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quinta-feira, 16 de abril de 2009

Soneto da Chuva.



Quantas vezes chorou no teu regaço
a minha infância, terra que eu pisei:
aqueles versos de água onde os direi,
cansado como vou do teu cansaço?
Virá abril de novo, até a tua
memória se fartar das mesmas flores
numa última órbita em que fores
carregada de cinza como a lua.
Porque bebes as dores que me são dadas,
desfeito é já no vosso próprio frio
meu coração, visões abandonadas.
Deixem chover as lágrimas que eu crio:
menos que chuva e lama nas estradas
és tu, poesia, meu amargo rio.

Carlos de Oliveira, in 'Terra de Harmonia'

1 comentário:

Anónimo disse...

DISSE ALGUEM UM DIA, QUE QUANDO CHOVIA, ÉRA O DEUS NOSSO CRIADOR A CHORAR!SE É POR VEZES TEM BELEZA, OUTRAS TEM AMARGURA POIS TORRENTES, COMO TUDO O QUE É EM DEMASIA, FAZ MAL.AGORA VIREMOS O PENSAMENTO PARA UMA TARDE MUITO MUITO CHUVOSA, NO RECATO DO NOSSO CANTO, BEM ACONPANHADOS,SERVINDO-NOS, DE UM ALIMENTO Á ALTURA DO MOMENTO, E AÍ SIM A CHUVA MERECE UM SONETO.---BOA NOITE,---- DE COIMBRA.