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segunda-feira, 5 de abril de 2010

Em tons de Rosa.


Em sonhos cor de Rosa
alimentei ilusões
quimeras
utopias
construí castelos no ar
vivi num mundo
de fantasias...

Rosa cor de mulher
femenina delicada
cor de rosa de afeição
tens tons eróticos
infedilidade
e perdão...

Rosa flor
rosa bela
rosa cor de rosa
rosa mulher
rosa do amor
dos sonhos do prazer...

A rosa é rainha das flores,toda a mulher é uma rosa,toda a mulher é uma rainha.

sábado, 3 de abril de 2010

Páscoa


Páscoa é ressurreição...
E ressurreição é:
Passagem...
Mudança...
Renascer...
Passar é sair do lugar, da rotina...
Mudar é transformar...
Trocar uma vida gasta e empoeirada por um modo de ser e de viver...

Renascer é um recomeçar...
É "ser de novo"
De aniquilar a rotina e de recomeçar...
Por isso seja de novo...
Recomece!
Agora é o tempo e a hora...
Feliz recomeçar!
Feliz libertar-se!
Feliz Páscoa

A Páscoa no Mundo

Os festejos da Páscoa em todo o mundo
possuem variações em suas origens e significados.

Na China

O "Ching-Ming" é uma festividade que ocorre na mesma época da Páscoa,
onde são visitados os túmulos dos ancestrais e feitas oferendas, em forma
de refeições e doces, para deixá-los satisfeitos com os seus descendentes.

Nos países da Europa Oriental, como Ucrânia,
Estônia, Lituânia e Rússia

A tradição mais forte é a decoração de ovos com os quais
serão presenteados amigos e parentes.
A tradição diz que, se as crianças forem bem comportadas na noite anterior
ao domingo de Páscoa e deixarem um boné de tecido num lugar escondido,
o coelho deixará doces e ovos coloridos nesses "ninhos".

Na Europa

As origens da Páscoa remontam a bem longe, aos antigos rituais pagãos
do início da primavera (que no Hemisfério Norte inicia em março).
Nestes lugares, as tradições de Páscoa incluem a decoração de ovos cozidos
e as brincadeiras com os ovos de Páscoa como, por exemplo:
rolá-los ladeira abaixo, onde será vencedor aquele ovo que rolar
mais longe sem quebrar.

Nos Estados Unidos

A brincadeira mais tradicional ainda é a "caça ao ovo",
onde ovos de chocolate são escondidos pelo quintal ou pela casa
para serem descobertos pelas crianças na manhã de Páscoa.
Em algumas cidades a "caça ao ovo" é um evento da comunidade
e é usada uma praça pública para esconder os ovinhos.

No Brasil e América Latina

O mais comum é as crianças montarem seus próprios ninhos de Páscoa,
sejam de vime, madeira ou papelão, e enchê-los de palha ou papel picado.
Os ninhos são deixados para o coelhinho colocar doces e ovinhos
na madrugada de Páscoa.
A "caça ao ovo" ou "caça ao cestinho" também é utilizada.

Canção de Madrugar



Obs:Este vídio foi sugestão da minha querida amiga Rosa de Oliveira do blog

.http://metafisicadacoincidencia.blogspot.com/

Rua da saudade.


De linho te vesti
De nardos te enfeitei
Amor que nunca vi
Mas sei

Sei dos teus olhos acesos na noite
Sinais de bem despertar
Sei dos teus braços abertos a todos
Que morrem devagar
Sei meu amor inventado que um dia
Teu corpo pode acender
Uma fogueira de sol e de fúria
Que nos verá nascer

Irei beber em ti
O vinho que pisei
O fel do que sofri e dei
Dei do meu corpo um chicote de força
Rasei meus olhos com água
Dei do meu sangue uma espada de raiva
E uma lança de mágoa
Dei do meu sonho uma corda de insónias
Cravei meus braços com setas
Descobri rosas, alarguei cidades
E construí poetas

E nunca te encontrei
Na estrada do que fiz
Amor que não logrei
Mas quis

Sei meu amor inventado que um dia
Teu corpo pode acender
Uma fogueira de sol e de fúria
Que nos verá nascer
Então:

Nem choros, nem medos, nem uivos, nem gritos,
Nem pedras, nem facas, nem fomes, nem secas,
Nem feras, nem ferros, nem farpas, nem farsas,
Nem forcas, nem cardos, nem dardos, nem trevas,
Nem choros, nem medos, nem uivos, nem gritos,
Nem pedras, nem facas, nem fomes, nem secas,
Nem terras, nem ferros, nem farpas, nem farsas
Nem MAL

José Carlos Ary dos Santos

sexta-feira, 2 de abril de 2010

A Minha Hora




Que horas são? O meu relógio está parado,
Há quanto tempo!...
Que pena o meu relógio estar parado
E eu não poder marcar esta hora extraordinária!
Hora em que o sonho ascende, lento, muito lento,
Hora som de violino a expirar... Hora vária,
Hora sombra alongada de convento...

