Lenda .
Fátima, jovem e bela princesa moura, era filha única do emir, que a guardava dos olhos dos homens numa torre ricamente mobilada, tendo por companhia apenas as aias e, entre elas, a sua preferida e confidente Cadija. Apesar de estar prometida a seu primo Abu, o destino quis que Fátima se apaixonasse pelo cristão que seu pai mais odiava, Gonçalo Hermingues, o "Traga-Mouros", o cavaleiro poeta que nas suas cavalgadas pelos campos via a bela princesa à janela da torre. Rapidamente o coração do cavaleiro cristão se encheu daquela imagem e sabendo que a princesa iria participar no cortejo da Festa das Luzes, na noite que mais tarde seria a de S. João, preparou uma cilada de amor. No impressionante cortejo de mouras e mouros, montando corcéis lindamente ajaezados, Fátima era vigiada de perto por Abu. De repente, os cristãos liderados pelo "Traga-Mouros" saíram ao caminho e Fátima viu-se raptada por Gonçalo. Mas Abu depressa se organizou e partiu com os seus homens em perseguição dos cristãos e a luta que se seguiu revelou-se fatal para o rico e poderoso Abu. Como recompensa pelos prisioneiros mouros, Gonçalo Hermingues pediu a D. Afonso Henriques licença para se casar com a princesa Fátima, a que o rei acedeu com a condição que esta se convertesse. A região que primeiro acolheu os jovens viria a chamar-se Fátima, mas a princesa, já com o nome cristão de Oureana, deu também o seu nome ao lugar onde se instalaram definitivamente, a Vila de Ourém.
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