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sábado, 22 de janeiro de 2011
sexta-feira, 21 de janeiro de 2011
Amar é Raro
Amar é dar, derramar-me num vaso que nada retém e sou um fio de cana por onde circulam ventos e marés. Amar é aspirar as forças generosas que me rodeiam, o sol e os lumes, as fontes ubérrimas que vêm do fundo e do alto, água e ar, e derramá-las no corpo irmão, no cadinho que tudo guarda e transforma para que nada se perca e haja um equilíbrio perfeito entre o mesmo e o outro que tu iluminas. Dar tudo ao outro, dar-lhe tanta verdade quanta ele possa suportar, e mais e mais; obrigar o outro a elevar-se a um grau superior de eminência, fulguração, mas não tanto que o fira ou destrua em overdose que o leve a romper o contrato — o difícil equilíbrio dos amantes! Amar é raro porque poucos somos capazes de respirar as vastas planícies com a metade do seu pulmão; e amar é raro porque poucos aceitam a presença do seu gémeo, a boca insaciável de um irmão que todos os dias o vento esculpe e destrói.
Casimiro de Brito, in 'Arte da Respiração'
quinta-feira, 20 de janeiro de 2011
Rio de mágoas...
quarta-feira, 19 de janeiro de 2011
A Chave do Desejo
Todos os desejos são contraditórios como o do alimento. Gostaria que aquele que amo me amasse. Mas se ele me for totalmente dedicado, deixa de existir, e eu deixo de o amar. E enquanto não me for totalmente dedicado, não me amará o suficiente. Fome e saciedade.
O desejo é mau e ilusório, mas, no entanto, sem o desejo não esquadrinharíamos o verdadeiro absoluto, o verdadeiro ilimitado. É preciso ter passado por isto. Infelizes os seres a quem o cansaço subtrai esta energia suplementar que é a fonte do desejo.
Infeliz, também, aquele a quem o desejo cega.
É preciso arrastar o desejo até ao eixo dos pólos.
Simone Weil, in 'A Gravidade e a Graça'
Literatura.
O Elefante Evapora-se de Haruki Murakami.
Sinopse
Num sufocante dia de Verão, um advogado põe-se à procura do seu gato e dá de caras com uma estranha rapariga num jardim abandonado nas traseiras de casa. Mais adiante, as dores provocadas a meio da noite pela fome levam um jovem casal de recém-cadasos a fazer uma incursão nocturna e a assaltar um McDonald’s para conseguir deitar a mão a trinta hambúrgueres Big Mac, realizando assim um secreto desejo que já vinha dos tempos da adolescência. Um homem fica obcecado pela misteriosa e incrível saga de um elefante que se desvanece em fumo e desaparece da noite para o dia sem deixar rasto. Sem esquecer as confidências de uma mulher casada e jovem mãe com insónias que passa as noites em claro, a ler Tolstoi, e acorda para a vida num mundo indefinido de semiconsciência em que tudo se afigura possível - até mesmo a morte.
Ao longo de dezassete pequenas histórias aparentemente banais, das muitas que povoam o nosso quotidiano, Haruki Murakami transporta o leitor à dimensão paralela de um imaginário delicioso e bizarro ao mesmo tempo, percorrendo um Japão que tem tanto de nostálgico como de moderno. »Muitas vezes divertidos, sempre comoventes», os dezassete contos desta colectânea são prova da extraordinária capacidade narrativa de Haruki Murakami.
terça-feira, 18 de janeiro de 2011
Minha declaração de amor
segunda-feira, 17 de janeiro de 2011
Pontes que nos atravessam.
Há em nós
uma ponte que nos separa
entre o amor e a solidão
um presente e um passado
cada um para seu lado
seguindo outra direcção...
Há em nós
uma ponte que nos atravessa
entre ruínas e escombros
sonho e promessa
num transpor de descaminhos...
Há em nós
pontes para um futuro
incerto desconhecido
margens do mesmo rio
caminho interrompido
sob as águas do infortúnio...
