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sexta-feira, 30 de abril de 2010

Literatura


A problemática do desenvolvimento local remete-nos para a evidência de que vivemos sempre num qualquer sítio.Mas desafia-nos,mais do que isso,a viver o sitio que habitamos.

Por isso mesmo,a viabilidade do nosso mundo rural passa por (muitas) linhas de acção que tornem esse mundo habitável e que nos devolvam a possibilidade de viver o sítio de forma positiva,humanamente criadora.

Recuperar a memória encantada dos lugares de que é feito esse nosso mundo,trazer á superfície esse imaginário que,de muitos modos,ainda se encontra activo,embora recalcado,refazer a densidade simbólica dos sítios,oferecer à criactividade algumas das raízes de que se pode alimentar,apresentar alguns traços do homem rural que nos procedeu e que de algum modo ainda coabita connosco,enfim,pesquisar e disponibilizar uma parte significativa da tradição oral do nosso mundo rural,foi o trabalho que assumiu para si,durante anos,a professora Isilda Jana.Tanto mais importante quanto é uma biblioteca que arde cada vez que as pessoas,ao morrerem,levam consigo o seu testemunho insubstituível.

(José Alves Jana.)

3 comentários:

Anónimo disse...

Amigo
Hoje passei para agradecer -lhe pelas palavras e pelo carinho.
Segui suas recomendações: sentei-me a um canto, esperei a fase aguda da crise passar e já estou melhor.
Obrigada, mais uma vez
Beijos
Yoyo

Breve Leonardo disse...

[oh Amigo Manuel... a receita é simples, a haver uma esperança nesse mundo rural: deixem em paz, os senhores da gravatinha e da lei encomendada "lá na CEE", os que cá estão, e damos conta do recado!
Por outro lado, enquanto houver "gente de bem" a pensar no "que é melhor" para que o desenvolvimento (essa "coisa" que se vê bem no que dá!) do interior aconteça, isto por cá, só afunda!
O interior, para muitos de nós Portugueses que não sabe distinguir um euro duma rupia (com respeito...), "deu" enquanto o subsidio choveu... agora, em períodos de "seca", e com o mundo rural revolvido como foi, pelas "instituições do desenvolvimento", arrumam-se as malas e os que cá ficaram, que se danem e que limpem os despojos da festa...
Não parámos, não escutámos, nem olhámos a tempo... ainda que os avisos fossem muitos: agora, serão os poucos que restam, a exemplo da professora Jana (que não conheci, mas é fácil de reconhecer nos traços), que terão que mais uma vez "reconstruir o que o subsidio desfez".
Se o interior é possível? Demorará muito mais tempo que levou a destruir, mas acredito que é possível sim... enquanto houverem pessoas obstinadas que amam o seu país e "não somente os cobres" comunitários; é só necessário paciência, que esse vão, e os que vivem este pedaço de terra, como um pedaço do seu próprio corpo, ficam!]

um imenso abraço, Amigo Manuel

Leonardo B.

Viviana disse...

Olá Manuel

A respeito deste post quero dizer-lhe o seguinte:

Considero profundamente triste, e uma perda incalculável, o facto de tantos e tantos amigos meus que eram pessoas lindas e cheias de conhecimento...terem partido, sem que nada do seu saber, de experiẽncia de vida feito,tenha ficado escrito ou registado, e que nem sequer será mais falado.

Estou sempre a insistir com os filhos, com os netos deles, para que ainda em vida colham e registem toda a informação possível, a fim de que alguém possa aproveitar o seu saber.

"Tanto mais importante quanto é uma biblioteca que arde cada vez que as pessoas,ao morrerem,levam consigo o seu testemunho insubstituível."

Tenho a benção de ter um filho - o Pedro, que é o mais velho, que está a escrever um livro sobre a nossa família.

Estou muito feliz por isso.

Desejo-lhe um bom fim de semana

Um abraço

viviana