Hora feita de nostalgia
Dos degredados...
Hora dos abandonados
E dos que o tédio abate sem cessar...
Hora dos que nunca tiveram alegria,
Hora dos que cismam noite e dia,
Hora dos que morrem sem amar...

Hora em que os doentes de corpo e alma,
Pedem ao Senhor para os sarar...
Hora de febre e de calma,
Hora em que morre o sol e nasce o luar...
Hora em que os pinheiros pela encosta acima,
São monges a rezar...

Hora irmã da caridade
Que dá remédio aos que o não têm...
Hora saudade...
Hora dos Pedro Sem...
Hora dos que choram por não ter vivido,
Hora dos que vivem a chorar alguém...

Hora dos que têm um sonho águia mas... ai!
Águia sem asas para voar...
Hora dos que não têm mãe nem pai
E dos que não têm um berço p'ra embalar...
Hora dos que passam por este mundo,
De olhos fechados, a sonhar...

Hora de sonhos... A minha hora
- 'Stertor's de sol, vagidos de luar -
Mas... ai! a lua lá vem agora...
- Senhora lua, minha senhora,
Mais um minuto para a minha hora,
Mais um minuto para sonhar...

Saúl Dias, in "Dispersos (Primeiros Poemas)"

Pink Floyd

Fim de semana.



Primeiro toma-se um copo,depois o copo ,toma outro copo,depois o copo, toma conta da gente...

O fim de semana está á porta,se conduzir não beba.

Bom fim de semana e uma Páscoa feliz.

quinta-feira, 1 de abril de 2010

Inocência .




Vou aqui como um anjo, e carregado
De crimes!
Com asas de poeta voa-se no céu...
De tudo me redimes,
Penitência
De ser artista!
Nada sei,
Nada valho,
Nada faço,
E abre-se em mim a força deste abraço
Que abarca o mundo!

Tudo amo, admiro e compreendo.
Sou como um sol fecundo
Que adoça e doira, tendo
Calor apenas.
Puro,
Divino
E humano como os outros meus irmãos,
Caminho nesta ingénua confiança
De criança
Que faz milagres a bater as mãos.

Miguel Torga, in 'Penas do Purgatório'

Milhares de flores de papel adornam Constância por ocasião da Páscoa.






Serão milhares as flores de papel que ornamentarão as ruas, os recantos e a praça da vila de Constância, durante as Festas do Concelho 2010, nos próximos dias 3, 4 e 5 de Abril.

Fruto do trabalho colectivo, realizado pelos moradores, pelas escolas, pela Santa Casa da Misericórdia e por outras entidades, os milhares de flores já produzidas são o reflexo do carinho que as pessoas têm pelo Concelho, e por estas grandes festas, que são já um verdadeiro cartaz turístico a nível nacional.

Os adornos de papel confeccionados manualmente contêm milhares de rolos de papel crepe, centenas de resmas de papel e de rolos de papel crepon, mais de 250 quilos de arame, mais de 100 rolos de cordel, panos, redes, tintas, esferovites, cartolinas, pastas de papel, colas, palmeiras e murta. Tudo isto para que, por ocasião da Páscoa, Constância se vista de cor e de flores, acentuando ainda mais as memórias dos rios e as tradições dos antigos marítimos, que estão bem enraizadas nas gentes da vila.

As ruas floridas com inúmeros arranjos são sem dúvida um dos motivos que atrai milhares de visitantes a esta grande manifestação cultural que são as Festas do Concelho de Constância.

Além das ruas floridas integram o programa das Festas do Concelho 2010 muita animação, o Grande Prémio da Páscoa de Constância, a Descida dos 3 Castelos, um Passeio de Cicloturismo, a Mostra Nacional de Artesanato, a Mostra de Doces Sabores, várias exposições, a chegada das embarcações ao cais de Constância, as tasquinhas típicas e um Espectáculo de Fogo de Artificio.
Por CMC

Segunda-feira da Boa Viagem


No próximo dia 5 de Abril - Dezenas de Embarcações recebem Bênçãos em Constância
com a presença do Secretário de Estado da Cultura
No próximo dia 5 de Abril (Segunda-feira da Boa Viagem / Feriado Municipal), por volta das 13.00H vão chegar a Constância cerca de uma centena de embarcações, para participar nas cerimónias do Dia do Concelho.

Recebidas com salva de foguetes e saudação musical pela Banda da Associação Filarmónica Montalvense 24 de Janeiro, as embarcações são representativas da quase totalidade dos municípios ribeirinhos do Tejo, desde Abrantes até ao mar. A recepção às embarcações vai contar com a presença do Secretário de Estado da Cultura, Elísio Summavielle.

Os barcos vão participar num grandioso cortejo fluvial nos rios Tejo e Zêzere para receberem as Bênçãos de Nossa Senhora da Boa Viagem que, em terra, percorre as ruas da vila, em Procissão de rara beleza e envolvimento religioso.

As tripulações das embarcações estarão trajadas ao modo das épocas de então, lembrando os tempos em que os rios eram estradas e deles vinha o ganha pão de grande parte da população.

