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quinta-feira, 15 de julho de 2010

Nós fazemos a diferença.


Ganhei este, selo: "Blogueiros por um mundo melhor - nós fazemos a diferença"! , da minha amiga, Rê do blog http://toforatodentro.blogspot.com

Não vou nomear nimguém mas indicar todo o mundo,

´Para quem levar é obrigatório postar "algo" dizendo como se deseja que o mundo seja. Como esse mundo pode ser melhor.


"A imaginação tem todos os poderes: ela faz a beleza, a justiça, e a felicidade, que são os maiores poderes do mundo .
Vamos todos imaginar um mundo melhor.

O Papel do Sonho na Vida




Por vezes, o homem é mais sincero e rico na desordem dos sonhos que na consciência unitária do raciocinador acordado, mas nós vivemos enquanto negamos o sonho e o tornamos inútil. O génio é a extradição do sonho, porque enriquece a consciência com as reservas e as pessoas do inconsciente. Expulsa o selvagem e o delinquente, destila a sagacidade do louco, adopta a criança e escuta o poeta. Não é autocrata surdo, como o homem vulgar, mas pai de iguais. A concórdia de se terem almas subterrâneas faz a grandeza do génio, e a sua obra é a sublimação do sonho, desenrolado na vida verdadeira, liberdade concedida aos pensamentos inocentes dos reclusos.

Escolher é próprio do homem, mas escolhe-se com a rejeição e mais com o acolhimento. Vencer não significa apenas destruir, mas incorporar. A razão será tanto mais razoável quanto maior a loucura que assumir em si; o herói será mais forte se transferir para si a energia do pecador, e a fantasia do poeta tornará mais profundos os cálculos do político.
Quando o chefe da alma é o poeta, verdadeiramente poeta, não encarcera a razão, mas condu-la consigo para cima, ao céu em que até o silogismo se torna fogo. Quando o vitorioso é o santo, até o ladrão, sob a forma de arrependimento, é elevado ao paraíso. E os espectos, tornados participantes da luz, não têm motivo para recorrer às fantasias nocturnas para se iludirem de que vivem. A vida não é sonho, mas a urdidura dos sonhos pode iluminar e embelezar a trama da vida.

Giovanni Papini, in 'Relatório Sobre os Homens'

quarta-feira, 14 de julho de 2010

Aprendamos, Amor




Aprendamos, amor, com estes montes
Que, tão longe do mar, sabem o jeito
De banhar no azul dos horizontes.

Façamos o que é certo e de direito:
Dos desejos ocultos outras fontes
E desçamos ao mar do nosso leito.

José Saramago, in "Os Poemas Possíveis"

A Nossa Arte




A arte de desenvolver os pequenos motivos para nos decidirmos a realizar as grandes acções que nos são necessárias. A arte de nunca nos deixarmos desencorajar pelas reacções dos outros, recordando que o valor de um sentimento é juízo nosso, pois seremos nós a senti-lo e não os que assistem. A arte de mentir a nós próprios, sabendo que estamos a mentir. A arte de encarar as pessoas de frente, incluindo nós próprios, como se fossem personagens de uma novela nossa. A arte de recordar sempre que, não tendo nós qualquer importância e não tendo também os outros qualquer espécie de importância, nós temos mais importância que qualquer outro, simplesmente porque somos nós.
A arte de considerar a mulher como um pedaço de pão: problema de astúcia. A arte de mergulhar fulminante e profundamente na dor, para vir novamente à tona graças a um golpe de rins. A arte de nos substituirmos a qualquer um, e de saber, portanto, que cada pessoa se interessa apenas por si própria. A arte de atribuir qualquer dos nossos gestos a outrem, para verificarmos imediatamente se é sensato.
A arte de viver sem a arte.
A arte de estar só.

Cesare Pavese, in 'O Ofício de Viver'

terça-feira, 13 de julho de 2010

Amor




Por teu ventre começa a minha vida,
Por teus olhos a estrela que me guia.
Amor, que Deus te salve! — Ave-Maria
Cheia de Graça ó Bem-Aparecida.

Por meu e por teu verbo de harmonia
Se fará eterna origem comovida
De outros frutos de Amor! — Ave-Maria,
Senhora da minh'alma apetecida.

