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sexta-feira, 3 de outubro de 2008

Bestiário .






Amores frívolos ou de arremedo

para vivê-los não para contá-los

e a paixão numa rinha de galos

fogo cruzado provocando o medo.



Tesão de juventude e de folguedo

da carne, galopes de cavalos

Carnaval celebrado mais cedo

no embate tenebroso dos falos.



Volúpias, clamores, nunca mais

só dores, associados aos prazeres

só dizeres, ais, furiosos animais



que se estranham e que se enfrentam

neste breve festim de comensais

dos imorais, que se atormentam.


(Poema de António Miranda)

2 comentários:

Anónimo disse...

Dramei este António Miranda, logo na primeira vez que o referenciou.

«para vivê-los não para contá-los»
bestialmente lindinho.

Rosa Oliveira

Anónimo disse...

Gramei, claro.