As cerimónias religiosas em louvor de Nossa Senhora da Boa Viagem terão início às 15.30H, com a Missa Solene, seguindo-se a Procissão com as já referidas Bênçãos dos Barcos nos rios, e das Viaturas, na Praça Alexandre Herculano.

Registe-se que, para além destas manifestações, as Cerimónias do Dia do Concelho, vão ter início às 9.00 horas com o Içar das Bandeiras, nos Paços do Concelho, com Guarda de Honra prestada pelos Bombeiros Voluntários de Constância e a presença da Banda da Associação Filarmónica Montalvense 24 de Janeiro. Às 9.45 horas decorrerá o habitual encontro com os Jornalistas, ao que seguirá uma visita às ruas floridas.

A realização integra a Festa de Nossa Senhora da Boa Viagem / Festas do Concelho 2010, um evento que tem lugar em Constância, no próximo fim-de-semana, dias 3, 4 e 5 de Abril.
Por CMC

quarta-feira, 31 de março de 2010

Dia de mentir...

Li Hoje Quase Duas Páginas.




Li hoje quase duas páginas
Do livro dum poeta místico,
E ri como quem tem chorado muito.
Os poetas místicos são filósofos doentes,
E os filósofos são homens doidos.
Porque os poetas místicos dizem que as flores sentem
E dizem que as pedras têm alma
E que os rios têm êxtases ao luar.
Mas flores, se sentissem, não eram flores,
Eram gente;
E se as pedras tivessem alma, eram cousas vivas, não
eram pedras;
E se os rios tivessem êxtases ao luar,
Os rios seriam homens doentes.
É preciso não saber o que são flores e pedras e rios
Para falar dos sentimentos deles.
Falar da alma das pedras, das flores, dos rios,
É falar de si próprio e dos seus falsos pensamentos.
Graças a Deus que as pedras são só pedras,
E que os rios não são senão rios,
E que as flores são apenas flores.
Por mim, escrevo a prosa dos meus versos
E fico contente,
Porque sei que compreendo a Natureza por fora;
E não a compreendo por dentro
Porque a Natureza não tem dentro;
Senão não era a Natureza.

Alberto Caeiro, in "O Guardador de Rebanhos - Poema XXVIII"
Heterónimo de Fernando Pessoa

Máximo de Felicidade no Máximo de Lucidez .




O que é a sabedoria? É a felicidade na verdade, ou «a alegria que nasce da verdade». Esta é a expressão que Santo Agostinho utiliza para definir a beatitude, a vida verdadeiramente feliz, em oposição ás nossas pequenas felicidades, sempre mais ou menos factícias ou ilusórias. Sou sensível ao facto de que é a mesma palavra beatitude que Espinoza retomará, bem mais tarde, para designar a felicidade do sábio, a felicidade que não é a recompensa da virtude mas a própria virtude... a beatitude é a felicidade do sábio, em oposição às felicidades que nós, que não somos sábios, conhecemos comumente, ou, digamos, às nossas aparências de felicidade, que às vezes são alimentadas por drogas ou álcoois, muitas vezes por ilusões, diversão ou má-fé. Pequenas mentiras, pequenos derivativos, remedinhos, estimulantezinhos... não sejamos severos demais. Nem sempre podemos dispensá-los. Mas a sabedoria é outra coisa. A sabedoria seria a felicidade na verdade.
A sabedoria? É uma felicidade verdadeira ou uma verdade feliz. Não façamos disso um absoluto, porém. Podemos ser mais ou menos sábios, do mesmo modo que podemos ser mais ou menos loucos. Digamos que a sabedoria aponta para uma direcção: a do máximo de felicidade no máximo de lucidez.

André Compte-Sponville, in 'A Felicidade, Desesperadamente'

terça-feira, 30 de março de 2010

Páscoa


Que o seu coração
esteja em páscoa...
Páscoa consciência,
páscoa vida,
páscoa família
e consigo mesmo...

(Demétrio Sena )

Festas do Concelho de Constância 2010


GNR, Oquestrada e Mercado Negro
nas Festas do Concelho de Constância 2010 Mercado Negro, Oquestrada e GNR são os grandes nomes da música portuguesa que actuarão nas Festas do Concelho de Constância 2010, nos dias 3, 4 e 5 de Abril, respectivamente.

As Festas do Concelho marcarão a diferença pela diversidade da animação, pois haverá um grande investimento em múltiplos espectáculos. Deste modo, além da vivacidade própria do evento, muitos espectáculos preencherão os dois palcos e as ruas da vila.

O Grupo de Cantares da Casa do Povo de Montalvo, o Grupo Cultural Emoções de Malpique, a Escola de Música e a Banda da Associação Filarmónica Montalvense 24 de Janeiro, a Bandinha da Alegria, os RCA, o Rancho Folclórico “Os Camponeses” de Malpique – Constância, o Grupo Etnográfico Danças e Cantares de Alverca do Ribatejo, o Rancho Folclórico da Velha Guarda da Casa do Povo de Almeirim, o Rancho Folclórico e Etnográfico «Os Peneireiros» de Martinchel, e os Xaral Dixie são os diversos grupos e artistas que marcarão presença nas Festas do Concelho deste ano.

