do nosso olhar mútuo e encantado. Fecha-nos o lençol na claridade difusa do amanhecer, estás perto de mim no intocável da tua doçura. Frágil de névoa. Fímbria de sorriso e de receio, de pavor, no meu olhar embevecido. Uma palavra. A primeira que em toda a minha vida me esgotou o ser. A que foi tão completa e absorvente, que tudo o mais foi um excesso na criação. Deus esgotou em mim, na minha boca, todo o prodígio do seu poder. Ao princípio era a palavra. Eu a soube. E nada mais houve depois dela.

Vergílio Ferreira, in 'Para Sempre'

Simples palavras.


Amo as palavras
que me levam
e me trazem
em doces quimeras
quentes
doces
sinceras.
Amar o verbo
soletrar letra,por letra
ouvir o eco
dos teus desejos
em frases
e bocejos...

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Objectivo...

Acaso ou Coincidência




Podemos muito bem, se for esse o nosso desejo, vaguear sem destino pelo vasto mundo do acaso. Que é como quem diz, sem raízes, exactamente da mesma maneira que a semente alada de certas plantas esvoaça ao sabor da brisa primaveril.
E, contudo, não faltará ao mesmo tempo quem negue a existência daquilo a que se convencionou chamar o destino. O que está feito, feito está, o que tem se ser tem muita força e por aí fora. Por outras palavras, quer queiramos quer não, a nossa existência resume-se a uma sucessão de instantes passageiros aprisionados entre o «tudo» que ficou para trás e o «nada» que temos pela frente. Decididamente, neste mundo não há lugar para as coincidências nem para as probabilidades.
Na verdade, porém, não se pode dizer que entre esses dois pontos de vista exista uma grande diferença. O que se passa - como, de resto, em qualquer confronto de opiniões - é o mesmo que sucede com certos pratos culinários: são conhecidos por nomes diferentes mas, na prática, o resultado não varia.

Haruki Murakami, in 'Em Busca do Carneiro Selvagem'

domingo, 10 de janeiro de 2010

Destino...


Destino que me atrais
me atraiçoas
numa imprudência demais.
Fatalidade
desnorte irracional
contrário á razão
desatino intelectual.
Sorte
fado mal fadado
infelicidade persistente
num fracasso predestinado.

Sentimento profundo.


O amor não é uma futilidade ou um divertimento; é um sentimento profundo, que decide de uma vida. Não há o direito de o falsificar

(Júlio Dantas.)

Andre Rieu-Poliushko Poli.

Pergunta




Quem vem de longe e sabe o nome do meu lugar
e levou o caminho das conchas em mar
e dos olhos em rio
— quem vem de longe chorar por mim?

Quem sabe que eu findo de dureza
e condensa ternura em suas mãos
para a derramar em afagos
por mim?

Quem ouviu a angústia do meu brado,
sirene de um navio a vadiar no largo,
e me traz seus beijos e sua cor,
perdendo-se na bruma das madrugadas
por mim?

Quem soube das asperezas da viagem
e pediu o pão negado
e o suor ao corpo torturado,
por mim? por mim?

Quem gerou o mundo e lhe deu seu nome
e seu tamanho — imenso, imenso,
e em mim cabe?

Fernando Namora, in "Mar de Sargaços"

sábado, 9 de janeiro de 2010

Incrível...

Estação central Antwerpen (Bélgica.)

A Ambição Superada .




Certo dia uma rica senhora viu, num antiquário, uma cadeira que era uma beleza. Negra, feita de mogno e cedro, custava uma fortuna. Era, porém, tão bela, que a mulher não titubeou - entrou, pagou, levou para casa.
A cadeira era tão bonita que os outros móveis, antes tão lindos, começaram a parecer insuportáveis à simpática senhora. (Era simpática).
Ela então resolveu vender todos os móveis e comprar outros que pudessem se equiparar à maravilhosa cadeira. E vendeu-os e comprou outros.
Mas, então a casa que antes parecia tão bonita, ficou tão bem mobilada que se estabeleceu uma desarmonia flagrante entre casa e móveis. E a senhora começou a achar a casa horrível.
E vendeu a casa e comprou uma outra maravilhosa.
Mas dentro daquela casa magnífica, mobilada de maneira esplendorosa, a mulher começou, pouco a pouco, a achar seu marido mesquinho. E trocou de marido.
Mas mesmo assim não conseguia ser feliz. Pois naquela casa magnífica, com aqueles móveis admiráveis e aquele marido fabuloso, todo mundo começou a achá-la extremamente vulgar.