Há em mim
uma vontade de atravessar
cruzar a nossa ponte
vontade de te abraçar
seguir um novo horizonte.
domingo, 16 de janeiro de 2011
sexta-feira, 14 de janeiro de 2011
O meu abraço de solidariedade
quinta-feira, 13 de janeiro de 2011
Pêndulo.
Flutuo
balanço
sou um sonhador
sou vida
na corda bamba
do amor...
Equilíbrio
quando amado
no amor
amarrado
sou pêndulo partido
desengonçado...
Sou destino
sou o caminho
pêndulo que manda a vida
sonho acordado
sou alma perdida
sou fado...
Sou pêndulo
entre o sorriso e o pranto
silêncio imóvel
na suspensão do firmamento
Sou a tua sombra
teu desencanto
amor e sentimento...
quarta-feira, 12 de janeiro de 2011
Amar é Pensar.
Passei toda a noite, sem dormir, vendo, sem espaço, a figura dela,
E vendo-a sempre de maneiras diferentes do que a encontro a ela.
Faço pensamentos com a recordação do que ela é quando me fala,
E em cada pensamento ela varia de acordo com a sua semelhança.
Amar é pensar.
E eu quase que me esqueço de sentir só de pensar nela.
Não sei bem o que quero, mesmo dela, e eu não penso senão nela.
Tenho uma grande distração animada.
Quando desejo encontrá-la
Quase que prefiro não a encontrar,
Para não ter que a deixar depois.
Não sei bem o que quero, nem quero saber o que quero.
Quero só Pensar nela.
Não peço nada a ninguém, nem a ela, senão pensar.
Alberto Caeiro, in "O Pastor Amoroso"
Heterónimo de Fernando Pessoa
terça-feira, 11 de janeiro de 2011
Amor de Lua.
Suspensa a lua
ilumina
a minha rua
por detrás
da janela
olho-a
é bela...
Lua feiticeira
á noite
és sempre a primeira
com o teu esplendor
a iluminar
o amor...
Amor doce
em quarto crescente
amargo
em quarto minguante
quente quando presente
frio quando distante...
Amor de lua
que moras
noutra rua
ausente
carente
de carícia tua.
segunda-feira, 10 de janeiro de 2011
Memória do teu corpo.
domingo, 9 de janeiro de 2011
Literatura
Em Nome da Terra de Vergílio Ferreira
O romance Em Nome da Terra de Virgílio Ferreira é um poema ao corpo. Corpo deformado, envelhecido pelo tempo, corpo belo da juventude, corpo eterno.
João, o protagonista viúvo, reformado e carcomido pela idade, recolhe-se a uma casa de repouso para não ser um peso à família e à sociedade. À filha Márcia deixara-lhe tudo: a casa, os móveis, os livros. Consigo levou apenas a memória, um Cristo mutilado, um desenho de Dürer, uma estampa a cores de um fresco de Pompeia associados em tríptico, e um concerto para oboé de Mozart.
sábado, 8 de janeiro de 2011
Não se Ama uma Pedra
Amar é reconhecer nos outros um ser misterioso, e não um objecto - tu eras uma vibração à tua volta, não a estreita presença de um corpo. Aqueles que não amamos nem odiamos são nítidos como uma pedra. Sentir neles uma pessoa é começar a amar ou a odiá-los. Só amamos ou odiamos quem é vivo para nós. («Nunca amaste ninguém...»).
Vergílio Ferreira, in 'Estrela Polar'
sexta-feira, 7 de janeiro de 2011
quinta-feira, 6 de janeiro de 2011
O Amor não Tem nada que Ver com a Idade
Penso saber que o amor não tem nada que ver com a idade, como acontece com qualquer outro sentimento. Quando se fala de uma época a que se chamaria de descoberta do amor, eu penso que essa é uma maneira redutora de ver as relações entre as pessoas vivas. O que acontece é que há toda uma história nem sempre feliz do amor que faz que seja entendido que o amor numa certa idade seja natural, e que noutra idade extrema poderia ser ridículo. Isso é uma ideia que ofende a disponibilidade de entrega de uma pessoa a outra, que é em que consiste o amor.