Paralelamente à animação, integram o programa das Festas o Grande Prémio da Páscoa de Constância, a Descida dos 3 Castelos, um Passeio de Cicloturismo a Mostra Nacional de Artesanato, a Mostra de Doces Sabores, várias exposições, a chegada das embarcações ao cais de Constância, as tasquinhas típicas e um Espectáculo de Fogo de Artificio.

Motivo de grande interesse são sempre as ruas floridas, resultado de um trabalho colectivo levado a efeito pelos moradores, pelas Escolas e por várias instituições do concelho.

À semelhança dos anos anteriores, as Festas do Concelho de Constância 2010 integram também um programa de actividades descentralizadas, a realizar nos dias 27 e 28 de Março.
Por CMC

Saudoso do mar...


Saudade
do ondular do vento
da brisa marinha
do cheiro da maresia
do sabor a sal
do mar no seu lamento...
O olhar a linha do horizonte
em crepúsculos de mar calmo
num pôr de sol avermelhado
escondendo-se
mostrando-se a outro lado...
Saudades
das manhãs de neblina
onde apenas
ouvia o enrolar das ondas
na praia mar
como se fosse dentro de mim
que vinham rebentar...

segunda-feira, 29 de março de 2010

Amarelo fonte de energia.




Amarelo
que giras no gira-sol
da vida
irradias luz e alegria
fonte de energia
do sol...

Amarelo
cor do ouro
flavescente
brilhante na força
no entusiasmo
no viver da mente...

Amarelo
das Mimosas ou Acácias
do amor sentido
terno
meigo
delicado
melindroso
sensível
nunca vencido...

Flor de tojo
essências
encanto da natureza
espinhosa
entre o gume e os espinhos
amarelo da nobreza...

Auréola luminosa
explendor do sol
teus raios
luminosos
amarelos
cor da vida
luz do meu farol...

domingo, 28 de março de 2010

Perfume Exótico .



Quando eu a dormitar, num íntimo abandono,
Respiro o doce olor do teu colo abrasante,
Vejo desenrolar paisagem deslumbrante
Na auréola de luz d'um triste sol de outono;

Um éden terreal, uma indolente ilha
Com plantas tropicais e frutos saborosos;
Onde há homens gentis, fortes e vigorosos,
E mulher's cujo olhar honesto maravilha.

Conduz-me o teu perfume às paragens mais belas;
Vejo um porto ideal cheio de caravelas
Vindas de percorrer países estrangeiros;

E o perfume sutil do verde tamarindo,
Que circula no ar e que eu vou exaurindo,
Vem juntar-se em minh'alma à voz dos marinheiros.

Charles Baudelaire .

A Profundidade do Ser.




E de vez em quando descer à gravidade de mim, à profundidade do meu ser. E verificar então que tudo se transfigura. Que é que significa este garatujar quase gratuito, este riso superficial, todo este modo de ser menor? A melancolia profunda, tão de dentro que ela se iguala à alegria sem medida. Espaço rarefeito de nós, é o lugar da grandeza do homem, do que é nele fundamental, o lugar do aparecimento de Deus. Mas Deus não me aparece - aparece apenas a inundação que me vem da infinita beatitude, da grandeza e do assombro. Nós vivemos habitualmente à superfície de nós, ligados ao que é da vida imediata, enredados nas mil futilidades com que se nos enchem os dias. Mas de vez em quando, o abismo da natureza, um livro ou uma música que dos abismos vem, abre-nos aos pés um precipício hiante e tudo se dilui num sentir que está antes e abaixo e mais longe que esse tudo. Há uma harmonia que em nós espera por um som, um acorde, uma palavra, para imediatamente se organizar e envolver-nos. E aí somos verdade para a infinidade dos séculos.

Vergílio Ferreira, in 'Conta-Corrente 3'

Literatura


Para quem era uma escrava na Saint-Domingue dos finais do século XVIII, Zarité tinha tido uma boa estrela: aos nove anos foi vendida a Toulouse Valmorain, um rico fazendeiro, mas não conheceu nem o esgotamento das plantações de cana, nem a asfixia e o sofrimento dos moinhos, porque foi sempre uma escrava doméstica. A sua bondade natural, força de espírito e noção de honra permitiram-lhe partilhar os segredos e a espiritualidade que ajudavam os seus, os escravos, a sobreviver, e a conhecer as misérias dos amos, os brancos.
Zarité converteu-se no centro de um microcosmos que era um reflexo do mundo da colónia: o amo Valmorain, a sua frágil esposa espanhola e o seu sensível filho Maurice, o sábio Parmentier, o militar Relais e a cortesã mulata Violette, Tante Rose, a curandeira, Gambo, o galante escravo rebelde… e outras personagens de uma cruel conflagração que acabaria por arrasar a sua terra e atirá-los para longe dela.
Quando foi levada pelo seu amo para Nova Orleães, Zarité iniciou uma nova etapa onde alcançaria a sua maior aspiração: a liberdade. Para lá da dor e do amor, da submissão e da independência, dos seus desejos e os que lhe tinham imposto ao longo da sua vida, Zarité podia contemplá-la com serenidade e concluir que tinha tido uma boa estrela.

