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quinta-feira, 5 de março de 2009

Meu cantinho á beira mar plantado...


Nem rei nem lei, nem paz nem guerra,
Define com perfil e ser
Este fulgor baço da terra
Que é Portugal a entristecer —
Brilho sem luz e sem arder,
Como o que o fogo-fátuo encerra.

Ninguém sabe que coisa quer.
Ninguém conhece que alma tem,
Nem o que é mal nem o que é bem.
(Que ânsia distante perto chora?)
Tudo é incerto e derradeiro.
Tudo é disperso, nada é inteiro.
Ó Portugal, hoje és nevoeiro...

É a Hora!

Fernando Pessoa

1 comentário:

Aqui - Ali - Acolá disse...

Grande Poema!..

Uma grande verdade..

Quem o ler bem lido e o sentir bem dentro da alma dirá:

Aqui está tudo o que somos, (Apenas nevoeiro)..

E defacto (É a Hora)..

Parabéns por esta boa escolha..