Eu não digo isto por ter a minha idade e a relação de amor que vivo. Aprendi que o sentimento do amor não é mais nem menos forte conforme as idades, o amor é uma possibilidade de uma vida inteira, e se acontece, há que recebê-lo. Normalmente, quem tem ideias que não vão neste sentido, e que tendem a menosprezar o amor como factor de realização total e pessoal, são aqueles que não tiveram o privilégio de vivê-lo, aqueles a quem não aconteceu esse mistério.
José Saramago
terça-feira, 4 de janeiro de 2011
Á noitinha...
Gosto á noite
De ouvir o cantar do mar
O quebrar das ondas uma a uma
Que se desfazem em espuma
Na areia da praia
Á luz do luar…
Da brisa marinha
Do teu cheiro a maresia
Quando á noitinha
Na bonança do temporal
me sacio no teu corpo
Com sabor a sal…
Do murmúrio do vento
Entre o amor e os ais
No enrolar das ondas
No rebolar dos corpos
Por entre as dunas e canaviais…
Gosto das noites claras
Da tua madrugada de amar
Quando sonhas que navegas
Timoneira que me levas
Nas tuas águas doces do mar...
segunda-feira, 27 de dezembro de 2010
sábado, 25 de dezembro de 2010
sábado, 18 de dezembro de 2010
Férias.
sexta-feira, 17 de dezembro de 2010
Natal...
quinta-feira, 16 de dezembro de 2010
O Amor é Muito Difícil
Penso que o amor é muito difícil. Existem muitos obstáculos a que possa ser o absoluto que é. A palavra amor é uma palavra muito gasta, muito usada, e muitas vezes mal usada, e eu quando falo de amor faço-o no sentido absoluto... há uma série de outros sentimentos aos quais também se chama amor e que não o são. No amor é preciso que duas pessoas sejam uma e isso não é fácil de encontrar. E, uma vez encontrado, não é fácil de fazer permanecer.
José Luís Peixoto, in 'Notícias Magazine (2003)'
quarta-feira, 15 de dezembro de 2010
Natal é sempre que um homem quiser...
A vida renova
com vida nova
e só assim faz sentido
nascer
viver
morrer
mas para que a vida faça sentido
é preciso dar sentido á vida...
Não interessa apenas dizer
de palavras está o mundo cheio
há que fazer
por nós
pelos outros
para que possamos todos viver
em harmonia
paz
e alegria...
O natal está aí
crianças no aconchego do seu lar
escrevem cartas ao pai Natal
no bairro de lata
ouvem-se crianças a chorar
querem comer não têm pão
rezam e não sabem porque razão
uns têm tudo
e outros não...
E no interior do meu ser
sinto o grito
do poeta
Natal é sempre
que um homem quiser...
terça-feira, 14 de dezembro de 2010
Vida.
Vejo-te tão pequenino
mas sei que serás grande
no amor
na humildade
no respeito
a vida é um circo
serás mais um actor
sentirás tristeza
alegria e amor
dentro do teu peito...
Quero para ti
uma nova vida
um novo sentir
sempre que precisares de mim
eu estarei aqui
para te guiar pela verdade
mostrar como é simples
a sinceridade
que nem sempre o mundo
é cor de rosa
também há falsidade...
Quero que cresças em paz
com carinho
e que todas as crianças
tenham o seu ninho
que vais á escola
que jogues á bola
que respeites o teu professor
para que sejas um homem
seja aonde for...
segunda-feira, 13 de dezembro de 2010
Chegou a cegonha...
domingo, 12 de dezembro de 2010
Os círculos da vida...
sábado, 11 de dezembro de 2010
Não há Nada que Resista ao Tempo
Não há nada que resista ao tempo. Como uma grande duna que se vai formando grão a grão, o esquecimento cobre tudo. Ainda há dias pensava nisto a propósito de não sei que afecto. Nisto de duas pessoas julgarem que se amam tresloucadamente, de não terem mutuamente no corpo e no pensamento senão a imagem do outro, e daí a meia dúzia de anos não se lembrarem sequer de que tal amor existiu, cruzarem-se numa rua sem qualquer estremecimento, como dois desconhecidos.
Essa certeza, hoje então, radicou-se ainda mais em mim.