Autora: Isabel Allende »

sexta-feira, 26 de março de 2010

O mundo foge-me...




O mundo foge-me
por entre as mãos
perco a esperança de um amanhã
melhor para todos nós
nos jornais
rádios
televisão
apenas desgraças
guerras
desentendimentos
uma raiva atroz...
Engoli-mo-nos uns aos outros
o ódio sobrepõe-se ao amor
Maltrata-mo-nos
os gritos sobrepõem-se ao respeito
não falamos
gritamos...

Corelis


Corelis – Coro da Relação de Lisboa actua em Constância no próximo domingo, 28 de Março

No próximo domingo, 28 de Março, às 17h30, na Igreja Matriz de Constância, decorre o Concerto de Música Vocal AEQUINOCTIUM ET PASHA (O Equinócio da Primavera e da Páscoa), pelo Corelis – Coro da Relação de Lisboa, um espectáculo que integra as Actividades Descentralizadas das Festas do Concelho de Constância 2010.

O Corelis – Coro da Relação de Lisboa, é um grupo vocal misto criado em 1993 no Tribunal da Relação de Lisboa, o qual integra actualmente não apenas magistrados – juízes e procuradores – e funcionários judiciais, como outros quadros da administração pública e advogados.

O seu repertório é eclético e é composto por peças musicais variadas desde canções populares nacionais e europeias, espirituais negros, hinos, motetos e villancicos do Renascimento e do Barroco, de matriz principalmente ibérica.

Por CMC.

Felicidade a Longo Prazo...




Procuremos manter-nos de boa saúde, não ter quaisquer preconceitos, ter paixões, pô-las ao serviço da nossa felicidade, substituir as nossas paixões por gostos, conservar preciosamente as nossas ilusões, ser virtuosos, nunca nos arrependermos, afastar de nós as ideias tristes e nunca permitir ao nosso coração conservar uma centelha de gosto por alguém cujo gosto diminua e que deixe de amar-nos. Por pouco que envelheçamos, um dia seremos forçados a abrir mão do amor, e esse dia deve ser aquele em que o amor já não nos faça felizes. Pensemos, enfim, em cultivar o gosto pelo estudo, esse gosto que faz depender a felicidade apenas de nós próprios. Ponhamo-nos ao abrigo da ambição e, sobretudo, cuidemos bem de saber o que queremos ser; decidamo-nos sobre o caminho que queremos seguir para passar a nossa vida e procuremos semeá-lo de flores.

Madame du Chatelêt, in 'Discurso sobre a Felicidade'

quinta-feira, 25 de março de 2010

Pensar e fumar


"Pensar e fumar são duas operações idênticas que consistem em atirar pequenas nuvens ao vento ."

A Distância Entre Gerações




A solução de continuidade entre as gerações depende da impossibilidade de transmitir a experiência, de fazer evitar aos outros os erros já cometidos por nós. A verdadeira distância entre duas gerações é dada pelos elementos que têm em comum e que obrigam à repetição cíclica das mesmas experiências, como nos comportamentos das espécies animais transmitidos pela herança biológica; ao passo que os elementos da verdadeira diversidade existente entre nós e eles são, pelo contrário, o resultado das modificações irreversíveis que cada época traz consigo, ou seja, dependem da herança histórica que nós lhes transmitimos, a verdadeira herança de que somos responsáveis, mesmo que por vezes o sejamos de forma inconsciente. Por isso não temos nada a ensinar: sobre aquilo que mais se parece com a nossa experiência não podemos influir; naquilo que traz o nosso cunho, não sabemos reconhecer-nos.

Italo Calvino, in "Palomar"

Desejo em mim...


Há um desejo em mim
de ser como sou
mas não ser assim...
Há um desejo em mim
de ver o mundo como é
amá-lo de outra maneira
mas enfim...
Há um desejo em mim
que a amizade,o amor
floresçam
como as flores de um jardim...

quarta-feira, 24 de março de 2010

Desejo...


É melhor desejo sem posse que posse sem desejo ...

