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quinta-feira, 23 de outubro de 2008

Entre o puro e o obsceno.


Depois de teus sonetos ler e salivar
a revolver em busca de lascívia e mel
os vinte e cinco poemas, de um só tropel
e, acinte, é que fico aqui eu a cismar.
Se pode haver pornografia em amar
mesmo que o amor seja reverso e cruel
ainda que a soldo no mais reles bordel
ou mesmo na inversão de corpos a arfar.
Não seria no ato que se pratica
nem poderia estar naquele que fornica
ainda que na condição mais canalha
mesmo que nem seja amor, seja mortalha
imunda, perfídia, que só valha
o ditado: amor que fica é o de pica.

António Miranda

1 comentário:

r disse...

(esta caixa de comentários é muito moderna. isto é para blogues muito... modernos, sim senhor)

é o de pica, sim. indubitavelmente, mas antes lascívia de mel que imundo. imundo é que não é pica nenhuma.