Fui ver a casa onde passei um dos anos cruciais da minha vida de menino. E nem as portas, nem as janelas, nem o panorama em frente me disseram nada. Tinha cá dentro, é certo, uma nebulosa sentimental de tudo aquilo. Mas o concreto, o real, o número de degraus da escada, a cara da senhoria, a significação terrena de tudo aquilo, desaparecera.
Miguel Torga, in "Diário (1940)"
sexta-feira, 10 de dezembro de 2010
A Realidade do Amor
Que sempre existam almas para as quais o amor seja também o contacto de duas poesias, a convergência de dois devaneios. O amor, enquanto amor, nunca termina de se exprimir e exprime-se tanto melhor quanto mais poeticamente é sonhado. Os devaneios de duas almas solitárias preparam a magia de amar. Um realista da paixão verá aí apenas fórmulas evanescentes. Mas não é menos verdade que as grandes paixões se preparam em grandes devaneios. Mutilamos a realidade do amor quando a separamos de toda a sua irrealidade.
Gaston Bachelard, in ' A Poética do Devaneio'
quinta-feira, 9 de dezembro de 2010
O tempo já não dá tempo ao tempo ...
O tempo passa
como a água do rio
no aconchego do seu leito
escoa lágrimas da vida
de dentro do peito...
Tempo que tudo arrasta
intemporal para os amantes
entre alegria e tristezas
vida de incertezas
nada deixas como antes...
Deixas marcas
feridas por cicatrizar
boas recordações
muitas emoções
e segues sem parar...
Corres e desgastas
como as pedras do rio
desgastadas pela corrente
como um amor fugidio
e segues em frente...
O tempo já não dá tempo ao tempo
o tempo que era já se foi
são apenas os momentos
parados no tempo
que por vezes dói...
quarta-feira, 8 de dezembro de 2010
O meu acordar...
A vida é um sonho
do que o amor é sonho
é o adormecer abraçado de fantasia
é o sonhar em amar
de noite e de dia...
É crer no amor e nos sonhos
em noites tristes
em dias risonhos
é amar-te
é sonhar que existes...
És sono e sonho
no meu adormecer
és vida e meu fado
insónia em noite de lua cheia
o meu renascer...
És a esperança
do meu acordar
tempestade bonança
o sol que nasce
o meu respirar...
És sonho sonhado
és a noite e o meu dia
meu sonho acordado
a minha alegria...
És o meu jardim
a minha flor
sonho do tamanho do mundo
és polén do meu amor
o meu sentir profundo...
E tu já não és um sonho
és apenas o meu sonhar
a razão da minha vida
a minha flor preferida
o meu acordar...
terça-feira, 7 de dezembro de 2010
Presente.
segunda-feira, 6 de dezembro de 2010
Desejo de te amar...
Na lareira onde me aqueço
vejo-te meu anjo
com asas de fogo
não sei se te mereço
sei apenas que te amo
que nunca te esqueço...
Nas chamas quentes
aconchego meu corpo no teu
nossos corpos ausentes
mas que se sentem
no fogo que ardeu...
Lareira incandescente
o rubor da minha face
meu coração quente
o querer somente
um feliz desenlace...
Na fogueira do nosso amor
sinto o teu ardor
o fogo a crepitar
as chamas do meu vigor
o desejo de te amar...
domingo, 5 de dezembro de 2010
Excesso de Volúpia
A volúpia carnal é uma experiência dos sentidos, análoga ao simples olhar ou à simples sensação com que um belo fruto enche a língua. É uma grande experiência sem fim que nos é dada; um conhecimento do mundo, a plenitude e o esplendor de todo o saber. O mal não é que nós a aceitemos; o mal consiste em quase todos abusarem dessa experiência, malbaratando-a, fazendo dela um mero estímulo para os momentos cansados da sua existência.
Rainer Maria Rilke, in 'Cartas a um Jovem Poeta'
sábado, 4 de dezembro de 2010
sexta-feira, 3 de dezembro de 2010
Lembro-me de ti...
O dia amanhece branco , frio
lembro-me de ti
minha alma quente
de contente sorri...