Em Louvor das Crianças




Se há na terra um reino que nos seja familiar e ao mesmo tempo estranho, fechado nos seus limites e simultaneamente sem fronteiras, esse reino é o da infância. A esse país inocente, donde se é expulso sempre demasiado cedo, apenas se regressa em momentos privilegiados — a tais regressos se chama, às vezes, poesia. Essa espécie de terra mítica é habitada por seres de uma tão grande formosura que os anjos tiveram neles o seu modelo, e foi às crianças, como todos sabem pelos evangelhos, que foi prometido o Paraíso.
A sedução das crianças provém, antes de mais, da sua proximidade com os animais — a sua relação com o mundo não é a da utilidade, mas a do prazer. Elas não conhecem ainda os dois grandes inimigos da alma, que são, como disse Saint-Exupéry, o dinheiro e a vaidade. Estas frágeis criaturas, as únicas desde a origem destinadas à imortalidade, são também as mais vulneráveis — elas têm o peito aberto às maravilhas do mundo, mas estão sem defesa para a bestialidade humana que, apesar de tanta tecnologia de ponta, não diminui nem se extingue.
O sofrimento de uma criança é de uma ordem tão monstruosa que, frequentemente, é usado como argumento para a negação da bondade divina. Não, não há salvação para quem faça sofrer uma criança, que isto se grave indelevelmente nos vossos espíritos. O simples facto de consentirmos que milhões e milhões de crianças padeçam fome, e reguem com as suas lágrimas a terra onde terão ainda de lutar um dia pela justiça e pela liberdade, prova bem que não somos filhos de Deus.

Eugénio de Andrade, in 'Rosto Precário'

Arremesso de palavras!


Há palavras levadas pelo vento
há de alegria
e contentamento
de tristeza
e sentimento...
Há palavras
que apenas são
discursos vãos
promessas vagas...
Há palavras amigas
bondosas
e eloquentes...
Há-as arremessadas
como pedras
Que ferem
que matam
na boca de bem falantes
para enganarem quem querem...

terça-feira, 23 de março de 2010

Sonhos


Tudo o que vemos ou nos parece vermos não é mais do que um sonho dentro de outro sonho ...

Voltar ao Passado .




E se procurarem saber porque é que todas as imaginações humanas, frescas ou murchas, tristes ou alegres, se voltam para o passado, curiosas de nele penetrarem, acharão sem dúvida que o passado é o nosso único passeio e o único lugar onde possamos escapar dos nossos aborrecimentos quotidianos, das nossas misérias, de nós mesmos. O presente é turvo e árido, o futuro está oculto.

Anatole France, in 'A Vida em Flor'

Primavera


Há em ti
Primavera florida
cheiros
perfumes coloridos
novos aromas
envoltos na brisa do vento
que embriagam meus sentidos...
Flores essências
que renovam o viver
novos apetites no amar
no querer...

segunda-feira, 22 de março de 2010

Poema da Água



A água também nasce pequenina

- nasce gota de orvalho ou de neblina...

A água também tem a sua infância

- quando apenas riacho cantarola

brinca de roda nos redemoinhos

salta os seixos que encontra

e faz apostas de corrida - travessa -

por entre as grotas e peraus

e arranca as flores que a marginam

para engrinaldar a cabeleira solta

sobre o leito revolto das areias...

A água também tem adolescência

- sonha lagos românticos à lua

fitando os astros namorados dela

embevecida em seus olhos de ouro...

e assim sempre amorosa e sonhadora

vai tecendo e bordando - dia e noite

o seu vestido de noiva nas montanhas

e o seu véu de noivado nas cascatas...

A água também tem maturidade

- fica serena e grave em rios fundos

e num destino generoso e amigo

espalha a vida que em si mesma encerra

semeia bençãos para o grão de trigo

abre caminhos líquidos da terra

e enlaça os povos através dos mares...

A água também tem sua velhice

-e de ver-lhe os cabelos muitos brancos

onda lenta de espuma destrinçada em neve, nos ares flutuando...

A água também sofre...e quando sofre

se faz divina e vem brilhar em lágrimas

ou se reflete a dor da natureza

geme no vento trnasformada em chuva.

A água também morre...e quando seca

- e a sua morte entristece tudo :

choram-lhe, enfim na desolação,

todos os seres vivos que a rodeiam

porque ela é o seio maternal da vida

e de tal maneira ama seus filhos rudes

que muitas vezes para os salvar se deixa

ficar sem o murmúrio de uma queixa

prisioneira de poços e açudes...

Bendita seja, pois, água divina

que fecunda, consola, dessedenta, purifica,

e que, desde pequenina,

feita gota de orvalho,

mata a sede das plantas entreabertas

e prepara o festivo esplendor da primavera...

e que, nascida em píncaros da serra

vem de tão alto, procurando sempre ter

um fim de planície e de humildade

até perder, na última renúncia,

o nome de batismo de seus rios

para ficar anônima nos mares.


