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sexta-feira, 19 de março de 2010

Fim de semana.


Lembro-me o que fui dantes. Quem me dera
Não me lembrar! Em tardes dolorosas
Eu lembro-me que fui a Primavera
Que em muros velhos fez nascer as rosas!

As minhas mãos, outrora carinhosas,
Pairavam como pombas... Quem soubera
Porque tudo passou e foi quimera,
E porque os muros velhos não dão rosas!

São sempre os que eu recordo que me esquecem...
Mas digo para mim: "Não me merecem..."
E já não fico tão abandonada!

Sinto que valho mais, mais pobrezinha:
Que também é orgulho ser sozinha,
E também é nobreza não ter nada!

Florbela Espanca

5 comentários:

Regina Rozenbaum disse...

Fui âncora para a vida de alguém por tantos anos, que quase me esqueci de como era navegar a mercê do meu desejo...Bom fds prá vc também, amigo!
Beijuuss n.c.

www.toforatodentro.blogspot.com

Unknown disse...

Lindo poema, Manuel!

"Que em muros velhos fez nascer as rosas!"

Devemos nos renovar a cada dia!


Adoro seu blog!

Abraços
Lia

www.liaks25.blogspot.com

Glorinha L de Lion disse...

Por vezes fui âncora, mas nasci para ser mar...em meus sonhos e pensamentos não há corda, nem âncora, nem bola de ferro que os segure...
Bjs

Jorge disse...

Florbela Espanca é irrepetível e inconfundível.
A tristeza, por vezes,também traz alegria e nos muros velhos permanece o perfume das rosas que outrora deram.
O perfume da poesia de Florbela é eterno.
Saudações Sinienses.

angela disse...

Uma boa navegação neste fim de semana.
beijos