A neve cai
inspiro os cheiros da vida
a tempestade acalma
apenas rumores
de pássaros silenciosos
cantando o silêncio das flores...
Da minha janela
olho o mundo
nuvens brancas libertam pedaços do céu
que flutuam entre a esperança e o temor
fecho os olhos
respiro fundo
sinto o amor...
quinta-feira, 2 de dezembro de 2010
Antonio Poteiro - Bumba Meu Boi
Blogagem colectiva.
Minha Ideia é Meu Pincel
Bumba,bumba meu boi
toca a bumbar
hoje é dia de festa
vamos lá dançar
Dança o Bastião
a pastorinha e o dono do boi
padre,doutor e sacristão
sempre assim foi.
Dança o amo,dono da fazenda
pai Chico e Catirina
que espera uma prenda
comer lingua do boi fininha.
Dança os vaqueiros
indio,india e caboclo
senhoras e cavalheiros
todo o mundo dança neste circo.
E nesta roda viva
bumba e toca a bumbar
nada de andar á deriva
ter sempre par para dançar.
Neste foclore de cores
tudo acaba em bem
todos são vencedores
e o boi não é para ninguém.
Minha Ideia é Meu Pincel
Bumba,bumba meu boi
toca a bumbar
hoje é dia de festa
vamos lá dançar
Dança o Bastião
a pastorinha e o dono do boi
padre,doutor e sacristão
sempre assim foi.
Dança o amo,dono da fazenda
pai Chico e Catirina
que espera uma prenda
comer lingua do boi fininha.
Dança os vaqueiros
indio,india e caboclo
senhoras e cavalheiros
todo o mundo dança neste circo.
E nesta roda viva
bumba e toca a bumbar
nada de andar á deriva
ter sempre par para dançar.
Neste foclore de cores
tudo acaba em bem
todos são vencedores
e o boi não é para ninguém.
Literatura.
Sinopse
No início de Agosto de 1966, García Márquez e Mercedes foram aos correios enviar o manuscrito terminado de Cem Anos de Solidão para Buenos Aires. Pareciam dois sobreviventes de uma catástrofe. O embrulho continha 490 páginas dactilografadas. O funcionário que estava ao balcão disse: «Oitenta e dois pesos.» García Márquez observou Mercedes a procurar o dinheiro na carteira. Tinham apenas cinquenta pesos, e só puderam enviar cerca de metade do livro: García Márquez pediu ao homem que estava do outro lado do balcão para tirar folhas como se fossem fatias de toucinho fumado, até os cinquenta pesos serem suficientes. Voltaram para casa, empenharam o aquecedor, o secador de cabelo e o liquidificador, regressaram aos correios e enviaram a segunda parte. Ao saírem dos correios, Mercedes parou e voltou-se para o marido: «Hei, Gabo, agora só nos faltava que o livro não prestasse.»
quarta-feira, 1 de dezembro de 2010
Tempestade passageira.
Num turbilhão de idéias
uma tempestade se abate em mim
será loucura de amor
num caos tempestivo
ou furacão passageiro
neste grito de dor.
Nesta avalanche temporal
procuro onde me recolher
talvez num mar calmo,
sereno
com ventos que não me façam tremer
e onde tudo o que sinto
angústia
mágoa
não passe de uma pequena tormenta
em mar raso
de um copo de água...
terça-feira, 30 de novembro de 2010
O Verdadeiro Gesto de Amor
Aquilo que de verdadeiramente significativo podemos dar a alguém é o que nunca demos a outra pessoa, porque nasceu e se inventou por obra do afecto. O gesto mais amoroso deixa de o ser se, mesmo bem sentido, representa a repetição de incontáveis gestos anteriores numa situação semelhante. O amor é a invenção de tudo, uma originalidade inesgotável. Fundamentalmente, uma inocência.
Fernando Namora, in 'Jornal sem Data'
segunda-feira, 29 de novembro de 2010
Nossa senhora da Boa viagem em Constância.