Raul Machado

O Socorro




Ele foi cavando, foi cavando, cavando, pois sua profissão - coveiro - era cavar. Mas, de repente, na distracção do ofício que amava, percebeu que cavara de mais. Tentou sair da cova e não conseguiu. Levantou o olhar para cima e viu que, sozinho, não conseguiria sair. Gritou. Ninguém atendeu. Gritou mais forte. Ninguém veio. Enlouqueceu de gritar, cansou de esbravejar, desistiu com a noite. Sentou-se no fundo da cova, desesperado. A noite chegou, subiu, fez-se o silêncio das horas tardas. Bateu o frio da madrugada e, na noite escura, não se ouvia mais um som humano, embora o cemitério estivesse cheio dos pipilos e coaxares naturais dos matos. Só pouco depois da meia-noite é que lá vieram uns passos. Deitado no fundo da cova o coveiro gritou. Os passos se aproximaram. Uma cabeça ébria apareceu lá em cima, perguntou o que havia: «O que é que há?»
O coveiro então gritou, desesperado: «Tire-me daqui, por favor. Estou com um frio terrível!». «Mas coitado!» - condoeu-se o bêbado. - «Tem toda razão de estar com frio.
Alguém tirou a terra toda de cima de você, meu pobre mortinho!». E, pegando na pá, encheu-a de terra e pôs-se a cobri-lo cuidadosamente.
Moral: Nos momentos graves é preciso verificar muito bem para quem se apela

Millôr Fernandes, in 'Pif-Paf'

Transparências...


Teu corpo diáfano
cristalino
tuas formas destintas
transparentes
destingo nitidamente
tua pele
como um pedaço de tela branca...
Teu olhar límpido
brilhante
isento de obscuridade
cuja transparência me perturba...
Tua imagem translúcida
que deixa passar a luz
sem permitir ver teus contornos nítidos
despolidos
por mim
amados
sentidos...

domingo, 21 de março de 2010

Nocturna

Se os Poetas Dessem as Mãos .




Se os Poetas dessem as mãos
e fechassem o Mundo
no grande abraço da Poesia,
cairiam as grades das prisões
que nos tolhem os passos,
os arames farpados
que nos rasgam os sonhos,
os muros de silêncio,
as muralhas da cólera e do ódio,
as barreiras do medo,
e o Dia, como um pássaro liberto,
desdobraria enfim as asas
sobre a Noite dos homens.

Se os Poetas dessem as mãos
e fechassem o Mundo
no grande abraço da Poesia.

Fernanda de Castro.

Dia Mundial da Poesia.


A palavra quando é criação desnuda. A primeira virtude da poesia tanto para o poeta como para o leitor é a revelação do ser. A consciência das palavras leva à consciência de si: a conhecer-se e a reconhecer-se ...

Octavio Paz .

sábado, 20 de março de 2010

O morro dos ventos uivantes

Impulso.


Entrego-me cegamente ao impulso que me arrasta ...

Liberdade com Limites .




Há muitas espécies de liberdade. Umas tem o mundo de menos, outras tem o mundo de mais. Mas ao dizer que pode haver «de mais» de uma certa espécie de liberdade devo apressar-me a acrescentar que a única espécie de liberdade que considero indesejável é aquela que permite diminuir a liberdade de outrem, por exemplo, a liberdade de fazer escravos.
O mundo não pode garantir-se a maior quantidade possível de liberdade instituindo, pura e simplesmente, a anarquia, pois nesse caso os mais fortes seriam capazes de privar da liberdade os mais fracos. Duvido de que qualquer instituição social seja justificável se contribui para diminuir o quantitativo total de liberdade existente no mundo, mas certas instituições sociais são justificáveis apesar do facto de coarctarem a liberdade de um certo indivíduo ou grupo de indivíduos.
No seu sentido mais elementar, liberdade significa a ausência de controles externos sobre os actos de indivíduos ou grupos. Trata-se, portanto, de um conceito negativo, e a liberdade, por si só, não confere a uma comunidade qualquer alta valia.

Os Esquimós, por exemplo, podem dispensar o Governo, a educação obrigatória, o código das estradas, e até as complicações incríveis do código comercial. A sua vida, portanto, goza de um alto grau de liberdade; contudo, poucos homens civilizados prefeririam viver assim a viver no seio de uma comunidade mais organizada.
A liberdade é um requisito indispensável para a obtenção de muitas coisas valiosas; mas essas coisas valiosas têm de partir dos impulsos, desejos e crenças daqueles que desfrutam dessa liberdade. A existência de grandes poetas confere um certo brilho a uma comunidade, mas não se pode ter a certeza de que a comunidade produzirá grande poesia só pelo facto de não existir uma lei que a proíba. De uma maneira geral, consideramos justo que se obrigue a juventude a ler e a escrever, ainda que a maioria dos jovens preferisse o contrário; fazemo-lo porque acreditamos em bens positivos que só um alto grau de alfabetização torna possível. Mas, ainda que a liberdade não constitua o total das coisas socialmente desejáveis, é tão necessária para a obtenção da maioria delas, e corre tanto o risco de ser insensatamente limitada, que mal será possível exagerar a sua importância.

Bertrand Russell, in "Realidade e Ficção"

sexta-feira, 19 de março de 2010

A Vida não Está por Ordem Alfabética.