Millôr Fernandes, in "Pif-Paf"

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Reminiscências...


Lembranças vagas , fazem sentir-me deliciosamente maduro e triste ...

Amar é Raro




Amar é dar, derramar-me num vaso que nada retém e sou um fio de cana por onde circulam ventos e marés. Amar é aspirar as forças generosas que me rodeiam, o sol e os lumes, as fontes ubérrimas que vêm do fundo e do alto, água e ar, e derramá-las no corpo irmão, no cadinho que tudo guarda e transforma para que nada se perca e haja um equilíbrio perfeito entre o mesmo e o outro que tu iluminas. Dar tudo ao outro, dar-lhe tanta verdade quanta ele possa suportar, e mais e mais; obrigar o outro a elevar-se a um grau superior de eminência, fulguração, mas não tanto que o fira ou destrua em overdose que o leve a romper o contrato — o difícil equilíbrio dos amantes! Amar é raro porque poucos somos capazes de respirar as vastas planícies com a metade do seu pulmão; e amar é raro porque poucos aceitam a presença do seu gémeo, a boca insaciável de um irmão que todos os dias o vento esculpe e destrói.

Casimiro de Brito, in 'Arte da Respiração'

Imaginar...



Imagino
que o vento
trespassa meu corpo
dilacerando minha alma
como setas que ferem
corações apaixonados.
O meu interior não pensa
sente!
Meu coração não bate
treme!
Imaginar
não é pensar
é querer...

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Cantar os Reis.


Crianças de Constância cantaram os Reis na autarquia


Foi com muito agrado que o Município de Constância recebeu no dia 6 de Janeiro – Dia de Reis, no edifício dos Paços do Concelho dois grupos de crianças, jovens, professores e pessoal não docente que presentearam os autarcas e os trabalhadores da autarquia cantando os Reis.

No período da manhã foram os alunos e os professores da Escola EB 2,3/S Luís de Camões que entoaram as tradicionais Janeiras. Durante a tarde alguns trabalhadores do município e os autarcas receberam de novo os votos de um Bom Ano através dos alunos, professores e auxiliares do Jardins de Infância e do Primeiro Ciclo do Ensino Básico de Constância.
Por CMC

Não se nasce Leitor:


literatura para a infância e juventude

Acção de Formação em Constância
22 e 23 de Janeiro Nos próximos dias 22 e 23 de Janeiro de 2010 vai decorrer em Constância a acção de formação Não se nasce leitor: literatura para a infância e juventude, organizada pela Câmara Municipal, através da Biblioteca Municipal Alexandre O’Neill, com o apoio da Direcção-Geral do Livro e das Bibliotecas.

O conhecimento de literacia em Portugal, o domínio das premissas que norteiam a promoção da leitura, aprofundar o saber relativo à literatura existente em Portugal e no estrangeiro para crianças e jovens e a descoberta de novas técnicas para animar uma colecção de livros ou uma pequena biblioteca são os objectivos desta iniciativa.

A acção de formação, dinamizada por Rui Marques Veloso, destina-se a animadores sócio-culturais, bibliotecários, professores, educadores e técnicos de biblioteca. A iniciativa terá a duração de 15 horas e decorrerá na Sala Polivalente da Biblioteca Municipal Alexandre O’Neill.

As inscrições para esta acção de formação são limitadas, até ao número máximo de 25 participantes, e podem ser efectuadas até ao dia 19 de Janeiro, na Biblioteca Municipal Alexandre O’Neill.

Para informações ou esclarecimentos adicionais, devem os interessados contactar a Biblioteca Municipal Alexandre O’Neill através do número de telefone 249 739 367 ou via correio electrónico para biblioteca@cm-constancia.pt.



Por CMC

O amor não é um desperdicio!


Certezas quem as tem
neste mundo insano
profetas desavindos
ódios e invejas
onde ningém,respeita ninguém
O egoismo grassa
e o mundo vai girando
a pobreza alastra
Ódio e amor passeiam de mãos dadas
A vida vai em frente
com gentes sorrindo e cantando.
certeza só da morte
neste mundo desgovernado
guerra dor e rancor
e muito amor desperdiçado.