E meu sangue amoroso e produtivo
Se fará carne e espírito fecundo
À tua imagem noutro corpo vivo.

E assim ambos, Amor, iremos ser
Seio da vida originando o mundo
Por teu ventre bendito de Mulher.

Afonso Duarte, in "Ritual do Amor"

Quando Falo com Sinceridade não sei com que Sinceridade Falo




Não sei quem sou, que alma tenho.
Quando falo com sinceridade não sei com que sinceridade falo. Sou váriamente outro do que um eu que não sei se existe (se é esses outros).
Sinto crenças que não tenho. Enlevam-me ânsias que repudio. A minha perpétua atenção sobre mim perpétuamente me ponta traições de alma a um carácter que talvez eu não tenha, nem ela julga que eu tenho.
Sinto-me múltiplo. Sou como um quarto com inúmeros espelhos fantásticos que torcem para reflexões falsas uma única anterior realidade que não está em nenhuma e está em todas.
Como o panteísta se sente árvore [?] e até a flor, eu sinto-me vários seres. Sinto-me viver vidas alheias, em mim, incompletamente, como se o meu ser participasse de todos os homens, incompletamente de cada [?], por uma suma de não-eus sintetizados num eu postiço.

Fernando Pessoa, in 'Para a Explicação da Heteronímia'

Em amor


Em amor, não há um último adeus, a não ser aquele que não diz ...

segunda-feira, 12 de julho de 2010

"Quem és, deixa marca!!"


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Recebi uma mensagem maravilhosa,do blog Tecendo idéias(http://baliar.blogspot.com) que pensei em compartilhar com vocês propondo a ação! O texto já explica como fazer, e, depois que ler, você decide se quer participar. Caso também tenha alguém pra quem queira entregar a faixa azul, pegue a imagem e o texto e leve com você. Imagine o efeito multiplicador desta ação entre amigos!!


Uma professora de Nova York decidiu honrar cada um de seus alunos que estavam por se graduar no colégio, falando-lhes da marca que cada um deles havia deixado. Chamou cada um dos estudantes à frente da classe, um a um. Primeiro, contou a cada um como haviam deixado marca na vida dela e na da turma. Logo presenteou cada um, com uma faixa azul, impressa com letras douradas, na qual se lia: “Quem sou deixa marca.”

Por fim, a mestra decidiu fazer um projeto de aula para ver o impacto que o reconhecimento teria na comunidade. Deu a cada aluno mais três faixas azuis e lhes pediu que levassem adiante esta cerimônia de reconhecimento. E que deveriam acompanhar os resultados, ver quem premiou quem, e informar à turma no final de uma semana.

Um dos alunos foi ver um jovem executivo de uma indústria próxima e o premiou por tê-lo ajudado com o planejamento de sua carreira. Deu-lhe uma faixa azul, e colou-a em sua camisa. Em seguida deu-lhe as duas faixas extras e lhe disse: “Estamos fazendo em aula um projeto de... ‘reconhecimento’, e gostaríamos que você encontrasse alguém a quem premiar e lhe desse uma faixa azul.”

Mais tarde, nesse mesmo dia, o jovem executivo foi ver seu chefe que tinha reputação de ser uma pessoa amargurada, e lhe disse que o admirava profundamente por ser um gênio criativo. O chefe pareceu ficar muito surpreso. Então o jovem executivo lhe perguntou se ele aceitaria o presente da faixa azul e se lhe dava permissão de colocá-la em sua camisa. O chefe disse: “Bem…claro!” Então o jovem executivo pegou uma das faixas azuis e a colocou no casaco do chefe, bem sobre seu coração, e, oferecendo-lhe a última faixa, perguntou: “Poderia pegar esta faixa extra e passá-la a alguém mais a quem queira premiar? O estudante que me deu estas faixas está fazendo um projeto de aula, e queremos continuar esta cerimônia de reconhecimento para ver como vai afetar as pessoas.”