Recebi o convite que muito me honra em postar este vidio do:
http://viagensaomeuplaneta.blogspot.com
Este é um vidio que relacta um dos pontos altos das festas em honra Nossa senhora da Boa viagem em Constância.
http://viagensaomeuplaneta.blogspot.com
Este é um vidio que relacta um dos pontos altos das festas em honra Nossa senhora da Boa viagem em Constância.
domingo, 28 de novembro de 2010
Nunca Ninguém Amou Completamente
Vou deitar-te na eternidade, que é esse o teu lugar, é esse, é esse. E agora só tenho que te amar tudo de ti, não deixar nada de fora. Porque, sabê-lo-ás? Nunca ninguém amou completamente, houve sempre uma forma de amar fragmentária, parcial. Amou-se sempre em função de uma fracção do amor como se usou um vestuário segundo a moda, desde o calção ou o penante de plumas. Vou-te amar como Deus. Não, não. Deus não sente prazer nem movimento progressivo até ao prazer, coitado, é tão infeliz. Vou-te amar como um homem desde que os há, desde o tempo das cavernas até hoje e com um pequeno suplemento que é só meu.
Vergílio Ferreira, in "Em Nome da Terra"
sábado, 27 de novembro de 2010
sexta-feira, 26 de novembro de 2010
A Vida não Cabe numa Teoria.
A vida... e a gente põe-se a pensar em quantas maravilhosas teorias os filósofos arquitectaram na severidade das bibliotecas, em quantos belos poemas os poetas rimaram na pobreza das mansardas, ou em quantos fechados dogmas os teólogos não entenderam na solidão das celas. Nisto, ou então na conta do sapateiro, na degradação moral do século, ou na triste pequenez de tudo, a começar por nós.
Mas a vida é uma coisa imensa, que não cabe numa teoria, num poema, num dogma, nem mesmo no desespero inteiro dum homem.
A vida é o que eu estou a ver: uma manhã majestosa e nua sobre estes montes cobertos de neve e de sol, uma manta de panasco onde uma ovelha acabou de parir um cordeiro, e duas crianças — um rapaz e uma rapariga — silenciosas, pasmadas, a olhar o milagre ainda a fumegar.
Miguel Torga, in "Diário (1941)"
quinta-feira, 25 de novembro de 2010
Frida Kahlo - Auto retrato
Blogagem Coletiva proposta pela amiga Glorinha de Leon do Blog Café com Bolo
Minha idéia é meu pincel.
Auto retrato
pintado na tela
em cores vazias de palavras
reflexos de espelhos de água
enquadrado na minha janela...
Meu rosto
fotografia da minha alma
espelho meu
traço a traço
de quem já sofreu...
Retrata sentimentos
grava emoções
reproduz imagens
descreve a alegria e a dor
outras recordações...
Olho para o espelho
revejo-me na tela
esboço esperanças
traço vestígios
da minha estrela...
Auto retrato
diz-me quem eu sou
de onde vim
o que faço aqui
para onde vou...
Passo a passo
construo meu auto retrato
á minha imagem e semelhança
pinceladas direitas em curvo traço
de amor paz e esperança.
Minha idéia é meu pincel.
Auto retrato
pintado na tela
em cores vazias de palavras
reflexos de espelhos de água
enquadrado na minha janela...
Meu rosto
fotografia da minha alma
espelho meu
traço a traço
de quem já sofreu...
Retrata sentimentos
grava emoções
reproduz imagens
descreve a alegria e a dor
outras recordações...
Olho para o espelho
revejo-me na tela
esboço esperanças
traço vestígios
da minha estrela...
Auto retrato
diz-me quem eu sou
de onde vim
o que faço aqui
para onde vou...
Passo a passo
construo meu auto retrato
á minha imagem e semelhança
pinceladas direitas em curvo traço
de amor paz e esperança.
quarta-feira, 24 de novembro de 2010
Saudade tua...
terça-feira, 23 de novembro de 2010
Bálsamo do amor...
Por ti
serei água e fogo
descobrirei outra forma de amar
mais doce
mais terna.
Vou sentir o calor do Sol
a brisa do vento
a força das ondas.
