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quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Tudo se Resume ao Amar e ser Amado





Não fala. Não se explica. Não se vê e muito menos se apalpa. A sua dimensão não cabe na própria palavra de definição, nem há palavras exactas que o definam. Não se sabe porquê nem se sabe o sentido na sua existência. Não tem limites quantificáveis nem padrões comportamentais a serem seguidos. Não é incógnito, não é um mistério nem um mito. Ele existe na sua real personificação em actos e euforias sentimentais. Falasse dele soletrando uma palavra, mas essa mesma palavra é tão vazia de conteúdo que nem dele sabe falar na sua plenitude, apenas estabelece uma forma verbal para que possa ser identificado. É muito mais que isso, muito mais que palavras e conceitos. Vai para além das teorias e conversas abstractas. É superior ao desejo humano de egoísmo social estabelecendo pontes entre impossíveis. Não tem cheiro nem cor, pode ser todas as cores ao mesmo tempo, e nesse mesmo tempo não ser nenhuma. Pode tudo e o impossível. Fazemos uso dele mesmo sem sequer ser suposto estar a senti-lo!

Não avisa. Surge e instala-se. Sente-se. É a única coisa que é real e coerente dizer-se. Sente-se. A partir deste ponto, nada mais é igual, nada mais é concreto, nada mais é plausível de se previsível. Ficamos subjugados à sua vontade e na qual vamos vivendo segundo a sua rota. Ficamos inconscientes de acções, mas conscientes de que queremos viver com ele para sempre, apesar de negarmos vezes sem conta a sua grandiosidade, pois torna-nos mais vulneráveis. Apesar de fazer doer bem fundo e de levar a insanidade à exaustão, sem ele não saberíamos viver. Apenas sobrevivíamos dia após dia sem conteúdo afectivo, onde as coisas perderam o brilho natural de serem amadas, porque se ele não existisse, não haveria o motivo para se amar. A dor que ele nos deixa não é mais que um bónus de sabedoria que nos permite sentir realmente vivos. Não faria sentido viver sem ele apesar do seu sentido não ser perfeitamente compreendido. Apenas sabemos que aquela sensação exclusivamente pessoal, faz-nos sorrir, faz-nos querer, faz-nos tentar, faz-nos não desistir quando tudo à volta perdeu a vontade, faz-nos querer, faz-nos ser felizes, mesmo não sabendo bem usá-lo em forma de expressão. Só sabemos que estamos com ele naquele momento mortífero em que o Sentimos.

Quase que magoa a garganta no nó que se forma, nauseados de encantamento ficamos perante aquela figura, ficamos parados no tempo, naquele momento visual que tudo parece ser pequeno face ao que sentimos, onde questionamos tudo, mesmo a nossa real existência. É estranho e contraditório. Sentimo-nos estranhos, irreconhecíveis ao nosso espelho interior. Frágeis na sua presença, triste e vazios sem ele. É maleficamente tenebroso quando não tem forma de retorno. É triste por nos tornar tristes, perigoso por nos controlar os actos, é alheio a quaisquer éticas sociais. Mas é demasiadamente bom de ser negado, de ser ignorado. É avassaladoramente saboroso mesmo no seu lado imperfeito para deixar de ser sentido. Por ele fazemos tudo, sem ele somos nada. Não vale de nada palavras complexas e rebuscadas para o tentar exprimir. Ele é a complexa forma da simplicidade traduzida em afectos. Tudo se resume ao amar e ser amado. A sua exuberante simplicidade é que nos faz ser complexos perante tal força sem definição. Não vale a pena tentar perceber ou questionar, e muitos menos tentar explicar em forma de frases sem sentido directo de interpretação. Apenas se deve sentir e vivê-lo. De outra forma não saberemos viver com ele, e sem ele não se vive o expoente máximo da felicidade. Ele, na primeira pessoa a que chamam Amor.

Ana Soares da Silva Rodrigues Neto, in 'Textos de Amor

18 comentários:

diariodumapsi disse...

Ei Manuel!
O amor tem diversas faces, se soubermos lidar com ele,será o canal direto da felicidade!
Gd beijo

Anónimo disse...

Parabéns,meu Amigo,pela escolha do texto!
Gostei e li com mt interesse.
Quando se Ama e se é Amado...o resto
é Poesia,Música,Natureza...
Verdade?
Beijo.
isa.

Mara Santos disse...

Boa noite, manuel!
Sem dúvida nenhuma é um belo texto.
Gostei...
Abraços,
Mara

Anónimo disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Juci Barros disse...

Muitíssimo belo e inteligente!

Beijos.

Magia da Inês disse...

Amigo, mas que texto!!!
Um misto de sentimentos... como disse Fernando Pessoa:

Porque quem ama nunca sabe o que ama
Nem sabe porque ama, e nem o que é amar...

.♫♫° ·.
•♫♫•.¸ღ¸.•♫♫•.¸
°º♫ Beijos do Brasil.

lis disse...

Oi Manuel
O amor é assim, inexplicável imprevisível por vezes inconstante, mas é dele que falamos sempre.
que possamos conjugar em todos os tempos e modos quando instalado em nós.
É bem como ela diz -" sem ele nao se vive."
deixo abraço

Anónimo disse...

e quando não dá pra viver com ele, nem sem ele?

Quando a vida dentro de mim se tornou possivel disse...

"Não avisa. Surge e instala-se. Sente-se. É a única coisa que é real e coerente dizer-se. Sente-se."

Consequentemente " ferra-se " !!

(rsrs)
maravilhoso texto!! eu que digo agora: esse é *****
Um abraço!!

Denise disse...

(Longo suspiro)
Quisera eu tivesse um amor assim rs

estava com saudades

bjs

Secreta disse...

Uma excelente definição do Amor! Perfeita e completa!
Tem um bom fim de semana.

Larissa disse...

Amei o texto!Acho que já está na hora de arrumar uma namorada hein?Kkkkk!
Bjs!

Entrevidas disse...

Linda definição do que é amor e amar. Seu texto é muito bom. Beijos

Anónimo disse...

Lindo texto!!!!!!!

Amor...amar...é tudo!

bjos meu!

Zil

Mafalda S. disse...

Manuel, deixei um selinho para ti lá no meu blog. Espero que gostes!

Beijinhos

manuel aldeias disse...

O amor é tudo isso e muito mais. é um sem fim de definições, que nunca ficam completamente defenidas.

Laços e Rendas de Nós disse...

E são as contradições do amor que nos põem, como se diz aqui pelos meus sítios, "à nora"...

Bom fim-de-semana.

Beijo

Cristina Fernandes disse...

Excelente escolha deste texto... o amor e essa fonte inesgotável de inspiração.
Bjs
Chris