Nessa noite, o chefe chegou em casa, sentou- se com seu filho de 14 anos, e lhe disse: “Hoje me aconteceu algo incrível Estava no meu escritório e um de meus empregados veio e me disse que me admirava; então me deu uma faixa azul por me considerar um gênio criativo. Imagina! Ele pensa que eu sou um gênio criativo! Logo me pôs uma faixa azul que diz: “Quem sou deixa marca". Deu-me uma faixa extra e me pediu que encontrasse alguém mais a quem premiar. Quando eu estava dirigindo para casa esta noite, comecei a pensar a quem poderia premiar com esta faixa, e pensei em ti. Quero premiar a ti. Meus dias são muito agitados e quando venho para casa, não te dou muita atenção; grito contigo por não tirar boas notas e pela desordem em teu quarto. Por isso, esta noite, só quero sentar-me aqui e… bem… te dizer que és muito importante para mim. Tu e tua mãe são as pessoas mais importantes em minha vida. És um grande garoto e te amo muito!”

O garoto surpreendido começou a soluçar e a chorar, e não conseguia parar. Todo o seu corpo tremia. Olhou para seu pai e entre lágrimas lhe disse: “Papai, momentos atrás me sentei em meu quarto e escrevi uma carta para ti e para mamãe, explicando porque tinha tirado minha vida, e lhes pedia que me perdoassem. Ia me suicidar esta noite depois de vocês terem dormido. Eu pensava que vocês não se importavam comigo. A carta está lá em cima, mas não creio que eu vá precisar dela, depois de tudo o que conversamos.”

Seu pai subiu ao segundo piso e encontrou a carta, sincera e cheia de angústia e dor. No dia seguinte, o chefe regressou ao trabalho totalmente modificado. Já não estava amargurado, e se empenhou em fazer todos os seus empregados saberem que cada um deles faz a diferença. Por outro lado, o jovem executivo ajudou muitos outros jovens a planejarem suas carreiras, inclusive o filho do chefe, e nunca se esqueceu de recordar-lhes que eles deixavam marcas em sua vida. Ainda mais, o jovem e seus companheiros de classe aprenderam uma lição muito valiosa. “Quem és, deixa marca.”




Bem, eu estou passando a faixa azul para você, que passou a fazer parte do meu cotidiano. A você que enfeita meus dias com tua presença, me emociona com as mensagens, me ensina com tua sabedoria, me alegra com tua amizade, me encanta com teu carinho. Receba tua faixa azul, pela importância que já tens na minha vida. Porque...

"Quem és, deixa marca!!"

E aí, quer participar???

Centro de Ciência Viva de Constância


Centro de Ciência Viva de Constância promove ASTROFESTA 2010
Nos próximos dias 16, 17 e 18 de Julho, o Centro de Ciência Viva de Constância - Parque de Astronomia (CCV), localizado no Alto de Santa Bárbara em Constância, recebe a Astrofesta 2010.

Em colaboração com o Museu de Ciência da Universidade de Lisboa e o apoio da Câmara municipal de Constância, o Centro Ciência Viva de Constância vai realizar mais uma edição da Astrofesta com a organização de actividades variadas – palestras, observações, sessões de planetário, cursos, exposições, entre outras actividades – com o objectivo de sensibilizarem o público para a ciência através da Astronomia.

A participação nesta actividade implica inscrição, pelo que os interessados devem contactar o CCV, através do número de telefone 249 730 066, ou via correio electrónico para info@constancia.cienciaviva.pt.

PROGRAMA

Exposição de "Astropintura" por Luís Carmo

6ª Feira - 16 de Julho

21h00 – Recepção aos participantes
21h30 às 24h00 – Observações nocturnas

Sábado - 17 de Julho

10h00 às 23h00 – Curso de Introdução à Astronomia (Nível I)

14h30 – Sessão de abertura

OUTRAS ACTIVIDADES

10h00 – Visita orientada ao Parque Exterior
11h00 – Sessão de Planetário
12h00 – Observação do Sol

14h00 – Construção de um Telescópio de Kepler
15h00 – Observação do Sol
16h00 – Sessão de Planetário
17h00 – Construção de relógio de Sol e astrolábio
18h00 – Visita orientada ao Parque Exterior

