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domingo, 20 de setembro de 2009

Pergunta .




Quem vem de longe e sabe o nome do meu lugar
e levou o caminho das conchas em mar
e dos olhos em rio
— quem vem de longe chorar por mim?

Quem sabe que eu findo de dureza
e condensa ternura em suas mãos
para a derramar em afagos
por mim?

Quem ouviu a angústia do meu brado,
sirene de um navio a vadiar no largo,
e me traz seus beijos e sua cor,
perdendo-se na bruma das madrugadas
por mim?

Quem soube das asperezas da viagem
e pediu o pão negado
e o suor ao corpo torturado,
por mim? por mim?

Quem gerou o mundo e lhe deu seu nome
e seu tamanho — imenso, imenso,
e em mim cabe?

Fernando Namora.

4 comentários:

angela disse...

Quantas perguntas Manuel e não sei a resposta.
beijos

AFRICA EM POESIA disse...

Manuel
Cada folha uma saudade...




OUTONO


Estou a ver-te…
Árvore de Outono…
Porque estás nua?
Porque deixaste fugir
As tuas folhas…
E os teus ramos…
Ficaram secos e frios…
Longos e nus…
Porque deixas
Porque sofres?
Porque tem frio?

Porque…
É preciso renascer…
É preciso sofrer…
Para viveres novamente…

E assim árvore nua…
Vais voltar…
Mais frondosa…
Mais bonita…
E…
Vais estar outra vez…
Pronta para a nova primavera…



Lili Laranjo

Anónimo disse...

E PERGUNTO EU!

SERÁ QUE NAO PODEREMOS COMPARAR A VIDA NA TERRA, COM O VERAO?
-É QUE SEM SE QUERER, JÁ ACABOU.
HOJE JÁ É OUTONO E COMO TUDO, TAMBÉM TERÁ A SUA BELEZA, MAS O FRIO VIRÁ.
BEIJINHO.

Dalva M. Ferreira disse...

Bonito demais!