A vida não está por ordem alfabética como há quem julgue. Surge... ora aqui, ora ali, como muito bem entende, são miga­lhas, o problema depois é juntá-las, é esse montinho de areia, e este grão que grão sustém? Por vezes, aquele que está mesmo no cimo e parece sustentado por todo o montinho, é precisamente esse que mantém unidos todos os outros, porque esse montinho não obedece às leis da física, retira o grão que aparentemente não sustentava nada e esboroa-se tudo, a areia desliza, espalma-se e resta-te apenas traçar uns rabiscos com o dedo, contradanças, caminhos que não levam a lado nenhum, e continuas à nora, insistes no vaivém, que é feito daquele abençoado grão que mantinha tudo ligado... até que um dia o dedo resolve parar, farto de tanta garatuja, deixaste na areia um traçado estranho, um desenho sem jeito nem lógica, e começas a desconfiar que o sentido de tudo aquilo eram as garatujas.

António Tabucchi, in 'Tristano Morre'

Clássico dos Clássicos.




A recordação é o perfume da alma.

Fim de semana.


Lembro-me o que fui dantes. Quem me dera
Não me lembrar! Em tardes dolorosas
Eu lembro-me que fui a Primavera
Que em muros velhos fez nascer as rosas!

As minhas mãos, outrora carinhosas,
Pairavam como pombas... Quem soubera
Porque tudo passou e foi quimera,
E porque os muros velhos não dão rosas!

São sempre os que eu recordo que me esquecem...
Mas digo para mim: "Não me merecem..."
E já não fico tão abandonada!

Sinto que valho mais, mais pobrezinha:
Que também é orgulho ser sozinha,
E também é nobreza não ter nada!

Florbela Espanca

quinta-feira, 18 de março de 2010

Interior


Mergulho nos meus pensamentos
respiro profundamente
dentro de mim
o mundo para...
Fora de mim tudo se movimenta
as plantas crescem
as pétalas desabrocham
os jardins florescem...
dentro de mim tudo é silêncio
ausência
sossego
tranquilidade
paixão
suplício...

Mariza em Antwerpen (ontem).


A música exprime a mais alta filosofia numa linguagem que a razão não compreende

A Única Coisa Duradoura Que Podes Criar.




A mamã costumava dizer-lhe que tinha muita pena. As pessoas tinham andado a trabalhar durante tantos anos para fazer do mundo um sítio organizado e seguro. Ninguém percebera como ele se iria tornar aborrecido. Com todo o mundo dividido em propriedades, com os limites de velocidade e as divisões por zonas, com tudo regulado e tributado, com todas as pessoas analisadas e recenseadas e rotuladas e registadas. Ninguém tinha deixado muito espaço para a aventura, exceptuando, talvez, a do género que se pode comprar. Numa montanha-russa. Num cinema. No entanto, isso seria sempre uma excitação falsa. Sabes que os dinossauros não vão comer os míudos. Os referendos recusaram com os seus votos qualquer hipótese de um desastre falso ainda maior. E porque não existe a possibilidade de um desastre verdadeiro, ficamos sem nenhuma hipótese de termos uma salvação verdadeira. Entusiasmo verdadeiro. Excitação a sério. Alegria. Descoberta. Invenção.
As leis que nos dão segurança, estas mesmas leis condenam-nos ao aborrecimento. Sem acesso ao verdadeiro caos, nunca teremos paz verdadeira.


A não ser que tudo possa ficar pior, nunca poderá ficar melhor.
Isto eram tudo coisas que a mamã lhe costumava dizer.
E dizia-lhe mais:
- A única fronteira que ainda tens é o mundo dos intangíveis, tudo o resto está demasiado controlado.
Aprisionado dentro de demasiadas leis.
Por intangíveis ela quer dizer a Internet, os filmes, a música, as histórias, a arte, os boatos, os programas de computador, tudo o que não é real. Realidades virtuais. Coisas imaginadas. A cultura.
O irreal é mais poderoso que o real.
Porque nada é tão perfeito como tu és capaz de imaginar.
Porque são só as ideias intangíveis, conceitos, crenças, fantasias que duram. A pedra esfarela-se. A madeira apodrece. As pessoas, bem, essas morrem.
Mas coisas tão frágeis como um pensamento, um sonho, uma lenda, essas continuam para sempre.
Se conseguires mudar a maneira como as pessoas pensam, dizia ela. A maneira como elas se vêem a si próprias. A maneira como vêem o mundo. Se fizeres isso, consegues mudar a maneira como as pessoas vivem as suas vidas. E isso é a única coisa duradoura que podes criar.

Chuck Palahniuk, in 'Asfixia'

quarta-feira, 17 de março de 2010

Hoje vou estar aqui.

Koningin Elisabethzaal-Antwerpen.

Mariza ao vivo.

terça-feira, 16 de março de 2010

Infusão de amor...


Rio que corres para o mar
arrastas contigo
muitas lágrimas
suor ,dor
Não me comprimas nas tuas margens
liberta-me das minhas mágoas
deixa-me ser livre
e navegar nas tuas águas
numa infusão de amor...

Solidão...


No fundo, é isso, a solidão: envolvermo-nos no casulo da nossa alma, fazermo-nos crisálida e aguardarmos a metamorfose, porque ela acaba sempre por chegar
(August Strindberg .)