21h30 – Início das observações nocturnas:
• Cúpula 1 – M56, M57, M27, Albireo, M32
• Cúpula 2 – Lua (até às 23h00), M13
• Cúpula 3 – Saturno (até às 23h00), M4, M8, M20, Júpiter a partir da 1h00 de Domingo

PALESTRAS

15H00 – Máximo Ferreira – CCVCTítulo: «Um Passeio pelo Céu – Recursos para reconhecer objectos celestes»
16h00 – Luís Saraiva – MCUL Título: (a designar)
17h00 – Luís Miguel Carolino - MCULTítulo: «Medir os céus para dominar a Terra: a Astronomia na Escola Politécnica, 1837- 1911»
18h00 – Ricardo Monteiro - Universidade de CambridgeTítulo: Buracos Negros
19h00 – Mário Loureiro – CCVCTítulo: Bioadversidade
21h00 – João Paulo Vieira – ORIONTítulo: (a designar)22h00 - Rui Agostinho - FCUL/OALTítulo: Um Universo de Galáxias
23h00 – Máximo Ferreira – CCVCTítulo: «Um passeio pelo céu real»

Domingo - 18 de Julho

0h00 às 6h30 – Continuação das observações nocturnas
Por CMC

Literatura


Sinopse: O assassínio do Presidente da República Sidónio Pais, ocorrido em 1918, é um mistério. Apesar de a polícia ter prendido um suspeito, este nunca foi julgado. A tragédia ocorreu quando Lisboa estava a braços com a pneumónica, a mais mortífera epidemia que atravessou o séc. XX e, ainda, na ressaca da Primeira Guerra Mundial. A cidade estava exaurida de fome e sofrimento. É neste ambiente magoado e receoso que Sidónio Pais é assassinado na estação do Rossio em Dezembro de 1918.

Francisco Moita Flores constrói um romance de amor e morte. Fundamentado em documentos da época, reconstrói o homicídio do Presidente-Rei, utilizando as técnicas forenses e que, de certa forma, continuam a ser reproduzidas em séries televisivas de grande divulgação sobre as virtualidades da polícia científica. Os resultados são inesperados e (Morro Bem. Salvem a Pátria?) é um verdadeiro confronto com esse tempo e as verdades históricas que ao longo de décadas foram divulgadas, onde o leitor percorre os medos e as esperanças mais fascinantes dessa Lisboa republicana que despertava para a cidade que hoje vivemos. E sendo polémico, é terno, protagonizado por personagens que poucos escritores sabem criar. Considerado um dos mestres da técnica de diálogo, Moita Flores provoca no leitor as mais desencontradas emoções que vão da gargalhada hilariante ao intenso sofrimento. Um romance que vem da História. Uma história única para um belo romance.

domingo, 11 de julho de 2010

Amizade.


Amizade
bem precioso
de afectos
amor
muito saboroso...
Disposição de alma
sentimentos
aptidão do meu sentir
sensibilidade
o meu sorrir...
Fraternidade
simpatia
laços de solidariedade
inclinação recíproca
na dor
no prazer
ternura interior...

sábado, 10 de julho de 2010

sexta-feira, 9 de julho de 2010

Amizade.



Recebi da minha querida amiga:Manuela Freitas
do blog
http://vivercomlight.blogspot.com


"A amizade desenvolve a felicidade e reduz o sofrimento, duplicando a nossa alegria e dividindo a nossa dor."

Joseph Addison

URGENTEMENTE



É urgente o amor.
É urgente um barco no mar.

É urgente destruir certas palavras,
Ódio, solidão e crueldade,
Alguns lamentos,
Muitas espadas.

É urgente inventar a alegria,
Multiplicar as searas,
É urgente descobrir rosas e rios
E manhãs claras.

Cai o silêncio nos ombros e a luz
Impura, até doer.
É urgente o amor, é urgente
Permanecer.

Eugénio de Andrade, Antologia Breve

quinta-feira, 8 de julho de 2010

Amizade




Recebi este selo do blog que muito admiro http://chocolatecompimentagtt.blogspot.com
Fiquei muito feliz quando me indicou para recebê-lo.

As regras são: responder a pergunta abaixo e indicar 5 blogs


O que te aquece o coração?

Lealdade,amizade, amor e paz.