Irei por esses montes fora
semearei ternura
irei navegar em outros mares
enfrentarei tempestades
vendavais.
subirei montanhas
chegarei perto do céu
sentar-me numa estrela.
direi ao mundo
que te amo
que te desejo
que és o bálsamo
de um amor profundo.
segunda-feira, 22 de novembro de 2010
O Sexo é um Caso Sério
Pensai no casal mais belo, mais encantador, como ele se atrai e se repele, se deseja e foge um do outro com graça num belo jogo de amor. Chega o instante da volúpia, e toda a brincadeira, toda a alegria graciosa e doce de súbito desapareceram. Porquê? Porque a volúpia é bestial, e a bestialidade não ri. As forças da natureza agem por toda a parte seriamente. A volúpia dos sentidos é o oposto do entusiasmo que nos abre o mundo ideal. O entusiasmo e a volúpia são graves e não comportam a brincadeira.
Arthur Schopenhauer, in 'Metafísica do Amor'
domingo, 21 de novembro de 2010
Vendaval de desejos...
Há dentro de mim um desejo
que queima as minhas entranhas
o aninhar-me no teu corpo
amar-te até sentir a dor
do teu amor em lágrimas...
Porque o meu desejo é
fogo que me faz arder
me enche de luz
o mesmo que me ilumina
me inflama de tanto te querer...
Tu, imagem dos meus desejos
enlouquecidos pelos teus cheiros de fêmea
desejos de sorver a tua carne
em grandes beijos
fundir-me em ti minha alma gémea...
Porque o meu desejo
é amor é querer é ambição
na liberdade do meu ensejo
num desejo ardente
almejado na minha solidão...
É amar-te num vendaval de desejos
sentir-te em todas as minhas madrugadas
pelo teu cheiro pelo teu suor
debaixo dos lençóis te tocar
com desejo e muito amor...
sábado, 20 de novembro de 2010
Sorriso.
sexta-feira, 19 de novembro de 2010
Literatura.
Em Busca do Carneiro Selvagem, Haruki Murakami,
Sinopse
Murakami tece uma história onde a realidade é palpável, dura e fria, e seria a verdade de qualquer um, não fosse um leve pormenor: é uma realidade absolutamente fantástica...
Um publicitário divorciado, que tem um caso com uma rapariga de orelhas fascinantes, vê-se envolvido, graças a uma fotografia publicitária, numa trama inesperada: alguém quer que ele encontre um carneiro! Mas não é um carneiro qualquer. É um animal que pode mudar o rumo da história. Um carneiro sobrenatural…
Sinopse
Murakami tece uma história onde a realidade é palpável, dura e fria, e seria a verdade de qualquer um, não fosse um leve pormenor: é uma realidade absolutamente fantástica...
Um publicitário divorciado, que tem um caso com uma rapariga de orelhas fascinantes, vê-se envolvido, graças a uma fotografia publicitária, numa trama inesperada: alguém quer que ele encontre um carneiro! Mas não é um carneiro qualquer. É um animal que pode mudar o rumo da história. Um carneiro sobrenatural…
quinta-feira, 18 de novembro de 2010
Danseuses bleues.
quarta-feira, 17 de novembro de 2010
Ponto de encontro...
terça-feira, 16 de novembro de 2010
Gostar...
Gosto do mundo Azul
dos raios do sol
da cheia lua
do teu corpo suado
transfigurado quando flutua...
Gosto da essência que liberta
o sabor amargo do teu suor
acariciar teus seios
senti-los cheios
de amor...
gosto em noite de luar
olhar o azul do mar
beijar teu corpo de sereia
e com a lua a flutuar
possuir-te na areia...
Gosto de te ter nos meus braços
cruzar a minha vida com a tua
saciar-me de beijos
matar os meus desejos
olhar para a lua...
domingo, 14 de novembro de 2010
Suor de mel...
Quando eu danço
as ondas do mar
dançam envoltas na maresia
enrolam na areia
dançando com alegria...
O Sol dança com a Lua
tua cabeça no meu peito
corpos suados num tropel
perfume rarefeito
suor de mel...
Danço balanço
sacio o meu desejo
abraço e rodopio
abraço teu corpo ardente
enquanto te acaricio...
Deleito-me com o olhar
nos teus gestos de sedução
nossos lábios se tocam
enleados rodopiamos
dançamos com paixão.
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