5 dos blogs que me aquecem o coração:

http://vivercomlight.blogspot.com
http://cantodecontarcontos.blogspot.com
http://baliar.blogspot.com
http://vivereafinaroinstrumento.blogspot.com
http://rosani22.blogspot.com

No teu olhar...


No teu olhar
procuro encontrar
reflexo dos olhos meus
luz do luar
nos olhos teus...
Amar-te ao crepúsculo
no raiar do dia
olhar teus olhos
doces de fantasia...
Olhares profundos
sentidos
olhar teus olhos
enternecidos...
Ternura e emoção
olhar carinhoso
doce
suave
ternurento,mavioso.
Nos teus olhos
deslumbro os meus
comtemplo o teus
sinto o teu carinho
saudades
de um adeus...

Conversão Mental




Os métodos de conversão religiosa foram até agora considerados mais sob ângulos psicológicos e metafísicos que psicológicos e mecanísticos; contudo, as técnicas empregadas aproximam−se tanto frequentemente das modernas técnicas políticas de lavagem cerebral e controle da mente que cada uma delas lança luz sobre os mecanismos da outra. É conveniente começar com a história melhor documentada de conversão religiosa, que tem em comum com a conversão política o facto de um indivíduo ou grupo de indivíduos poder adoptar novas crenças ou padrões de comportamento, em resultado de revelações surgidas na mente repentinamente e com grande intensidade, muitas vezes depois de períodos de grande tensão emocional.

William Sargant, in 'A Luta Pela Mente'

quarta-feira, 7 de julho de 2010

A Mulher Nua




Humana fonte bela,
repuxo de delícia entre as coisas,
terna, suave água redonda,
mulher nua: um dia,
deixarei de te ver,
e terás de ficar
sem estes assombrados olhos meus,
que completavam tua beleza plena,
com a insaciável plenitude do seu olhar?

(Estios; verdes frondas,
águas entre as flores,
luas alegres sobre o corpo,
calor e amor, mulher nua!)

Limite exacto da vida,
perfeito continente,
harmonia formada, único fim,
definição real da beleza,
mulher nua: um dia,
quebrar-se-á a minha linha de homem,
terei que difundir-me
na natureza abstracta;
não serei nada para ti,
árvore universal de folhas perenes,
concreta eternidade!

Juan Ramón Jiménez, in "La Mujer Desnuda"

A Felicidade não Inclui o Êxtase




A sensação de sermos unos com a natureza animal, vegetal e mineral, e a satisfação de mergulhar nessa sensação, não é de todo degradante. É tão bom sentir pulsar dentro de nós toda a vida, e simultaneamente buscar aquela existência superior cuja realização só nos é possível sonhar ou pressentir!
Não permitis que considerem fantasmas os dois grandes pólos do homem, a verdade e a felicidade; quando sonhamos sonhos de felicidade, é certo já a termos conquistado.
A satisfação de uma paixão absolutamente pessoal é embriaguez ou prazer: não é felicidade.
A felicidade é algo duradouro e indestrutível; caso contrário, não seria felicidade. Aqueles que gostariam de perpetuar a embriaguez e de incluir nela a felicidade, andam atrás do impossível. O êxtase é um estado excepcional cuja permanência nos mataria, e a natureza inteira depressa se eclipsaria sob a influência desse estado delirante.

George Sand, in 'Diário Íntimo'

terça-feira, 6 de julho de 2010

Inocência




De um lado, a veste; o corpo, do outro lado,
Límpido, nu, intacto, sem defesa...
Mitológico rosto debruçado
Na noite que, por ele, fica acesa!

Se traz os lábios húmidos e lassos
É que a paixão sem mácula ainda o cega
E tatuou na curva de alvos braços
As sete letras da palavra: entrega.

Acre perfume o dessa flor agreste.
Álcool azul o desse verde vinho.
De um lado o corpo; do outro lado, a veste
Como luar deitado no caminho...

Em frente há um pinheiro cismador.
O rio corre, vagaroso ao fundo.
Na estrada ninguém passa... Ai! tanto amor
Sem culpa!
Ai! dos Poetas deste mundo!

Pedro Homem de Mello, in "O Rapaz da Camisola Verde"